Para compartilhar idéias!







segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Lançamento do livro Corpo de Mulher Soberania de Mulher

 O livro “Corpo de Mulher Soberania de Mulher” organizado pelo psicanalista e professor doutor Artur Molina, será lançado no dia 30 de novembro, às 19h30 no Sabores do Malte, localizado no Mercadão Municipal.

A obra apresenta artigos que tratam sobre o tema violência contra a mulher tais como o feminicídio, a violência psicológica, a situação das mulheres negras e a atuação de movimentos sociais na defesa dos direitos das mulheres.

A ideia do livro surgiu a partir da pesquisa de pós-doutorado realizada pelo organizador, a qual apresentou um aplicativo chamado Software Indicador de Violência Doméstica. O Software indica a partir de respostas das mulheres o tipo de violência sofrida com base na tipificação da violência da Lei Maria da Penha bem como o percentual de violência sofrida e como buscar ajuda.

A partir daí, Molina procurou autoras de trabalhos na área, as quais atenderam o convite e passaram a compor o livro. Além dos artigos são apresentados três depoimentos de mulheres que sofreram e superaram a violência sofrida. Participo do livro com o artigo sobre a experiência da Ong Maria do Ingá Direitos da Mulher antes e depois da Lei Maria da Penha.


O intuito é chamar a atenção sobre a violência contra a mulher, reflexo do patriarcado e do machismo que se encontram enraizados em nossa sociedade. A apresentação do livro realizada pela jornalista e professora” Valdete da Graça traz a indagação e a resposta sobre a necessidade de uma obra desse porte: “Por que fazemos isso? Por que é preciso.”

MOLINA, Artur. Organizador. Corpo de Mulher Soberania de Mulher. Maringá: Editora Iperfil, 2022.

Artigos:

Artur Molina

Ângela Soligo

Lilian Alves-Machado

Maria Conceição Costa

Mônica Prado

Tania Fatima Calvi Tait

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

25 de novembro: dia internacional pelo fim da violência contra a mulher


Em 17 de dezembro de 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou que 25 de novembro é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher. A data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), dominicanas que ficaram conhecidas como Las Mariposas. Por se oporem à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, as irmãs foram assassinadas em 25 de novembro de 1960.

Nesta data, em todo o mundo, são realizadas ações para cobrar das autoridades e da sociedade medidas de combate à violência contra a mulher. O dia 25 também passou a fazer parte do evento “16 dias de ativismo” que realiza uma série de atividades em vários países, até dia 10 de dezembro que é o dia internacional dos direitos humanos. No Brasil, em muitas cidades, entidades e poder público se unem para a realização do evento.

São 23 anos de mobilização a partir da declaração da ONU, entretanto a violência contra a mulher continua fazendo vítimas em todas as partes do mundo: governos impedem  a população feminina de sair às ruas, obriga as mulheres a usar roupas que cobre todo o corpo e a cabeça, locais não pagam salários iguais para a mesma função, países aceitam a realização do terrível procedimento de cortar o clitóris das meninas para não sentirem prazer, muitas são mortas por seus ex ou atuais companheiros, muitas são levadas à prostituição ou a casamentos forçados na infância, muitas são proibidas de estudar ou trabalhar...enfim o cerceamento a vida plena para as mulheres ocorre em todo canto.

Quando se trata das mulheres, negras, LBTS, portadoras de deficiência, indígenas, ribeirinhas, prostitutas, a violência atinge patamares assustadores. Vale lembrar, também, das mulheres que conseguem ocupar os espaços de poder seja na política ou no setor privado que a todo momento sofrem questionamentos, são depreciadas e maltratadas.

O Brasil também faz parte deste triste cenário, ocupando a 5ª posição dentre os países como o mais perigoso para as mulheres e meninas viverem. Segundo dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, até julho de 2022 foram realizadas mais de 31 mil denúncias de violência doméstica ou familiar, com registro de atos de atos de violência física, sexual, psicológica, moral e patrimonial.

Leis importantes como a Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio, a Lei de Importunação sexual, a Lei contra a violência política à Mulher, a Lei que proíbe imagens na Internet contribuem sobremaneira para melhorar a vida das mulheres, no entanto, as brasileiras ainda sofrem violência e tem restrito seu direito de ir e vir, de estar onde quiser, seja no trabalho, seja na escola; de receber salário menor pela mesma função; ser assassinada por ser mulher e tantas violências.

Por isso, dia 25 de novembro se torna uma data relevante para ser lembrada com o intuito de cobrar ações efetivas das autoridades e mudança comportamental por parte da sociedade para que mulheres e homens sejam realmente iguais em direitos e obrigações como estabelecido na Constituição Brasileira.

Entidades assinam nota pública contra atos anti-democráticos, ilegais e criminosos

NOTA PÚBLICA

Em defesa da democracia e da classe trabalhadora

 

 

As entidades partidárias, sindicais e populares, abaixo-assinadas, vêm a público manifestar seu total repúdio às manifestações e bloqueios ilegais, antidemocráticos e criminosos realizados nas imediações do Tiro de Guerra e do Posto G10 na PR317, em Maringá, desde o término da eleição presidencial.

Atos que reivindiquem intervenção militar, fechamento do STF e desrespeito ao resultado das urnas atentam contra o Estado Democrático de Direito, pois restringem o direito de livre locomoção (Art. 5º, inciso XV, da Constituição Federal) e incorrem nos crimes contra as instituições democráticas (Art. 359 da Lei Federal nº14197/2021). Portanto, devem ser rechaçados severamente por todos os cidadãos, cidadãs e agentes públicos do país.

 A insatisfação de uma parcela da população não pode servir de salvo-conduto para a perturbação prolongada da ordem pública, pedido de intervenção militar, muito menos para colocar os maringaenses em risco ao prejudicar o funcionamento de serviços essenciais à vida, prestados por hospitais, mercados, empresas de transporte e postos de combustíveis.

 Diante do exposto, conclamamos as autoridades do Poder Público em Maringá para que cumpram rigorosamente seus deveres constitucionais e coíbam ações que violem o direito de ir e vir dos cidadãos. Reivindicamos, ainda, uma punição severa aos agentes públicos que, por ação ou omissão, estejam prevaricando no exercício de suas atribuições legais.

 Sendo o que se apresenta para o momento, subscrevemo-nos.

 
Atenciosamente,

 

Maringá, 11 de novembro de 2022.

 

 

Signatários em ordem alfabética:

 

- Associação da Marcha Mundial das Mulheres - Maringá

- Associação dos Condutores e Operadores Logísticos do Transporte - Cooplog

- Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá - ADUEM

- Associação dos Técnicos Agrícolas do Estado do Paraná - Ataepar

- Associação Maringaense de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - AMLGBT

- Central Única dos Trabalhadores – CUT Paraná

- Coletivo Democrático Estudantil - CDE Maringá

- Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro - Maringá

- Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas LGBT de Maringá

- Coordenação Sindical Trabalhista de Maringá

- Federação dos Sindicatos dos Servidores Municipais Cutistas do Paraná - Fessmuc

- Federação Nacional dos Motociclistas - Fenamoto

- Fórum Maringaense de Mulheres

- Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques - IMNEAM

- Movimento por uma Universidade Popular - MUP

- Naturingá Alimentos Orgânicos e Agroecológicos

- Ong Maria do Ingá - Direitos da Mulher

- Ong Resistrans

- Partido Comunista Brasileiro – PCB Maringá

- Partido Comunista do Brasil – PCdoB Maringá

- Partido dos Trabalhadores – PT Maringá

- Partido Rede Sustentabilidade - Maringá

- Partido Socialismo e Liberdade - Psol Maringá

- Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá - Sesduem

- Sindicato dos Trabalhadores em Informática e Tecnologia da Informação do Paraná - Sindpd

- Sindicato dos Empregados em Condomínios... de Maringá e Região - Secriath

- Sindicato dos Empregados em Entidades Sindicais Profissionais do Estado do Paraná

- Sindicato dos Empregados em Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Maringá e Região - Sehorbas

- Sindicato dos Empregados no Comércio de Maringá e Região - Sincomar

- Sindicato dos Empregados nos Serviços de Transporte em Motocicletas... de Maringá e Região Noroeste - Sindimoto

- Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná – Senge

- Sindicato dos Garçons... de Maringá e Região - Singarauto

- Sindicato dos Motoristas Condutores de Veículos Rodoviários... de Maringá - Sinttromar

- Sindicato dos Oficiais Alfaiates, Costureiras e Trabalhadores nas Indústrias de Confecção de Roupas de Maringá - Sinconfemar

- Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá - Sismmar

- Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sarandi - Sismus

- Sindicato dos Técnicos Agrícolas de Nível Médio do Estado do Paraná - Sintag-PR

- Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná – Sindiedutec

- Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas - Sintracoop

- Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná - APP Sindicato/Maringá

- Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá - Sinteemar

- Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Maringá - Stessmar

- Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Serviços de Combustíveis... de Maringá e Região - Sintrapostos

- Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Maringá - Sindmetalúrgicos

- Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de Maringá - Sintracom

- Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de Maringá - MMG Brasil

- Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Água, Esgoto e Saneamento de Maringá e Região Noroeste do Paraná – Sindaen

- Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia Elétrica de Maringá e Região Noroeste do Paraná - Steem

- Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Paraná - Sintrapav

- Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação ... de Maringá - Stiam

- Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Maringá - Sitigram

- Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Maringá - Sintrum

- União da Juventude Comunista – UJC Maringá

- União da Juventude Socialista – UJS Maringá

- União Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - Unalgbt Maringá

- União Paranaense dos Estudantes Secundaristas - UPES

- Unidade Classista - Maringá

 

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

A democracia é linda e ao mesmo tempo dolorida

 

A democracia é linda e ao mesmo tempo dolorida

Por: Tania Tait - Colunista TPD

Na história recente do Brasil, de 1964 a 1985, o país viveu sob um governo de ditadura militar sem a possibilidade de escolher seus representantes e sem liberdade de expressão ou de opinião. A censura cerceou a vida das pessoas em todas as áreas, convivendo com o perigo do denuncismo, com as prisões políticas, as torturas e mortes nos porões da polícia política.


Com a abertura democrática, o sonho de escolher presidentes começou a retornar, de forma lenta. Ao invés de diretas já, um movimento amplamente divulgado pelo país, houve na época uma eleição colegiada. Somente em 1989, o povo pode retornar, efetivamente às urnas. De forma lenta, também, brasileiros e brasileiras se sentiram com força para dar sua opinião, se reorganizarem em sindicatos, associações de moradores, movimento estudantil, dentre outras formas de organização popular, proibidas durante a ditadura militar.


Os anos 1980 e 1990 foram efervescentes na vida do país. Partidos políticos voltaram a legalidade como o caso do Partido Comunista e novos partidos políticos se formaram como o Partido dos Trabalhadores. Essa efervescência colocou projetos de poder em disputa nas eleições seguintes. Alguns perdendo, outros ganhando, mas sempre com a liberdade de expor suas opiniões e propostas.


Conservadores, trabalhadores, social democratas, comunistas...várias siglas e denominações surgiram mostrando a diversidade de pensamento e de projeto para o país. Eleitores e eleitoras sempre com ouvidos e olhares atentos, afinal são os que sofrem os reflexos de suas próprias escolhas.


Após a abertura, o Brasil conheceu o projeto caça aos marajás que se perdeu por corrupção por parte de seu idealizador Collor de Melo; experimentou as privatizações e o plano real da social democracia de Fernando Henrique Cardoso; reconheceu as políticas públicas e sociais do Lula alcançando o 6. Lugar na economia mundial e com a retirada do país do Mapa da Fome; experimentou a força das mulheres na Casa da Mulher Brasileira, Minha Casa Minha Vida e Brasil Cegonha com Dilma golpeada num impeachment forjado; sofreu com as reformas contra a classe trabalhadora de Temer e ouviu a retórica patriota por família e Deus de Bolsonaro, que não conseguiu se reeleger graças à corrupção que jurou combater, à sua insensibilidade no trato com a pandemia pelo coronavírus e sua ineficiência na economia com o retorno do Brasil ao Mapa da Fome.


Infelizmente, a corrupção é um tema recorrente nas campanhas eleitorais e nos governos e ao contrário dos que ainda defendem o governo militar, naquela época, também houve corrupção, apenas não era investigada ou revelada. Pelo menos, com a abertura democrática, a corrupção é descoberta e criminalizada.


Enfim, o Brasil tem na democracia, seu sistema eleitoral, mesmo criticado ou rejeitado, ele é reconhecido tanto interna como pelo mundo afora.


No período eleitoral, é a época em que as propostas e o que se pensa para o país são colocadas para que o público tenha parâmetros para a escolha de seus candidatos e candidatas. Sabe-se, entretanto, que outros fatores podem influenciar as eleições tais como o ódio ao diferente, o preconceito, o medo de determinadas formas de governo e tantos fantasmas que assolam o país. Alguns desses fantasmas reapareceram com temas usados nos anos 1960 como o anti-comunismo tão difundido pelos EUA em sua guerra com a Rússia. Novidades com o uso da Internet e a disseminação de mentiras (as famosas fake news) tomaram conta do cenário eleitoral nos últimos anos, principalmente de 2018 para cá.

Tudo isso não tira, de forma alguma, a alegria de poder escolher quem serão os governantes eleitos para resolver os problemas que afetam toda a população. No caso específico das mulheres, a alegria é ancestral e uma resposta àquelas que morreram para as mulheres tivessem o direito de votar numa sociedade que as considerava ineptas para escolher, no início do século XX.


Enfim, passada a eleição, resta a esperança, de que eleitos e eleitas façam um governo sério, responsável e que melhore a vida do povo brasileiro. Quem não se elege, por mais dolorido que seja, deve ter a responsabilidade de aceitar o resultado, avaliar o que errou e se quiser, tem outra chance no futuro. Quem se elege, deve se lembrar que está no poder para servir o povo e atender suas necessidades básicas de moradia, educação, habitação, alimentação e saúde, de defender o meio ambiente e acabar com a miséria e a fome. Como seu funcionário principal, o eleito está para governar em nome do povo. A nós, eleitores e eleitoras, cabe fiscalizar e torcer muito para que as propostas apresentadas pelo eleito se convertam em ações para que as pessoas tenham uma vida digna, com esperança e no futuro.


Afinal, democracia é isso, um governo onde o povo governa, “do povo, pelo povo e para o povo”.

Artigo publicado em:

https://www.tapordentro.com.br/post/a-democracia-%C3%A9-linda-e-ao-mesmo-tempo-dolorida?fbclid=IwAR23aXFePnY7j8MfLxl5MaQLGuKZgR2InSyABPnKm2kU7LS87Z06YY1vC_U