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sábado, 27 de abril de 2024

Memórias afetivas da vida de estudante: a biblioteca central da UEM

Dias atrás caminhando pela passarela central da UEM, me deparei com o desmanche do bloco que abrigou a biblioteca antiga até o início dos anos 1990, quando foi transferida para o novo prédio. Posteriormente, no espaço foi alojada a Pró-reitoria de Recursos Humanos e, por alguns anos, os novos cursos como Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção.

Foi estranho ver toda aquela estrutura no chão e me veio à mente lembrança de quando cursei Processamento de Dados (vestibular 1/1979) e Administração de Empresas (vestibular 1982) na UEM.

Naqueles anos, a biblioteca funcionava os 3 períodos de segunda a sexta-feira, durante o dia, aos sábados e no domingo, abria pela manhã.

Não havia Internet nem os recursos tecnológicos da atualidade. Os nossos instrumentos de estudos e pesquisas eram os livros. Sabíamos das dificuldades na compra de livros novos, de manutenção da estrutura física, mas ali era, afinal, um espaço de convivência.

Quem daquela época nunca brincou que a biblioteca era a mais “destacada” do Paraná diante dos tacos do assoalho que se soltavam?

Quem nunca trocou olhares interessados e nem sempre discretos, durante os estudos, sentados e sentadas nas mesas da biblioteca ou entre suas prateleiras nas buscas de livros?

Quem nunca se encantou com a quantidade de livros à disposição quando começou a faculdade?

Quem nunca iniciou um romance ou uma amizade naquelas mesas e prateleiras?

Quem nunca guardou pequenos diálogos e olhares naquele espaço de jovens estudantes?

- Você é de Maringá?

- Qual seu curso?

-  Podemos estudar juntos?

- Você encontrou o livro de cálculo?

- Tem alguém aqui? Posso sentar ao seu lado?

O espaço foi ao chão pois estava com prazo de validade de construção vencido, mas certamente, as memórias continuam intactas e presentes em cada estudante que teve a oportunidade de passar por ali, na biblioteca mais destacada do Paraná.

Senti emoção ao passar por lá e ver os destroços, no entanto, me peguei sorrindo ao lembrar que, afinal, está tudo aqui, na memória e no sentimento.




  Fotos: a autora, abril de 2024

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