Para compartilhar idéias!







quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

O mau caratismo nas redes sociais

O ano de 2018 foi marcado por uma novidade de nome inglês, as fake news, traduzidas para o portugues como "notícias falsas". Por meio das fake news, pessoas são desqualificadas, ofendidas e depreciadas, partidos políticos são atacados e eleições ganhas. Tudo isso é realizado pela população ou pelas empresas de mídias anti-éticas que espalham as mentiras pelo universo on line que se propaga no mundo real.
Da mesma forma que as pessoas acreditavam piamente nas propagandas eleitorais via TV, hoje acreditam nas mentiras ou fake news. Alguém tem duvida de que as pessoas acreditaram na tal "mamadeira de bico de piroca" ou "kit gay"?. Tem gente que chega a jurar, que seu pastor viu etc etc. Observe-se, também, as notícias divulgadas como se fossem notícias verdadeiras, quando voce abre pra ler, é um artigo de opinião. O artigo de opinião é assinado por uma pessoas e, claro, pode conter dados estatísticos e completos. No entanto, colocar um artigo de opinião é mau caratismo na medida em que isso é divulgado como se fosse reportagem do jornal ou rede social.
Hoje me deparei com outra modalidade do que chamo de "mau caratismo nas redes sociais". Está sendo veiculado uma reportagem de uma revista com um título. Quando voce clica para ler a reportagem, o título é outro e não tem a conotação do título divulgado. No título falso divulgado é fornecido uma impressão e ataque a esquerda. Ao ler o artigo, voce verifica que não é nada disso. Mas, quantos de nós, clica em cima para ler o conteúdo e descobrir a mentira? Parece aquelas reportagens de jornal impresso com título sensacionalista e quando voce lê a reportagem, ve que não tem a ver com o conteúdo. No entanto, quando a pessoa passa na frente da banca de jornal, enxerga o título de longe e vai reproduzir com a  próxima pessoa que encontrar. Tem gente que até compra o jornal devido o título chamativo.
Precisamos prestar atenção e não dar crédito a essas modalidades de mau caratismo nas redes sociais. Fakenews, postar artigos de opinião como reportagens, mudar títulos de reportagens, entre outras maracutaias informativas devem ser combatidas sistematicamente para o bem da verdade e da informação precisa e formadora de opinião com conteúdo sério e que contemple as várias versões de um fato.

domingo, 23 de dezembro de 2018

Feliz Natal e feliz 2019

Feliz Natal e feliz 2019. Muita luz,  força e resistência diante das adversidades. Que sigamos juntos por um mundo justo, fraterno e igualitário.

Lula é forte por demais

Pensamento do dia: o Lula é forte demais. Em apenas  uma hora conseguiu mostrar a divisão do STF, fez generais se reunirem, fez o presidente eleito mandar seus ministros ficarem quietos sobre a soltura do Lula e acordou os eleitores adormecidos do eleito que estavam silenciados sobre a corrupcao da familia e do eleito. Como bem disse Obama: Lula é o cara. #LulaLivrejá

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

País de dois pesos e duas medidas

Ao realizar uma análise das últimas notícias na política brasileira divulgadas amplamente na imprensa percebe-se que o Brasil, realmente, é um país de dois pesos e duas medidas. Essa postura se reflete no judiciário, na imprensa, no mundo político e na população. 
Situações que no passado recente mobilizaram todas as pessoas contra a corrupção, considerado o grande mal do país, agora são alvo de comentários minimizantes ou mudança de assunto, jogando para outros políticos ou partidos políticos. Para exemplificar, cita-se a quantia desviada na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro pela e para a família do presidente eleito, considerada por um futuro ministro general, como "valor irrisório" ou seja, ele indica, claramente, que, agora, voce pode roubar desde que seja pouco. 
Vale salientar que o tal valor "irrisório" é mais alto do que o valor atribuido ao sítio para Lula. Mas, num pais de dois pesos e duas medidas, isso não vem ao caso. Comentários de eleitores da família e seus aplicativos robôs buscam minimizar a corrupção, desviando para outros temas. Fica até chato e esquisito, a cada comentário comentando a corrupção da família, vem uma chuvarada de defensores defendendo e atacando outro partido.  
Mas, está tudo certo, pois a última pesquisa, a qual me causou estranheza, coloca que 75% consideram que o presidente eleito está no caminho certo. Talvez, as pessoas ainda estejam embuídas do princípio malufiano do "rouba mas faz". Será?

sábado, 17 de novembro de 2018

Sobre violência contra a mulher no Programa Cristina Calixto

Sempre gratificante poder contar com o apoio da imprensa na luta pelo fim da violência contra a mulher. Nossos agradecimentos à apresentadora Cristina Calixto e sua equipe.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Dados da violência contra a mulher tem crescimento alarmante


Os dados sobre a violência contra a mulher continuam alarmantes pelo crescimento exponencial. Dados da OEA informam que a taxa de feminídios no Brasil é de 4,8 por 100 mil habitantes, sendo a quinta maior taxa do mundo. No primeiro semestres de 2018 foram registradas mais de 70 mil denúncias no disque 180.  
Os dados de 2017 indicam aumento de casos de estupros (com 60.018 vítimas), aumento de  casos de violência doméstica (221.238 registros, ou seja, 606 casos por dia) e aumento do número de feminícidios, com 1.113 mulheres assassinadas.
No Paraná, os dados da Coordenadoria das Delegacias da Mulher do Paraná mostram que houve aumento nos casos de violência nos últimos três anos, como no item ameaça que passou de 4.746 em 2015, 7329 em 2016 para 7.948 em 2017; de lesão corporal, de 3468 em 2015, 4591 em 2016 passou para 6.342 em 2017.
Em 2017, 119 mulheres foram assassinadas no Paraná, que foi o líder de notificações de feminicídio, com uma média de 13 casos de assassinatos por mês. Em três anos, de março de 2015 a março de 2018, no Paraná, 464 mulheres foram assassinadas.   Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 1996 e 2016 foram assassinadas 5.067 mulheres no Paraná. Outro requisito que desponta no Estado, segundo relatório do Ministério de Direitos Humanos, entre janeiro de 2017 e junho de 2018 foram registrados 8.118 denúncias pelo Ligue 180.
Em Maringá, dados da Delegacia da Mulher apresentam 2.130 ocorrências  até outubro de 2018.
Um dado que chama a atenção é que 43% dos homens ainda consideram que a mulher seja quem provoca a agressão, ou seja, a vítima é vista como culpada da própria agressão ou morte ocasionada por um ex-amor ou amor atual.
Os dados são importantes para fornecer o quadro real da situação da violência contra a mulher. Mas, o que fazer com esses dados e diante dessa violência que atinge nossas mulheres e meninas.
Leis mais rigorosas como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, aprovadas em 2006 e 2015, respectivamente, nos governos Lula e Dilma, são efetivas ao punir com mais rigor agressores e assassinos de mulheres. No entanto, mesmo com as leis mais rigorosas e toda a rede de atendimento às mulheres vítimas de violência, homens continuam matando e agredindo as mulheres.
A violência não acontece de um momento a outro, os sinais vão sendo dados durante o relacionamento, no qual a mulher envolvida não os percebe. Quando a mulher se dá conta da situação, precisa reunir forças e, muitas vezes, sem o apoio da família, começa a enfrentar uma grande batalha em defesa de sua vida.
Nos últimos relatos de feminícidios chama a atenção a falta de envolvimento dos vizinhos e das famílias ao ver e ouvir o pedido de socorro das vítimas, seguindo aquele comportamento de “não meter a colher”, como se a situação fosse se resolver sozinha.
O “meter a colher” na atualidade pode ser uma denúncia anônima, chamar a polícia,  conversar com aquele amigo que maltrata a namorada/esposa ou qualquer gesto que possa salvar a vida daquela mulher vítima de um agressor.
O que não pode mais existir é a omissão!
Tania Tait, 14/11/2018

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O trinco no portão, a violência contra a mulher e nossos direitos


No final dos anos 1980, embaladas pelo ar democrático reinante no país, pelo borbulhar da expressão de liberdade e com recente proclamação da nova Constituição Federativa do Brasil que, finalmente ditava direitos iguais entre mulheres e homens, um grupo de mulheres advindas de movimento estudantil, movimento sindical, partidos políticos e Igrejas se reúnem e começam a realizar palestras e encontros com o tema fim da violência contra a mulher e  a igualdade entre mulheres e homens. As palestras eram realizadas na UEM, nas escolas e grupos de Igrejas.
Uma dessas palestras, realizada em uma escola pública de um bairro da periferia nos marcou profundamente. Falávamos da recém-criada Delegacia da Mulher e que as mulheres deviam procurar ajuda e não se sujeitarem à qualquer tipo de violência. 
 Ao final da palestra, uma senhora com um ar misto de doçura com tristeza pediu pra falar conosco. Ela nos contou sua história, que não tinha estudado, nem trabalhado fora, tinha duas filhas pequenas e o marido a agredia fisicamente. Ela nos contou que sabia se iria apanhar naquela noite pela forma como o marido abria o trinco do portão.
Fomos embora entristecidas pois levantamos o problema mas não tínhamos como encaminhar aquela mulher.  As delegacia da mulher era uma novidade e, mesmo com boa intenção, a infraestrutura de recursos humanos e materiais era insignificante diante da demanda da sociedade.
A primeira Delegacia da Mulher foi criada em 1985 em São Paulo. Dado o alto índice de violência contra a mulher, tornou-se necessário a criação de uma delegacia especial de atendimento à mulher vítima de violência para que a mulher pudesse prestar queixa e ser atendida por mulheres, para se sentir mais acolhida.
Mas, aquela senhora precisa de muito mais do que ir a uma Delegacia da Mulher prestar queixa do marido.  Ela precisava de apoio, de acolhimento e de fortalecimento. Na época, a própria mulher voltava para casa com a intimação para  entregar para o marido. Imagina a situação. A pena imputada para o marido, em alguns casos, era uma cesta básica de multa e um “sermão” antes de voltar para sua casa. O ciclo da violência era claro, o marido agressor se acalmava por um tempo e depois recomeçava  a violência contra  sua mulher.
Naquele dia, a nossa tristeza ficou mais intensa pois não existia acolhimento para as mulheres, apenas a denuncia na Delegacia da Mulher. A Casa Abrigo que teve sua primeira unidade na prefeitura petista em Santo André possibilita que as mulheres em situação de violência possam reestruturar suas vidas.
Em 2006, foi promulgada, pelo então presidente Lula,  a Lei Maria da Penha. Trata-se de uma lei que tira a violência do âmbito doméstico, exige a integração entre polícia, saúde e justiça e tipifica os vários tipos de violência. A Lei, hoje, mesmo ainda com deficiências em sua aplicação, é a Lei mais conhecida dos brasileiros. Constata-se pela estatística que a aplicação da Lei Maria da Penha e das medidas protetivas foi responsável por salvar a vida de mulheres no Brasil. Infelizmente, mulheres ainda sofrem violência e morrem nas mãos de seus companheiros.
Muito mais tarde, no Governo Dilma, que teve um olhar especial para as mulheres, foi promulgada a Lei do Feminídio que pune com mais rigor o assassinato de mulheres motivado pela condição de ser mulher. Outras ações que empoderaram as mulheres foram: o Bolsa Família e o Programa Minha Casa Minha Vida colocados no nome das mulheres, o disque 180, campanhas de mobilização pelo fim da violência contra a mulher, a  promulgação da lei que proíbe salários diferenciados entre mulheres e homens na mesma função, o programa de geração de emprego e renda para mulheres e o fortalecimento das secretarias das mulheres nos municípios.
Para quem vive em situação de violência doméstica, esse conjunto de medidas contribui para que a mulher se sinta fortalecida e possa recomeçar sua vida.
Mais de 30 anos nos separam daquela senhora. A cada palestra que fizemos ao longo desse tempo, nos lembramos dela. A cada década víamos que a vida dela e de muitas outras na mesma situação poderia ter mudado para melhor se a rede de atendimento às mulheres vítimas de violência existisse naquela época.
 O olhar dos governos petistas para a luta e o sofrimento das mulheres fez toda a diferença no momento de estabelecer políticas públicas, com a criação em 2003 da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres e o Pacto nacional pelo enfrentamento a violência contra a mulher. Em todas as Conferências Nacionais de Políticas para Mulheres, tivemos apoio, presença e encaminhamento das propostas vindas dos mais variados cantos do Brasil, das mulheres do campos, da cidade, das florestas, do litoral, das fronteiras, indígenas, negras, portadoras de necessidades especiais, lésbicas, trans, enfim mulheres guerreiras, brasileiras lutadoras.
Agora em 2018, ouço um candidato a presidência dizer que não contrataria mulher grávida, que mulher deve ganhar menos que homem, que só não estupraria uma deputada por que ela não merece, que teve 3 filhos homens e na última deu uma fraquejada e veio mulher e que propôs um projeto para proibir o SUS de atender as mulheres vitimas de violência.
Depois de tudo que conquistamos, a duras penas, temos que continuar  lidando com o machismo. Alguns anos atrás, eu disse em uma palestra que se bobeássemos  iríamos usar a burca que encobre os rosto e os corpos das mulheres. As mulheres riam e achavam que eu estava exagerando. Infelizmente, vejo que não foi exagero.
Depois de toda essa trajetória de conquistas em nossas vidas, não podemos retroceder e colocar na presidência do país, alguém que não respeita as mulheres nem as minorias e ataca nossa democracia e a liberdade de expressão.
Não podemos voltar a sentir aquela imensa tristeza e aquele nó na garganta por não poder atender plenamente aquela senhora e suas filhas pois não possuíamos os instrumentos de apoio que viriam anos depois, por não podermos tirar o "trinco do portão" de sua vida.
Precisamos seguir em frente, fortalecer nossa rede de atendimento às mulheres em situação de violência e empoderar nossas meninas e mulheres.
Precisamos fazer valer a Constituição Brasileira que diz que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres, conforme ditado no Art. 5º e seu inciso I“ Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”.
Por tudo isso e sabendo o que os governos petistas fizeram na área de direitos fundamentais, sigo firme com o Professor Haddad 13 pois sei em seu governo teremos valorização das mulheres e o fortalecimento dos programas de apoios às mulheres vítimas de violência.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

O fascismo estava escondido


Comecei a lembrar de muitas coisas nas últimas décadas e chego a conclusão que o fascismo estava escondido nas nossas famílias, nas nossas Igrejas, escolas e no nosso convívio social.
O fascismo não mostrava suas garras, pois sentia vergonha e estava camuflado pela onda de cidadania. No entanto, assassinatos de negros, nordestinos, lgbts, indígenas e mulheres, violência contra a mulher, discussões sobre os horrores do governo da ditadura militar, tudo sendo tratado de forma condecendente pela sociedade.
 Mas, não é privilégio nosso. Li recentemente um artigo que falava do nazismo e do fascismo na Europa e como o continente lidou com ele após os horrores da Segunda Guerra Mundial. Deputados nazistas e fascistas foram eleitos, permitem-se passeatas nazistas e, recentemente quase uma mulher com discurso racista e xenófobo foi eleita presidente da França. Destaca-se também as ondas imigratórias nos países da América do Sul, que receberam muitos nazistas e fascistas europeus que viveram escondidos em cidades ou no campo, com fachadas de cidadãos do bem.
Vale lembrar que o regime ditatorial fascismo foi criado na Itália, que deriva da palavra italiana fascio, que remetia para uma "aliança" ou "federação". Fundado por Mussolini em 1919, o fascismo foi, junto com o nazismo, pilar para a segunda guerra mundial. Só por aí, você já vê que coisa boa não é. Trata-se de um movimento que restringe as liberdades das pessoas, com tendências autoritárias, anticomunistas e antiparlamentares, da mesma forma que o nazismo, com uma forte conotação nacionalista. Muitas pessoas se fiam no anticomunismo, sem ter exata noção do que significa. Mas, o anticomunismo significou levar a morte todas as pessoas que comungavam de idéias diferentes das ditaduras fascistas e nazistas, fossem comunistas ou não. Seu alvo principal eram judeus, comunistas, gays e negros. Lembremos, também, que em vários locais, durante a Segunda Guerra, havia a Resistência que combatia os regimes nazista e fascista.
Vemos, agora, em uma comparação simplista, nesse período eleitoral, em que qualquer pessoa que seja contrária ao candidato fascista, é chamada de “comunista”, mesmo sem ser.
Portanto, não pensemos que o fascismo voltou agora. Ele sempre esteve aí, apenas criou coragem pra mostrar suas garras, sendo movido pelo discurso fácil e raso, como: armar a população para resolver todos os problemas do país, pregar violência contra os diferentes, pelo discurso de uma família tradicional que não existe na vida real e por uma distorção das bandeiras de lutas dos movimentos feministas, negros e LGBTs.
Não vamos nos enganar nem nos assustar, vamos nos organizar e ser fortes pra combater esse mal que sabemos o que fez em nosso mundo no passado. Eles contam com o medo e a intimidação. São violentos.
Nós contamos com o amor e a experiência de décadas de construção da nossa democracia que não pode ser perdida.

sábado, 29 de setembro de 2018

Ato Mulheres contra Bolsonaro em Maringá


Milhares de pessoas foram as ruas, tambem em Maringa, em um ato pacifico contra o fascismo e pelo #elenao.

domingo, 16 de setembro de 2018

Política em nossas vidas

Política pra mim sempre foi sinônimo de trabalho pelo bem comum e alegria por ter a liberdade de participar com trocas de idéias e ações. Nunca gostei de " trogloditas " e violentos. Agora me deixa perplexa toda especie de homofóbicos,  racistas, preconceituosos e machistas. Dói muito saber que alguns que defendem violencia e o candidato violento possam conviver comigo que sou mulher, a filha mais velha que teve duas filhas que não somos fruto de "fraquejada" mas de amor,  que sou feminista, que sou casada com um homem negro, que tenho amigos e amigas de todas as cores, amores e formas, que sou petista e defendo a liberdade de Lula. Isso significa, pela lógica, que faço parte da fileira de pessoas que são odiadas por eles e elas.  Temo pelos meus e não por mim mas não podemos nos calar! Continuo firme! Quero o sorriso, capturado por minha prima-irmã Rose nessa foto, pra todo nosso povo. Por isso vou de Professor Haddad 13, pro Brasil feliz de novo. Vou feliz pelo direito de me expressar sem que me calem!

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Museu como paixão!

O incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, me lembrou  a minha trajetória com relação aos Museus.  Frequentadora de museus por todos os locais que visito, sempre tive a percepção de que museus nos mostram o passado para que possamos nos compreender enquanto povo. Aprendemos com os museus a valorizar o presente e a construir o futuro, eles nos entretem e ao mesmo tempo nos educam.
Nos início dos anos 1990, após anos ministrando a disciplina de Introdução à Ciência da Computação na UEM, para cujas aulas eu levava sempre material e fotos, no item do programa História e Evolução dos Computadores, para mostrar aos alunos como eram os equipamentos, sua capacidade e o período em que foram utilizados.
Depois de um tempo, me ocorreu que poderia colocar esse material num local e levar os alunos de Ciência da Computação e Informática para este local. Comecei a reunir os materiais, fotos etc e surgiu a idéia de criar um Museu. Fiz pesquisas a respeito, elaborei um projeto permanente de ensino e assim criamos o Museu do Computador da UEM, em 1996. O Museu atualmente está com acervo armazenado no Bloco C56-sala 21, no prédio do Departamento de Informática e pode ser visitado on line no site www.din.uem.br/museu
Na época, recebemos muitas doações de equipamentos, me lembro de um em especial, em que o contador nos cedeu o seu primeiro computador usado no escritório de contabilidade. Depois recolhemos peças do equipamento usado na UEM, O IBM. Não deu tempo de resgatar o equipamento todo. Fomos assim, colecionando peças como computadores usados nos anos 1980, impressoras, scanners, mouses e graças a um professor da área de hardware que nos auxiliou, organizamos, também, uma exposição de placas mãe e processadores. Organizamos, também, uma exposição de fotos advindas de acervo geral da UEM (antigo NURAV com a gentileza do fotografo Antonio Carlos Locatelli) e imagens fotografadas antes do desmanche do IBM.
Tempos depois, com a organização do acervo e o interesse dos alunos, tivemos a idéia de realizar exposição do Museu da UEM, no qual o acervo ficou armazenado por muitos anos. As exposições eram realizadas anualmente e chegaram a alcançar 3000 alunos das regiões Norte e Noroeste do Paraná e despertou o interesse da imprensa falada e escrita.
Muitos professores, inclusive, diziam que era bobagem guardar “tantas velharias” que seria mais interessante tratar de novas tecnologias. Fizemos as duas ações com o Museu.
Infelizmente, anos depois, o Museu da Bacia do Paraná precisou de espaço e nosso acervo ficou armazenado no Bloco 13, antes de mudar para o Bloco C 56. Fizemos solicitações para que o Museu do Computador permanecesse ali no Bloco 13, com porta aberta para a  passarela central e amplo acesso ao público, mas perdemos o espaço pela necessidade geral de outros cursos.
Uma atividade como o Museu do Computador da UEM não pontua na vida acadêmica e, portanto, os professores e alunos que se envolvem,  o fazem por gostar da atividade. Como resultados de produção, tivermos artigos e apresentação em Forum de Ensino e Extensão, ao tratar o Museu do Computador como recurso didático para a história e evolução dos computadores. Inclusive, aluno obteve bolsa de ensino, irrisória, mas uma avanço para a época. Fomos, também, citados em artigos de outras universidades. Tivemos uma parceria com o MUD (Museu Interdisciplinar da UEM), no qual colocamos algumas peças do acervo em local emprestado para o Museu do Computador.
Com um dos bolsistas fizemos a etapa de colocar o nosso Museu do Computador na Internet, para o qual fotografamos as peças do acervo e fizemos um catalogo de cada uma, que pode ser visto no site citado anteriormente www.din.uem.br/museu
Como era projeto de ensino, todo ano apresentávamos relatórios. Organizamos um mural de fotos e colocamos algumas pelas do acervo do Museu do Computador no corredor do térreo do Departamento de Informática.
Quando me aposentei como professora da UEM, uma das atividades que me deixou comovida foi deixar o Museu do Computador da UEM, mesmo sabendo que os professores que assumem, o fazem por gostar da atividade.
Escrevo pois fiquei comovida em deixar um museu simples como o Museu do Computador, de acervo regional e local. Agora, fico imaginando a dor das pessoas que atuam na grandiosidade do Museu Nacional, suas perdas irrecuperáveis, seus 200 anos de História, seu acervo inigualável...Uma tragédia para o país e para a vida das pessoas que se dedicam a essa relevante atividade de cuidar e organizar nossos museus.
Uma tragédia que poderia ter sido evitada...




Acervo do Museu do Computador da UEM, fotos do site: www.din.uem.br/museu