Para compartilhar idéias!







quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Ingenuidade, boa fé ou ignorância política do povo do meu Paraná

Quando o ex ministro e ex-juiz “nada parcial”, como dizia o jornalista Paulo Amorin em sua Conversa Afiada, teve seu pedido negado para ser candidato por São Paulo e resolveu ser candidato pelo Paraná, causou indignação pois mostrou que ele realmente não se interessa pelo paranaense. No entanto, o povo do Paraná o elegeu senador da República, mesmo muita gente contando sobre esse desprezo por parte dele.

E agora, nos deparamos com outra aberração. A mulher do ex-presidente genocida e inelegível tem interesse em ser candidata a senadora pelo Paraná na vaga do referido senador. Ela, moradora de Brasília ou do Rio de Janeiro, que nunca se interessou por essas terras, resolve soltar balão de ensaio sobre a possibilidade de registrar moradia em Curitiba no período de 6 meses que antecede as eleições, como previsto na legislação.

Além disso, em evento do seu partido, em Curitiba, destrata uma política paranaense de forma desrespeitosa e jocosa e, por conseguinte, com sua postura, menospreza o povo.

Ou o povo do Paraná é muito ingênuo ou tem muita boa fé ou é muito ignorante politicamente pra cair nessa armadilha eleitoral e eleger uma criatura que sequer conhece nossa realidade. Pra quem não sabe ou para os mais jovens, durante décadas, nós paranaenses fomos e somos vistos por alguns paulistas, cariocas e outros, como um povo que vive no mato. Inclusive, fazem brincadeiras imbecis com nosso sotaque que vai da letra “e” fechada na capital Curitiba até o “r” do interior do Estado. Não gosto dessa história de bairrismo, mas um pouco de amor pela terra onde vive ou nasceu, faz bem até pra coletividade.

Acorda povo do Paraná, não vamos cair mais nessa. Já basta elegermos políticos que jogam contra o povo, privatizando Copel, encarecendo nossa água, destruindo a educação, entre tantas outras coisas. Somos um povo trabalhador e que constrói o Paraná,   não precisamos de político ou política paraquedista que quer cair em cima das nossas araucárias, sabe-se lá motivado pelo que. Coisa boa, certamente, não é.


 

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Pra que servem os “16 dias de Ativismo contra a Violência sobre as Mulheres”?


Em pleno “16 Dias de Ativismo contra a Violência sobre as Mulheres“ depara-se com notícias como o assassinato a tiros de uma mulher pelo marido policial, a masturbação feita por um policial diante das funcionárias de uma concessionária de estradas, a morte de uma garota de 14 anos que saiu de casa pra buscar a irmã na escola... e a lista e violências contra as mulheres só aumenta.

 

O evento “16 Dias de Ativismo contra a Violência sobre as Mulheres“  foi  proposto na Campanha Mundial pelos Direitos Humanos das Mulheres, sob a coordenação do Centro de Liderança Global da Mulher. Trata-se de uma mobilização mundial que ocorre em mais de 160 países, sendo realizada no Brasil desde 2003.

 

No Brasil, o evento engloba 21 dias pois começa no dia 20 de novembro, dia da consciência negra e ser encerra no dia 10 de dezembro, aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamado em 1948. Dentro desse período dos 16 dias, tem-se também o dia 25 de novembro, o dia 01 de dezembro e o dia 06 de dezembro.

 

O dia “25 de Novembro” foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1999, como o “Dia Internacional de Luta contra a Violência sobre a Mulher”. A data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana, por se oporem ao seu governo. O dia 01 de dezembro é o dia internacional  de combate à Aids e 06 de dezembro é o dia da campanha Laço Branco - homens pelo fim da violência contra a mulher.

 

Todas essas datas que compõem os 16 dias de ativismo têm potência ao mostrar a dura realidade das mulheres: em situação de violência doméstica,  na área de saúde, mulheres negras, lésbicas, trans, indígenas, pessoas com deficiência, entre tantas. Esse período serve para mostrar também os dados alarmantes de violência contra a mulher, os feminicídios, os estupros, o assédio, a violência política de gênero, a misoginia, dentre tantas situações nas quais a mulher é vitimada pelo simples fato de ser mulher.

É um cenário grave que se apresenta em todos os dias, vitimando as mulheres e meninas.

 

O intuito dos 16 dias de ativismo de conscientização da sociedade e de cobrança das autoridades para medidas de combate à violência não tem freado os agressores e feminicidas que sequer seguem o cumprimento das leis, que no caso brasileiro, são reconhecidas mundialmente no combate à violência contra a mulher.  

 

A despeito das campanhas e das leis, da criação de organismos de atendimento às mulheres em situação de vulnerabilidade, das entidades da sociedade civil que se desdobram, de forma voluntária no combate à violência, o cenário pouco mudou pois as mulheres continuam sendo mortas e agredidas.

 

Parece até que é algo planejado, como se houvesse uma orquestração e incentivo para esses crimes e o ódio às mulheres. É como se houvesse a existência de grupos na Internet que incentivam os crimes contra as mulheres...Será que isso existe? Ou é apenas uma desconfiança de uma professora de computação?

 

O fato concreto é que os dados da violência têm aumentado a cada ano e é preciso muita força para barrar e combater a violência contra a mulher

 

Que eventos como o  “16 dias de ativismo contra a violência sobre as mulheres”  junto com as leis, os governos e a sociedade contribuam efetivamente para garantir às mulheres o direito a uma vida sem violência e sem medo.


 

 

 

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Um dia diferente na vida das mulheres, só que não...

 


Quarta-feira cedinho (cedinho mesmo) fomos à clínica pra minha mãe fazer cirurgia de cataratas. Cuidados, preocupações, espera e muita paciência marcaram esta manhã, afinal a mãe está com 85 anos. A maioria das pessoas que estava na clínica eram idosas, umas brincalhonas, outras sérias, outras apreensivas, mas todas firmes.

Após o almoço, com tudo acertado com relação à cirurgia da mãe, fui resolver outros assuntos, até sobre roupas.  Numa loja de roupas, me chamou a atenção a história de duas mulheres que conversei. A primeira mulher, divorciada depois que o marido a abandonou e a segunda, uma bisavó que cuida de dois bisnetos, priminhos. 

À tarde, depois das conversas, fiquei pensando na vida das duas, que não é diferente da história de tantas mulheres. No processo de separação, a primeira mulher contou que passou por psiquiatra e teve apoio de seu líder religioso. Ainda toma remédios pra dormir, mas conseguiu superar, segundo ela, graças a abertura da loja, que a tirou de dentro de casa e a fez ter contato com outras pessoas.

A bisavó, por sua vez, contou que a neta e o marido, ambos usuários de drogas sumiram no mundo, deixando o filho pequeno, PCD (pessoa com deficiência), pra trás. A última vez que os viram faz mais de cinco anos.  Ela tem a guarda da criança e disse que enquanto puder ajudar a filha, avó do menino, estará sempre junto.

À noite, fui no evento “Construindo ações para o enfrentamento à violência política contra a mulher”, organizado pela Procuradoria da Câmara Municipal de Maringá.  No evento foram discutidos os aspectos ligados a este tipo de violência e assinado um protocolo de cooperação entre Polícia Federal, OAB, Ministério Público e Procuradoria da Mulher para o atendimento aos casos, tanto em período eleitoral como fora dele. No evento, participaram mulheres de municípios vizinhos que são vereadoras, secretárias municipais, mulheres que atuam em partidos políticos mesmo sem ter cargos e representantes de entidades de mulheres com interesse em conhecer o tema.

No fim das contas, o dia foi repleto de histórias de vida das mulheres, na saúde, na família e na política. Aparentemente, são histórias particulares, no entanto, refletem o que acontece em todos os cantos, com mulheres e os cuidados, o abandono e a violência em todas as suas formas, seja doméstica ou na política.  Todas mulheres, sempre com muita coragem, as vezes assumindo papéis que não precisariam ou não deveriam assumir, mas firmes em suas trajetórias.

Fui dormir com a mesma sensação que me acompanha desde que percebi o mundo, que  ainda há muito que fazer para que as mulheres sejam realmente iguais aos homens em direitos e obrigações, como prega a nossa Constituição Federal de 1988 e, a partir dos anos 2000, o próprio movimento ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU que tem a Igualdade de Gênero como um de seus objetivos para um mundo melhor social e ambientalmente sustentável.

Obrigações, nós mulheres, sempre tivemos e temos de sobra, mas o direito à uma vida digna e sem violência somente chega até nós com muita organização e união, sempre alertas e cobrando das autoridades e da sociedade medidas para a efetivação de direitos iguais entre mulheres e homens.

Um dia...assim será!

 

 

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

MMNP Maringá apoia a realização de evento sobre o enfrentamento à violência política contra a mulher

 Por Tania Tait, 20/10/2023
 

“Construindo ações para o enfrentamento à violência política contra a mulher” é o tema da mesa-redonda organizada pela Procuradoria da Mulher da Câmara de Vereadores de Maringá que será realizada na próxima quarta-feira (25/10), às 19h.

De acordo com documento divulgado pela Procuradoria, o  objetivo da realização da mesa redonda é construir bases reais para a efetividade da Lei Federal nº 14.192/2021, que criminaliza ato que impeça ou dificulte a mulher de exercer seus direitos de participação política e de cumprir suas funções públicas.

Foram convidados para participar da mesa-redonda representantes da Justiça Eleitoral, Ministério Público Eleitoral, Polícia Federal em Maringá, Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil - Subseção Maringá e Observatório de Violência Política contra a Mulher.

Como resultado prático do evento será oficializado e assinado um Protocolo de atuação conjunta em que  sejam explicitadas as ações inerentes a cada instituição convidada a compor essa rede de enfrentamento à violência política contra a mulher.

O evento é visto como relevante e demonstra o interesse das mulheres integrantes do MMNP – Movimento Mais Mulheres No Poder Maringá como uma das ações para fortalecer a presença e atuação das mulheres na política. O MMNP atua de forma a incentivar e apoiar a presença das mulheres na política e traz à tona 3 grandes reivindicações: paridade na política e nos cargos de decisão na estrutura municipal; aumento do orçamento de combate à violência contra a mulher e combate às candidaturas fictícias (as famosas candidaturas laranjas).

 Algumas lideranças articuladoras do MMNP, advindas de partidos políticos distintos fortalecem a realização do evento e tecem suas considerações a respeito do tema, considerado de suma importância para todas. Na sequência, tem-se a opinião de algumas delas.

A vereadora e Procuradora da Mulher, Professora Ana Lúcia (PDT) que é uma das fundadoras do MMNP afirma que “é importante demais esse evento para as pré-candidatas às eleições de 2024, assim como para todas as mulheres gestoras públicas pois, teremos  a chance de ouvir e conhecer as “autoridades competentes” e os órgãos responsáveis pelo recebimento e encaminhamento das nossas denúncias de violência política. Assim como também saber cada vez mais sobre os crimes tipificados na Lei de enfrentamento à violência política contra a mulher”.

Para Margot Jung (PT), militante da causa das mulheres e da causa LGBT: “a política sempre foi um espaço de acesso mais difícil para as mulheres e fazer uma mesa redonda para falar sobre a violência política, contra as mulheres, nos dá força e inspiração para continuar a avançar cada vez mais nesse espaço e ocupar um lugar que também é nosso e do qual jamais sairemos. Falar sobre isso é importante para a população compreender que violência, de qualquer tipo, não deve existir.”

A comunicadora Cristina Pinga (PP) considera o evento de suma importância para a jornada política feminina. Para ela, “o Narcisismo está firme em destruir nossos sonhos pois quando uma mulher tem uma ideia, alguém vem e critica de forma a diminuir”.

A gestora de negócios imobiliários, Eliany Alves Feitosa (PDT), informa que a violência política contra as mulheres não só prejudica as vítimas diretamente, mas também mina a saúde de nossa democracia. Quando as mulheres são alvo de intimidação, assédio, difamação e ameaças devido a seu envolvimento na política, elas são desencorajadas a participar ativamente na vida pública. Isso resulta em uma representação inadequada e, por conseguinte, em políticas públicas menos inclusivas e eficazes. Eu, como Mulher, que já vivi na pele o que é sofrer violência política, posso afirmar, com certeza, que este evento é fundamental. É um passo crucial na direção de um futuro mais igualitário, seguro e democrático para todas as mulheres. Devemos aproveitar essa oportunidade para aprender, compartilhar e unir esforços, pois somente juntas podemos construir um mundo livre de violência política contra as mulheres e onde sua voz seja plenamente ouvida e respeitada.

Segundo a professora Elenice Santos (Rede Sustentabilidade) que atua no MIA – Movimento Infância e Adolescência, o evento é de extrema importância, pois só assim conseguiremos avançar em um país em que várias lideranças mulheres têm sido alvo de ameaças políticas, com nítido recorte de gênero, a escalada de violência política contra as mulheres é um tema de extrema relevância. Essa violência é considerada uma das causas da sub-representação das mulheres no Parlamento e nos espaços de poder e decisão e prejudica a democracia no país.

De acordo com Terezinha Pereira (PSD), Secretária de Políticas Públicas para Mulheres (Semulher) e Presidente do Conselho dos Direitos da Mulher de Maringá, a Secretaria da Mulher considera importante todas as ações que buscam  fortalecer o protagonismo das mulheres e essa audiência pública organizada pela procuradoria da mulher na Câmara de Vereadores está na agenda diária da Semulher, do Conselho da Mulher, do Movimento Mais Mulheres no Poder Maringá e de todos os movimentos organizados de mulheres que historicamente lutam contra todas as formas de violência que atingem as mulheres, destacando que a violência política de gênero, além de ser uma violação dos direitos da cidadania das mulheres, é crime e como tal deve ser combatido, denunciado e punido.

Cleusa Theodoro (Gerente da Igualdade Racial da Prefeitura) traz a discussão da necessidade da representatividade, da força e da luta da mulher negra, também na política. Ela retoma a frase da professora Aracy Adorno: “Que o meu grito soe tão alto que ultrapasse as barreiras do preconceito racial”.

Como se observa pelos comentários das integrantes do MMNP, a expectativa com relação ao evento mesa-redonda “Construindo ações para o enfrentamento à violência política contra a mulher” é alta, principalmente para fortalecer e apoiar a atuação feminina na política e, também, para fazer valer a Lei 14.192/2021.

A mesa-redonda será realizada no Plenário da Câmara de Vereadores de Maringá, que fica na Avenida Papa João XXIII, 239. O evento é aberto ao público em geral e também será transmitido ao vivo pela página da Câmara no Facebook e pelo canal da TV Câmara de Maringá no Youtube.


quinta-feira, 19 de outubro de 2023

A bonança e o caos com a queda das árvores maringaenses

                         Foto: Na noite sem energia em casa, depois do último vendaval.

O vendaval que devastou a cidade de Maringá não foi o primeiro e nem será o último. Infelizmente, este tipo de ocorrência faz parte das situações catastróficas atribuídas aos chamados “eventos adversos decorrentes das mudanças climáticas”, cujo homem, sem dúvida é o principal responsável.

No caso específico de Maringá, castigada por diversas vezes com temporais que derrubam suas árvores, ocasionando transtornos com relação ao trânsito, energia elétrica e prejuízos ligados a eles, a situação poderia ser monitorada e os transtornos minimizados.

Na área de gerenciamento de riscos, existem várias indicações de como tratar os riscos, desde a apresentada na ISO 31000 como no tradicional Guia PMBOK.  Para a ISO, é a terminologia utilizada para definir um conjunto de ações estratégicas, como identificação, administração, condução e prevenção dos riscos ligados a uma determinada atividade. Por sua vez, o PMBOK indica quatro estratégias para os riscos negativos: prevenir (ou evitar), transferir, mitigar e aceitar.

Neste caso das árvores maringaenses, pode-se pensar em duas estratégias: prevenir e mitigar. De acordo com a literatura da área: “Prevenir (ou evitar)” – tem como objetivo eliminar a causa raiz do risco, implementando ações para levar a probabilidade do risco a zero enquanto que “Mitigar” – busca reduzir a probabilidade de ocorrência ou o impacto de um risco a um nível abaixo do limite aceitável. Ora se isso é, amplamente, conhecido do gerenciamento, obviamente, serve para a prestação de serviços no setor público.

Entretanto, independente da estratégia adotada, torna-se necessário, primeiramente, realizar um mapeamento da situação das árvores na cidade. Mesmo sem conhecer a base de dados da prefeitura, mas sendo uma das incontáveis contribuintes que tem uma árvore com classificação de URGENTE faz muito tempo (a qual está fadada a cair, só não se sabe, quando e pra que lado) tomo a liberdade de tecer algumas sugestões:

1.   Identificar as regiões com as árvores mais antigas. Como maringaense de nascimento e que viu muita chuva, ventos e árvores tombadas, posso destacar os bairros: Jardim Alvorada, Vila Operária, Vila Morangueira, Vila Esperança, Jardim Liberdade e Vila Vardelina. Um olhar mais atento vai perceber que nas intempéries são os bairros mais afetados por quedas de árvores e de energia pois tem árvores com 40, 50 anos de idade ou mais;

2.   Identificar os pedidos junto ao 156 das árvores já classificadas como “Urgente”, as quais passaram pelo laudo do engenheiro agrônomo da prefeitura;

3.   Iniciar a substituição imediata das árvores condenadas como “Urgente” por árvores de menor porte;

4.  Realizar uma escala por bairros para realização da substituição das árvores.

Certamente, as sugestões não impedirão as árvores de tombarem por vendavais, mas, a combinação das estratégias de prevenção com mitigação irá contribuir para que haja menos transtornos e menos prejuízos.

Também, a substituição das árvores por espécies de menor porte, continuará mantendo Maringá como cidade arborizada, com segurança para moradores. 

Em tempos de bonança, tudo é esquecido, no entanto, é aí o momento de minimizar ou eliminar o risco de árvores caírem em nossa cidade.

Ou alguém dorme tranquilo com ventania tendo uma árvore na frente da sua casa classificada como “Urgente” para o corte?

 

 

 

domingo, 24 de setembro de 2023

Homenagem em Maringá: 20 anos sem o Prefeito José Claudio

 

Em 16 de setembro de 2003, falecia, vitimado por câncer, o prefeito José Claudio Pereira Neto (PT), tornando-se o primeiro prefeito de Maringá a morrer durante o mandato. Para homenagear o prefeito, o PT de Maringá organizou o ato “20 anos sem José Claúdio”, com a exibição do documentário Maringá Histórica: José Claudio, a ascensão de uma estrela, elaborado pelo historiador Miguel Fernando, do Maringá Histórica e com exposição de fotos. 

Na homenagem, realizada no dia 23, no Centro de Ação Cultural, diversas autoridades, jornalistas, secretários(as) municipais da gestão José Claudio e amigos(as) prestigiaram o evento e se emocionaram com as lembranças.

Dentre as autoridades, estavam o Vice-prefeito Edson Scabora, o diretor geral brasileiro da Itaipu Enio Verri, o presidente do PT municipal, Mário Verri, a vereadora Ana Lúcia Rodrigues, o Secretário de Cultura Victor Simião e a Secretária da Mulher, Terezinha Pereira (irmão do José Claudio). A apresentação foi realizada pelo professor doutor Reginaldo Dias (UEM).

Em suas exposições, todos foram unânimes em afirmar o legado da política de cara limpa e a qualidade das obras realizadas pelo homenageado bem como seu amor pela cidade de Maringá. Também foram relembrados a necessidade de retomar a credibilidade para investimento na cidade devido ao escândalo de corrupção e roubo do governo anterior, o qual deixou os cofres públicos zerados; as iniciativas inovadoras foram tomadas em seu governo, como a construção das escolas municipais com qualidade, a melhoria na saúde, a criação das assessorias da mulher, igualdade racial e juventude, a melhoria dos serviços de atendimento ao público, entre outros.

Após as falas das autoridades, ocorreu a exibição do documentário que trouxe a trajetória de José Claudio na política, com depoimentos do ex-prefeito João Ivo (vice-prefeito do José Claudio), secretários (as) municipais, da coordenadora da campanha eleitoral vitoriosa de 2000 (Lucia Bertin) e de Terezinha Pereira, representando a família.



Maringá Histórica: José Claudio, a ascensão de uma estrela 


 

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Fórum Maringaense de Mulheres realiza encontro

                                                Encontro Fórum Maringaense de Mulheres - 19/09/2023

 Reunidas, no dia 19/09 nas dependências do Plenarinho da Câmara Municipal de Maringá, as integrantes do Fórum Maringaense de Mulheres (FMM), realizaram avaliação das ações da entidade e traçaram ações para o combate à violência contra a mulher. Dentre as ações, destaca-se a necessidade de realização de eventos nos bairros e maior publicidade das lutas de combate à violência contra a mulher.

Além das várias entidades que compõem o FMM, participaram do evento, a Secretária da Mulher de Maringá Terezinha Pereira, a artista visual Marina Andreo  e a poetisa Raílda Masson. Marina Andreo realizou a exposição Mulheres de Maringá e Mulheres do Brasil. Raílda Masson apresentou texto de sua autoria como parte de sua arte “Encantamento”.

Para a presidente do FMM, Celene Tonella, é importante que as entidades estejam reunidas e troquem experiências sobre sua atuação. A Secretaria Terezinha Pereira salientou a força do FMM com o agrupamento das diversas entidades que contribui para o estabelecimento de políticas públicas para mulheres e o combate à violência contra a mulher.

O FMM, também, está organizando o cronograma das atividades a serem realizadas pelo 25 de novembro que é o Dia Internacional de combate à violência contra a mulher.

 

 

terça-feira, 12 de setembro de 2023

A cada feminicídio, nosso coração sangra


Os anos 1980 trouxeram ânimo no combate à violência contra a mulher, com a criação das Delegacias da Mulher, a promulgação da Constituição Federal que iguala mulheres e homens em direitos e obrigações e a elaboração de políticas públicas para mulheres. Mulheres negras, indígenas, portadoras de deficiência, ciganas, entre outras, começaram a ter suas vozes ouvidas.

Nos anos 1990, o fortalecimento do combate à violência continuou, chegando aos anos 2000, com a criação de leis específicas como a Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio, a Lei de combate à violência psicológica e a lei da importunação sexual. Todas estas leis com punição mais rigorosa aos agressores, assediadores e assassinos de mulheres.

Organismos de atendimento estatais (municípios, estados e governo federal) para acolher as mulheres em situação de vulnerabilidade foram instituídos nos anos 2000. Em 2003, foi criado o Ministério das Mulheres, com o pacto nacional de combate à violência contra a mulher e os canais de denúncia como o 180. Medidas protetivas, botão do pânico, Patrulha Maria da Penha passam a ser alguns dos mecanismos de proteção às mulheres.

Paralelo a tudo isso, as mulheres se qualificaram, estudaram, começaram a atuar na política e em outras esferas de poder. Ainda que muito aquém da representatividade de um grupo populacional que possui mais de 52% e atua em todas as áreas, conseguimos ter uma mulher na presidência da república, a qual foi destituída do cargo por meio de um impedimento que agora revelou-se um golpe para tira-la do poder.

Graças a esse histórico de políticas públicas para mulheres havia um sentimento de evolução no movimento feminista. No entanto, chegamos a 2023, com um alto índice de feminicídios, estupros e agressões contra as mulheres. O que houve de errado nesse meio do caminho para entrarmos numa espécie de retrocesso ou mesmo involução das lutas pelos direitos das mulheres?

Pode parecer pouco tempo, mas 4 anos de um governo federal como o anterior (2018-2022), no qual práticas de armamento da população, a disseminação do ódio e a misoginia interligadas com a redução drástica do orçamento no combate à violência contra a mulher desmontando as políticas públicas, certamente contribui de forma contundente para o caos em que nos encontramos hoje.

A recuperação desses anos perdidos está sendo realizada. Entretanto,  a violência doméstica, ou seja, aquele tipo de violência que acontece dentro dos relacionamentos afetivos continua nos atingindo de forma assustadora. Mortas por seus atuais ou ex (maridos, companheiros, namorados), as mulheres tem suas vidas interrompidas, mesmo com medidas protetivas e denúncias. Os assassinos ignoram, inclusive, que as crianças ficam órfãs.

Se as leis e a conscientização não estão resolvendo, talvez seja o momento de medidas mais drásticas com punição mais severa para os casos de feminicídios. Talvez a prisão dos agressores logo nas primeiras denúncias de violência e a prisão perpétua para feminicidas possa, por fim, inibir esse crime que, da forma como as coisas estão, os faz se sentirem impunes.

O que não podemos fazer mais, é cruzar os braços, sentir o coração sangrar a cada feminicídio e, simplesmente, ficar lamentando. Algo precisa ser feito, urgente!!!

 

 

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O Significado do “Agosto Lilás”


Criado por lei, como “mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher”, em referência à Lei Maria da Penha promulgada em 07/08/2006, no primeiro governo do Presidente Lula, o Agosto Lilás é palco de eventos em todo o país.

Num país como o Brasil, onde os índices de violência contra a mulher e o aumento do feminicídio são crescentes, datas como estas precisam de apoio por parte das organizações não governamentais e do poder público como forma de chamar a atenção e cobrar das autoridades um  combate firme pra exterminar esse mal que assola nossa sociedade.

Fatores como o corte do orçamento para a política de enfrentamento à violência contra à mulher por parte do governo federal de 2019 a 2022, o fechamento ou redução de serviços de acolhimento durante a pandemia de Covid-19 e o crescimento e propagação de crimes de ódio e de misoginia aliados ao machismo existente no Brasil, contribuíram para o aumento da violência e do feminicídio.

Por mais que campanhas de combate à violência doméstica e contra a mulher tenham sido efetuadas, o alcance se tornou limitado por cortes de verbas e falta de apoio governamental em anos anteriores. Na atualidade, ações de combate à violência contra a mulher vêm sendo efetuadas pelo governo Lula, no entanto, o estrago de anos sem orçamento destinado para a agenda de direitos das mulheres trouxe um retrocesso grande em termos de políticas públicas aliado aos discursos de ódio e misoginia impetrados pelo governo anterior. Não fossem as iniciativas de alguns municípios, a situação poderia ser ainda mais desastrosa do que foi.

Por sua vez, algumas propostas de como combater à violência contra a mulher e auxiliar as mulheres têm sido apresentadas pelas entidades da sociedade civil organizada, tais como as encontradas nas palestras da Associação Maria do Ingá Direitos da Mulher:

·         Conhecer as leis

·         Conhecer os locais de atendimento da sua cidade

·         Prestar atenção ao seu redor para perceber sinais de violência

·        Auxiliar as mulheres da família, amigas e vizinhas em situação de violência

·        Não compartilhar piadinhas que desqualificam a mulher e minimizem a gravidade das agressões

·        Chamar a atenção do “amigo” abusador e agressor

 

Elas parecem ações simples, mas que exigem uma atenção e cuidados redobrados por quem as pratica. Junte-se a estas, as ações de empoderamento e participação das mulheres nos espaços de poder que devem ser realizadas como forma de alcançar a igualdade entre mulheres e homens em todos os aspectos da vida, no mundo do trabalho e da sociedade.

A situação é tão alarmante em vários locais mundo afora que a igualdade de gênero configurada como um dos 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável da ONU (ODS 5 Igualdade de Gênero) com busca de ações que incluem, também, o combate á violência de gênero. Inclusive,  o nosso país é signatário dos ODS.

Entretanto, infelizmente, o Brasil entra na lista dos países mais perigosos para mulheres e meninas viverem, ocupando a 5ª.posição nesse triste ranking. Vale lembrar que temos a igualdade entre mulheres e homens, também, preconizada na Constituição Brasileira de 1988, portanto, são 35 anos ressaltando a importância da igualdade, possibilitando que haja mais participação feminina em todos os locais.

Leis de proteção, lei de criminalização e datas de conscientização, nós temos, o que falta agora, é transformar tudo que é feito no Agosto Lilás em ações cotidianas, tanto como políticas de Estado como de sociedade, até que um dia alcancemos o fim da violência contra a mulher.

Eis aí, um sonho que move todas e todas nós que combatemos a violência contra a mulher: seu fim, dentro de uma sociedade justa, igualitária, inclusiva e não machista!!!