CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS DA MULHER DO PARANÁ - CEDM/PR
CARTA ABERTA: PELA CRIAÇÃO OU MANUTENÇÃO DAS SECRETARIAS
MUNICIPAIS DAS MULHERES E GARANTIA DAS POLITICAS PUBLICAS PARA AS
MULHERES NO PARANÁ
O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – CEDM/PR, preocupado com as políticas públicas que assegurem igualdade de direitos, vem a público manifestar a importância da continuidade e implementação das Políticas para as Mulheres nas três esferas do governo e solicitar a criação ou manutenção das Secretarias Municipais das Mulheres.
As mulheres que representam mais da metade da população na maioria municípios paranaenses e brasileiros, querem ver suas necessidades e seus direitos transformados em políticas públicas concretas. A despeito de serem 51% da população, as mulheres sofrem discriminações de todo tipo, marcada por violência física,
psicológica, sexual, entre outras, o que coloca nosso país entre os mais violentos do mundo. Dessa forma, a implementação de políticas públicas para as mulheres, geridas e aplicadas por organismos específicos e exclusivos se faz emergente e necessário. Ainda há um longo caminho e grandes desafios a vencer para eliminar as disparidades sociais, as desigualdades de gênero, saúde além da violência que afetam
especialmente as mulheres. O enfrentamento desses problemas deve ser feito junto com a construção da democracia e de um Estado que respeite e faça respeitar os direitos humanos das mulheres, com o fortalecimento da sociedade civil e com a prevalência de valores éticos, de igualdade, de respeito ás diferenças e equidade de gênero. Neste cenário o CEDM/PR ressalta a relevância da manutenção ou criação das Secretarias Municipais das Mulheres específicas para o alcance das políticas públicas
para as mulheres, sem retrocessos. A criação de Secretarias Municipais de Políticas para as Mulheres ou Secretarias Municipais das Mulheres é o principal instrumento para a efetivação das políticas que visam a promoção da igualdade e autonomia das mulheres, através da elaboração, articulação, coordenação e execução das ações nos municipios.
Destaca-se ainda a importância da criação dos Conselhos Municipais de Direitos das Mulheres com vistas a integração da sociedade civil e governo com o objetivo comum de acompanhar e avaliar a efetividades das políticas públicas voltadas as necessidades das mulheres em cada município.
O CEDM/PR preza pela articulação conjunta de todos os envolvidos para a Promoção e Garantia de Direitos das Mulheres, visando a reafirmação dos compromissos assumidos em prol dos inúmeros desafios ainda existentes e convoca os municípios para se somarem a superar estes desafios.
Curitiba, 13 de dezembro de 2016.
CEDM/PR- CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS DA MULHER DO PARANÁ
Para compartilhar idéias!
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
25 de novembro: Basta de violência contra a mulher
Nesse
ano em que se marca “10 anos da Lei Maria da Penha”, tem-se a convicção de que
muitas vidas foram salvas e refeitas com a implantação da Lei e com as medidas
protetivas.
No
entanto, uma série de problemas ainda precisa ser resolvida para que a Lei
Maria da Penha realmente seja efetivada e cumprida. Dentre esses problemas,
podem ser destacados: a falta de pessoal e de infra-estrutura para atendimento
dos casos de violência nas delegacias da mulher, a humanização dos IMLs, a
falta de delegada exclusiva, a demora de conclusão dos processos desde o
boletim de ocorrência até as medidas protetivas e a falta de integração entre
os serviços da rede de enfrentamento a violência contra a mulher.
A
solução desses problemas esbarra na sensibilidade e na destinação de verbas
pelo poder público, cujas ações podem impactar na confiabilidade nos serviços e
na Lei por parte da população. Infelizmente, não é o que temos visto.
O
Paraná figura, em pesquisa recente, como o 3. Estado em casos de estupro contra
mulheres e meninas e em casos de violência doméstica. Essa estatística, por si,
só, mostra que muito precisa ser feito para que nossas mulheres tenham uma vida
digna e sem medo em nossos 399 municípios com apenas 17 Delegacias da Mulher
para o Estado todo.
Em Maringá, segundo dados fornecidos pela
Delegacia da Mulher de Maringá, até 15 de outubro de 2016 foram instaurados
1054 inquéritos, tendo sido registrados 1852 boletins de ocorrências, com casos
de lesão corporal, ameaças e injurias.
De
acordo com a informação da Secretaria da Mulher de Maringá, temos 4 mulheres
abrigadas na Casa Abrigo por estarem correndo risco de morte. Junto com elas,
estão seus filhos, totalizando 9 crianças.
A Casa Abrigo é o local que acolhe as mulheres que são ameaçadas e
correm risco de morte e permanecem na Casa até que a situação seja resolvidas.
Em muitos casos, a gravidade é tamanha que as mulheres precisam mudar para
outras localidades, necessitando refazer suas vidas e de seus filhos.
Dados
como esses, nos levam a cobrar mais efetividade das autoridades e ao mesmo
tempo sensibilizar a sociedade para esse assunto tão grave e que está presente
na nossa realidade.
Vale
lembrar, sempre, que a violência contra as mulheres entra na lista das ações
que ferem os direitos humanos.
Sabemos
que nossa luta é todo dia para dar um basta na violência contra as mulheres e
meninas. O mês de novembro é o marco dessa luta, com o dia 25 de novembro - Dia
Internacional pela não violência contra a mulher.
No
mundo todo, realizam-se
os 16 dias de ativismo com ações
voltados a chamar atenção para esse grave problema que atinge nossas mulheres.
Em Maringá, entidades
da sociedade civil, também, se organizam para marcar essa data e cobrar das
autoridades medidas urgentes para dar um basta na violência contra a mulher.
Além de palestras e
discussões sobre o tema, as entidades estão convidando para a Pedalada pelo fim
da violência contra a mulher. O objetivo da Pedalada é unir a sociedade para
cobrar, com veemência, das autoridades dos 3 poderes, executivo, legislativo e
judiciário, nas esferas municipal, estadual e federal, ações concretas para dar
um basta na violência contra mulheres e meninas.
Para tanto, sindicatos,
ONGs na área de direitos das mulheres, mulheres negras, LGBTs, juventude, entre
outros, se organizam para no dia 26 de novembro, realizar a primeira pedalada
pelo fim da violência em Maringá, com concentração às 9 horas na Praça da
Catedral.
Vamos participar! A
violência contra a mulher e as meninas acontece em todos os locais e,
independe, de classe social, raça, religião, grau de estudo ou outra divisão
social. A violência está presente em nossa sociedade e deve ser coibida e
punida com rigor.
Quem ama, respeita!
Quem ama, não mata! Vamos contribuir para que nossas mulheres e meninas vivam
de forma digna, sem medo!
sábado, 19 de novembro de 2016
Quen ama, não mata, respeita!!! Pedalada pelo fim da violência contra as mulheres em Maringá
Quem ama, não mata, respeita!. A Pedalada pelo fim da violência contra
as mulheres surgiu como uma forma de chamar a atenção da sociedade para
esse grave problema que fere e mata nossas mulheres e meninas. É a
primeira vez que é realizada em Maringá, reunindo ONG e entidades
sindicais que possuem atuação na área de direitos da mulher. Nesses 10
anos da Lei Maria da Penha, muitas mulheres foram salvas e puderam
refazer suas vidas. No entanto, os índices de violência ainda são
muito elevados e exigem das autoridades firmeza na implementação da
lei. A nós, sociedade civil organizada, cabe cobrar e exigir das
autoridades mais rigor e atenção para os casos de violência contra a
mulher, além de, também realizar campanhas de conscientização.
A Pedalada pelo fim da violência contra a mulher busca reunir as pessoas em torno desse problema, que independe de raça, cor, classe sociail, etnia, ateus ou crentes, escolaridade ou qualquer outra subdivisão pois o machismo que impede nossas mulheres de viverem com tranquilidade, faz suas vitimas atacando com violência física, sexual ou emocional. Venha participar conosco, a Pedalada é para mulheres e homens que se indignam e querem o fim da violência contra a mulher! Será dia 26/11 as 9 h, com concentração na Praça da Catedral de Maringá.
Obs: a camiseta que estou usando na foto, é da Pedalada realizada em Curitiba, foi presente da linda amiga Marilda Ribeiro da Silva. A camiseta está sendo vendida a R$ 10,00.
A Pedalada pelo fim da violência contra a mulher busca reunir as pessoas em torno desse problema, que independe de raça, cor, classe sociail, etnia, ateus ou crentes, escolaridade ou qualquer outra subdivisão pois o machismo que impede nossas mulheres de viverem com tranquilidade, faz suas vitimas atacando com violência física, sexual ou emocional. Venha participar conosco, a Pedalada é para mulheres e homens que se indignam e querem o fim da violência contra a mulher! Será dia 26/11 as 9 h, com concentração na Praça da Catedral de Maringá.
Obs: a camiseta que estou usando na foto, é da Pedalada realizada em Curitiba, foi presente da linda amiga Marilda Ribeiro da Silva. A camiseta está sendo vendida a R$ 10,00.
Foto: Valdete da Graça.
terça-feira, 15 de novembro de 2016
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
Violência contra as mulheres: Por que a invisibilidade mata?
A revista Carta Capital traz uma matéria importante sobre o feminicídio e a violência contra as mulheres, a partir de uma pesquisa do Instituto Patricia Galvão. Segundo a pesquisa, "O Brasil é o 5º país com maior taxa de homicídios de mulheres, atrás de
El Salvador, Colômbia, Guatemala e da Federação Russa. A cada 13 mortes
violentas de mulheres registradas por dia, sete foram praticados por
pessoas próximas, e poderiam ter sido evitadas. Apesar das taxas de
feminicídio serem expressivas, a impunidade ainda é alta – ou justamente
por isso". www.cartacapital.com.br
sábado, 5 de novembro de 2016
Novembro também é lilás!
A luta pelo fim da violência contra as mulheres e meninas é todo dia e
toda hora, O mes de novembro é o marco dessa luta, realizada no mundo
todo, com o dia 25 de novembro - Dia Internacional pela não violência
contra a mulher.
É um momento para pararmos e refletir, conhecer os
problemas e propor soluções para que acabe essa violência que é caso de saúde
pública e faz parte da luta pelos direitos humanos e de uma vida com
dignidade.
Não podemos esmorecer e nem retroceder. Vamos participar
das atividades do mes de novembro e unir forças nessa luta que é de
todos e todas nós, mulheres e homens pela não violência.
Dia 25 - 19:30 - no Sismmar. Roda de Conversar Basta de violência contra a mulher. Evento com pareceria da ONG Maria do Ingá-Direitos da Mulher e Sismmar.
Dia 26 - 9 h - na catedral: Pedalada pelo fim da violência contra a mulher. Evento com várias entidades sindicais, estudantis, LGBT e de mulheres: Forum Maringaense de Mulheres, Associação Maringaense LGBT, Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, União Juventude Socialista (UJS), Ong Maria do Ingá - Direitos das Mulheres, Sismmar, Sinteemar, Sindaen, Steen, Stessmar, Sintromar, Cut.
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
A indiferença.
Sempre é bom lembrar...
A Indiferença - poema atribuido a Bertolt Brecht.
Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.
A Indiferença - poema atribuido a Bertolt Brecht.
Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afectou
Porque eu não sou operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
De alguns padres, mas como
Nunca fui religioso, também não liguei.
Agora levaram-me a mim
E quando percebi,
Já era tarde.
Mas a mim não me afectou
Porque eu não sou operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
De alguns padres, mas como
Nunca fui religioso, também não liguei.
Agora levaram-me a mim
E quando percebi,
Já era tarde.
Voltamos ao ar no mundo virtual.
Estivemos fora do ar por problemas técnicos, mas tudo acertado.
Nesse tempo, publiquei dois artigos referentes a participação das mulheres nas eleições 2016: "As eleições, a violência e as mulheres" no jornal Gazeta do Povo (http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/as-eleicoes-as-mulheres-e-a-violencia-celrf2wtmtoq8thde8tjotidw) e "Mulheres: as grandes perdedoras das eleições 2016" na Revista On line Espaço Acadêmico (https://espacoacademico.wordpress.com/2016/10/21/mulheres-as-grandes-perdedoras-das-eleicoes-2016).
No primeiro, escrito antes das eleições trato da relevância em termos mulheres que realmente façam a diferença na política e que estamos ainda em trono de menos de 10% de representantes.
No segundo artigo, escrito após as eleições, apresento dados estatísticos que mostra que nada mudou para a representatividade de nós, mulheres.
A presença da mulheres nas políticas continua sendo um grande desafio para a luta pelos direitos das mulheres,
Nesse tempo, publiquei dois artigos referentes a participação das mulheres nas eleições 2016: "As eleições, a violência e as mulheres" no jornal Gazeta do Povo (http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/as-eleicoes-as-mulheres-e-a-violencia-celrf2wtmtoq8thde8tjotidw) e "Mulheres: as grandes perdedoras das eleições 2016" na Revista On line Espaço Acadêmico (https://espacoacademico.wordpress.com/2016/10/21/mulheres-as-grandes-perdedoras-das-eleicoes-2016).
No primeiro, escrito antes das eleições trato da relevância em termos mulheres que realmente façam a diferença na política e que estamos ainda em trono de menos de 10% de representantes.
No segundo artigo, escrito após as eleições, apresento dados estatísticos que mostra que nada mudou para a representatividade de nós, mulheres.
A presença da mulheres nas políticas continua sendo um grande desafio para a luta pelos direitos das mulheres,
domingo, 18 de setembro de 2016
Nota do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Paraná
O caso amplamente divulgado do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, ocorrido recentemente no Rio de janeiro, e a forma como o caso repercutiu nos veículos de comunicação e nas redes sociais gerou reações de indignação e motivou os
movimentos de mulheres a intensificar sua luta contra a cultura do estupro. Além da brutalidade que envolveu o crime, o que mais chocou a sociedade foi a evidente certeza da impunidade demonstrada pelos agressores que gravaram e
publicaram imagens da violência que praticaram, não se intimidando em expor provas do crime cometido.
O caso que ganhou repercussão sobretudo pelas imagens divulgadas revela uma realidade vivida cotidianamente pelas mulheres e meninas brasileiras, marcada pela banalização e naturalização da violência sexual. Produto de uma sociedade machista e misógina que julga e culpabiliza as próprias vítimas, desresponsabilizando os agressores, contribuindo, dessa forma, para a perpetuação do problema. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2014 foram
registrados 47.646 estupros no Brasil. De acordo com os registros, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos. Vale ressaltar, porém, que diversos estudos apontam para
uma grande subnotificação de casos. A Pesquisa Nacional de Vitimização (2013) verificou que, no Brasil, somente 7,5% das vítimas de violência sexual registram o crime na
delegacia. Pesquisa mais recente produzida pelo IPEA - “Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde” - fala em 10% de casos notificados e estima que, no mínimo, 527 mil pessoas sejam estupradas por ano no país. Estudos revelam, ainda, que mais da metade das vítimas de violência sexual são meninas com menos de treze anos de idade e 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados, amigos ou
conhecidos da vítima. O Paraná é o terceiro estado com mais casos de estupros no país em número absoluto, segundo dados do Fórum de Segurança Pública. Em 2014, o estado registrou 3.913 crimes dessa natureza. No mesmo ano, Curitiba ficou com o quinto lugar entre as capitais com mais casos, com 773 casos. Em 2015, conforme números da Secretaria de Segurança
Pública (SESP), os crimes de estupro continuaram crescendo. Foram 4.119 casos registrados pelas delegacias. Nos quatro primeiros meses de 2016, houve 1.307 estupros no estado.
Em Curitiba, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) mantém o Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro (Naves), em que um grupo de promotores presta assistência a vítimas com mais de 18 anos que sofreram esse tipo de agressão e já registram em dois anos de trabalho, seis casos de estupro coletivo.
A subnotificação é reflexo da cultura patriarcal que legitima os comportamentos machistas ao mesmo tempo em que nega à mulher a liberdade e a autonomia sobre seu corpo. O medo de retaliações, a vergonha de se expor, o receio de ser julgada pela
violência que sofreu, o desconhecimento sobre seus direitos e a falta de confiança na justiça são fatores que levam muitas mulheres a deixar de denunciar seus agressores e de procurar ajuda. Os criminosos seguem impunes e as vítimas enfrentam sem apoio as consequências da violência sofrida – gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, traumas físicos e mentais, conflitos familiares, discriminação, entre outros.
Entendemos que o Estado, por meio de suas instituições, tem o dever de agir de forma efetiva no combate a este tipo de crime que, além de grave problema de saúde pública, se constitui em violação dos direitos fundamentais das mulheres à vida e à
liberdade. Diante disso, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, vem dirigir-se às autoridades do Estado do Paraná para reivindicar maior atenção a esse grave problema social, por meio de políticas públicas que contemplem a prevenção, o enfrentamento e o combate à violência sexual.
Entre outras ações destacamos as seguintes:
· Atuar no sentido de garantir os avanços conquistados e impedir retrocessos na legislação que prevê atendimento e proteção às mulheres vítimas de violência sexual;
· Implementar a rede de atenção estadual de atendimento às vítimas de violência sexual e em especial no âmbito da saúde, da segurança pública e da justiça;
· Monitorar o atendimento da rede com demonstração dos resultados no CEDM;
· Promover capacitação continuada de profissionais (da área da saúde, segurança, justiça e outras) para prestar atendimento integral, qualificado e humanizado às meninas e mulheres vítimas de violência sexual;
· Criar mecanismos de fiscalização e responsabilização de profissionais por discriminação, omissão, negligência ou qualquer outra forma de violência institucional praticadas contra as vítimas de violência;
· Investir na capacitação e sensibilização de professores e professoras da rede Pública de Ensino para a promoção de uma educação não sexista, pautada no respeito às diferenças de gênero, e na igualdade de oportunidades para meninos e
meninas;
· Desenvolver campanhas para incentivar a denúncia e a procura imediata à unidade policial por parte das vítimas;
· Criar setores especializados na investigação de violência sexual nas unidades policiais.
Curitiba, 13 de Setembro de 2016.
Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – CEDM/PR
terça-feira, 2 de agosto de 2016
A "puta" e a "louca" na disputa política.
Nem preciso começar dizendo que
apoio a Letícia Sabatella e de forma alguma concordo com a Janaína Pascoal.
Mas, fiquei pensando sobre o que li nos últimos tempos, e notei que as
expressões que usaram para se dirigir a ambas, denota o preconceito contra as
mulheres que atuam na política.
Janaína é professora da USP e foi
uma das pessoas que pediram o impeachment da nossa Presidenta Dilma. Discordo
dela, pois sou a favor da Dilma e luto pela sua volta à Presidência da
República, de onde nunca deveria ter saído.
Letícia é atriz, reconhecida por
seu talento, é ferrenha critica do governo golpista Temer e grande defensora da
volta da Dilma. Concordo com a posição da Letícia a favor da Dilma.
Mas, vamos as palavras que usaram
com relação a essas duas mulheres.
Janaína foi chamada de “louca” em
um vídeo em que ela discursava a favor do impeachment, o qual se espalhou pela
Internet, dizendo que devia estar internada, etc etc.
Letícia, por sua vez, foi chamada
de “puta” por defender a Dilma e não esconder seu posicionamento em momento
algum. Homens e mulheres a ofenderam e agrediram em uma manifestação em
Curitiba.
A louca e a puta, como foram
chamadas, estão apenas e tão somente exercendo seu direito à liberdade de
expressão e pagam, com isso, o que muitas de nós mulheres pagam, quando
resolvem adentrar em um universo masculino e masculinizado como é a política.
O que vimos nos últimos anos, foi,
além de uma tremenda falta de educação e respeito, o machismo e o
conservadorismo aflorando em todos os cantos do Brasil e, principalmente, por
parte da chamada elite ou que se sente elite. Tanto a Presidenta Dilma como as
senadoras e deputadas eleitas legitimamente pela população passaram por
constrangimentos e ataques machistas, tanto por parte de homens como de
mulheres, por meio das redes sociais, meios de comunicação e outras formas de
divulgação como adesivos em carros, faixas e cartazes. “Vaca”, “vagabunda”, “puta”,
“louca”, “mal amada” são as palavras mais utilizadas para se dirigir as
mulheres políticas.
As mulheres que atuam no
campo político sofrem com posturas machistas e impropérios de toda ordem. Basta
verificar a forma como foram tratadas as mulheres militantes que lutaram contra
a ditadura militar, nos anos 1960 e 1970, que eram vistas como mulheres
perigosas, terroristas, destruidoras de lares e que estavam no lugar errado
pois política era coisa de homens. Nem vamos entrar no mérito da gravidade das
torturas sexuais que eram impostas a essas mulheres.
E, pra finalizar, alguém leu ou
ouviu alguém chamando Cunha, Aécio ou qualquer outro de “puto” ou “louco” ou “boi”
ou “vagabundo” ou “mal amado”?. Não, pelo contrário, ouvem-se expressões: “cara
de pau”, “playboy”, “o cara é muito poderoso”, “corajoso”, “deve saber de muita
coisa”, “deve ter muita gente presa a ele” etc etc.
Então mulheres e homens, na hora
de nos dirigirmos aquela mulher que achamos que está errada e discordamos
completamente da posição política dela, vamos refletir se com nossas palavras, não
estamos contribuindo para perpetuar o machismo.
Sei que é um grande desafio, mas
podemos começar. Xingar aquela mulher que não me representa não vai contribuir
para que eu contraponha minha posição política a dela, vai apenas me igualar ao
que existe de pior na política brasileira, que é a exclusão em todos os
sentidos.
terça-feira, 31 de maio de 2016
“Por todas elas"
Marcado para dia 01/06,
as 18 hs, no Estádio, o evento chamado “Por todas elas”, acontecerá, também, em
várias cidades do país. Em Maringá, a iniciativa foi tomada pela jornalista
Aline Rizzato e está envolvendo várias entidades de defesa dos direitos das
mulheres. O evento surgiu a partir da
denúncia de estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro, no qual uma menina de
16 anos foi violentada por mais de 30 homens. Essa barbárie desencadeou comentários
nas redes sociais e denúncias na polícia do Rio de Janeiro que começou a apurar
os fatos e prender os bandidos.
O que chama atenção no
episódio, além da triste realidade dos fatos é que, novamente, tenta-se culpar
a vítima, tanto por parte da polícia como da sociedade. Que roupa ela estava
usando? Onde ela estava? Já teve filho; frequentava baile funk...entre tantos
outros comentários que tentam desqualificar a mulher, como se essas coisas importassem.
O estuprador estupra,
independente da roupa, da postura ou o local onde está vítima. Nem é necessário
relatar os inúmeros casos de estupros em crianças e até bebês, os quais,
certamente, não incentivaram a violência cometida. Isso significa que a culpa
jogada sobre a mulher não procede, mas sim mascara o domínio do corpo da mulher
pelo homem e a aceitação da sociedade dessa situação.
Mesmo que uma mulher
nua e aos beijos com um homem, quiser parar, tem todo o direito e deve ser
respeitada por ele. Se esse homem “forçar a barra” é estupro e, isso, na maioria
das vezes, não é visto dessa forma sob a alegação de que ela estava querendo. E
como o vídeo que circula nas redes sociais sobre tomar chá, relacionando com o
fazer sexo. Se a pessoa não quiser você não irá obriga-la a tomar chá, mesmo
que ela tenha aceito uma xicara e tenha desistido depois. A regra deveria ser
simples: não quer mais, para tudo.
Infelizmente, muitos
relatos de mulheres aparecem mostrando relações abusivas, inclusive dentro de
casamentos, nos quais as mulheres são estupradas, mas aceitam em nome do
chamado “direitos do marido”.
Nas palestras e cursos
ministrados a partir das atividades da ong Maria do Ingá – Direitos da Mulher, as
mulheres se sentem a vontade para relatar a situação em que vivem, cuja vida
amorosa começa com um romance e se transforma em violência.
As estatísticas, por
sua vez, comprovam esse quadro ao colocar que a cada 11 minutos uma mulher é
estuprada no Brasil. Dados do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do governo federal, estimaram, com base
em dados de pesquisa feita em 2013, que 0,26% da população tenha sofrido algum
tipo de violência sexual, porcentagem que equivale a 527 mil pessoas. Apenas 10%
chegam ao conhecimento da polícia e há indícios de que esses números sejam bem
maiores.
As mulheres sentem medo ao andar pelas ruas, ir em festas, no
local de trabalho, na escola, pois sabem que podem encontrar um desses
estupradores pela frente. Trata-se de um medo que os homens não sentem quando
andam pelas ruas a noite, voltando do trabalho, da escola ou da balada.
Não podemos permitir que nossas mulheres e meninas estejam
sujeitas a esse tipo de situação, sempre com medo e insegurança.
Devemos exigir mais rigor nas punições dos casos de estupro e
que os estupradores não permaneçam livres, como na história da garota Aracelli,
símbolo do Dia Nacional de Combate ao Abuso e
Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Aracelli foi estuprada e morta,
aos 8 anos de idade, em 1973, por dois homens que não foram presos por serem de
família influente e ligadas a ditadura militar no período. Um deles foi homenageado em sessão da Câmara em Vitoria
(ES) e ou outro, com nome de rua.
Não se pode permitir que cenas em que um homem da
pré-história arrastava uma mulher para sua caverna se repita nos dias de hoje
como se isso fosse algo natural e aceito pela sociedade. Nossas meninas estão
se tornando conscientes de que tem direito ao seu próprio corpo e as suas vidas e, não aceitam mais serem
dominadas nem viver em relações abusivas.
Eventos como os “Todos por elas”, ao reunir mulheres e homens
que lutam pela igualdade inaugura uma onda na qual, juntos, podemos eliminar o
machismo de nossa sociedade, que causa tanta opressão e violência às nossas
mulheres e meninas.
Tania
Fatima Calvi Tait, Professora Doutora, Coordenadora da ong Maria do
Ingá-Direitos da Mulher, Pos-doutoranda em História (UEM), Integrante do Núcleo
de Mulheres do Sinteemar, do Forum Maringaense de Mulheres e do Conselho da
Mulher de Maringá.
segunda-feira, 30 de maio de 2016
Forum Maringaense de Mulheres elege nova coordenadora
O Forum Maringaense de Mulheres se reuniu na segunda-feira (dia 30) e
elegeu a nova coordenadora Profa. Aracy Adorno Reis (Presidente do Instituto de
Mulheres Negras Enedina Alves Marques). O novo colegiado eleito é composto pela
profa. Zica Franco - movimento sindical; Prof. Dra. Isadora Vier - Numap-UEM;
Prof. Dra. Maria Madalena Dias - ong Maria do Ingá - Direitos da Mulher e
Cleuza S. Theodoro - Associação União e Consciência Negra).
A profa. Dra Tania
Tait, da Ong Maria do Ingá-Direitos da Mulher fez uma retrospectiva sobre as reivindicações e atuação do Forum na gestão
2013-2016. Também foi confirmada a presença e o apoio do Forum ao evento
"Por Todas elas", em Maringá, no dia 01/06, as 18 hs, no Estádio, em
frente ao Mercadão Municipal. A jornalista Aline Rizzato, organizadora do
evento "Tudo por elas", compareceu a reunião para apresentar o
evento.
A próxima reunião do Forum será dia 06 de agosto, respeitando o
regulamento de realização de uma reunião geral a cada 2 meses. O local será o
Sindicato Sismmar (Av. Paiçandu, 465 - Vila Operária).
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Conferência Nacional de Políticas Públicas para Mulheres
Estivemos na IV Conferência Nacional de Políticas Públicas para Mulheres, em Brasília de 10 a 13 de maio, como representante do Paraná.
Na abertura da Conferência, contamos com a presença de Presidenta Dilma que falou sobre as conquistas das mulheres e o golpe impetrado contra ela.
No encerramento da Conferência, as mulheres presentes reafirmaram apoio a Presidenta Dilma e aprovaram uma Carta as Mulheres que está sendo encaminhada em nível nacional.
As mulheres delegadas na conferência debateram e aprovaram as propostas que vieram de Estados e Municípios que englobaram os 4 eixos: 1. Contribuição dos
Conselhos dos Direitos da Mulher e dos movimentos feministas e de mulheres para
a efetivação da igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres em sua
diversidade e especificidades: avanços e desafios; 2. Estruturas
institucionais e políticas públicas desenvolvidas para as mulheres no âmbito
municipal, estadual e federal: avanços e desafios; 3. Sistema
político com a participação das mulheres e igualdade: recomendações e 4. Sistema nacional
de políticas para mulheres: subsídios e recomendações.
Foram 2219 mulheres discutindo nossos problemas e propondo soluções.
E no dia seguinte a aprovação das propostas. fomos premiadas com o impedimento da Presidenta Dilma e a composição de um ministério apenas de homens, formado pelo golpista traidor que representa uma tradição política brasileira de retrocesso e negação das políticas sociais.
Golpistas não passarão! foi o lema da nossa Conferência Nacional de Políticas Públicas para Mulheres.
quinta-feira, 14 de abril de 2016
De mim, por mim, "Nõ vai ter golpe! Dilma Fica"
"Perdi" amigos, amigas e parentes, mas não posso me eximir de defender a democracia depois de lutar a minha vida toda em defesa dos nossos direitos enquanto cidadãos e cidadãs. A minha formação me tornou ser assim, parte por eu ser assim mesmo, mas parte compartilho como Eduardo Galeano por eu ter lido "As Veias Abertas das América Latina", do Leonardo Boff por eu ter lido "O Pai Nosso", do Jorge Boran por eu ter lido seu livro "o Senso Crítico", do Jorge Amado por eu ter lid...o "Subterrãneos da Liberdade", da feminista Rose Marie Muraro, da Rosa Luxemburgo, da Pastoral Universitária, do movimento estudantil, de D. Helder Câmera, do Frei Beto, do Pe Lorenço, do Pe. Julio, de todos e todas que lutaram contra a ditadura militar e de companheiros e companheiras que lutam, sempre, pela democracia, por justiça e liberdade.
Não vai ter Golpe! Dilma Fica!
Não vai ter Golpe! Dilma Fica!
domingo, 10 de abril de 2016
O amor e a vida de Sapopema a Curitiba.
Sexta-feira e sábado tive a oportunidade
de estar em dois lugares diferentes: Sapopema e Curitiba. Sapopema, no interior
do Paraná, possui quase 7.000 habitantes e é conhecida por suas cachoeiras.
Curitiba é a capital do Paraná, com seus quase 2 milhões de habitantes. Duas
realidades distintas em dois eventos igualmente distintos que me fizeram pensar
no muito que podemos fazer para melhorar, cada vez mais, nosso Brasil e nosso
mundo. Também, me fizeram pensar na força de mulheres e homens, jovens e idosos
na luta diária pra construir um mundo melhor pra vivermos.
Em Sapopema, participei da
reinauguração da Casa Familiar Rural Pe Sassaki. Trata-se de uma escola para
filhos de pequenos produtores, assentados da reforma agrária, entre
outros. A escola tem parceria com Igreja
Católica, governo federal, estadual e municipal, além de ter recebido verbas para
reformas de emendas da Senadora Gleisi Hoffman (PT) e do Deputado Federal Enio
Verri PT). Ali estavam adolescentes que participam de uma pedagogia chamada
pedagogia da alternância em que combinam as aulas com o tempo da colheita nas
pequenas propriedades das suas famílias. No evento, muitos parceiros e a participação
dos alunos, conscientes do seu papel, ensinado na escola, com o envolvimento da
comunidade. Conheci o Pe Sassaki que dá o nome para a escola, um senhor com
quase 80 anos, que se anima no trabalho com a juventude. Ouvi de outro padre,
agradecimento ao ex-deputado André Vargas, que segundo ele, errou, mas que
sempre ajudou aquela comunidade e não se pode cuspir no prato que comeu.
Em Curitiba, participei da
palestra do sociólogo Emir Sader, defensor do “Fica Dilma e não ao golpe”. O
professor, com mais de setenta anos de idade, falou sobre o mundo, as relações
de poder, a mídia brasileira e o significado dos governos Lula e Dilma para a
melhoria da vida do povo brasileiro. Também, comentou sobre algumas áreas em
que o governo deve atuar como a regulação das comunicações, a reforma política
e de Estado. Ali estavam professores e professoras, lideranças feministas,
sindicalistas, estudantes, servidores públicos, entre outros, num sábado pela
manhã, saboreando a experiência de um militante de esquerda que passou pela
ditadura militar e pela redemocratização do Brasil. E, como brasileiro que é,
não desisti nunca.
Nos dois eventos foi pedido um
minuto de silêncio pelos dois militantes do MST mortos pela política do Paraná,
na luta pelo direito a terra e a vida.
Na minha visão, o que une os dois
eventos é a vontade das pessoas de fazer do mundo um lugar com mais justiça,
igualdade e promoção do ser humano. Em nenhum dos eventos, eu ouvi ou vi, o
incitamento ao ódio ou discursos de raiva. Pelo contrário, fui tomada pela emoção de saber que em cada canto do mundo, ainda existem pessoas, que com seu trabalho, sua fala ou qualquer pequena ação, prega o amor e a vida, seja no campo ou na cidade.
domingo, 3 de abril de 2016
Os vereadores, a violência contra a mulher e a política.
Além de tirar fotos com camisetas
presenteadas pela Secretaria da Mulher, com os dizeres “Violência contra a
mulher: sou contra”, os vereadores de Maringá tiveram contato em várias
ocasiões com a temática em questão.
Na gestão anterior da Câmara, o Forum Maringaense
de Mulheres participou de sessões da Câmara para falar sobre a violência contra
a mulher em duas ocasiões. Na primeira, o Forum foi convidado para fazer uso da
tribuna, quando apresentou dados da violência e a situação da mulher vítima de
violência em Maringá e no Estado do
Paraná.
Na segunda oportunidade, o Forum
foi convidado para apresentar no "Fala Comunidade". Ressalta-se que permaneceram
presentes durante todo o evento, os vereadores Humberto Henrique (PT), Mario
Verri (PT), Carlos Maiucci (PT) e Ulisses Maia (PDT). Alguns vereadores
passaram pelo local por alguns minutos e não permaneceram.
No episódio que envolveu o
vereador Luizinho Gari, preso por denúncia pela Lei Maria da Penha, por ameaças
a sua ex-esposa, os vereadores da Câmara Municipal tiveram a oportunidade de
colocar na prática tudo que ouviram, principalmente no convite para usar a
tribuna pelo Forum, quando todos estavam presentes. Falta de informação
certamente não foi. Poderiam os 9 vereadores que votaram contra a comissão de
ética para o vereador agressor terem considerado todas as discussões travadas
nos eventos citados em que a violência contra a mulher foi realizada, inclusive
com propostas do Forum Maringaense de Mulheres para a cidade de Maringá.
Então, se não foi falta de
informação, certamente o componente “política” direcionou a votação desses 9
vereadores que compõem a base do prefeito, da qual o vereador agressor preso
faz parte. Os vereadores ignoraram o pacto realizado em todo o Brasil pelo fim
da violência contra a mulher, ignoraram as próprias discussões travadas na casa
de leis e, acima de tudo, ignoraram a reivindicação das mulheres para dar um
basta na violência contra a mulher.
Postura diferente tiveram os 4 vereadores
que votaram a favor da instauração da comissão de ética, Humberto Henrique
(PT), Mario Verri (PT), Flavio Vicente (Rede) e Ulisses Maia (PDT) que
compreenderam a grave situação que é a violência contra a mulher diante da
qual a sociedade não pode ficar calada.
Lamentável a postura desses outros
9 vereadores que tiveram a grande oportunidade de contribuir para o fim da
violência contra a mulher mas, ao invés disso, “passaram a mão da cabeça do
agressor” como se o que ele fez não fosse crime, mesmo estando previsto na Lei
Maria da Penha, que completa 10 anos de uso, em agosto de 2016.
Tirar foto com camiseta é fácil,
ser contra a violência contra a mulher de verdade, é outra história.
sexta-feira, 18 de março de 2016
Dilma e o machismo brasileiro
Desde que assumiu a presidência
em seu primeiro mandato, a Presidenta Dilma tem sido alvo de impropérios,
piadas de cunho sexista e xingamentos. Inclusive nas eleições buscaram
desqualifica-la por ter lutado contra a ditadura militar no Brasil. Para
destacar, presidentes anteriores também lutaram contra a ditadura e ninguém
comentou. A última foi o máximo, ao nomear o ex-presidente Lula como Ministro
da Casa Civil, colocam que ele está no terceiro mandato, que será presidente de
fato e que ela não presidirá.
Ao estudar sobre a história das mulheres, encontrei uma Carta a Mulher de Bertha
Lutz, feminista, bióloga, fundadora da Federação Brasileira pelo
Progresso Feminino (FBPF), em 1919 e deputada federal em 1934.
Na referida carta, Bertha Lutz dizia: “Sem dúvidas, a maior parte da
responsabilidade deste estado lastimável cabe aos homens, em cujas mãos, a
legislação, a política e todas as instituiçoes públicas repousam”
Se pensarmos no Brasil, a frase continua atual pois somos menos de 10% de
mulheres na política, com mínima representatividade nas câmaras municipais, nas
assemléias estaduais, na Câmara do Deputados e no Senado.
E quando temos uma mulher, fazemos coro aos machistas de plantão e
disseminamos as piadas sexistas, xingamentos etc. Em total desrespeito a uma
senhora que foi eleita democraticamente no país. Ao invés de ser motivo de
orgulho para as mulheres, a eleição de uma presidenta cria, em alguns setores
da sociedade, um rancor e um ódio incontroláveis.
Talvez devesse ter um estudo psicológico a respeito. Será que algumas
mulheres não confiam em outra mulher? Será que algumas mulheres seguem
cegamente a opinião dos homens sem questionar? Será que não confiam em uma
mulher em postos de decisão por que se sentem inseguras em assumir uma tarefa
desse porte? Será...
Não temos resposta, mas o que é certo e existe é que quando uma mulher
entra na política, sofre pressões de todos os lados, de forma diferenciada dos
homens.
Mas, quando uma mulher entra na política, as políticas sociais e programas
de atendimento às mulheres são reforçados. E a política muda, mas pra isso
temos que ter o equilíbrio na política, 50% de representação de mulheres e
homens, para alcançar toda a sociedade.
sexta-feira, 11 de março de 2016
Evento apresenta propostas para aplicação da Lei Maria da Penha
O evento IX Café, Mulheres e Política, realizado pela ong
Maria do Ingá-Direitos da Mulher, contou com a presença, de aproximadamente,
200 mulheres.
Durante o debate surgiram foram discutidos os problemas na
aplicação efetiva da Lei Maria da Penha e propostas para melhorar os serviços e a rede
de atendimento às mulheres vítimas de violências. Essas propostas serão
encaminhadas aos órgãos competentes conforme indicação do IX Café.
Dentre as propostas tem-se:
Funcionamento da Delegacia da Mulher e do IML, 24 horas,
também nos finais de semana.
Ampliação da equipe da Delegacia da Mulher, com psicóloga e
assistente social e delegada exclusiva.
Capacitação de policiais (PMs, polícia civil e Guarda Municipal) para o atendimento às mulheres
vítimas de violência.
Divulgação ampla dos serviços da rede de atendimento às
mulheres vítimas de violência com telefones e endereços, com colocação de
cartaz nos ônibus, igrejas, escolas e locais de ampla acesso a população.
Ampliação do orçamento dos órgãos de atendimento às
mulheres
Ampliação da equipe da Vara de violência doméstica e da
família com a criação da Vara exclusiva da Mulher, conforme sugerido na Lei
Maria da Penha.
Introdução nas
escolas de 1 e 2. Graus e nas universidades o tema combate à violência contra a
mulher, na recepção aos alunos e alunas.
As debatedoras foram:
Celia Regina Cortelete – psicóloga da Prefeitura de Maringá
cedida a Delegacia da Mulher.
Anália Nasser – Secretária Municipal da Mulher de Maringá
Professora Aracy Adorno Reis – Presidente do Instituto de
Mulheres Negras Enedina Alves Marques
Advogada Angela Maria dos Santos Felipe - ong Maria do Ingá- Direitos da Mulher
Professora Doutora Isadora Vier – Depto de Direito - UEM
Dra. Monica MÔNICA FLEITH, Juíza de Direito
da 5ª Vara Criminal - Violência Doméstica Contra a Mulher da Comarca da Região Metropolitana de Maringá
Mediadora: Prof. Dra Tania Tait – Coordenadora da ong Maria
do Ingá – Direitos da Mulher.
Estiveram presentes: representantes de entidades sindicais
parceiras do evento (Sinteemar, Sindaen, Steem, Sismmar, App Sindicado), representantes da sociedade civil (Associação
União e Consciência Negra, Forum Maringaense de Mulheres e grupo de estudantes
feministas), acadêmicos e professores da UEM, Unifamma, Uningá, PUC e
Cesumar, o Vereador Humberto
Henrique, Assessoria do Deputado Federal
Enio Verri e do Deputado Estadual Tadeu Veneri e a comunidade em geral.
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