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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

A morte do Bolsa Família na maioridade

Lembro bem quando o programa Bolsa Família foi lançado 18 anos atrás. Houve muito debate, muitas críticas e, também, muito apoio.

As críticas vieram principalmente de grupos da classe média que viam como absurdo o governo dar dinheiro para as pessoas ao invés de dar emprego. Outra crítica vinha ao encontro da famosa malfadada meritocracia na linha do “se eu consegui, porque esse povo não consegue”.

Não pensavam essas pessoas nas milhões de famílias brasileiras que viviam na miséria, as quais nunca tiveram oportunidades. Pra ter argumentos pra discussão, falei com a Telma, assistente social. Ela me explicou detalhadamente que o programa se tratava de transferência de renda com uma série de requisitos e condições, principalmente vinculados à saúde e a vida escolar das crianças.

Lembro, também, que depois de um tempo, o cartão do Bolsa Família passou a ficar na mão das mães visto que uma pesquisa mostrou que os homens gastavam e outras coisas e as mulheres compravam comida.

Uma prima, a Margarete, que atuava na época em escola me contou que, todo mês, enviava a lista de presença de estudantes cuja família recebia o benefício. Caso houvesse falta, a assistência social ia na casa da família para ver o que estava acontecendo. Havia uma interseção também com a área de saúde para o acompanhamento das crianças.

Ah! Mas teve gente que recebeu e não precisava...diziam os contrários. Sim, mas quem cuidava do cadastro era o município que fazia a análise e distribuía o benefício. Infelizmente teve município que distribuiu com fins eleitoreiros.

Criados que somos na linha do ensinar a pescar, houve, realmente, dificuldades de assimilação por uma grande parte da classe média, principalmente por aqueles e aquelas que, graças a estudos, puderam ter uma vida uma pouca mais digna.

No entanto, com o conhecimento do programa e a visível melhoria da vida de muita gente, o Bolsa Família passa a ser mais aceito pela população, como uma ação de governo. É inegável que o Bolsa Família mudou o cenário da pobreza no Brasil, com a retirada do país do mapa da fome.

Agora, na sua maioridade, o Bolsa Família deixará de existir. Junto dele todas as ações na área de saúde e educação, voltadas para as crianças, sucumbirão.

Tudo porque o governo atual pensa em duas coisas: eleição e dinheiro. Assim, matar o Bolsa Família tem como intuito tirar da memória das pessoas, os governos do PT que o implementara. O dinheiro reduzido com o programa substituto Auxílio Brasil do governo servirá para a tentativa de comprar a reeleição.

E o povo? Voltará para a triste estatística do Brasil cravado no mapa da fome no mundo.


 


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