Para compartilhar idéias!







terça-feira, 31 de dezembro de 2019

FELIZ 2020!!!

Para desejar feliz ano novo, antes, pensei em fazer texto de retrospectiva de 2019 com análise política, economica e pessoal. Desisti, já tem muitas.
Depois pensei em colocar a famosa poesia atribuída ao poeta Carlos Drummond de Andrade sobre fatiar o tempo e dar esperança.
Lembrei também do poema Desejos atribuído ao poeta. Coloquei a palavra "atribuído" pois, após anos sendo do poeta Drummond, agora a gente encontra outras versões e outros atores das mesmas poesias. Tenho livro de poemas de Drummond mas confesso que nunca chequei se esses poemas estão lá. Enfim são dois poemas especiais para esse época do ano e para todas as outras épocas. Mas, desisti de posta-los.
Ao fim da minha reflexão, pensei que um fortíssimo FELIZ 2020!!! exprime tudo que penso e desejo pra incluir toda a esperança e a marca do tempo com mil desejos de coisas boas.
Então eu ia escrever simplesmente "Feliz 2020" mas lembrei do Canvas (aplicativo para fazer cartazes, convites etc) que estou aprendendo a usar.
Daí estilizei meu "Feliz 2020" com a imagem abaixo na qual o por do sol significa "o que vai nascer". Claro que a letra tinha que ser lilás, afinal é a cor do movimento feminista.
Então, venha 2020 e nos traga felicidade e muita paz!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Gratidão as minhas leitoras e aos meus leitores...


Escrever é uma delícia. Inexplicável o que nos leva a colocar no papel nossos pensamentos e sentimentos. Escrevo textos pra jornais e revistas faz muito tempo e em 2010 resolvi criar um blog e escrever sobre mulheres, informática e outros temas.
Iniciei o blog no  dia 27/04/2010 portanto são quase 10 anos que mantenho o blog www.taniatait.com.br
O primeiro texto que escrevei para o meu blog foi “O Vício Eletrônico” o qual também foi publicado no Informativo da UEM de 28/04/2010. Ali achei ótimo ter 195 leitores na minha primeira incursão de “blogueira”.
Uma vez encontrei um senhor em Sarandi, num evento, que me cobrou: “você não tem escrito muito, está muito preguiçosa”.  Fiquei surpresa e ela tinha razão pois naquela época eu estava escrevendo pouco. A partir daquele dia e, em respeito, ao meu leitor, eu resolvi não desistir e escrever sobre o que penso e até divulgar notícias que considero relevantes.
Uma vez fiquei admirada quando as pessoas falaram que tem 2.000 ou 3.000 leitores em seus blogs e resolvi fazer um levantamento das leituras dos meus artigos. Eu estava bem longe disso...
No levantamento atual, realizei 471 postagens, será 472 com esta. Foram 72.720 visualizações. Tenho textos com poucos acessos e textos, surpreendentemente com muitos acessos. Não consegui checar se é o tema, o horário ou a forma de divulgação. As estatísticas mostram que as leituras vêm de diversos lugares do Brasil e do mundo (EUA, Europa e Hong Kong).
Alguns textos foram publicados em outros blogs ou jornais da cidade e do estado do Paraná. Destaco que não tenho patrocínio financeiro, o blog é pessoal mesmo. Quando eu publico no blog, também, divulgo no facebook e no twitter.
Não chego aos pés de blogueiros e blogueiras de 3.000 leituras mas fiquei muito feliz  em ver que 1.108 pessoas leram o artigo “A importância das Conferências Municipais”, publicado em 20/06/2010, que 958 pessoas leram o convite “Quando uma mulher entra na política...” sobre o comitê suprapartidário de apoio a Dilma, formado em Maringá em 2010 e que a minha “Declaração de Apoio total à Universidade Estadual de Maringá” de 2018 teve 616 leitores.
Ainda não fiz a média, mas deve dar uns 200 leitores ou leitoras no geral. No entanto, independentemente do número de pessoas que leem os textos, é  uma responsabilidade enorme saber que essas pessoas conhecem seu trabalho, o seu pensamento e te acompanham. Por isso, procuro escrever sempre com muito respeito.
Enfim, vou programar uma comemoração para os 10 anos do blog. Por ora, vou analisando as postagens, comentários e estatísticas para aperfeiçoar o desempenho do blog e alcançar mais leitores contribuindo para a reflexão a partir das minhas idéias e, quem sabe, assim, colocar sementinhas para um mundo melhor.
Minha gratidão a vocês que dispuseram do seu tempo para ler meus textos e que se dispõem a acompanhar as postagens.
Desejo a todas e a todos um Feliz 2020 e que o lindo espírito que nos rodeia no Natal permaneça em todos os minutos do Ano Novo.
Beijo grande!!!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

O que o Plano Diretor tem a ver com nossas vidas?



Nas audiências públicas do Plano Diretor de Maringá ocorridas no ano de 2019 percebe-se  a relevância dos temas tratados para a população e a vida no território dos municípios. Temas como a mobilidade, ocupação do solo, horizontalidade e verticalidade, fundos de vale, entre outros fazem parte das discussões.
De acordo com a Lei 632/2006 de Maringá, o Plano Diretor do Município de Maringá é o instrumento estratégico de desenvolvimento e expansão urbana e de orientação dos agentes públicos e privados que atuam na produção e gestão da Cidade, aplicando-se esta Lei em toda extensão territorial do Município.
O Plano Diretor é fundamentado nas determinações dispostas na Constituição Federal, na Constituição Estadual, na Lei Orgânica do Município de Maringá, na Lei Federal nº 10.257/2001 - Estatuto da Cidade, na Carta Mundial pelo Direito á Cidade e demais legislações. Portanto, o Plano Diretor é um instrumento legal de planejamento das cidades.
Em Maringá, o processo do Plano Diretor foi disparado tendo em vista a necessidade de avaliar o Plano atual e realizar correções para a próxima década 2020-2030. A responsabilidade da execução do processo ficou a cargo do IPPLAN – Instituto de Pesquisa e Planejamento de Maringá, o qual organizou as diversas audiências públicas por regiões e distritos da cidade.
Na 9. Audiência Pública realizada em 17 de dezembro começou a ser apresentado o diagnóstico da cidade condensado em quase 500 páginas de relatório, organizados a partir das audiências e dos dados referentes ao município.
Na apresentação realizada pela equipe do IPPLAM destacaram-se os itens: Análise da situação ambiental; Sistema de Atividades humanas; Sistemas de Atividades Produtivas; Ocupação das zonas de interesse social; Vazios urbanos; Sistema viário e Mobilidade Urbana; Sistema de energia elétrica e iluminação pública; Sistema de abastecimento de água e saneamento.
Em paralelo às audiências públicas do plano diretor foram realizadas, pelo poder público, audiências públicas temáticas como Mobilidade Urbana. Realizou-se, também, uma Conferência Livre com a temática “A mulher e a cidade” organizada pelo Conselho Municipal da Mulher de Maringá com apoio do Núcleo Maringá BR Cidades, cujas propostas estão sendo tratadas em nível de plano diretor.
Portanto, a participação da população na realização do Plano Diretor é fundamental visto que é ela quem vive e movimenta a cidade. Essa é uma forma de ocupação dos espaços para que as demandas do território sejam ouvidas, analisadas e implementadas.


Tania Fatima Calvi Tait, professora, é representante do Conselho Municipal da Mulher de Maringá no Grupo de Acompanhamento do Plano Diretor e coordenadora da Ong Maria do Ingá Direitos da Mulher.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Direitos das mulheres: voar longe e pisar no chão ao mesmo tempo



 Em 2005 escrevi um texto para a Conferência Municipal da Mulher de Maringá em que citava o teólogo Leonardo Boff e seu livro A águia e a galinha. Fiz uma adaptação das ideias da dimensão águia e galinha no movimento feminista. As duas dimensões são fundamentais para nosso desenvolvimento, enquanto a dimensão galinha cisca no terreiro e cuida do dia-a-dia, a dimensão águia faz voar longe para novos horizontes.
E hoje quase 15 anos depois, podemos avaliar que a luta pelos direitos das mulheres realizou e continua realizando as duas dimensões, como a promulgação da Lei Maria da Penha em 2006 até a luta unificada das mulheres em nível mundial pela igualdade e empoderamento.
No entanto, ainda existem muitas lacunas a serem preenchidas. Citamos cinco delas, as quais podem conter as dimensões de ações do dia-a-dia com ações visando horizonte futuro. São elas: a saúde integral da mulher; a ausência das mulheres na política; a perda dos direitos trabalhistas; o desrespeito à diversidade e a necessidade de mudança cultural.
 Com relação à saúde integral da mulher entra em cena a discussão dos direitos reprodutivos. Um dos pontos polêmicos nessa pauta é a hipocrisia social da criminalização do aborto que faz com que mulheres pobres morram ou fiquem estéreis em decorrência de abortos clandestinos enquanto que as mulheres com recursos financeiros realizem o aborto em clinicas, com segurança.
Por questões de religião e não de saúde pública, como deveria ser tratado, o Brasil se arrasta nessa discussão por décadas sem chegar a um consenso numa discussão carregada de conservadorismo e falso moralismo.  Muitas pessoas, também, levam para o lado emocional, sem se preocupar verdadeiramente com a mulher ou a criança, tendo em vista o abandono do pai. Por si só, o abandono por parte do  pai deveria ser visto como um “aborto” paterno que não se incomodou com o que aconteceria com o bebê, usando a expressão corriqueira “se vira, não quero saber”.
Entre vários pontos, destaca-se, também, a epidemia de DST/AIDS silenciada e camuflada, na qual casos de sífilis e gonorreia voltaram e acomete, principalmente, as mulheres; a violência obstétrica; o mau atendimento às mulheres, entre tantos outros.
O segundo ponto, as mulheres na política, pode ser considerado sob dois aspectos: o percentual ínfimo de mulheres atuantes na política e a forma como as mulheres são tratadas quando ocupam cargos eletivos ou de direção. Na busca eleitoral as mulheres se deparam com falta de verbas e de apoio dos partidos; das famílias e da sociedade. Quando eleitas, são desqualificadas em suas ações e comentários, muitas vezes, sendo agredidas de forma sexista. Taxadas ora de loucas, ora de putas, as mulheres na política tem tratamento diferenciado de forma negativa.
A perda dos direitos trabalhistas, ocasionada pelas reformas trabalhistas e da previdência atingem mais as mulheres. As mulheres são as que mais ficam fora do mercado de trabalho por causa de filhos ou para cuidar dos doentes da família ou por demissão de cortes de pessoal nas empresas. Portanto, as mulheres são a mão-de obra que mais se insere no mercado informal, ganham os menores salários e são a maioria no recebimento de benefícios assistenciais por ficaram ausentes do mercado formal de trabalho. Além das perdas gerais, duas perdas chamaram a atenção: a avaliação da atividade insalubre para trabalhadoras gestantes ficar a cargo do médico da empresa e a retirada da proibição de demissão de mulheres grávidas em regime temporário. No caso das mulheres negras, a situação se torna mais alarmante visto que recebem os menores salários e estão em postos de trabalhos considerados mais vulneráveis. Salienta-se que as perdas dos direitos das mulheres resultam do discurso do presidente da República que menospreza e desqualifica a atuação das mulheres e adiantava em sua vida política que não contrataria mulheres se tivesse empresa.
No item diversidade, chama a atenção a forma como o nazi-fascismo voltou forte em nossa sociedade, com agressões físicas e verbais às pessoas consideradas diferentes do padrão conservador caracterizado por ser branco, rico e heterossexual. O que está fora desse enquadramento é tratado de forma depreciativa em todos os setores da sociedade, até na  medicina quando um medico faz piadinhas com a sexualidade de mulheres trans ou lésbicas ou quando fala que mulher negra aguenta a dor por ser negra.
Como quinto aspecto tem-se a necessidade de mudança cultural, dificultada pelo conservadorismo e pela religiosidade fundamentalista que recorre à estética e pensamentos da antiguidade para justificar suas ações e posturas. Sabe-se que existe um longo caminho a ser percorrido pois a mudança cultural se faz no dia-a-dia, combatendo à violência contra a mulher em todas as suas formas.
Dentro da mudança cultural que envolve mulheres e homens surgem dois conceitos relevantes: o empoderamento e a sororidade. O empoderamento faz com que a mulher conheça suas condições e tenha os mecanismos para ter uma vida plena e feliz. A sororidade busca desmistificar que as mulheres sejam competitivas e cria o conceito de irmãs e quando uma sobe puxa a outra, numa demonstração de união pois todas as mulheres, em todo canto do planeta em algum momento de suas vidas sofreram algum tipo de violência, simplesmente pelo fato de ser mulher.
Percebe-se, pela exposição dos cinco elementos que cada um deles merece uma abordagem a parte dado sua complexidade e abrangência. Mas, o conhecimento desses aspectos leva a inferir que se tem muito para realizar tanto na dimensão galinha como na dimensão águia para que as mulheres tenham verdadeiramente uma vida digna, com liberdade e poder de decisão sobre suas vidas.