Sempre gostei muito do mês de
dezembro. Quando era criança nos preparávamos para a festa de Natal, nada de
luxo, muita reza, música e comilança. O caráter comercial do Natal começava a
surgir, mas não tão forte como agora. Lembro do meu pai vestindo um cobertor
corta febre pra se disfarçar de Papai Noel e a meninada segurando o riso na
hora do Terço. Depois dezembro parou de ter graça com a morte dos avós, tios e
pai.
No primeiro dezembro sem meu pai,
ficamos muitos tristes. Nos anos seguintes, começamos a nos reunir novamente.
E, sempre olho para o mês e penso: vamos encarar. Com a chegada dos netos e das sobrinhas pequenas
ficou mais fácil, afinal enfeitamos a casa, montamos árvore e procuramos
presentinhos para as crianças.
Esse ano, novamente. estou
demorando pra entrar no sonhado “espírito de Natal”, tanto o espiritual como o
festivo.
Além da perda de amigos queridos,
tem outras perdas que foram me entristecendo ao longo do ano: a retirada dos
nossos direitos enquanto cidadãos e trabalhadores conquistados ao longo de
décadas; a venda das nossas riquezas naturais e do território brasileiro para
empresas estrangeiras; o ataque aos direitos das mulheres, negros e LGBTs; a péssima
postura de alguns juízes e dos políticos
envolvidos em corrupção; ataques aos indígenas e aos assentamentos de sem-terra
e a lista vai ficando enorme. Tristeza, também, por encontrar pessoas, algumas
religiosas, inclusive, defendendo políticos que menosprezam mulheres, negros,
LGBTs, defendem armas e incitam o ódio....
Vou tentando seguir o conselho de
amigos e amigas, para separar as “coisas”. Tudo certo. Vamos lá encarar
dezembro...a despeito de tantas maldades que o governo golpista temeroso está
fazendo como nosso povo, que ainda não se apercebeu da situação, inebriado pelas
notícias enganosas do meios de comunicação.
Vamos lá, afinal, é dezembro!
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