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domingo, 8 de março de 2020

Grito de Dor no Dia Internacional da Mulher

O dia 08 de março, marcado como o Dia Internacional da Mulher não é apenas um dia de comemorações e recebimento de flores ou presentes para as mulheres. É sim, um dia de denúncias, de bastas, de muita luta para por fim a todos os tipos de violências contra as mulheres.
Neste dia, concentram-se as lutas diárias de cada mulher para garantir uma vida digna, com direito de ir e vir, salários iguais aos homens no exercício da mesma função, a participação na política, pelo fim da violência contra a mulher e por um basta no feminicídio.
Num país que está registrado como o quinto país em violência contra a mulher, que tem  um governo federal que corta verbas no combate à violência contra a mulher, cujo índice de feminicídio cresceu assustadoramente, o 08 de março é um grito de dor. Trata-se de um grito de dor acumulado em cada dia, em cada hora e em cada minuto que uma mulher sofre algum tipo de violência.
Grito de dor por todas as mulheres assassinadas por serem mulheres;
Grito de dor das mulheres que são agredidas por seus companheiros;
Grito de dor das mulheres negras e quilombolas que sofrem violências de gênero, raça e cor;
Grito de dor das mulheres lésbicas e trans que são maltratadas, discriminadas em seu local de trabalho, no atendimento a saúde e busca por emprego;
Grito de dor das mulheres traficadas e prostituídas;
Grito de dor das mães que não tem como dar sustento aos seus filhos;
Grito de dor das mulheres portadoras de deficiências;
Grito de dor de todas as mulheres discriminadas;
Grito de dor das mulheres e meninas estupradas;
Grito de dor das meninas estupradas por quem devia protege-las;
Grito de dor das mulheres do campo, dos rios e das florestas;
Grito de dor das mulheres indígenas;
Grito de dor da maioria dos municípios brasileiro que sequer tem Delegacia da Mulher ou rede de atendimento às mulheres em situação de violência;
Grito de dor das mulheres que atuam na política e são desvalorizadas;
Enfim grito de dor de todas as mulheres!
E assim vão se somando os gritos de dor mostrando que a nossa sociedade e o poder público, mesmo diante das leis mais rígidas e da rede de atendimento às mulheres, não consegue lidar com o problema cultural que é o machismo.
Machismo que mata, que faz sofrer e que vê na impunidade o direito de homens de dominar uma mulher e dispor de seu corpo e sua alma.
Não se pode mais calar diante da violência contra a mulher e dos feminicídios. Por isso, é necessário que poder público, sociedade, legisladores e justiça se unam para impedir que o feminicídio continue avançando como se fosse uma epidemia.
O 08 de março será marcado por manifestações de mulheres. O movimento feminista, em todo mundo, conclama as mulheres para resistir e lutar por uma vida sem violência.
Em Maringá, o Forum Maringaense de Mulheres realizará a atividade Basta de Feminicídio com passeata e colocação de cruzes e sapatos femininos nas escadarias do Forum de Justiça. A concentração será as 9 h no Parque do Ingá junto com a atividade programada pela Secretaria da Mulher, com caminhada pela valorização da vida e pelo fim da violência contra a mulher.
Não podemos mais silenciar! Vamos nos unir!  Basta de violência contra a mulher! Basta de feminicídios!


Artigo publicado em 08/03/2020 em:
http://www.cafecomjornalista.com/2020/03/grito-de-dor-no-dia-internacional-da.html

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