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segunda-feira, 26 de julho de 2021

Marcha Mundial das Mulheres visita a Secretaria da Mulher de Maringá

Nessa segunda-feira, 26/07, as representantes da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) em Maringá, Margot Jung e Tania Tait se reuniram com a Secretária de Políticas Públicas para Mulheres (Semulher), Terezinha Pereira.
Na reunião, as integrantes da MMM trataram sobre a realização do evento “Agosto Lilás”, uma atividade que ocorre em todo o Brasil, tendo como principal eixo o combate pelo fim da violência contra a mulher e a marca da data de 06 de agosto da promulgação da Lei Maria da Penha.
Para Terezinha Pereira, o apoio de um movimento respeitado internacionalmente como a Marcha Mundial das Mulheres vem fortalecer a luta pelo fim da violência contra a mulher em Maringá. Terezinha aproveitou a reunião para convidar a entidade a participar da atividade do dia 31 de julho promovida pela Semulher. A atividade é relativa ao “Dia estadual de combate ao feminicídio” em 22 de julho.
Para Margot Jung, a parceria entre os movimentos organizados de mulheres e o setor público é uma das ações apoiadas pela MMM que estará presente no dia 31 de julho na atividade promovida pela Semulher.
Também foi reiterado o apoio da MMM a que seja uma mulher no comando da Delegacia da Mulher em atendimento à Lei Maria da Penha, reivindicação feita tanto pela Semulher como pelo Fórum Maringaense de Mulheres. Tania Tait considera que a legitimidade dessa luta faz com que a MMM a leve, também, para discussão em nível estadual e nacional.
Ao final da reunião, todas as participantes confirmaram a necessidade da parceria entre setor público e movimentos sociais para o estabelecimento de políticas públicas para mulheres, pelo fim da violência contra a mulher e pelo fim de toda forma de discriminação.


 

quinta-feira, 22 de julho de 2021

O Museu Esportivo de Maringá em nossas vidas

Participei do lançamento do Museu Esportivo de Maringá (MEM) em seu lançamento como museu itinerante na antiga e saudosa Casa de Bamba. Naquele dia vi muitos ex-atletas, senhores e senhoras de cabelos brancos se reencontrando, alguns jovens, compartilhando momentos passados e se confraternizando. Alguns eu conhecia, outros conheci naquele dia.

Sempre fui ligada ao esporte, na adolescência como atleta de natação e de ginástica desportiva. Na vida adulta, como atividade física apenas. Com o namoro e o casamento com o Luis Antonio, ex-jogador do Grêmio (e de outros times, inclusive no sub-20 da Seleção Brasileira) a proximidade ficou maior.

Participei da inauguração do Museu no espaço físico atual. De lá pra cá, Luis e eu sempre procuramos participar das atividades.

A existência do MEM nos trouxe lembranças e propostas. Um grupo de ex-atletas de GRD – Ginástica Rítmica Desportiva, no qual me incluo, estávamos organizando junto com a professora Glória Soares Nakashima, falecida ano passado, a história da GRD  em Maringá, a começar com homenagem a professora Sara Machado Genaro (falecida em 2011) que trouxe a modalidade, sendo a primeira técnica na cidade. O MEM estava programado para ser o guardião, também, dessa história. O falecimento da professora Glorinha adiou essa programação.

Estou, também, como o material e fotos do meu tio José Luiz Tait, ex-árbitro de futebol para levar ao  MEM assim que for possível diante das restrições pela pandemia.

A minha participação no Museu me levou, rapidamente, a conhecer a turma toda de ex-atletas, profissionais, amadores ou apenas amantes do esporte. Por esse envolvimento, quando estive como Presidente do Conselho da Mulher e da Ong Maria do Ingá tive a oportunidade de convidar o Museu Esportivo de Maringá para participar da III Pedalada/ Caminhada pelo fim da violência contra a mulher.

Fui, então, chamada para uma reunião pelo criador e presidente do Museu, o jornalista Antonio Roberto de Paula para apresentar o evento organizado pelo Conselho da Mulher e pelo Fórum Maringaense de Mulheres.

Num sábado de manhã fui na reunião. Eu era a única mulher presente naquele dia. Expliquei qual era o objetivo da Pedalada/Caminhada e que seria muito importante para a luta pelo fim da violência a participação do MEM. Alguns deles comentaram sobre situações de violência que viram ou tinham ouvido falar. Fechamos o acordo para participar.

Assim, em uma manhã de sábado de novembro de 2019, estávamos nós, mulheres e os amigos do MEM juntos, lado a lado, chamando a atenção da cidade pelo fim da violência contra a mulher.

Nesse ano de 2021, uma ação de solidariedade do MEM nos fez pensar em unir forças novamente e por meio da ONG Maria do Ingá, nos reunimos na arrecadação de produtos de higiene e limpeza, principalmente absorventes higiênicos para famílias carentes em parceria com os vicentinos da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe. Novamente, os amigos do MEM compreenderam a importância da nossa solicitação, agora a respeito do absorvente higiênico pela dificuldade das mulheres adquirirem o produto diante da pandemia.

O que nos reúne como sociedade civil, amigos do MEM e movimento de mulheres é a solidariedade diante do sofrimento ocasionado seja por atos de violência contra a mulher ou por efeitos de uma pandemia. O fato é que nos unimos e criamos laços que, esperamos, possam nos levar a outras caminhadas em comum no futuro.

Pessoalmente, de tudo que presenciei e acompanhei nesses anos, penso que, além de resgatar e guardar a história do esporte maringaense, o MEM uniu pessoas em um objetivo comum, trouxe suas histórias e resgatou vidas. Sim, resgatou vidas. Sinto isso quando vejo o olhar brilhando tanto pela alegria de quem conta as histórias quanto pela alegria dos que ouvem. O MEM trouxe muitos brilhos de volta à vida e ao olhar dos que se aproximam.

Parabéns De Paula e equipe por seu empenho e por essa linda ideia tornada realidade.





 

terça-feira, 20 de julho de 2021

Meus avós italianos e a geada de 1975

 O frio intenso desse ano de 2021 trouxe à memória coletiva dos mais velhos aquele fatídico 18 de julho de 1975, cuja geada foi apelidada de “geada negra” pois queimava todas as plantas. Por sua vez, a imprensa sempre traz notícias referente aquele dia de inverno e a tristeza, que não cobriu apenas os campos de um tom branco frio, mas significou o fim de um ciclo de um produto agrícola na economia brasileira, mudou o futuro de muitas famílias e ocasionou uma nova migração do homem do campo para as cidades. Aqui podem ser lembrados, principalmente os pequenos agricultores e os trabalhadores rurais, numa época em que pouco ou nada se falava em seguro da lavoura ou direitos trabalhistas.

Individualmente, cada um(a) de nós que presenciamos aquele dia, seja como criança, adolescente ou adulto, carrega em si, uma memória.

Eu também tenho a minha memória daquele dia, compartilhada com minhas primas Rose e Regina. Era férias e como sempre, estávamos na casa dos “avós do sítio” como os chamávamos.

O vô Angelo Calvi e a vó Angela Bulla Calvi passaram a vida toda no campo, se conheceram numa colônia italiana no interior de São Paulo, se casaram, tiveram filhos e vieram para Maringá, em 1946, junto com uma leva de italianos. Vieram da Itália bebezinhos, de Trezano Rosa que é o que está no documento deles. Desembarcaram no Brasil, direto de Milão para São Paulo, no colo de seus pais.

Tenho muitas lembranças deles. Sempre com o sotaque italiano forte, a macarronada generosa, o bife na chapa do fogão de lenha, o suco de vinho que a vó Angela fazia pra nós (he he..vinho, água e açúcar e uma meninada toda de bochecha vermelhinha); do pão caseiro, do “qui qui” pra dar milho pras galinhas da vó Angela e seu lenço na cabeça, de nós netos rolarmos na grama dentro dos sacos de café (escondidos, claro), da carroça de passeio e da carroça de trabalho; dos bordados que a vó ensinava, da linguiça calabresa que o vô Angelo fazia, do pomar, do jardim de muitas flores...

Mas, a lembrança mais forte que tenho do vô Angelo é do dia daquela famigerada geada. É como se fosse um quadro, gravado na minha mente desde os meus 14 anos.

Na noite anterior, estávamos no mesmo quarto, as três primas, rindo muito alto. De repente a casa toda começou a rir, meus avós começaram a rir, meus dois tios que moravam com meus avós também. Até que o vô Angelo deu a sua bronca italiana,  mandou todo mundo ficar quieto e dormir que tinham que acordar cedo. A casa era nova, não me lembro quando foi construída. Sei que tinham desmanchado a casa anterior que era maior. Lembro bem da anterior, da disposição dos cômodos, do espaço, da família reunida na mesa da sala de jantar.

De manhazinha eu acordei com um câibra horrível na perna direita. Fazia muito frio. Olhamos pela janela, achando linda a grama toda branca coberta de gelo. Mas, quando vimos meu avô, lá fora, em pé, segurando o chapéu de lado, balançando a cabeça e com seus olhos azuis completamente entristecidos, paramos de rir. Compreendemos que alguma coisa estava errada.

Pouco tempo depois, os Irmãos Calvi venderam o sítio que ficava na Estrada Guaiapó. Meu avô comprou casas em Maringá com a parte dele, mudou para a Vila Morangueira. Em 1978, nos convidou para morar ao lado dele, em uma das casas. Meus pais aceitaram e viemos. Tive dificuldades pois era acostumada com a facilidade de morar no centro da cidade, com tudo à disposição. Naquela época eu descobri que eu era “a neta dos italianos” pra turminha de jovens da igreja.

Sempre encontrava os meus avós indo no mercado ou panificadora bem cedinho quando eu ia para o Colégio Gastão Vidigal. Eles andavam em fila indiana, revezando qual deles ia na frente. Eu brincava com eles: pode andar um do lado do outro na calçada, aqui não é carreador estreito do sítio. Eles riam, davam tchau e Deus te abençoe pra aula.

Meu avô disse uma vez que se sentia preso na cidade. Uma pessoa que nasceu, cresceu, viveu sua vida toda no campo, certamente sente saudades. Mesmo Maringá não tendo todo o trânsito que tem agora, era uma cidade com ruas, carros e movimento no final dos anos 1970.

E num dia no começo de 1979, meu avô fechou seus lindos olhos azuis e descansou. Eu desejava ter sido adulta em 1975, poder ajuda-lo naquela tristeza toda. Guardo aquela imagem dele olhando tristemente a grama branca, sempre com o pensamento de que, certamente, ele teria vivido alguns anos mais se não fosse aquela geada avassaladora.

Até hoje, com meus 60 anos de idade, quando algum estrangeiro ou estrangeira me chama de “Tánia”...sorrio pensando nos meus avós italianos como se ouvisse a voz deles. 



 

 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Aumenta número de feminicídios, lesão corporal e importunação sexual em 2020

O Anuário da Segurança Pública publicado nessa semana apresenta dados de 2019 e 2020 sobre o aumento da violência no Brasil, os quais são de grande relevância para conhecer e avaliar o quadro da violência no país, em cada estado da federação e nas capitais.

Ao fazer um recorte nos itens violência contra a mulheres e contra crianças e adolescentes, os dados informados no Anuário mostram que 60,2% das mulheres mortas tem filhos; 79,9% das que são esfaqueadas ou morrem por tiro, tem filhos; 74,3% das mulheres que sofreram espancamento ou tentativa de estrangulamento, tem filhos; 70,9 % das mulheres que sofrem ameaça; ou seja, na maioria dos casos de violência doméstica contra a mulher, as crianças estão presentes.

Dado conhecido de quem atua na área de políticas públicas para mulheres, reforça a necessidade de atendimento humanizado e qualificado, como por exemplo, a existência das Casas Abrigo que acolhem as mulheres em situação de violência e permitem com elas, a permanência de crianças e adolescente.

Apesar dos dados serem frios, não mostrar nem a dor nem o sofrimento pelos quais passam as mulheres e as crianças, os dados podem permitir que sejam estabelecidas políticas públicas de enfrentamento à violência doméstica, com aumento de orçamento público para a viabilização dessas políticas.

Com relação aos homicídios de mulheres, foram 3.913 homicídios de mulheres em 2020, dos quais, 1.350 são considerados feminicídios. O próprio Anuário destaca a subnotificação dos casos de feminicídio tanto no registro da ocorrência como na análise judicial. O fato concreto é que 81,5% das mulheres assassinadas são mortas por seus companheiros ou parentes, ou seja 9 em cada 10 mulheres assassinadas. A maior taxa de feminicídio ocorre na faixa etária entre 18 e 30 anos.

A maioria dos feminicídios são cometidos com uso de arma branca, no entanto, o aumento de 100% no registro de porte de armas de fogo, que elevou o Brasil a números crescentes, chegando a 1.279.491 registros em contraposição aos 637.972 de 2017, se torna preocupante na medida em que as armas estarão dentro de casa ao alcance dos agressores.

Os demais dados são, também, alarmantes: 54% dos feminicídios acontecem dentro de casa; 61,8% das mulheres assassinadas são negras e houve aumento da importunação sexual. Os estados do Paraná e do Piauí foram os que tiveram aumento no caso de ameaças.

Com relação ao estupro, 60,6% das vítimas são vulneráveis e menores de 13 anos de idades e 86,9% das vítimas são do sexo feminino.  Sobre o estuprador: 85,2 são conhecidos das vítimas e 96,3 são do sexo masculino.

Houve aumento significativo nas ligações para o 190 sobre violência doméstica no Brasil como um todo, passando de 596.721 em 2019 para 694.131 em 2020. Não se pode esquecer que no período da pandemia, houve aumentos nas ocorrências de agressões contra as mulheres e crianças. No Paraná foram 54.274 ligações para o 190 em 2019 e em 2020, foram 63.345. Os registros de lesão corporal também aumentaram no Paraná, sendo 18.038 em 2020.

Os dados servem para desmistificar a falta de consciência sobre a violência contra a mulher, principalmente ao ser mostrado, de forma transparente, que além da maioria das mulheres ser morta por companheiro (marido, namorado etc) ou ex-companheiro, esse crime se dá dentro de casa.

Existem duas formas de colaborar para minorar esses dados terríveis: geral e individual. No geral, pode ser cobrado dos governos e da justiça, políticas públicas e ações para combater a violência contra a mulher.

Individualmente, cada um e cada uma pode ficar alerta, chamar a atenção dos homens agressores, apoiar as mulheres em situação de violência, entre tantas ações do cotidiano.

 


 

domingo, 11 de julho de 2021

Feminismo não é “mimimi”

Antes de falar que feminismo é "mimimi", como acontece nas redes sociais e, em alguns veículos de comunicação, é importante conhecer a história da luta das mulheres por direitos. Ao conhecer a história e os problemas que as mulheres enfrentam em seu cotidiano, certamente, essa expressão deixará de ser usada.

O filme “As sufragistas” trata bem do primeiro período do feminismo marcado pela busca dos direitos civis, dentre eles, o voto feminino, no início do século XX. Mas, o filme vai além e mostra assédio sexual no local de trabalho, a falta de poder das mulheres nas questões de família, entre outros temas. Esse período é chamado de primeira onda do feminismo.

De modo bem resumido, tem- se que a segunda onda foi marcada pela luta pelo fim da violência contra as mulheres e punição aos agressores; a terceira onda trouxe a luta das mulheres negras, LBT, portadoras de deficiência, entre outras e a quarta onda, que segundo pesquisadores, é a atual, trouxe a luta pelo direito ao próprio corpo, direitos reprodutivos, contra a cultura do estupro, assédio sexual e moral, fortemente marcada pelo uso da tecnologia para divulgar suas ações e reivindicações.

O fato de se dividir o feminismo em ondas não significa que os direitos reivindicados em cada uma delas foram amplamente alcançados, mas retrata as lutas de cada época e como elas se relacionam com o período histórico.

No entanto, antes do início do século XX, houve mulheres na história como, por exemplo, a francesa Olympe de Gouge que com outras mulheres, escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, em 1791, no qual afirma que “A Mulher nasce livre e permanece igual ao homem em direitos. As distinções sociais só podem ser fundamentadas no interesse comum”.  Ao ser condenada à morte por traição pela república que ajudara a criar e a qual tecia críticas ferrenhas, Olympe teria dito: “Se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve ter igualmente o direito de subir à tribuna”.  

Assim, encontram-se vários exemplos de mulheres que atuaram na história, de forma isolada. O que marca o início do século XX como o começo do movimento feminista é, exatamente a organização das mulheres que, em conjunto, passam a reivindicar direitos, em todas as áreas como os direitos civis e políticos, direito econômicos, sociais e culturais e direitos coletivos.

Por isso, alguns historiadores consideram o movimento feminista como um movimento revolucionário que modificou as estruturas sociais sem fazer guerras.

Assim, estudar a história é importante para compreender o movimento feminista, no entanto, além de estudar, basta olhar ao redor e verificar o que as mulheres sofrem ainda, na terceira década do século XXI. As mulheres foram as mais prejudicadas com a pandemia por desemprego; aumentaram os feminicídios; aumentou a violência contra a mulher; ainda tentam desqualifica-las e prejudica-las nos locais de trabalho; sofrem assédio na política, nas escolas e nas ruas.

O feminismo formado por mulheres que defendem os direitos das mulheres deixa claro, em sua trajetória, que não é “mimim”, expressão usada para desmerecer o direito ou a dor de outras pessoas. Pelo contrário, o feminismo é um movimento sério que salva a vida das mulheres, garantindo o direito à uma vida digna e feliz. 

 


 

 

 

 

 

 


 

sexta-feira, 9 de julho de 2021

UEM e Prefeitura (Semulher) assinam convênio para curso de qualificação

Realizou-se na data de hoje, a assinatura do termo de convênio entre a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres. O convênio realizado é para a oferta de curso de qualificação para a rede de atendimento às mulheres em situação de violência, na modalidade ensino à distância.

Participaram da mesa de abertura, o Reitor da UEM, Júlio Damasceno, o vice-prefeito Edson Scabora, a Secretária de Políticas Públicas para Mulheres (Semulher), Terezinha Pereira e o Chefe de Gabinete da UEM, Alessandro Rocha.

Em sua exposição, a secretária Terezinha agradeceu todas as ministrantes do curso e o apoio técnico do Núcleo de Ensino a Distância da UEM (NEAD-UEM). Segundo ela, o embrião do projeto aconteceu em uma reunião entre o Fórum Maringaense de Mulheres (FMM) e a Semulher, na qual ela comentou que sonhava em fazer um curso de capacitação para a rede de atendimento às mulheres em situação de violência e a professora Eliane Maio disse que também era um sonho dela. A partir daí começaram as reuniões (on line, pois ocorreu durante a pandemia) para a formatação do projeto.

Na sequência, o projeto foi apresentado ao vice-reitor Ricardo Dias e a professora Josimayre Novelle (Coordenadora do NEAD) com professoras da UEM aposentadas que integram o FMM e integrantes da OAB. Após todos os encaminhamentos, gravações de aulas, chegou-se até esse momento de muita emoção. Terezinha Pereira citou nominalmente todas as ministrantes do curso bem como o pessoal de apoio do NEAD, representado pela coordenadora e pelo servidor técnico Erivelto Alves Prudêncio.

Para o chefe de gabinete Alessandro Rocha, a oferta de um curso desse porte se enquadra dentro das diretrizes de inclusão da UEM, que começou com as cotas raciais e culminou com a Política de Direitos Humanos aprovada na instituição.

O Vice-prefeito de Maringá, Edson Scabora salientou a importância do conhecimento e a transformação do conhecimento em obras como a execução do projeto do curso que a partir do conhecimento das ministrantes será proporcionado o conhecimento para aperfeiçoar o atendimento numa área de vulnerabilidade social.

Cumprimentando a todos e todas, o Reitor Júlio Damasceno salientou a relevância da parceira entre a Prefeitura e a UEM, em diversos projetos, sendo este mais um deles que se soma a integração da comunidade acadêmica na cidade de Maringá.

Mesmo de férias, o vice-reitor da UEM, professor Ricardo Dias, também compareceu a cerimônia que, segundo ele, não poderia deixar de comparecer pois acompanhou todo o processo desde a primeira reunião na UEM. Dias também comentou sobre a Política de Direitos Humanos  e a promoção da inclusão na Universidade.

Após as falas procedeu-se a assinatura do termo de convênio e posterior encerramento da cerimônia que seguiu os protocolos de proteção contra o coronavírus contando com poucas convidadas. 

Valquiria Francisco, Presidente do FMM; Vereadora Ana Lúcia Rodrigues representando a Câmara Municipal;  Ana Cláudia Pirajá – Presidente da OAB-Maringá e as ministrantes do curso: Alana Marquezini (Coordenadora do CRAMM- Centro de Referência de Atendimento às Mulheres Maria Mariá); Eliane Maio (NUDISEX-UEM); Eva Santos (Presidente do Conselho Municipal da Mulher de Maringá e do Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques); Margot Jung (AMLGBT- Associação Maringaense LGBT) e  Tania Tait (Ong Maria do Ingá Direitos da Mulher) foram as participantes da cerimônia.

 

Galeria de Fotos:













 

 

 

 

segunda-feira, 5 de julho de 2021

A inocência do povo brasileiro diante da pandemia

Aquela malandragem e o jeitinho brasileiro à moda Gerson caiu por terra diante de uma pandemia avassaladora que mostrou, também, por incrível que possa parecer, a inocência do povo brasileiro.

A primeira inocência foi quando se pensava que a pandemia duraria pouco tempo. Assim, ficar em casa, sem as festas familiares e os encontros com amigos foram contidos em nome do bem-estar de todo mundo. Menos pra uma parcela da  juventude, que até na atualidade continua se aglomerando em festas clandestinas, sem consciência de que podem contaminar seus familiares e colegas de trabalho.

Muitas pessoas naquele período inicial da pandemia, davam dicas de atividades pra fazer no isolamento, criaram mais vínculos familiares e juntos pensavam que tudo voltaria à normalidade.

A solidariedade em auxiliar os que necessitavam pela perda de emprego e pela perda de renda se tornou um caminho importante para minorar a dor da população, sem esquecer que antes da pandemia o desemprego alcançara a casa dos 12 milhões de desempregados por falta de política econômica por parte do governo federal que tem sua agenda voltada apenas para o agronegócio, bancos e sucateamento dos serviços públicos.

No entanto, o tempo foi passando e o número de mortes por Covid aumentando: 10 mil, 20 mil, 30 mil...50 mil deixou as pessoas assustadas...100 mil...desconforto...200 mil...amigos, familiares, entes queridos...300 mil...500 mil...

O pensamento de que a experiência catastrófica da Europa no atraso ao combate ao Covid permeava a sociedade brasileira, no ritmo do “aprendemos com eles” caiu por terra ao colocar o Brasil entre os primeiros países do mundo em morte e em contaminação.

                                                        Imagem: Olhar Digital

A segunda inocência foi pensar que a postura do presidente Bolsonaro e seu governo fizesse parte da chamada teoria negacionista que não acredita nos protocolos da Organização Mundial de Saúde e, portanto, nega uso de máscara e distanciamento social e promoveu ações contra o lockdown como medida sanitária de controle da propagação do vírus. Não era nada disso, pois agora vem à público que o governo Bolsonaro estava negociando propina em cima da compra de vacina quando brasileiros morriam por Covid.

É muito cruel, no estilo coisa de cinema, imaginar o governo Bolsonaro e seus políticos apoiadores negociarem propina, atrasando a vacinação, de propósito, em cima dos cadáveres de milhares de brasileiros e brasileiras. E o  povo vai pras ruas pelo impeachment do presidente, agora visto como genocida e ladrão.

Tão espertamente malandro, o povo brasileiro se viu às voltas com mais de meio milhão de cadáveres que tem nome, família, sonhos, enfim são pessoas de carne e osso que poderiam estar ainda entre nós, mas que tiveram suas vidas ceifadas pelo atraso na vacinação ocasionada por propinas patrocinada pelos corruptos de plantão que estão no governo.

Tão espertamente malandro, o povo brasileiro vai percebendo, aos poucos, com muita dor, que a vida e a morte, dependem sim de quem detém o poder no governo. 

Tão espertamente malandro e tão inocente ao mesmo tempo, o povo brasileiro viu, ser enterrado muitos sonhos e esperanças de uma vida melhor por um governo que, nesse tempo todo da pandemia, estava negociando as mortes com atraso de vacinas por propina.

E assim segue o Brasil na pandemia, como num requiem...

Requiem