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quarta-feira, 31 de março de 2021

As mulheres na luta política durante a ditadura militar no Brasil

 É hoje o debate "As mulheres na luta política durante a ditadura militar no Brasil".

A data não foi escolhida ao acaso. Além de estar dentro do mês da mulher, a data marca o golpe militar instaurado no Brasil em 1964.
 
A ditadura do governo militar durou até 1985, quando houve a abertura democrática. As ditaduras militares nos países da América Latina ocorreram no mesmo período, patrocinadas pelo EUA, durante a chamada guerra fria, como forma de combater o comunismo, palco da rivalidade entre Rússia e EUA.
Foi um período de grandes retrocessos para o Brasil, principalmente em áreas como economia, educação, cultura e direitos civis.
 
A política política do governo da ditadura militar assassinou, torturou e agrediu os que eram contrários ao governo, não importava ser era ligado ao comunismo ou não, bastava ser contra a ditadura para ser preso pela polícia.
 
No caso das mulheres, as torturas tinham conotação sexistas, acompanhadas de estupros e violação dos seus corpos.
 
Pra quem quer conhecer sobre as atrocidades cometidas no governo da ditadura militar indico a leitura de dois livros: Brasil Nunca Mais organizado por Paulo Evaristo Arns e Batismo de Sangue, de Frei Beto.
 

Quem quiser conhecer a história de algumas mulheres que lutaram contra a ditadura militar em Maringá, indico o livro de minha autoria "As mulheres na luta política".
Sim, Maringá teve homens e mulheres que atuaram no campo de luta contra a ditadura militar.

quinta-feira, 25 de março de 2021

Luto e luta coletivos diante de mais de 300 mil mortos por Covid

 Hoje, 25 de março, o Brasil ultrapassou a casa dos 300 mil mortos por Covid. Desde que o coronavírus surgiu e diante do negacionismo do presidente genocida da república federativa do Brasil, ao sabotar todas as medidas ditadas pela área de saúde, ao atrasar a vacina em nosso país e a vomitar uma série de insanidades, o crédito dessas mais de 300 mil mortes devem ir pra conta dele.

Além do número assustador, sabemos que cada pessoa que morre por Covid, não é apenas um número, é um ser humano que tem família, tem vínculos, tem profissão, tem trabalho e uma vida pra ser vivida em sua plenitude.

A situação está tão alarmante que, todo dia, recebemos a notícia de uma pessoa que está internada ou faleceu por Covid. Algumas delas são pessoas que, em algum momento, tivemos contato, outras são pessoas amigas de convívio.

Independente do relacionamento que tivemos com pessoas cujas vidas foram ceifadas pela Covid, o sentimento que nos atinge é de uma tristeza imensa em ver tantas vidas perdidas que poderiam ter sido salvas se a vacina tivesse chegado a tempo para elas.

Ontem li uma postagem e compreendi o significado desse sentimento, não é apenas a impotência de tudo que está acontecendo, é um sentimento de luto coletivo.

Luto coletivo pelas lembrança que trazemos de pequenas frases ditas e  de conversas pra realizar uma palestra sobre violência contra a mulher no auditório da Igreja; uma troca de ideias sobre os drones e a invasão de privacidade; uma lembrança de participação numa conferência da mulher; participação em festas com uma roda de samba; a espera de um café para troca de livros para breve...seja qual for a história, essas pessoas estão embrenhadas na nossa teia da vida e merecem todo nosso respeito, carinho e serem lembradas sempre.

Sabemos, também, que precisamos ser fortes e nos unirmos para não sermos tomados pela morte da esperança que nos emudece e nos paralisa.

A vida nos chama para lutar, seja na nossa intimidade, seja nas lutas coletivas.

Nas lutas coletivas, hoje, em meio a esta terrível pandemia, temos dois momentos importantes. O primeiro é o levante feminista contra o feminicídio, convocado em nível nacional. O segundo é o XIII Café, Mulheres e Política com o tema “Mulheres e crianças na pandemia”, realizado pela Ong Maria do Ingá. São eventos que nos auxiliam a pensar nos desafios que temos que enfrentar com uma grande lição: sigamos com união, fé e força.

 Na intimidade, do fundo do meu coração e diante do nosso luto coletivo, apenas me vem à mente:

 #vacinaparatodosurgente

Trezentas mil vezes: #ForaBolsonaro

25 de março: Levante feminista contra o feminicídio


 

sexta-feira, 19 de março de 2021

Ong Maria do Ingá realiza o XIII Café, Mulheres e Política

O XIII Café, Mulheres e Política será realizado no dia 25 de março. Devido a pandemia, a ong Maria do Ingá, organizadora do evento, adota o formato on line live para realizar seu mais tradicional evento. O evento será transmitido pelo facebook Ong Maria da Ingá Direitos da Mulher, com o tema: Mulheres e crianças na pandemia. As convidadas são:


Ana Maria Tardelli, psicóloga, integrante da Ong Maria do Ingá Direitos da Mulher e sócia do co-working materno Vilarejo; 
Mariana Tait, relações públicas, administradora do grupo Mães do ingá e integrante da Ong Maria do Ingá;
Sonia Versari, assistente social, Conselheira Tutelar Zona Sul e integrante da Ong Maria do Ingá;
Vilma Garcia, professora, presidente da APP Sindicato Regional Maringá e suplente de vereadora.
 
A realização do evento se dá em parceira o grupo Conectadas da UEM, com emissão de certificados como projeto de evento de extensão.
 
O evento é aberto ao público.
 
Acompanhe as informações em: XIII Café, Mulheres e Política
 
 

 
 

quinta-feira, 18 de março de 2021

Diário Ficando em Casa: uma tragédia anunciada

No meu último texto Diário Ficando em Casa, em 06 de janeiro, quando o Brasil contava com 200 mil mortos, eu destaquei três pontos: a incompetência ou negligência planejada do governo brasileiro em planejar vacinação da população; a retomada das festas e viagens como se o vírus não mais estivesse entre nós e o aumento do número de pessoas que tem medo da vacina. Dos três pontos, talvez o único que tenha melhorado um pouco é a diminuição do medo das pessoas da vacina, por entenderem, finalmente, que é o que pode salvar vidas.

Hoje, 18 de março, o Brasil chega aos seus mais de 280 mil mortos por Covid com uma vacinação lenta e desordenada. Tudo isso pode ser computado na conta do governo federal, sem sombra de dúvidas. Afinal um governo que nega a pandemia desde o seu início chamando-a de gripezinha, patrocinou esse triste resultado. A recusa em acatar os protocolos amplamente divulgados de distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel por parte do governo federal influenciou diretamente milhares de brasileiros, seus seguidores ou não, que preferiram se aglomerar em festas ou manifestações, expondo a si e a seus familiares ao vírus.

No meio disso tudo, a população vai se entristecendo cada vez mais, pelo desemprego, pelo aumento dos alimentos e combustível, pelo aumento da inflação, por receber notícias tristes de morte de familiares, amigos, conhecido e desconhecidos. É como se o cerco de uma guerra fosse se fechando até chegar em cada um de nós.

Relatos de problemas emocionais são constantes e, quantos de nós, quando conseguem dormir vencidos pelo cansaço, não acordam de madrugada com aperto no peito, uma tristeza por ver tanto descaso do mandante do governo federal que conseguiu com seu espírito bélico e armamentista tirar o sorriso das famílias brasileiras.

Graças a maioria dos governadores e prefeitos, a situação não se encontra ainda pior. Muitos tiveram que enfrentar a fúria e as ofensas de alguns empresários negacionistas, mas mesmo diante das adversidades, procuram ampliar os serviços da área de saúde com mais recursos humanos e equipamentos e a busca pela compra de vacinas.

Por algum tempo, a imagem dos idosos e profissionais de saúde sendo vacinados trouxe esperança aos nossos corações. No entanto, a força do vírus com contágio mais rápido e letal assustou o país.

Penso que, ao invés de atacar quem realmente está atuando pra salvar vidas, todas as pessoas deviam se unir num grito único: VACINA JÁ, URGENTE, PARA TODO MUNDO!

O outro grito espero que a população dê nas urnas em 2022, se não quiser dar antes.

 

domingo, 14 de março de 2021

Na pandemia: discurso de Lula, fim da defesa da honra e aglomerações pelo Brasil

Na semana em que o Brasil atinge a pesarosa marca dos 278 mil mortos por Covid, com média de mortes altíssima na maioria dos Estados, três notícias chamaram a atenção: o discurso do ex-presidente Lula após ter suas ações da Lava Jato suspensas pelo STF (Superior Tribunal Federal); a normativa de proibição do uso de legítima defesa da honra por parte dos advogados de defesa em casos de feminicídios e as aglomerações em festas e manifestações pelo país.

O discurso do ex-presidente Lula mobilizou a militância de esquerda e petista ao mesmo tempo que forçou uma guinada do governo federal no direcionamento do combate ao Covid-19.

Antes pautado pelo negacionismo, críticas aos governadores e contra o lockdown, o presidente assume uma postura mais cautelosa, provavelmente, pressionado por seus apoiadores e pelo mercado internacional que enxergam no retorno de Lula ao cenário político, um perigo para suas aspirações eleitorais de 2022 para reeleição com vistas ao aprofundamento da agenda neoliberal de privatização e desmonte do serviço público.

Por sua vez, ao falar e ter a possibilidade de elegibilidade, Lula acendeu a esperança em milhões de brasileiros que tem na sua memória os benefícios que recebiam nos governos petistas, com sonho de casa própria, universidade, atendimento na saúde, alimentação, dentre outras coisas básicas para que as pessoas tenham o mínimo para uma vida digna.

Além da liberação de Lula pelo STF, no dia 08 de março, o mês da mulher recebeu outra notícia que se soma as ações no combate à violência contra a mulher.

Finalmente, o STF retirou dos processos a alegação de “legítima defesa da honra” que ainda aparecia como argumento de defesa nos processos de defesa de assassinos de feminicídio. Um argumento muito usado nos anos 1960 e que voltou ao cenário jurídico recentemente, a legítima defesa da honra possibilitava que os homens assassinos sequer fossem a julgamento, em alguns locais. A partir desse argumento absurdo, a culpa do próprio assassinato recaia sobre a mulher vítima, pois da honra dela dependia a honra do marido e, assim, ele poderia dispor de sua vida. Felizmente, o STF acabou com o uso desse argumento absurdo que promovia a absolvição de criminosos feminícidas.

As aglomerações em festas e manifestações tomaram conta dos noticiários. Festas com até 500 pessoas, num momento de aumento de casos de mortes por Covid, demonstra a insensibilidade dos organizadores e dos frequentadores. Festas organizadas num momento em que pessoas estão morrendo por Covid e lotando as UTIs mostra um lado não só irresponsável, mas perverso contra a valorização da vida.

Da mesma forma, as manifestações convocadas durante uma semana em que as mortes atingiram mais de 2000 casos por vários dias, soam como irresponsabilidade. Sabe-se que os manifestantes são apoiadores do governo federal que tem negado o combate ao Covid. As palavras de ordem se misturam e se confundem ao pedir abertura do comércio, abertura das escolas, intervenção militar, contra o STF e contra os governadores que estão se empenhando em adquirir vacina.

No fim das contas, as três notícias estão interligadas pois estão inseridas no contexto da pandemia. Ao estarem interligadas confundem a população que sabe que, mesmo diante de tudo isso, pode ficar desempregada ou ter seu salário reduzido, o que não dá pra manter suas necessidades básicas de alimentação e moradia. Entretanto, vale lembrar que a culpa não é só da pandemia, a política econômica do governo federal já se mostrava um desastre, antes da pandemia, com 12 milhões de desempregados em fevereiro de 2020.

Enquanto a elite brasileira se esbalda em lucrar com a pandemia, o empobrecimento toma conta do país, apoiado ainda por uma classe média que não se enxerga como classe trabalhadora ou pequeno/médio empresário ou pequeno agricultor e vai às manifestações no apoio ao governo federal, contra si própria, sem se aperceber do tiro no próprio pé.

A semana foi movimentada com notícias, sentimentos, em indignação e em tristeza pelas quase 300 mil mortes. Vale a esperança da vacina que vai chegando aos poucos e se tornando concreta na vida do povo brasileiro.

Vale a esperança de semanas melhores!



 

sábado, 6 de março de 2021

O Dia Internacional da Mulher na pandemia: mais do que flores, queremos respeito e vacina já!

É o primeiro Dia Internacional da Mulher em meio a uma pandemia que assola tristemente nosso país. A data de 08 de março foi criada em 1975 pelas Nações Unidas como forma de valorizar a atuação da mulher na sociedade e ao mesmo tempo colocar em pauta a luta pelos direitos das mulheres.

Dois movimentos surgiram a partir daí e marcam o 08 de março: (1) a manutenção do papel da mulher com presentes de flores e chocolates e (2) como símbolo de luta das mulheres.

No primeiro movimento, o das flores e chocolates, as mulheres são presenteadas e o capital (sempre ele) se aproveita da data do dia da mulher para vender seus produtos e manter as mulheres no que foi determinado que seria seu lugar, o de receber presentes, mantendo a postura feminina de passividade, sem protagonismo.

Por outro lado, o segundo movimento, o de tratar o 08 e março como símbolo de lutas, pautado pelo movimento feminista, relembra a trajetória das mulheres nas lutas pelo direito à liberdade, ao voto e pelo fim da violência contra a mulher e ao mesmo tempo busca fortalecer as mulheres para os desafios enfrentados no mundo do trabalho, nas escolas, nas ruas e dentro de casa.

Lutar pelos direitos e receber flores e chocolates não são excludentes, pois algumas mulheres gostam de flores e chocolates e tem todo do direito de gostar. O que não cabe mais na nossa sociedade é apenas receber flores e chocolates e esquecer das lutas senão fica parecendo aquele ciclo da violência repetitivo no qual o agressor, depois de ferir sua companheira, a enche de mimos e presentes.

Nesta pandemia, o símbolo de luta levantado pelo 08 de março se torna mais forte diante das adversidades que atacaram ainda mais as mulheres tais como o desemprego, o aumento da violência doméstica e o aumento do feminicídio conforme atestam dados da Segurança Pública, em comparação de 2019 e 2020. Ao se tratar das meninas, a situação se agrava de forma exorbitante, com 58% de estupros em meninas com menos de 13 anos.

A postura negacionista e de boicote no combate ao coronavírus por parte do governo federal, também, tem implicações diretas na vida das mulheres, as quais, além do desemprego, se tornam encarregadas de cuidar das crianças sem escolas, com aumento das atribuições, inclusive, no tocante aos idosos das famílias e os cuidados com o isolamento. Da mesma forma, as mães que trabalham no mercado informal ou são empreendedoras tornaram-se, repentinamente, sem condições de exercer plenamente suas atividades.

Diante desse cenário, a luta das mulheres clama por vacina para todos e todas, para que o país deixe de continuar mergulhado nesse mar de lágrimas pelos mortos por Covid e  para que a vida volte à sua rotina normal.

Assim, as mulheres, mais uma vez, diante de tantas adversidades, provam que o 08 de março é, sim, um símbolo de luta!!!

Vacina já, para todas e todos!!