sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
As dores femininas na pandemia
Como bem disse a filósofa Simone de Beauvoir, “Basta uma crise política, econômica e religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados“. Nada mais atual do que esta frase ao olhar com atenção para as mudanças que ocorreram com a vida das mulheres na pandemia da Covid19. Com as crises sanitária, política e econômica decorrentes da pandemia, as mulheres são as mais afetadas tanto na vida privada como na vida profissional.
Os dados apresentados tanto pela imprensa como no Anuário da Segurança Pública mostram que houve aumento de feminicídio, agressões e importunação sexual. No mundo do trabalho, por sua vez, a taxa de desocupação das mulheres é maior do que a dos homens, ou seja as mulheres foram as que mais perderam seus empregos ou deixaram de trabalhar para cuidar das crianças que ficaram sem creches e fora das escolas. Portanto, a vida das mulheres foi afetada tanto no privado como no público. Não dá pra separar o que acontece na vida das pessoas da atenção que os governos dão para os problemas que ocorrem na sociedade.
Dessa forma, o aumento da violência contra a mulher teve ainda a redução de orçamento federal para o combate a este mal que aprisiona e causa danos irreversíveis para a vida das mulheres e crianças que são afetadas, física e psicologicamente, pelas agressões. A partir dos dados, o governo federal teria justificativas para as políticas públicas para as mulheres, mas não o fez, optando por reduzir o orçamento.
Ao tratar do desemprego e da violência que afetam sobremaneira a vida das mulheres, uma situação deve ser destacada, além do fato das mulheres serem as que mais ficaram fora do mercado de trabalho. Trata-se de um tipo de violência que faz com que muitas abandonem suas carreiras profissionais para cuidar das crianças e dos idosos das famílias, num período marcado pelo distanciamento social, fechamento de diversos serviços e cuidados com uma doença agressiva que se espalhou rapidamente.
Normalmente, no cuidado das famílias, as mulheres assumiram esse papel em que os homens foram os provedores enquanto elas cuidavam do lar. Muitas aceitaram essa incumbência, mesmo tristes, sem questionar, considerando esse um papel inerente à elas. Muitas procuram justificativas com a afirmação de que todos da família ficaram bem de saúde e que conseguiram ensinar, brincar e estar mais próximas das crianças. Afinal, estamos em uma pandemia...
No entanto, eis aí um tipo de dor para ser estudado. Aquela culpa antiga por desejar uma profissão e confiar os cuidados das crianças para creches, escolas ou outros, foi substituída pela culpa de ter uma profissão ao invés de proteger a família da pandemia. Não que essa proteção seja errada, pelo contrário é muito bem recebida. No entanto, deve ser pensado no significado de dois anos afastada de uma profissão ou atividade que gosta por uma conjuntura que a forçou a isso. Não foi por escolha ou vontade própria, trata-se daquela imposição velada que a mulher assume como sua verdade, ao colocar todos os argumentos para justificar que, no final das contas, valeu a pena pois todo mundo ficou bem.
E ela? Ficou bem? Se ficou, tudo certo. Mas se restou alguma tristeza ou algum sentimento de frustração pela falta da atividade profissional que gostava de realizar, é algo a ser tratado e não pode ser ignorado.
Afinal, a pandemia revelou que mais uma vez, as mulheres sofreram e tiveram seus direitos, além de questionados, retirados. Na busca da igualdade, situações desse tipo devem ser avaliadas para que tanto a divisão das tarefas domésticas como ocupação de espaços de poder feita por homens e mulheres seja o normal na sociedade e não retroceda durante a ocorrência de cada crise sanitária, política, econômica ou religiosa.
domingo, 14 de novembro de 2021
Importunação sexual é crime
"Importunação sexual é crime, conforme lei federal nº 13.718, de 24 de setembro de 2018. A lei alterou o texto do Código Penal no capítulo "Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual"."
Quando começou a discussão sobre importunação sexual, homens chamaram de frescura ou "mimimi" o fato das mulheres se sentirem constrangidas com as tais" gracinhas masculinas". Outros vão além dizendo que elas deveriam estar felizes por chamarem a atenção deles.
UAU!!! além de machismo explícito, vamos combinar que é de uma tremenda falta de educação e de respeito importunar as pessoas que não querem ouvir as famosas “gracinhas” que de graça nada tem ou sentirem toques de outros.
Todas nós mulheres, em
algum momento das nossas vidas passamos por isso. O beijo roubado que é minimizado
como romântico; o comentário inoportuno sobre o corpo que é visto como elogio,
o toque em locais públicos, aquela mão inoportuna na cintura, entre tantos exemplos. Destaque aqui para os crimes como estupro e violência sexual que são aterradores e violam a alma e o corpo das mulheres.
Lembrei de um congresso de computação na área empresarial que fomos no Rio de Janeiro em 1979, no auge dos meus 18 aninhos.. Fretamos um ônibus com alunos(as) e professores (as). O evento trazia novidades na área. Toda essa discussão sobre importunação me lembrou três episódios. O primeiro foi quando eu estava descendo a escada do centro de convenções e um senhor de terno e gravata passou por mim e disse: - menina com essa loirice toda você está perdendo tempo estudando. Eu acelerei o passo.
O segundo, foi na apresentação de informações sobre um programa de computador que eu pedi explicação. Não sei se ele era o programador ou um representante, mas o que ele disse foi, no mínimo, inconveniente. – menina, você devia estar lá com aqueles engravatados em outro tipo de programa. Pra esse eu respondi: - não se preocupe, eu estou muito bem programando computadores, não preciso deles e quer saber, nem de gente como você. Sai pensando, será que esses dois estavam de combinado, no mínimo foi esquisito.
O terceiro foi num coquetel de confraternização no mesmo evento. Um carioca se plantou do meu lado e não parava de conversar. Aí me convidou pra sair dali. Eu respondi que não, que estava com a turma da faculdade e íamos embora de ônibus. Ele disse que me levava e muito blá blá blá...Eu estava procurando um jeito de me safar daquela conversa, quando um amigo chegou me abraçou e disse – vamos querida. Aí o cara saiu. Esse amigo disse que viu que eu estava incomodada e pensou num jeito de me tirar dali. Lembrei desse episódio quando vi a propaganda da L´oreal que mostra pessoas ajudando as que estão sendo importunadas.
Eu era uma mulher jovem e por mais que os machistas de plantão falem, nada disso foi lisonjeiro. Por se tratar de uma área inovadora, a computação, na época, eles se julgavam no direito de dizer onde era nosso lugar, se tivesse uma aparência razoável ainda se achavam no direito de insinuar que programas deveríamos fazer, referindo à programas sexuais e não aos programas de computadores.
Não vou listar as inúmeras importunações que sofremos, pois todas sabemos o que nos incomoda. A regra é muito simples, apesar de ser difícil de ser compreendida por importunadores: se a mulher não corresponde ou se sente constrangida ou ofendida, é importunação sexual sim, então sai dali e repense seus conceitos e ações.
Aprenda a respeitar que “não é não!” seja num olhar, num recuo ou numa palavra dita.
sexta-feira, 5 de novembro de 2021
A morte do Bolsa Família na maioridade
Lembro bem quando o programa Bolsa Família foi lançado 18 anos atrás. Houve muito debate, muitas críticas e, também, muito apoio.
As críticas vieram principalmente de grupos da classe média que viam como absurdo o governo dar dinheiro para as pessoas ao invés de dar emprego. Outra crítica vinha ao encontro da famosa malfadada meritocracia na linha do “se eu consegui, porque esse povo não consegue”.
Não pensavam essas pessoas nas milhões de famílias brasileiras que viviam na miséria, as quais nunca tiveram oportunidades. Pra ter argumentos pra discussão, falei com a Telma, assistente social. Ela me explicou detalhadamente que o programa se tratava de transferência de renda com uma série de requisitos e condições, principalmente vinculados à saúde e a vida escolar das crianças.
Lembro, também, que depois de um tempo, o cartão do Bolsa Família passou a ficar na mão das mães visto que uma pesquisa mostrou que os homens gastavam e outras coisas e as mulheres compravam comida.
Uma prima, a Margarete, que atuava na época em escola me contou que, todo mês, enviava a lista de presença de estudantes cuja família recebia o benefício. Caso houvesse falta, a assistência social ia na casa da família para ver o que estava acontecendo. Havia uma interseção também com a área de saúde para o acompanhamento das crianças.
Ah! Mas teve gente que recebeu e não precisava...diziam os contrários. Sim, mas quem cuidava do cadastro era o município que fazia a análise e distribuía o benefício. Infelizmente teve município que distribuiu com fins eleitoreiros.
Criados que somos na linha do ensinar a pescar, houve, realmente, dificuldades de assimilação por uma grande parte da classe média, principalmente por aqueles e aquelas que, graças a estudos, puderam ter uma vida uma pouca mais digna.
No entanto, com o
conhecimento do programa e a visível melhoria da vida de muita gente, o Bolsa
Família passa a ser mais aceito pela população, como uma ação de governo. É inegável que o Bolsa Família mudou o cenário da pobreza no Brasil, com a retirada do país do mapa da fome.
Agora, na sua maioridade, o Bolsa Família deixará de existir. Junto dele todas as ações na área de saúde e educação, voltadas para as crianças, sucumbirão.
Tudo porque o governo atual pensa em duas coisas: eleição e dinheiro. Assim, matar o Bolsa Família tem como intuito tirar da memória das pessoas, os governos do PT que o implementara. O dinheiro reduzido com o programa substituto Auxílio Brasil do governo servirá para a tentativa de comprar a reeleição.
E o povo? Voltará para a triste estatística do Brasil cravado no mapa da fome no mundo.
sábado, 23 de outubro de 2021
quinta-feira, 14 de outubro de 2021
Professoras e professores: superação na pandemia
- Artigo postado originalmente em Aduem.com.br
Fiquei pensando em escrever sobre professores (as) e a comemoração do dia 15 de outubro. A profissão de professora sempre esteve presente na minha família. A minha avó foi professora de datilografia, tenho muitas tias, primas, primos, irmã e genro que atuam na profissão. Uma vez minha filha mais nova, criança, afirmou: “mãe, nossa família é família de professores, tem você, o pai e um monte de gente, né”. Lembro também de professores e professoras maravilhosos que tive, alguns nem tanto, calmos, bravos, “pegadores de pé” entre tantos perfis. No entanto, seja de qual estilo ou perfil, uma coisa é certa, professores (as) sempre estimulam a turma de estudantes, corrigem, cobram porque sua função, além de conhecimento, transmite incentivo e a esperança de um mundo melhor.
Uma vez visitamos uma delegada da mulher pela Ong Maria do Ingá. Fomos a Zica e eu, duas professoras. Na conversa com a delegada sobre a juventude, chegamos à conclusão que ela, a delegada, devido ao seu trabalho tinha uma visão muito triste sobre a adolescência enquanto nós professoras, uma de ensino fundamental e uma de ensino universitário, tínhamos visão de esperança e de futuro para a juventude por meio da educação, cultura e esportes. Também me lembro ao viajar pela América Latina, anos atrás, quando as pessoas sabiam que eu era professora, o atendimento se tornava mais respeitoso ainda, como se eu fosse um símbolo de algo muito bom.
No entanto, nem tudo é essa visão romanceada. Agredidos(as) física e moralmente por governos descomprometidos com a educação, professoras e professores começaram a ser atacados, no Brasil, por pessoas que deturpam o processo de ensino-aprendizagem sem sequer entender o que falam e por governantes que sabem que a educação promove a libertação das pessoas e eles querem as pessoas longe do conhecimento para se perpetuarem no poder.
Aí chegou a pandemia e o mundo enfim redescobriu novamente a função relevante de professores e professoras. Seja porque as crianças ficaram confinadas em casa, seja porque realmente estavam preocupados com seus filhos(as), o fato é que os professores tiveram um papel fundamental na vida das pessoas. Eu diria que ao lado dos profissionais de saúde, sem dúvida, imprescindíveis no combate à pandemia, os profissionais de ensino possibilitaram junto com o conhecimento, a esperança.
Dentro de suas casas, com limitações tecnológicas, internet ruim, equipamentos não preparados e nem metodologia para o ensino on line, sem incentivo governamental (no caso das escolas públicas) ou empresarial (escolas privadas), professores e professoras deram sinal de resistência, aprenderam a usar a tecnologia e foram a exaustão para manter alunos e alunas em suas aulas.
Em alguns locais, professores e funcionários de escolas foram nas casas em busca de alunos que não assistiam aulas virtualmente, o que revelou outro lado da desigualdade social que é a falta de acesso às tecnologias de comunicação e informação. Falta de acesso por problemas de infraestrutura de rede de comunicação, celulares com limitações de conexão, famílias com um celular para mais de uma criança, entre tantos problemas que a pandemia mostrou que existem em nossa sociedade e não eram visíveis.
No fim das contas, mesmo com salários defasados, falta de infraestrutura para trabalho e com agressões de todo tipo, professoras e professores, cientes do seu papel, continuam firmes e convictos. A todos eles e a todas elas, nosso respeito, nossa reverência e nos moldes do imperador japonês que dizem só se curvar diante de professores, nós, também nos curvamos diante deles (as) e agradecemos pela existência de cada um (a) em nossas vidas.
Tania Tait 14/10/2021
aduem.secretaria@gmail.com
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
A pobreza menstrual, a desigualdade social e o machismo
A pobreza menstrual veio à público principalmente durante a pandemia que afetou a renda das famílias que passaram a dispor de poucos recursos financeiros. Ao ter a necessidade básica da alimentação como prioridade, alguns itens foram substituídos e deixados de lado, como, por exemplo o absorvente higiênico. Entretanto, a falta de dinheiro para comprar absorvente não é o único resultado da pobreza menstrual pois ela mostra o problema da falta do acesso a água, falta de saneamento básico e a desigualdade social.
Sendo mundialmente detectado, desde 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) considera o acesso à higiene menstrual um direito que precisa ser tratado como uma questão de saúde pública e de direitos humanos. Especificamente no Brasil, uma pesquisa realizada e publicada recentemente revela que 28% das mulheres de baixa renda são afetadas pela pobreza menstrual, ou seja, mais de 11 milhões de brasileiras.
Tanto problemas físicos como emocionais afetam as mulheres. Físicos pelo uso de produtos como papel jornal, massa de pão ou papel higiênico para substituir o absorvente, o que ocasiona doenças como infecção urinária, candidíase entre outras doenças. No aspecto emocional, muitas faltam ao trabalho ou a escola por se sentirem sujas e constrangidas. Essa situação revelou problemas adicionais como banheiros sujos ou desprovidos de condições para higienização, seja nas escolas ou em locais de trabalho.
Na pandemia, sensibilizados pela situação das mulheres, vários municípios e entidades da sociedade civil realizaram campanhas para arrecadar itens de higiene pessoal femininos como absorventes, shampoos e aparelhos para depilar, destinados às famílias carentes.
Visto como um problema sério, a partir de uma iniciativa popular realizada por mulheres, o Senado brasileiro aprovou uma lei para distribuição de absorventes, coletores e tampões íntimos. Entretanto, a lei foi vetada pelo presidente Bolsonaro, em mais uma demonstração de insensibilidade diante da situação de mulheres e meninas que tem suas vidas impactadas pela pobreza mundial.
Não bastasse o absurdo do veto presidencial ao direito das mulheres pobres de ter acesso aos absorventes para minimizar a pobreza menstrual, alguns homens em todos os cantos do país se sentiram à vontade para atacar o projeto de várias formas: defender o presidente pela justificativa mentirosa de falta de verba orçamentária para o projeto visto que no projeto é detalhado de onde viria o recurso; que a situação dessas mulheres é frescura e que precisa parar de doar coisas pra elas aprenderem a se virar. Esqueceram esses sujeitos, que não menstruam e nem sentem cólicas menstruais nem constrangimentos quando sua roupa é manchada de sangue da menstruação, que durante a pandemia a desigualdade social se tornou gritante, revelando a pobreza em vários aspectos da vida que afetam as pessoas.
Não se pode fechar os olhos para a pobreza menstrual e fazer de conta que ela não existe. Ela está aí gritante e junto com o sangue que se esvai dos corpos femininos, se esvai, também, a possibilidade de uma vida digna.
Imagem: LabDicasjornalismo.com.br
quinta-feira, 7 de outubro de 2021
Arma e amor não combinam
Os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que há um aumento considerável de novas armas registradas, dobrando a cada ano desde que o governo atual assumiu o poder em 2019, tendo como um dos seus motes de campanha o armamento da população.
Basta observar a evolução dos registros para ter uma dimensão da situação:
2017: 42.387 novas armas registradas
2018: 47.691 novas armas registradas
2019: 94.416 novas armas registradas
2020: 186.071 novas armas registradas
Outro dado que chama a atenção é o aumento de feminicídio durante a pandemia, com 22% a mais em 2020 do que em 2019, conforme apresentado pelo Anuário de Segurança Pública. Os dados estão aí para mostrar a realidade do aumento das mortes por armas de fogo ao mesmo tempo que traz o conhecimento sobre o aumento dos registros de novas armas.
Muitas pessoas que se dizem
cristãs estão defendendo o porte de armas como forma de se proteger dos
bandidos. Bandidos que são preparados, que em muitos casos além de matar a
vítima, se apossarão de sua arma. Além disso, arma e amor certamente não combinam pois amor significa a vida e a arma significa a morte.
No fundo quem lucra mesmo com o aumento de armas são as empresas fabricantes de armas, que certamente estão apoiando esse tipo de iniciativa de armamento da população e aumentando seus lucros. Nem vamos falar dos clubes de tiros espalhados pelo país.
Além dos dados e de observar a inexistente
dúvida existencial cristã entre armar e amar, muitas outras situações são intrigantes:
A quem interessa uma população armada?
Quem é essa população que se arma? O que pensa? O que pretende?
Quantas pessoas morreram por ter arma em casa? (por engano, por violência doméstica, por brincadeiras entre crianças e adolescentes com a arma do pai).
Será que estão criando um exército de civis armados?
Imagem: LinguaculturaX.com
terça-feira, 21 de setembro de 2021
Descontinuidade administrativa: quem paga somos nós!
Quando cursei doutorado,
estudei sobre sistemas de informação no setor público e me deparei com o tema
descontinuidade administrativa. A partir daí, comecei a observar mais a situação.
As referências eram direcionadas aos administradores que assumem os governos e mudam as marcas, programas e projetos. Com o intuito de apagar a imagem do gestor anterior trocam a marca do setor nas obras, nos programas etc. Às vezes, chegam a cancelar os programas anteriores que davam certo trazendo melhorias para a população.
Essa troca toda gera gastos, pagos com nossos impostos, ou seja, nós quem pagamos por esse gasto desnecessário, mas que na política é extremamente comum.
Um exemplo emblemático dessa situação são as construções na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mantida pelo governo do Estado, as obras paradas chamam a atenção de que passa pela UEM. Anos a fio, os esqueletos dos prédios continuam por lá, sem continuidade, sem explicação. Apenas estão lá, misturados a paisagem.
Quando, se por ventura, essas obras forem concluídas, muitas partes terão de ser refeitas, ocasionando assim mais gastos do que os previstos inicialmente.
Seja com financiamento da Caixa Econômica, do BNDES, ou qualquer outra, no final das contas, quem paga a conta é o povo.
As fotos são do campus da
UEM. A construção seria a Casa do Estudante e está assim por muitos anos. Fotos tiradas em 18/09/2021
domingo, 19 de setembro de 2021
Pés de frango: uma afronta ao povo brasileiro
Nem sei explicar o sentimento que deu quando vi essa exposição de pé de frango no mercado. Lembrei que antigamente o pé de frango era usado pra sopa. As pessoas nem compravam, muitas vezes ganhavam os pés de frango. Chega a ser ofensivo e cruel, uma mercado colocar esses pés a venda. Parece que estão rindo da cara do povo brasileiro que anos atrás podia escolher o que comer. Tem mais uma cena triste: pessoas pedindo esmola nas portas dos mercados, além dos semáforos.
Como pudemos regredir tanto?
Quer saber, nem quero ouvir falar em terceira via. Vou de Lula 2022. Sei como era e sei como está agora.
#Lula2022
@lulaoficial
@maringacomlula
quinta-feira, 16 de setembro de 2021
As Fake News na pandemia e a exclusão digital
O contexto social que marca a atualidade desde o início do ano 2020 é a crise sanitária, econômica e política provocada e aumentada pela pandemia da Covid-19. Trata-se de uma pandemia que assombrou o mundo e trouxe à vida das pessoas o medo da morte, os cuidados contra o contágio e a necessidade de vacina. Governos do mundo todo se alinharam no combate ao novo coronavírus com esforços para conter sua propagação.
Infelizmente, esse combate ao coronavírus não aconteceu da mesma forma em todos os países. O Brasil é visto como um exemplo mundial de negacionismo no combate a doença tendo como principal protagonista o próprio Presidente da República (O ESTADÃO, 2021). O negacionismo com a recusa em usar máscaras, promover a aglomeração, atrasar a compra das vacinas foram medidas tomadas pelo governo federal acompanhadas por uma rede de notícias falsas (as famosas Fake News) que causam desinformação, distorção dos fatos e levaram milhares de brasileiros e brasileiras à morte pela doença.
Para o Projeto Eleições sem fake (UFMG, 2021): “É razoável supor que uma campanha de desinformação maliciosa pode tentar maximizar o público alvo de uma história falsa compartilhando-a em grupos públicos existentes no Whatsapp”.
Além das demais plataformas de redes digitais sociais, a plataforma Whatsapp cria grupos e faz com que as mensagens cheguem individualmente para cada pessoa. O fato de chegar de forma privada e individual impede a investigação do alcance dessas notícias diferente do que acontece em redes como Facebook ou Instagram que estão visíveis, senão ao público geral, ao menos para o público do contato.
No contexto da pandemia, os exemplos apresentados no relatório da Pesquisa do Monitor do Debate Político no Meio Digital (Monitor Digital, 2021) são assustadores com relação à disseminação de notícias falsas que negam a doença ou sugerem não ser necessárias práticas de higiene.
Ao realizar uma análise dos exemplos apresentados pode-se trazer à tona os elementos tratados por Méo (2021) tais como a exclusão digital e os aspectos cognitivos e linguísticos.
No tocante à exclusão digital, agravada durante a pandemia (REDE BRASIL ATUAL, 2021) tem uma das formas de sua expressão que é o analfabetismo digital combinado no Brasil com o analfabetismo funcional (Todos pela educação, 2018) que faz com que as pessoas não compreendam um texto e executem apenas as operações básicas.
Dessa forma, um dos aspectos da exclusão digital, o aspecto linguístico indica que: “nos conteúdos mais precisos e abrangentes em inglês, quem não domina o idioma, fica sem saber. Em português somente escrito, quem não domina a leitura não compreende a mensagem” (MÉO, 2021).
As fake news articuladas por grupos que as usam, principalmente, de forma política (GLOBO, 2020), sabem como influenciar essas pessoas fazendo com que elas acreditem nas mentiras propagadas e, também, as disseminem como se fosse verdade. Se a pessoa está enquadrada na categoria analfabeto funcional, dificilmente, ela irá pesquisar para saber a veracidade do fato apresentado.
Para conhecer mais sobre o tema indico os textos abaixo que foram usados para compor um trabalho de uma disciplina do curso de jornalismo:
GLOBO. Inquérito das fake news: veja quem são os investigados e como funcionaria estrutura. Reportagem no O Fantástico. 14 min Exibição em 31 mai 2020
Disponível:
Data de acesso: 29/06/2021
MÉO, Izabel. Gestão das Mídias Digitais. Slides 2, Unidade 1. Material Didático. Maringá: Uninga, 2021.
Monitor Digital. Projeto Monitor digital no debate político.
https://www.facebook.com/monitordodebatepolitico/
Data de acesso: 30/06/2021
O ESTADÃO. Bolsonaro está na contramão do mundo no combate à Covid. 22/02/2021.
Data de acesso: 29/06/2021
Rede Brasil Atual. Exclusão digital no Brasil se agravou durante a pandemia. 01/04/2021
Disponível:
Data de acesso: 29/06/2021
Todos pela educação. 3 em cada 10 brasileiros não conseguem entender este texto. 12/11/2018.
Data de acesso: 01/07/2021
UFMG. Projeto Eleições sem fake. Departamento de Ciência da Computação. Universidade Federal de Minas Gerais UFMG). 2021
Disponível: http://www.eleicoes-sem-fake.dcc.ufmg.br/?sction=home#members
Data de acesso: 30/06/2021
segunda-feira, 23 de agosto de 2021
Apoio à criação do Conselho Municipal LGBTI+ de Maringá
Perguntas que me intrigam desde que a Câmara adiou a votação do Conselho LGBTI+ em Maringá, pressionada por religiosos e conservadores:
terça-feira, 17 de agosto de 2021
Marcha Mundial das Mulheres: Participação na reunião do Conselho da Mulher
Participei da reunião do Conselho Municipal da Mulher de Maringá para apresentar sobre a Marcha Mundial das Mulheres. Na foto, com a presidente do Conselho, Profa. Dra. Crishna Correa (UEM) com o meu livro doado ao Conselho.
Orgulho de ser mulher
Em uma aula sobre a história das mulheres, apresentei uma série de símbolos utilizados no movimento feminista. Dentre eles, o “orgulho de ser mulher”. Algumas alunas comentaram a frase dizendo que já sentiram vontade de ser homem pela facilidade da vida deles. A partir daí começamos a conversar e refletir sobre o porquê da frase símbolo “orgulho de ser mulher”.
Lembrei da primeira vez que ouvi uma mulher dizer que se pudesse voltar à vida, queria voltar como homem e não como mulher. Eu era adolescente e fiquei intrigada com a frase. Por que ela queria voltar como homem? Pensava nas mulheres maravilhosas ao meu redor, minhas avós, minha mãe, minhas tias, minhas professoras, todas firmes em seus trabalhos e afazeres, cada uma com suas especificidades e talentos.
Não estamos tratando aqui sobre os casos das mulheres que não se sentem pertencentes ao seu corpo como mulher, sendo de todo direito poderem escolher o que as torna felizes, como todas as pessoas. Estamos falando das mulheres que preferiam ser homens pela condição social e a visão de que os homens podem tudo e as mulheres nada podem.
Fiquei muitos anos sem pensar nisso, mesmo ouvindo outras mulheres ao longo da vida falarem que preferiam ser homens por considerarem a vida deles mais fácil.
Quando conheci a frase “orgulho de ser mulher”, a incorporei imediatamente compreendendo que a vida dos homens é supostamente mais fácil por vivermos numa sociedade machista que impede as mulheres de se desenvolverem de forma completa como desejarem, sendo ou estando onde elas quiserem, amando e vivendo da maneira que as tornem felizes.
Portanto, a própria expressão de que queria voltar como homem inibe a luta em defesa dos direitos das mulheres, pois causa a sensação de que a vida tem de ser assim mesmo, com dificuldades para mulheres. Dificuldades que vão desde a sobrecarga das atividades domésticas a cargo apenas da mulher, aos salários menores, a violência contra a mulher, ao assédio moral e sexual.
Algumas mulheres salientam como problemas, os elementos relativos ao corpo da mulher tais como menstruação, gravidez, amamentação ou menopausa, os quais com atenção integral à saúde da mulher, acolhimento e cuidados podem se transformar em experiências maravilhosas e únicas.
Graças ao movimento feminista que trouxe a defesa dos direitos das mulheres, a igualdade entre mulheres e homens e a luta pelo fim da violência contra as mulheres, podemos nos expressar com orgulho de ser mulher, em todas as suas expressões. Somos mulheres negras, indígenas, brancas, ciganas, lésbicas, trans, héteros, portadoras de deficiência, mulheres dos campos e das florestas, ribeirinhas, trabalhadoras, sindicalistas, entre tantas outras, enfim, somos diversas, plurais e maravilhosas.
Assim, ao invés de esperar uma possível ou não volta como “homem”, transformemos o que consideramos empecilhos para as mulheres em ações para a igualdade de direitos.
Também não posso voltar atrás no tempo da minha adolescência e falar para aquela mulher o que penso hoje, mas posso falar para todas as mulheres que se orgulhar de ser mulher significa empoderamento e, com isso, passar a exigir a igualdade entre mulheres e homens, aqui e agora.
Eu? Se pudesse voltar? Gostaria de voltar como mulher!
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
Lei Maria da Penha completa 15 anos
Promulgada em 07 de agosto de 2006 pelo então presidente Lula, a Lei 11.340/2006, chamada Lei Maria da Penha é considerada uma das três melhores leis do mundo no combate à violência contra a mulher.
Dois grandes pilares da Lei Maria da Penha: retirar a violência contra a mulher do âmbito privado tornando-a responsabilidade pública e tipificar a violência mexeram com a estrutura do setor público em atendimento às novas demandas no combate à violência contra as mulheres e a proteção às mulheres em situação de violência.
Assim, ao longo dos seus 15 anos, foram criados e aperfeiçoados serviços de prevenção e atendimento às mulheres em situação de violência, criadas estruturas no sistema judiciário, incluídos protocolos de atendimento na polícia e no IML (Instituto Médico Legal) , entre tantas ações que possibilitam proteção e amparo às mulheres e mais punição aos agressores.
Na transformação da máxima “Antes quem batia em mulher era covarde. Agora é criminoso”, o uso da lei possibilitou que muitas mulheres fossem salvas, inclusive da possibilidade de sofrerem o desfecho fatal em suas vidas por meio do feminicídio.
Ao combater a frase conhecida “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”, a Lei Maria da Penha colocou em xeque a dominação do homem sobre o corpo e a alma da mulher, possibilitando a criação de novas e facilitadas formas de denúncia sobre agressões, inclusive por meio de denuncias anônimas.
Existem ainda muitos desafios com relação à aplicação da Lei Maria da Penha, no entanto, o saldo desse aniversário de 15 anos é bastante positivo ao se verificar como os serviços foram ampliados e melhorados, como muitas mulheres se fortaleceram para sair da situação de violência e como a Lei foi apropriada pelas mulheres como uma conquista a ser mantida.
Além da redução de verbas para o combate à violência contra a mulher por parte do governo federal, a falta de delegacias da mulher, a falta de Patrulha Maria da Penha, entre outras ações importantes, um dos grandes desafios é a qualificação para o atendimento humanizado às mulheres, por parte da área de saúde, do judiciário e da polícia. Exemplos de parceiras entre a sociedade civil organizada, universidade e prefeituras municipais começam a surgir para aperfeiçoar o atendimento às mulheres em situação de violência.
Ainda, no Brasil, muitas mulheres são desestimuladas a realizar boletins de ocorrência sobre a violência sofrida, são mal atendidas em IMLs, tem demora na expedição de suas medidas protetivas, entre tantas situações que as colocam em situação de desproteção diante do agressor. Por isso, a qualificação de todas as pessoas envolvidas se torna importante no fortalecimento da defesa da vida das mulheres.
Aliado a esses desafios, tem-se a necessidade de monitoramento da situação da rede de prevenção e atendimento para que sejam, cada vez mais, aperfeiçoados os serviços no combate à violência contra a mulher.
Enfim, a Lei Maria da Penha exige a contrapartida de todos os setores envolvidos e da sociedade que, cumpre um papel fundamental ao fazer valer a Lei e “meter a colher”, sempre que for necessário para salvar uma vida de agressões e da morte.
segunda-feira, 26 de julho de 2021
Marcha Mundial das Mulheres visita a Secretaria da Mulher de Maringá
Nessa segunda-feira, 26/07, as representantes da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) em Maringá, Margot Jung e Tania Tait se reuniram com a Secretária de Políticas Públicas para Mulheres (Semulher), Terezinha Pereira.
Na reunião, as integrantes da MMM trataram sobre a realização do evento “Agosto Lilás”, uma atividade que ocorre em todo o Brasil, tendo como principal eixo o combate pelo fim da violência contra a mulher e a marca da data de 06 de agosto da promulgação da Lei Maria da Penha.
Para Terezinha Pereira, o apoio de um movimento respeitado internacionalmente como a Marcha Mundial das Mulheres vem fortalecer a luta pelo fim da violência contra a mulher em Maringá. Terezinha aproveitou a reunião para convidar a entidade a participar da atividade do dia 31 de julho promovida pela Semulher. A atividade é relativa ao “Dia estadual de combate ao feminicídio” em 22 de julho.
Para Margot Jung, a parceria entre os movimentos organizados de mulheres e o setor público é uma das ações apoiadas pela MMM que estará presente no dia 31 de julho na atividade promovida pela Semulher.
Também foi reiterado o apoio da MMM a que seja uma mulher no comando da Delegacia da Mulher em atendimento à Lei Maria da Penha, reivindicação feita tanto pela Semulher como pelo Fórum Maringaense de Mulheres. Tania Tait considera que a legitimidade dessa luta faz com que a MMM a leve, também, para discussão em nível estadual e nacional.
Ao final da reunião, todas as participantes confirmaram a necessidade da parceria entre setor público e movimentos sociais para o estabelecimento de políticas públicas para mulheres, pelo fim da violência contra a mulher e pelo fim de toda forma de discriminação.
quinta-feira, 22 de julho de 2021
O Museu Esportivo de Maringá em nossas vidas
Participei do lançamento do Museu Esportivo de Maringá (MEM) em seu lançamento como museu itinerante na antiga e saudosa Casa de Bamba. Naquele dia vi muitos ex-atletas, senhores e senhoras de cabelos brancos se reencontrando, alguns jovens, compartilhando momentos passados e se confraternizando. Alguns eu conhecia, outros conheci naquele dia.
Sempre fui ligada ao esporte, na adolescência como atleta de natação e de ginástica desportiva. Na vida adulta, como atividade física apenas. Com o namoro e o casamento com o Luis Antonio, ex-jogador do Grêmio (e de outros times, inclusive no sub-20 da Seleção Brasileira) a proximidade ficou maior.
Participei da inauguração do Museu no espaço físico atual. De lá pra cá, Luis e eu sempre procuramos participar das atividades.
A existência do MEM nos trouxe lembranças e propostas. Um grupo de ex-atletas de GRD – Ginástica Rítmica Desportiva, no qual me incluo, estávamos organizando junto com a professora Glória Soares Nakashima, falecida ano passado, a história da GRD em Maringá, a começar com homenagem a professora Sara Machado Genaro (falecida em 2011) que trouxe a modalidade, sendo a primeira técnica na cidade. O MEM estava programado para ser o guardião, também, dessa história. O falecimento da professora Glorinha adiou essa programação.
Estou, também, como o material e fotos do meu tio José Luiz Tait, ex-árbitro de futebol para levar ao MEM assim que for possível diante das restrições pela pandemia.
A minha participação no Museu me levou, rapidamente, a conhecer a turma toda de ex-atletas, profissionais, amadores ou apenas amantes do esporte. Por esse envolvimento, quando estive como Presidente do Conselho da Mulher e da Ong Maria do Ingá tive a oportunidade de convidar o Museu Esportivo de Maringá para participar da III Pedalada/ Caminhada pelo fim da violência contra a mulher.
Fui, então, chamada para uma reunião pelo criador e presidente do Museu, o jornalista Antonio Roberto de Paula para apresentar o evento organizado pelo Conselho da Mulher e pelo Fórum Maringaense de Mulheres.
Num sábado de manhã fui na reunião. Eu era a única mulher presente naquele dia. Expliquei qual era o objetivo da Pedalada/Caminhada e que seria muito importante para a luta pelo fim da violência a participação do MEM. Alguns deles comentaram sobre situações de violência que viram ou tinham ouvido falar. Fechamos o acordo para participar.
Assim, em uma manhã de sábado de novembro de 2019, estávamos nós, mulheres e os amigos do MEM juntos, lado a lado, chamando a atenção da cidade pelo fim da violência contra a mulher.
Nesse ano de 2021, uma ação de solidariedade do MEM nos fez pensar em unir forças novamente e por meio da ONG Maria do Ingá, nos reunimos na arrecadação de produtos de higiene e limpeza, principalmente absorventes higiênicos para famílias carentes em parceria com os vicentinos da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe. Novamente, os amigos do MEM compreenderam a importância da nossa solicitação, agora a respeito do absorvente higiênico pela dificuldade das mulheres adquirirem o produto diante da pandemia.
O que nos reúne como sociedade civil, amigos do MEM e movimento de mulheres é a solidariedade diante do sofrimento ocasionado seja por atos de violência contra a mulher ou por efeitos de uma pandemia. O fato é que nos unimos e criamos laços que, esperamos, possam nos levar a outras caminhadas em comum no futuro.
Pessoalmente, de tudo que presenciei e acompanhei nesses anos, penso que, além de resgatar e guardar a história do esporte maringaense, o MEM uniu pessoas em um objetivo comum, trouxe suas histórias e resgatou vidas. Sim, resgatou vidas. Sinto isso quando vejo o olhar brilhando tanto pela alegria de quem conta as histórias quanto pela alegria dos que ouvem. O MEM trouxe muitos brilhos de volta à vida e ao olhar dos que se aproximam.
Parabéns De Paula e equipe por seu empenho e por essa linda ideia tornada realidade.