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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

MINHA RETROSPECTIVA 2017

2017 foi um ano de grandes retrocessos com a perda de nossos direitos conquistados e consolidados pela Constituição Federal de 1988, chamada acertadamente de “Constituição Cidadã”,  após o fim da ditadura militar.
A cada dia uma notícia triste e a nossa população tão barulhenta contra a Presidenta Dilma, agora permanece assustadoramente silenciosa, o que nos leva a crer, que a luta toda contra a corrupção era apenas para o impeachment de Dilma.
Enfim, um ano desolador, para toda a população, seja qual música toque ou qual camiseta use nas manifestações, todos e todas nós, admitamos ou não, fomos “roubados” em plena luz do dia, sob o aval do STF (Supremo Tribunal Federal) para acordos escusos e manutenção do governo golpista.
Entretanto, o ano tem coisas muito boas. Deixando os governos de lado, na medida do possível pois sabemos da sua influência em nossas vidas no dia-a-dia, (nós professores e servidores públicos paranaenses que o digamos com esse governador PSDB que vive de propaganda, paga com nosso dinheiro) 2017 nos trouxe amplas possibilidades.
Ao realizar pesquisa na área de tecnologia assistiva na faculdade FEITEP, tive a oportunidade de entrar em contato com outras realidades que mostram as infinitas possiblidades que dispomos para  melhorar a vida das pessoas por meio do uso da tecnologia.
Conhecer a realidade de crianças portadoras de necessidades especiais, que usam recursos como os pés ou nariz para digitar ou desenhar, traz à tona a emoção pelo esforço delas misturada com a vontade de colocar a tecnologia a serviço. Um destaque foi encontrar um empreendedor e conhecer a bicicleta que ele e sua equipe desenvolveram para crianças portadoras de paralisia cerebral. Sem sombra de dúvida, emocionante. Outro destaque, foi ver o professor das crianças portadoras de  dificuldades motoras e sua paciência bondosa e firme.
Claro que não posso deixar de mencionar nosso trabalho na ONG Maria do Ingá e no Conselho da Mulher, que nos faz perceber, a cada instante, a importância da luta pelo fim da violência contra a mulher e pela igualdade de direitos.
Momentos deliciosos em família, com netos é esplendidamente amoroso ...Não vamos esquecer dos problemas que contribuem para nosso crescimento. Momentos deliciosos com amigas e amigos, novos e antigos, até da infância e suas lembranças gostosas.
Ano da conclusão do pos-doutorado em História, com a narrativa das mulheres e sua luta pelo fim da ditadura militar, que confirmou nossa perspectiva da perversidade que a ditadura fez para nosso país e nosso povo.
2017, também, trouxe novas pessoas e ao mesmo tempo levou pessoas queridas que se tornaram estrelas na constelação do universo, com sua marca em nossas vidas.
Uma vez li, que quem inventou o Ano Novo foi alguém muito inteligente, pois junto com o calendário trouxe a esperança de que tudo se renove, tudo melhore e tudo se realize, como o poema abaixo, atribuído a Drumond, mas que ninguém tem certeza sobre quem realmente escreveu: 
“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão. 
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. 
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez 
com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente...” 
Por fim, sem melancolia, vamos brindar a vida, tirar férias e fortalecer nossos espíritos, nossas mãos para escrever, nossas vozes e pernas para manifestações, pois 2018, também, promete.

Feliz Natal e Feliz 2018!!!

sábado, 2 de dezembro de 2017

Mes de dezembro na minha vida



Sempre gostei muito do mês de dezembro. Quando era criança nos preparávamos para a festa de Natal, nada de luxo, muita reza, música e comilança. O caráter comercial do Natal começava a surgir, mas não tão forte como agora. Lembro do meu pai vestindo um cobertor corta febre pra se disfarçar de Papai Noel e a meninada segurando o riso na hora do Terço. Depois dezembro parou de ter graça com a morte dos avós, tios e pai.
No primeiro dezembro sem meu pai, ficamos muitos tristes. Nos anos seguintes, começamos a nos reunir novamente. E, sempre olho para o mês e penso: vamos encarar. Com a  chegada dos netos e das sobrinhas pequenas ficou mais fácil, afinal enfeitamos a casa, montamos árvore e procuramos presentinhos para as crianças.
Esse ano, novamente. estou demorando pra entrar no sonhado “espírito de Natal”, tanto o espiritual como o festivo.
Além da perda de amigos queridos, tem outras perdas que foram me entristecendo ao longo do ano: a retirada dos nossos direitos enquanto cidadãos e trabalhadores conquistados ao longo de décadas; a venda das nossas riquezas naturais e do território brasileiro para empresas estrangeiras; o ataque aos direitos das mulheres, negros e LGBTs; a péssima postura  de alguns juízes e dos políticos envolvidos em corrupção; ataques aos indígenas e aos assentamentos de sem-terra e a lista vai ficando enorme. Tristeza, também, por encontrar pessoas, algumas religiosas, inclusive, defendendo políticos que menosprezam mulheres, negros, LGBTs, defendem armas e incitam o ódio....
Vou tentando seguir o conselho de amigos e amigas, para separar as “coisas”. Tudo certo. Vamos lá encarar dezembro...a despeito de tantas maldades que o governo golpista temeroso está fazendo como nosso povo, que ainda não se apercebeu da situação, inebriado pelas notícias enganosas do meios de comunicação.
Vamos lá, afinal, é dezembro!

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Audiência Pública Combate a violência contra a mulher em Maringá

No dia 30, as 19 hs, será realizada na Câmara de Maringá, uma audiência pública para tratar o tema Violência contra a mulher. O evento está sendo organizado pela Câmara de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal, pelo Conselho da Mulher e pela Secretaria da Mulher. presenças confirmadas: Promotoria Pública, Vara da Justiça, Delegacia da Mulher, Secretaria da Mulher, Conselho da Mulher, 4. Batalhao e Guarda Municipal.
O objetivo é tratar esse grave problema que afeta a vida de nossas meninas e mulheres.


sábado, 25 de novembro de 2017

25 de novembro: pelo fim da violência contra as mulheres

Em 1999, a ONU declarou 25 de novembro como o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, em homenagem as irmãs Mirabal (Patria, Minerva e Antonia), Las Mariposas, como eram conhecidas. As três irmãs foram assassinadas, em 1960, por combaterem a ditadura do Presidente Trujillo da República Dominicana.
Em todo o mundo, as entidades que lutam pelo fim da violência contra a mulher realizam atividades nesse período para chamar a atenção das autoridades e da sociedade e propor políticas públicas que coloquem fim a esse grave problema social que agride, estupra e o assassina nossas meninas e mulheres.
No Brasil, a situação não é diferente. A pesquisa DataSenado sobre a violência contra as mulheres, divulgada em junho, revela aumento no número de mulheres que declaram ter sofrido algum tipo de violência doméstica: o percentual passou de 18%, em 2015, para 29%, em 2017. Dados do Forum de Segurança Pública mostram que, em 2016 ocorreram 135 estupros por dia, ou seja, 49.497 mulheres foram estupradas no ano em nosso país.
Balanço de 2017 constata, em média, 12 assassinatos de mulheres por dia, o que coloca o Brasil no quinto lugar em feminicidio, no mundo.
Em Maringá, por sua vez, de janeiro a setembro de 2017, foram registradas 1506 ocorrências de violência contra a mulher, com uma média de 50 instaurações de inquéritos por semana, segundo dados da Delegacia da Mulher.
Destaca-se que o Brasil é reconhecido mundialmente por ter uma Lei efetiva de proteção às mulheres vitimas de violência (Lei Maria da Penha) e de uma Lei mais rigorosa para o assassinato de mulheres, por sua condição de ser mulher (Lei do Feminicidio).
As Leis podem contribuir para inibir a violência contra a mulher e protege-la do agressor, no entanto, apenas a Lei não consegue resolver uma questão cultural séria que advém do machismo quando o homem se sente dono do corpo e da alma da mulher e, por isso se julga no direito de dispor da vida dela.
Educação se faz imprescindível para que os meninos e homens aprendam a respeitar as mulheres e compreendam que as mulheres, também, tem direito de ir e vir, direito de escolha e de serem felizes.

Artigo de minha autoria publicado na Gazeta Democrática de 21/11/2017

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

As cidades inteligentes e a cidadania



As cidades inteligentes estão na ordem do dia e muitas definições sobre elas surgem a todo instante. Uma das definições, a partir de estudos da FGV–Fundação Getúlio Vargas, coloca as cidades inteligentes como criativas e sustentáveis, combinando uso de tecnologia de informação e comunicação (TICs) com planejamento e participação dos cidadãos.  Portanto, o conceito de cidades inteligentes combina os aspectos técnico e  social, pois para que uma cidade se torne inteligente é primordial a otimização de recursos e infraestrutura visando o atendimento à população.
Muitas áreas podem tornar uma cidade inteligente, tais como: saúde, trânsito, educação, energia elétrica, água, coleta de lixo, segurança pública etc. Entretanto, de nada vale o conjunto de aplicações automatizadas, se não houver melhoria na qualidade de vida da população, integração entre os serviços e a participação da população no processo de tomada de decisão.
Por outro lado, tecnologias atuais como IOT (Internet das Coisas), computação em nuvem e Big Data, entre outras, formam o arcabouço para possibilitar a implantação das cidades inteligentes. Aliado ao aumento do volume de dados e equipamentos para a automação vislumbra-se a necessidade de garantia de segurança e privacidade das informações bem como o respeito à ética na automatização das cidades pelo uso dos dados da população e seus serviços.
Dentro desse cenário, tem-se três aspectos: a necessidade de planejamento para cidades inteligentes, o envolvimento da população e o uso adequado de tecnologias de informação e comunicação.
 No planejamento para cidades inteligentes, deve-se levar em conta as prioridades das cidades brasileiras, as quais, em muitos casos, carecem, ainda de recursos para  saneamento básico, educação e saúde. Nesse aspecto, o investimento e o retorno da melhoria dos serviços devem ser dimensionados em conjunto com a necessidade da população, com qualidade de vida e respeito à cidadania.
O envolvimento da população, tanto no uso dos serviços como no processo decisório seria facilitado se houvesse mais conhecimento e educação para o entendimento das TICs e suas aplicações. Muitas iniciativas estão sendo realizadas, a partir do interesse dos municípios e fomentadas pelo mercado de tecnologia.  
Tudo indica que não há como retroceder com relação ao futuro de cidades inteligentes, no entanto, a sua viabilidade e sucesso se darão na medida em que o atendimento à população seja prioritário em detrimento aos modismos e especulações eleitoreiras.

Artigo de minha autoria, publicado na Gazeta Democratica de 23/10/2017.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Parabéns professoras e professores!!! Sempre!!!


Vou começar afirmando que sinto um orgulho enorme em ser professora universitária, mas não era o meu pensamento ser professora logo após o início da vida acadêmica. Na minha família somos muitos professores e professoras. A minha avó linda e poderosa, Marianna Spinelli Tait foi a primeira professora que acompanhei de pertinho, era professora e proprietária de escola de datilografia. Bati o pé com meu pai, eu não quis fazer magistério e fui fazer Redação no Colégio Gastão Vidigal por que queria ser jornalista e escritora. Tenho diploma de Auxiliar de Redação. Quando fui escolher o curso para o vestibular tive muitas dúvidas, pois gostava muito de matemática, história e portugues. Escolhi Processamento de Dados (UEM) por que tinha tudo que eu gostava e coisas que não sabia o que era...rsrs...tipo Algoritmos. Me apaixonei pela área e me tornei programadora e analista de sistemas. Completei a formação com Administração de Empresas. Um belo dia, recebi um convite para me inscrever num teste para professora temporária na UEM. Nunca tinha pensado nisso, mas o convite me estimulou. Passei e ao mesmo tempo, dava aulas na UEM e atuava na empresa, com compensação de horas. Confesso que me surpreendi e amei ministrar aulas e a possibilidade de transmitir e gerar conhecimento. Em outro belo dia, tive que escolher. Para essa escolha fiz um algoritmo com passos, se ficasse em um trabalho ou em outro o que aconteceria. E, no auge dos meus 25 anos, eu optei com convicção e fiquei com o ofício de ministrar aulas na UEM. Registro aqui um agradecimento especial ao professor Osvaldo do Departamento de Informática da UEM, muito rigoroso nas suas aulas de algoritmos e quem me levou a investir na carreira de professora, me estimulando a fazer o concurso da UEM. E, na minha atuação política e acadêmica, tive o privilégio de conhecer professores e professoras que não apenas ministravam aulas, mas davam tudo de si e de suas vidas, verdadeiramente preocupados com a formação cidadã e o futuro que seus alunos e alunos iriam construir para si e para o mundo. Poderia citar muitos deles, mas não gostaria de cometer injustiças, dessa forma, homenageio todos os professores e professoras que, apesar de tudo e apesar dos governos, continuam firmes no seu ideal de vida. Parabéns guerreiros e guerreiras, por deixarem suas marcas em nossas vidas, na construção de um mundo melhor!

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Os comunistas, os cristãos e afins



Com 15 anos de idade tive a oportunidade de ler “Subterrâneos da Liberdade” de Jorge Amado pra auxiliar uma prima num trabalho da escola. Trata-se de uma trilogia: Os ásperos tempos; Agonia da Noite e a Luz no túnel. Era pra ler apenas o primeiro volume mas me interessei e li os demais. A trilogia trata da luta e resistência e das torturas sofridas pelos integrantes do Partido Comunista Brasileiro durante o Estado Novo (1937-1945).
Chamou-me a atenção e causou arrepios a descrição realizada por Jorge Amado das torturas sofridas pelos militantes comunistas presos. Claro que eu soube depois que existiam mais técnicas terríveis de tortura como empalada, pau de arara, estupros etc. Tive a oportunidade de ver uma exposição de instrumentos de tortura utilizados em vários períodos da história da humanidade. Fiquei assustada com o uso do conhecimento que o ser humano pode desenvolver para torturar, tais como usar psicologia e medicina para promover tortura de forma a dar esperança para que a pessoa possa detalhar informações e pensar que não vai morrer.
Certamente no período da ditadura militar no Brasil, instaurada a partir do golpe de 1964, as técnicas foram aprimoradas como pode ser conhecido no relatório da Comissão Nacional da Verdade.
E mesmo assim, os comunistas estavam lá, bradando e lutando contra a ditadura, mesmo sabendo que poderiam ser torturados e mortos. Junto a eles, estavam outras organizações, inclusive ligadas as igrejas, na luta pelo fim da ditadura militar, mesmo com os riscos que corriam se fossem descobertos pela policia política.
Tudo isso me leva a pensar nos primeiros cristãos, que por seguirem os ensinamentos de Cristo, foram mortos, inclusive como alimento para leões em apresentações públicas. E, mesmo sabendo do perigo, estavam lá firmes, professando sua fé.
Temos inúmeros exemplos em nossa História de mulheres e homens que foram assassinados, queimados vivos ou presos por defenderem um ideal, desde a igualdade de raças, luta pelo voto, direitos das mulheres ou mudança de sistema político.
Certamente essas pessoas não são movidas pelo dinheiro mas por algo maior que poderíamos chamar de amor, pois colocaram, verdadeiramente, suas vidas para que o mundo se tornasse um lugar melhor pra viver. Ao estudar nossa história temos grandes exemplos de amor ao próximo em sua essência como nos ensinou um dos mártires da nossa história e seus seguidores, sejam cristãos, comunistas ou afins.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

De lá pra cá: na Presidência do Conselho Municipal da Mulher de Maringá



Retorno à Presidência do Conselho Municipal da Mulher de Maringá, para a gestão 2017-2018. A outra gestão que presidi foi de 2004-2006 e, naquela época, acompanhei a transição de Assessoria da Mulher (comandada pela Zica Franco) em Secretaria da Mulher (comandada pela Terezinha Pereira). De lá pra cá, nesses onze anos, muita coisa mudou, na minha vida pessoal e na vida do país. 


Evento Seminário de Enfrentamento à violência contra a mulher na Internet, de 07/08/2017
(Foto: Silvia Muniz). 
Sou conselheira no Conselho Estadual dos Diretos das Mulheres e pude realizar um pos-doutorado em História, para narrar a história das mulheres de Maringá no campo de luta contra a ditadura militar, o qual me emocionou e me fez mais convicta de que ditadura militar nunca mais. 
Tive a alegria de ver promulgada a LEI Maria da Penha (2006), participei da instalaçao do CRAM-Centro de Referência às mulheres vítimas de violência) e da Casa Abrigo, sentir o prazer de votar na primeira mulher Presidenta do Brasil, de ver a promulgação da LEI do Feminicídio (2014), de continuar com o trabalho de formação e informação realizado pela ONG Maria do Ingá – Direitos da Mulher, de ver muitos resultados das lutas do movimento feminista pelo fim da violência contra a mulher, pelo fim da discriminação e pela igualdade. Participei da formação do Forum Maringaense de Mulheres (2013), tendo sido sua primeira presidenta.  Vi a Secretaria da Mulher se tornar uma secretaria múltipla (2016), que voltará a ser Secretaria da Mulher, pelo atendimento, por parte do prefeito, à solicitação do Conselho da Mulher e do Forum Maringaense de Mulheres.
Aprendi, nesses anos, o conceito de “sororidade” e a acompanhar a Marcha Mundial de Mulheres, com a alegria e a força das mulheres jovens, negras, LGBT, estudantes, camponesas, da floresta, indígenas e, tantas outras que compõem o nosso Brasil e nosso mundo. Participei das conferências municipal, estadual e nacional de políticas para mulheres. Estive na Marcha das Mulheres de apoio à Presidenta Dilma, que foi tirada por políticos corruptos  e por uma sociedade para a qual acabar com a corrupção era apenas o impeachment da Presidenta, mas isso é pra outro texto.
Foram muitas reuniões, oficinas, pedalada pelo fim da violência contra a mulher, seminários, nosso tradicional Café, Mulheres e Política, em sua 11ª. Edição, debates e viagens pela região.
Onze anos depois, com tantas lutas e conquistas, tudo poderia ser um mar de rosas, mas, não é...
O machismo continua assassinando, agredindo e estuprando nossas meninas e mulheres. Além das formas tradicionais de violência física, psicológica, patrimonial e emocional, surgem novas como as disseminação de calúnia, difamação e de imagens intimas de mulheres e meninas, via Internet. Protegidos por uma tela de computador ou de celular, homens disseminam esse tipo de violência contra a mulher que causa sua morte civil, seu afastamento de amigos e familiares e, em alguns casos, há registros de suicídio decorrentes dessa violência. Dados fornecidos pela ONG Marias da Internet, coordenada pela jornalista Rose Leonel, mostra que a maioria dos crimes de disseminação de conteúdo íntimo é realizada por homens e, muitas vezes, por ex- maridos, ex-namorados ou outro tipo de ex, inconformados com o fim do relacionamento.
Leis estão sendo promulgadas para punir os agressores de mulheres, também, pelo meio digital.
Entretanto, a despeito das promulgação das leis, vemos que a Lei Maria da Penha precisa de fortalecimento nos aspectos: integração dos serviços de atendimento; capacitação e qualificação da policia, profissionais de saúde e da justiça; conscientização da sociedade sobre a importância de atuar no combate à violência; orçamento adequado por parte dos governos para infra-estrutura de apoio e de profissionais preparados nas delegacias da mulher e IMLs; aumento do número de delegacias; rapidez nos processos tanto no atendimento aos chamados como nas medidas protetivas.
A despeito, também, da Lei do Feminicídio, que pune com mais rigor os assassinos de mulheres, temos nossas meninas e mulheres assassinadas em percentuais aterradores, 4,4 a cada mil mulheres, conforme dados divulgados recentemente pela imprensa, em nível nacional.
Campanhas de sensibilização e conscientização; recursos públicos e investimentos são necessários nessa luta pelo fim da violência contra a mulher, que é de toda a sociedade, ao lado de uma educação que valorize a igualdade entre mulheres e homens, que ensine as crianças desde cedo a respeitar as pessoas e a combater qualquer tipo de violência.
De lá pra cá, muita coisa mudou, afinal foram onze anos, mas o machismo, enraizado em nossa sociedade, continua consumindo e destruindo a vida das mulheres e exige, de nós, muita energia para combater sistematicamente a violência contra a mulher e de atuar por um mundo de igualdade entre mulheres e homens.
Mesmo diante das adversidades e de tantos problemas ainda por resolver, hoje, posso afirmar para as mulheres, com convicção:  não se calem, busquem ajuda, se protejam, conheçam seus direitos, se ergam e se empoderem!!! Esse continua sendo nosso desafio nesses novos tempos!!!