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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Aprovada em segunda votação a adequação no legislativo maringaense para 23 cadeiras

 Por 12 votos a 3, aprovou-se a adequação do número de cadeiras para vereança na Câmara Municipal de Maringá, para a legislatura a partir de 2025. Em reunião menos tumultuada do que a anterior e com menos público, dois vereadores mudaram seu voto nesta segunda votação.

Para a cidade de Maringá, com quase 450 mil habitantes, a adequação de 15 para 23 vereadores possibilita o aumento de representatividade e a possibilidade de diversos setores da sociedade e localidades do município terem representantes no legislativo.

No caso específico, para as mulheres, a representatividade é um ponto fundamental, conforme comenta a presidente do Fórum Maringaense de Mulheres que apoia a adequação, numa Câmara que possui apenas duas vereadoras. Para Valquíria Francisco: “faremos valer a constituição federal que garante direitos e obrigações de forma igualitária entre mulheres e homens”.

 A adequação aprovada encontra respaldo na legislação de acordo com a Emenda Constitucional de 23/09/2009, Art 29, inciso IV, a qual dita que “para a composição das Câmaras Municipais será observado o limite máximo de: ...

h) 23 (vinte e três) vereadores, nos municípios de mais de 300.000 ( trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes.”

Cabe agora aos movimentos sociais se preparar para ocupar a parcela de representação prevista em Lei.

                        Sessão da Câmara Municipal de 19/12/2022. Foto: www.cmm.pr.gov.br

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

  A linha escancarada entre liberdade de expressão e falta de respeito

Estive na Câmara Municipal de Maringá (CMM) na semana passada e participei da homenagem de nome de rua para o Guarda Municipal (GM) Odair Pereira, proposta pela vereadora Ana Lucia Rodrigues. Estavam presentes a mãe do homenageado, familiares, o secretário de segurança Ivan Quartaroli, a comandante da Guarda Silvia Regina de Jesus e companheiros da GM.

Também estava na CMM, um grupo que se autointitula “patriotas”, cujos integrantes sempre se levantam e ficam de costas quando os vereadores falam o que eles não concordam ou para vereadores que eles enquadram como “esquerda”. Este enquadramento criado por eles, engloba critérios como: não votou no presidente atual, criticar as ações do presidente atual, não dizer em quem votou, entre outras. Obviamente, como vivemos numa democracia, a manifestação é livre e deve ser respeitada, mesmo que se discorde dela.

Pois bem, durante a homenagem ao GM Odair, como o grupo “patriotas” é contra a vereadora Ana Lúcia, os membros do grupo ficaram de costas durante a fala dela sobre a vida do Odair, ela agradeceu a família e exaltou o trabalho da GM. Logo em seguida, familiares e a GM ficarem em pé, em respeito ao homenageado e à fala da vereadora.

Do ponto de vista de quem observou a cena, dava a impressão que os “patriotas” eram contrários à homenagem, deixando, inclusive, as pessoas sem entenderem o que estava acontecendo. Depois que viram a falta de respeito que tiveram, foram lá pedir desculpas ao secretário, à comandante e à família, explicando que eram contra a vereadora e não ao que ela estava falando. Tarde demais, ficou muito feio, feio mesmo.

Depois teve a votação para aumento do número de vereadores (as) de acordo com a legislação, na qual Maringá pode ter 23 cadeiras. Novamente, a turma ficou de costas e gritou palavras de ordem, o que é direito de se expressar, no entanto, o que se seguiu, após a votação,  beirou a irracionalidade, com ânimos exaltados, ameaças e invasão de área. A polícia militar retirou os mais afoitos do local.

Aí se percebe, nitidamente, o limite entre a liberdade de expressão e a falta de respeito.

Todos têm direito a se manifestar, é constitucional. Entretanto, ações como extrapolar para xingamentos, pular muretas, tentar esmurrar pessoas, caluniar, difamar...é caso de justiça, está na lei e deve ser tratado como tal.

Sempre defenderei o direito de manifestação, mas não vou compactuar com violência e atentado à Constituição Federal de 1988. Respeito muito a nossa Constituição, construída a muitas mãos, ansiosas por liberdade, depois de 24 anos de um governo de ditadura militar que cerceou nossos direitos.  Liberdade com respeito, sempre!


 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Apoio à adequação de 23 vereadores (as) no legislativo maringaense

 

A Câmara Municipal de Maringá colocou, na pauta de votação, a adequação do número de vereadores (as) para a legislatura 2025-2028, de acordo com a Emenda Constitucional de 23/09/2009, Art 29, inciso IV, a qual dita que “para a composição das Câmaras Municipais será observado o limite máximo de: ...

h) 23 (vinte e três) vereadores, nos municípios de mas de 300.000 ( trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes.”

A cidade de Maringá conta com quase 450 mil habitantes, é a 3ª. Cidade do Estado, possui grande atividade econômica e diversidade cultural e social, no entanto, conta com o mesmo número de cadeiras no legislativo de cidades com população de 50.000 a 80.000 habitantes.

No passado, Maringá contou com mais cadeiras de vereadores (as), como  em 1983 que possuía 21 vereadores. Em 2004, esse número passou para 15, de acordo com resolução do TSE para cidades do porte de Maringá, na época. Em 2012, foi autorizado pela Emenda Constitucional, a quantia de 23. No entanto, a Câmara não aprovou o aumento por pressão da sociedade, principalmente vinculada à classe empresarial,  de que o aumento implicaria em mais gastos do setor público.

Assim, permaneceu o mesmo número de representes no legislativo, entretanto, a cidade cresceu, chegando a 430.000 habitantes e junto com esse crescimento, aumentaram as demandas da população, o número de bairros e consequentemente, a necessidade de maior atendimento por parte do setor público, tanto o legislativo como do executivo.

Um dos problemas do tamanho pequeno da Câmara em relação ao tamanho da cidade, segundo o presidente Mario Hossokawa é, também, a falta de vereadores (as) para representar todas as instâncias da cidade, as comissões e conselhos que a Câmara precisa participar e ao mesmo tempo atender as demandas dos bairros e das regiões que necessitam de apoio. Inclusive, tem bairros com alta densidade populacional sem representação no legislativo. Hossokawa afirma que, em muitos casos, o(a) cidadão (ã)  conta apenas com o(a) vereador (a) do seu bairro para resolver problemas da região, pela proximidade e envolvimento com a comunidade local.

Outro aspecto que, por si só, justifica a adequação do número para 23 cadeiras é no tocante à representatividade da população. O aumento de cadeiras possibilita que haja possibilidade de eleger mais mulheres e outros grupos que fazem parte da sociedade maringaense.

Manifestações de apoio à adequação para 23 cadeiras no legislativo por parte do Movimento Mais Mulheres no Poder, do Fórum Maringaense de Mulheres e da Associação Maria do Ingá Direitos da Mulher (fotos abaixo) ressaltam a importância da representatividade feminina, visto que esta atingiu o patamar de 52% da população, incompatível com apenas 10% de representação na política. Para as entidades, a adequação da Câmara de acordo com a legislação contribui para que mais mulheres sejam eleitas para o legislativo.

Obviamente, que a parte orçamentária será um pouco impactada com aumento de vereadores (as) e assessorias, no entanto, torna-se necessário analisar sob o prisma dos benefícios que serão obtidos com esta adequação.  Benefícios estes que podem trazer melhoria dos serviços, proximidade do legislativo em todas as regiões da cidade, maior fiscalização do executivo e proposição de políticas públicas para melhorar a vida do povo.

Maringá precisa se adequar aos novos tempos, com respeito à legislação e à promoção da participação social em todos os níveis e não apenas de classes sociais vistas como abastadas.

Afinal, uma cidade considerada a melhor cidade pra ser viver, deve ser a melhor em todos os seus cantos e regiões, mesmo que distantes do centro e com representatividade de toda sua população para valer seu direito à uma vida digna e com qualidade.

Por fim, fica a indagação: a quem interessa uma Câmara Municipal com número pequeno de vereadores que não tem condições estruturais para atender as demandas sociais da maioria da população?

 

Movimento Mais Mulheres no Poder e Vereador Mario Hossokawa, 06/12/2022
 
                                                    Fórum Maringaense de Mulheres



                                                Associação Maria do Ingá Direitos da Mulher

 

 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Os primórdios da Ginástica Rítmica Desportiva em Maringá

 Fiquei muito feliz em saber do Festival de Ginástica Rítmica, realizado em Maringá no dia 27/11 da mesma forma que me emociono, cada vez, que vejo nossas atletas realizando apresentações mundo afora. Obviamente o motivo para a emoção é por ter feito parte da equipe da primeira turma de Ginástica Rítmica Desportiva (GRD)  em Maringá, de 1976 a 1978.

Um filme vai passando na minha cabeça enquanto penso na Ginástica. Tudo começou  com o dia em que a professora de educação física Sara Genaro convidou a nós, alunas do Colégio Gastão Vidigal para participar de uma equipe de ginástica rítmica desportiva. O Colégio tinha tradição no handebol e no basquete, o que levou a turma a falar que o que fazíamos era dança. Muitas de nós treinávamos natação ou basquete em projetos da escola e do Clube Olímpico, como minhas primas e eu, que passamos a integrar a equipe da Professora Sara. Estamos falando de 1976.

Quinze anos atrás, em 1961, a história da GRD tivera início formal quando foi apresentada à Federação Internacional de Ginástica, tendo o primeiro campeonato mundial realizado em 1963, na cidade de Budapeste. Em 1975, a modalidade passou a ser chamada oficialmente de Ginástica Rítmica Desportiva. Em 1980 foi reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional passando a integrar os jogos olímpicos. No mesmo ano, passou a ser chamada apenas de Ginástica Rítmica. Portanto, no período em que nossa equipe atuou, o nome era GRD. Nas Olimpíadas de 1984 se torna modalidade competitiva individual e em 1996, em provas de equipe. Para sua realização, a Ginástica Rítmica faz uso de ritmo e expressão, com movimentos coordenados, com ou sem aparelhos que podem ser bola, pino, maça e fita.

A professora Sara foi desafiadora pois a turma de ginastas que ela formou era composta por meninas de 15 anos, no primeiro ano do ensino médio. Na atualidade, a situação é bem diferente, pois as atletas iniciam seus treinamentos a partir dos 6 anos de idade.

Naquela época, as equipes de ginástica faziam apresentações em aberturas de jogos e eventos esportivos pois ainda não havia competições na região. Assim, apresentações foram realizadas em várias cidades do Paraná e no Campeonato Brasileiro de Paraquedismo na edição em Maringá. Para as viagens, íamos numa kombi que não sei dizer de quem era, mas lembro que numa delas, o marido da professora Sara foi dirigindo. Lembro, também, de uma apresentação em uma cidade pequena em que os rapazes da localidade gritavam efusivamente quando a equipe entrou no campo para a série de maça. Eles não entendiam o que estavam assistindo como um esporte, viam apenas adolescentes com colants colados e meias finas “dançando” com bolas e cordas.

As roupas e os equipamentos utilizados eram muito simples. O uniforme era um colant azul escuro e meia cor creme grossa. Nas roupas e no rosto não existiam as cores e os modelos estilizados da atualidade. Prendíamos os cabelos em coque para não atrapalhar os movimentos.

Os equipamentos com os quais fazíamos as séries eram a bola, corda e a maça. Não chegamos a realizar apresentações de fita devido à morte prematura da professora Lana vitimada por câncer aos 29 anos, o que não permitiu o aprimoramento da equipe com o material.

Inicialmente treinávamos no Maringá Clube e depois fomos treinar no Chico Neto. Os treinos eram no período da tarde, das 13h às 17h, de segunda-feira à sexta-feira. No ginásio, o funcionário da prefeitura, o "seu" Pedro cuidava do local e dos equipamentos. Algumas vezes, as famílias implicavam com as atletas, pois consideravam perda de tempo praticar uma atividade que não era sequer reconhecida e nem possuía investimento por parte do poder público. Mas, com o tempo passaram a apoiar as atletas e assistir as apresentações.

Em 1979, essa primeira turma se desfez, algumas alunas passaram no vestibular, outras mudaram de cidades. Entretanto, Ootras turmas surgiram e mantiveram a Ginástica Rítmica em Maringá.

Em 2020, a professora Glória Soares Nakashima (Glorinha) e nossa turma de GRD daquela época estávamos planejando narrar a história da GRD, organizar as fotos de várias turmas, homenagear a primeira técnica, a professora Sara e escrever sobre essa história que teve protagonistas que deram os primeiros passos, como a Noka (irmã da Glorinha) e a Lana (ambras falecidas) e a professora Odete, as quais formavam uma equipe de professoras de ginástica. A Glorinha pensava em tornar o Museu Esportivo de Maringá guardião da história da GRD e da natação e, também, realizar um mural no Ginásio Chico Neto.

Infelizmente, no mesmo 2020, fomos surpreendidas pelo falecimento da professora Glorinha, que pra nós “foi antes do combinado” como dizia Rolando Boldrin. Certamente, ela está lá ouvindo os “causos” do Boldrin, cantando com a Gal e o Erasmo e relembrando as histórias da ginástica com a Sara, a Noka e a Lana.

Imagino ela e Boldrin conversando:

- a minha ex-aluna disse que eu vim antes do combinado porque a gente ia contar a história da ginástica rítmica.

- professora Glorinha, sua ex-aluna anda com caraminholas na cabeça. Quem sabe, ela e sua turma da GRD continuem o trabalho que você queria fazer.

Ao pensar em toda essa história, caiu um cisco enorme aqui no meu olho ...

 

Tania, Rosângela e Regina  (primas)
 

Raquel, Rosângela e Regina