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sexta-feira, 28 de julho de 2023

A Copel é nossa!

A partir do momento que o Governo do Estado iniciou o processo de privatização da Copel – Companhia Paranaense de Energia Elétrica, inúmeras atividades têm sido realizadas, desde audiências públicas até manifestações nas ruas contra a venda da maior empresa pública do Paraná.

Hoje, 28/07, ocorreu uma dessas ações em Maringá, no horário do almoço, mesmo debaixo de uma garoa fina. Representantes do Steem – Sindicato do Eletricitários de Maringá e região, de entidades sindicais e do movimento social se reuniram para manifestação contrária a privatização da Copel que está sendo realizada pelo Governador Ratinho Junior.

Temas sobre: por que privatizar uma empresa como a Copel que atende os paranaenses; os lucros do capital internacional com a venda da Copel; o interesse de empresas especuladoras financeiras na venda da Copel, entre outros, direcionaram as exposições dos representantes das entidades presentes.

Para o engenheiro Sérgio Inácio, do Senge-PR (Sindicato dos Engenheiros), a privatização da Copel é um absurdo pois a energia elétrica é um bem comum e deve estar ao alcance de toda a população, sem visar lucro como pretendem os especuladores financeiros.

Em entrevista recente, o Deputado Arilson Chioratto (PT) que está a frente da defesa da Copel afirmou que a venda da empresa pública serve somente ao mercado financeiro e vai encarecer o serviço aos paranaenses

Por sua vez, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União pede a suspensão da privatização da Copel tendo em vista que para apressar o processo, o Governo do Estado do Paraná agiu de forma irregular. Essa informação está em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/07/ministerio-publico-de-contas-pede-suspensao-da-privatizacao-da-copel.shtml


                                    Manifestação defronte a Copel, em Maringá.  28/07/2023

                                    Fotos: Tania Tait

 

sexta-feira, 21 de julho de 2023

É preciso ir muito além do 22 de julho: dia estadual de combate ao feminicídio

No dia nove de março de 2015, entrou em vigor a lei do feminicídio (Lei 13.104/15), que trata do assassinato de mulheres por serem mulheres. A lei considera feminicídio quando o assassinato envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima. Desde 2019, o dia 25 de novembro foi instituído como dia nacional de combate ao feminicídio fazendo coro a data que marca a luta internacional de combate à violência contra a mulher.

O Paraná, por sua vez, criou o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio (lei 19873/2019), a ser realizado anualmente em 22 de julho, como parte do Calendário Oficial de Eventos do Estado do Paraná.. Neste dia, a lei sancionada em 2019 prevê que o Poder Público pode promover debates, seminários e outros eventos relacionados, especialmente na rede estadual de ensino.

Entretanto, mesmo com tantas leis que envolvem ações desde processo criminal e punição  à promoção de conscientização, o que se vê na atualidade, é o aumento dos feminicídios cometidos, principalmente por uso de arma branca ou arma de fogo.

No primeiro semestre de 2023, os números são assustadores: ocorreram 862 tentativas de feminicídios e destas, 599 foram consumadas, ou seja 599 mulheres foram mortas por serem mulheres, no Brasil. 75% dos assassinatos foram dentro dos relacionamentos íntimos.

Com relação ao Estado do Paraná, os dados mostram que foram assassinadas 62 mulheres, colocando o Paraná em terceiro lugar no Brasil, atrás de Minas Gerais (90) e São Paulo (122) e em primeiro lugar dentre os estados do Sul do Brasil. Veja o quadro abaixo:

Feminicídios por Estado da Federação no primeiro semestre de 2023.

Fonte: https://sway.office.com/HfVKjP73D6B8z65m

Com uma rede de atendimento organizada e em funcionamento em alguns municípios com parcerias com movimentos de mulheres e conselhos dos direitos das mulheres, o Paraná poderia ter saído dessa triste estatística na qual se encontra faz décadas.

No dia 22 de julho, novamente, as paranaenses e os paranaenses vão às ruas para chamar a atenção da sociedade e cobrar das autoridades medidas efetivas para o combate à violência contra a mulher. É uma data simbólica que foi aprovada na Assembleia dos deputados e está sendo viabilizada pela Secretaria Estadual de Mulheres, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, com apoio das secretarias municipais.

Na sequência, teremos o  evento Agosto Lilás que traz o combate à violência contra a mulher (Lei Maria da Penha) e os 16 dias de ativismo pelo fim da violência (de 25 de novembro a 10 de dezembro) em mais um esforço unindo movimento feminista e setor público em ações para exterminar esse mal que acaba com a vida das meninas e mulheres, inclusive deixando crianças órfãs em decorrência do feminicídio.

Mas, apenas isso não resolve, faz-se necessário investimento sério por parte do Estado. Como resolver questões como o feminicídio e a violência contra a mulher:  se o estado com 399 municípios possui apenas 20 Delegacias da Mulher instaladas; se não existe orçamento suficiente para combater a violência contra a mulher; se não existe qualificação para servidores públicos no atendimento e acolhimento às vítimas de violência; se não é permitido falar sobre direitos e igualdade de gênero nas escolas, entre tantos outros “se”s...

Além das questões colocadas acima, falta a conscientização da sociedade de forma contundente para que tais crimes deixem de fazer parte das estatísticas que envergonham nosso país e nosso Estado do Paraná. Falta dizer aos homens e ensina-los que “não é não “ e que eles não são donos da alma, nem do corpo e nem dos bens das mulheres.