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quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Um dia diferente na vida das mulheres, só que não...

 


Quarta-feira cedinho (cedinho mesmo) fomos à clínica pra minha mãe fazer cirurgia de cataratas. Cuidados, preocupações, espera e muita paciência marcaram esta manhã, afinal a mãe está com 85 anos. A maioria das pessoas que estava na clínica eram idosas, umas brincalhonas, outras sérias, outras apreensivas, mas todas firmes.

Após o almoço, com tudo acertado com relação à cirurgia da mãe, fui resolver outros assuntos, até sobre roupas.  Numa loja de roupas, me chamou a atenção a história de duas mulheres que conversei. A primeira mulher, divorciada depois que o marido a abandonou e a segunda, uma bisavó que cuida de dois bisnetos, priminhos. 

À tarde, depois das conversas, fiquei pensando na vida das duas, que não é diferente da história de tantas mulheres. No processo de separação, a primeira mulher contou que passou por psiquiatra e teve apoio de seu líder religioso. Ainda toma remédios pra dormir, mas conseguiu superar, segundo ela, graças a abertura da loja, que a tirou de dentro de casa e a fez ter contato com outras pessoas.

A bisavó, por sua vez, contou que a neta e o marido, ambos usuários de drogas sumiram no mundo, deixando o filho pequeno, PCD (pessoa com deficiência), pra trás. A última vez que os viram faz mais de cinco anos.  Ela tem a guarda da criança e disse que enquanto puder ajudar a filha, avó do menino, estará sempre junto.

À noite, fui no evento “Construindo ações para o enfrentamento à violência política contra a mulher”, organizado pela Procuradoria da Câmara Municipal de Maringá.  No evento foram discutidos os aspectos ligados a este tipo de violência e assinado um protocolo de cooperação entre Polícia Federal, OAB, Ministério Público e Procuradoria da Mulher para o atendimento aos casos, tanto em período eleitoral como fora dele. No evento, participaram mulheres de municípios vizinhos que são vereadoras, secretárias municipais, mulheres que atuam em partidos políticos mesmo sem ter cargos e representantes de entidades de mulheres com interesse em conhecer o tema.

No fim das contas, o dia foi repleto de histórias de vida das mulheres, na saúde, na família e na política. Aparentemente, são histórias particulares, no entanto, refletem o que acontece em todos os cantos, com mulheres e os cuidados, o abandono e a violência em todas as suas formas, seja doméstica ou na política.  Todas mulheres, sempre com muita coragem, as vezes assumindo papéis que não precisariam ou não deveriam assumir, mas firmes em suas trajetórias.

Fui dormir com a mesma sensação que me acompanha desde que percebi o mundo, que  ainda há muito que fazer para que as mulheres sejam realmente iguais aos homens em direitos e obrigações, como prega a nossa Constituição Federal de 1988 e, a partir dos anos 2000, o próprio movimento ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU que tem a Igualdade de Gênero como um de seus objetivos para um mundo melhor social e ambientalmente sustentável.

Obrigações, nós mulheres, sempre tivemos e temos de sobra, mas o direito à uma vida digna e sem violência somente chega até nós com muita organização e união, sempre alertas e cobrando das autoridades e da sociedade medidas para a efetivação de direitos iguais entre mulheres e homens.

Um dia...assim será!

 

 

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