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domingo, 16 de julho de 2023

Histórias que o futebol traz e entrelaça

A história por detrás dessa foto, na qual estão os ex-jogadores Luis Antonio e Ademir Chagas (conhecido como Indião) e o torcedor Sergio (apelidado de “Véinho”) revela fatos das vidas dos dois últimos com relação ao primeiro:   um jogador discípulo e um torcedor fã.

Ademir Chagas conta que atuava como juvenil do Grêmio Esportes de Maringá quando Luis Antonio (Luan para alguns) era jogador. Segundo ele, Luis dava dicas técnicas nas jogadas e ensinou, principalmente, postura como jogador. Postura que Luis aprendeu com o grande Técnico Tele Santana, quando jogou no Sub-20 da seleção Brasileira. Nesses momentos em que relembra fatos que tiveram apoio, Ademir se emociona. Apenas recentemente, ele ficou sabendo que Luis foi além de corrigir lances e postura,  tendo sido  indicado  por ele para o técnico lhe dar uma oportunidade no time principal. Além de jogar no Grêmio Maringá, Ademir fez sua carreira no Atlético Mineiro.

Por sua vez, Sergio, chamado carinhosamente de Véinho pelos amigos, apelido que ganhou, segundo ele, por ter ficado enrugado precocemente devido o trabalho no campo na infância e na juventude. Ele contou que, na adolescência via o Luis Antônio jogar e o admirava muito. Sempre quis conhece-lo, mas não teve oportunidade na época, pois o jogador encerrou sua carreira profissional em 1996. Em 2022, finalmente teve sua chance. Veio foi convidado para assistir um jogo do time Nacional de Rolândia junto com um amigo comum e dentro do carro, indo com eles, estava seu ídolo, Luis Antônio.  O adolescente, hoje, adulto, disse que ficou muito emocionado em estar ali e ter a oportunidade, não acreditando. O jogador não ficou sabendo na época dessa admiração. Provavelmente, Luis saberá da história, ao ler esse artigo.

Na atualidade, os três frequentam a mesma turma de futebol que se reúne pra jogar por lazer e se divertir. Ontem, essas histórias foram lembradas e se entrelaçaram, praticamente, 20 ou 30 anos depois, possibilitando que se tornassem amigos.

E, eu, que nunca fui muito ligada a futebol, apenas sendo torcedora da seleção brasileira, seja masculina ou feminina, tenho a oportunidade de escrever essa linda história que o futebol proporciona, entrelaçada na vida, como esposa do Luis Antônio e amiga do Indião e do Veiinho, além de ter sido a fotógrafa dessa foto histórica.


 Indião, Luis Antônio e Véinho, em visita a Escolinha de Futebol do Clube Operário de Maringá, 15/07/2023

 

 

 

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Um desafio para a qualidade de vida com as cidades inteligentes e a tecnologia

Recentemente, tive a oportunidade de assistir apresentações sobre o tema Cidades Inteligentes. Como professora da UEM na área de computação por mais de 30 anos, não pude deixar de relacionar o conteúdo apresentado por profissionais da área de arquitetura com o que é tratado na área de computação, desde o seu início, ou seja, que os recursos computacionais são utilizados para melhorar a vida das pessoas. Entretanto, o que se vê na computação é a tecnologia causando demissões e extinção de postos de trabalhos, sem se importar com o que ocorre com a sociedade e nem absorver os chamados desempregados estruturais.

Ao usar a tecnologia na arquitetura, por sua vez, percebe-se, além do uso nos processos e modelagens das construções, sua aplicação nas próprias construções com vistas a otimizar os espaços, garantir segurança e qualidade de vida. Todavia, na prática, o que se vê são construções segregadoras de uma parcela da sociedade ou inalcançáveis para a maioria da população. Em uma população com um grande déficit habitacional, apresentar soluções tecnológicas com foco nas pessoas, deveria, no mínimo, considerar os aspectos sócios-culturais, econômicos e ambientais.

É o que está manifesto na Carta Brasileira para Cidades Inteligentes (https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/desenvolvimento-urbano/carta-brasileira-para-cidades-inteligentes), no Brasil, “cidades inteligentes” são cidades comprometidas com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentáveis, em seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural que atuam de forma planejada, inovadora, inclusiva e em rede, promovem o letramento digital, a governança e a gestão colaborativas e utilizam tecnologias para solucionar problemas concretos, criar oportunidades, oferecer serviços com eficiência, reduzir desigualdades, aumentar a resiliência e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, garantindo o uso seguro e responsável de dados e das tecnologias da informação e comunicação.

Percebe-se, na definição acima, a qual consta no site do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional que o conceito abrange os aspectos econômico, ambiental e sociocultural com a aplicação da tecnologia para, também, reduzir as desigualdades. Além de questões abrangentes como estas, faz-se necessário aplicar essa intenção nos detalhes no cotidiano na vida das cidades, como a mobilidade urbana, o cuidado com as áreas verdes e fundos de vale, entre tantas outras que impactam na qualidade de vida. Para exemplificar, ao se falar em qualidade de vida e meio ambiente, não deveriam ser autorizadas as grandes construções ao redor de parques ou reservas ambientais, os quais se tornam sufocados pelos edifícios e deixam de ser os "pulmões das cidades".

Surge, por fim, um imenso desafio, como aplicar todo o conhecimento científico e tecnológico para, realmente, garantir qualidade de vida, num sistema em que o lucro fala mais alto do que as questões ambientais, socioculturais e a redução das desigualdades?


 


 

terça-feira, 11 de julho de 2023

Feriado da consciência negra não é aprovado em Maringá

Por seis  votos contra e cinco votos a favor, a Câmara Municipal de Maringá não aprova o projeto de lei que institui o feriado da consciência negra em Maringá, no dia 20 de novembro.

Votaram a favor do projeto: Ana Lucia, Bacurau, Bravin, Manoel Sobrinho e Mario Verri. Os contrários foram: Alex Chaves,  Altamir Santos, Onivaldo Barris, Paulo Biazon, Rafael Roza e Sidnei Telles. Os vereadores Delegado Luiz, Maninho e Cris Lauer não compareceram.

 


Diversas lideranças estiveram presentes na sessão da Câmara. No começo da manhã, com a Câmara lotada,  muitas lideranças ficaram impedidas de entrar sob a alegação de falta de espaço. Após a votação do projeto do plano de carreira dos motoristas, estes cederam o espaço para os que estavam do lado de fora pudessem participar da sessão. Além de representantes do movimento negro, LGBTQIA+, sindical, estudantil e mulheres, estavam presentes, também, contrários ao projeto do feriado em acordo com a Acim (Associação Comercial e Industrial de Maringá).

Mesmo diante do canto das Três Raças ou do Abraço Negro entoados pela comunidade presente, os vereadores contrários não se sensibilizaram com esta grande ação afirmativa de combate ao racismo que é a criação do feriado da consciência negra, a exemplo do existente em capitais e demais cidades.


 

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Por que o feriado da consciência negra?

Não é mais desconhecimento público que a libertação dos negros e negras, os deixou à margem da sociedade, sem ter para onde ir, sem moradia e sem trabalho. Assim, a comunidade negra, após a abolição, foi abandonada pelos governos. Muitas pessoas negras não encontraram seus familiares, que haviam sido vendidos, dispersos pelas fazendas e cidades.

Seguiram-se décadas de abandono. Por fim, foi graças à força do movimento negro que os governos começaram a enxergar que a população negra faz parte da nação brasileira. Nem vamos falar das palavras que usamos ou da comida que gostamos ou da religiosidade que compartilhamos, mas sim de seres humanos que contribuíram e contribuem para o desenvolvimento do país.

Diferentes de imigrantes vindos de outras terras para trabalhar remunerados, os africanos e africanas foram sequestrados de seus lares, trazidos à força para o Brasil para trabalhar nas lavouras e nas cidades, vendidos, maltratados e mortos.

Além da violência física sofrida, a comunidade negra passou a ser discriminada, antes por serem considerados seres sem alma que precisavam ser convertidos, depois como pessoas perigosas. A cor, a pele, o cabelo, o nariz, a boca...tudo que caracteriza o fenótipo negro passa a ser discriminado, ora de forma velada ora de forma revelada, sendo assassinados. Inclusive, alunas e alunos de intercâmbio com alguns países africanos relatam que nunca se sentiram tão mal como no Brasil, por serem extremante observados, xingados, agredidos, seguidos em shoppings ou interceptados pela polícia.

Mas, vem a pergunta por que o feriado da consciência negra?

O feriado faz parte de uma ação afirmativa de reparação histórica do que foi feito com os negros e negras durante a escravidão e após a suposta abolição da escravatura. Trata-se, também, do reconhecimento da contribuição da população negra nas cidades e no campo.

Apesar de Maringá ter sido criada em 1947, muito tempo depois da abolição, para cá se dirigiram afrodescendentes que contribuíram para a construção da cidade. Ao pesquisar a distribuição populacional na organização dos bairros no início da construção da cidade, houve a divisão, sendo trabalhadores designados para a Vila Operária, que como o nome diz, era o habitat da classe operária, na qual estava incluída a população negra.

Assim, o povo negro, também, é protagonista da história de Maringá e datas como feriados valorizam sua presença contribuindo para a reflexão do racismo que ainda persiste e insiste em permanecer na sociedade brasileira.

Por fim, além de valorizar a presença negra na cidade, o feriado da consciência negra contribui para promover a conscientização e combater o racismo.


 

 Texto: Tania Tait, 03/07/2023

sábado, 24 de junho de 2023

Mais Mulheres no Poder Maringá comemora três anos de atuação

Nas dependências do  Espaço Terraço, na noite de 23/06, as integrantes do Movimento Mais Mulheres no Poder (MMNP) Maringá estiveram reunidas para comemorar os três anos de atuação do grupo, iniciado em 2020.  Com o objetivo de ocupar espaço na Câmara de Vereadores, apoiar as candidatas e solicitar aumento de mulheres nos primeiros e segundo escalões da prefeitura bem como o aumento do orçamento para o combate à violência contra a mulher, o MMNP uniu candidatas de diferentes partidos e ideologias.

Na cerimônia de comemoração participaram a Secretária Estadual da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, a Vereadora Ana Lúcia Rodrigues, a Secretária de Políticas Públicas para Mulheres de Maringá, Terezinha Pereira e representantes dos partidos políticos que integram o MMNP.

Para a Secretária Leandre Dal Ponte, é muito importante a união das mulheres na ocupação dos espaços de poder, como faz o MMNP.  A vereadora Ana Lúcia salientou que o objetivo para as eleições 2024 é ocupar 30% ou mais das vagas no Legislativo Maringaense. A Secretária da Mulher, Terezinha Pereira, considera que é possível a união das mulheres com objetivo comum de ocupar espaço na política, mesmo com ideologias distintas.

Durante o evento, a Secretária Leandre recebeu o livro "Elas Querem o Poder", de autoria da professora e jornalista Tania Tait, o qual narra a criação e trajetória do MMNP.  Tania entregou, também um documento, pela Ong Maria do Ingá Direitos da Mulher, com o requerimento da Assembleia ao Executivo para a implantação da Delegacia da Mulher de Sarandi, encaminhado em 2019, pelos deputados Arilson Chioratto, Adriano José e Jacovós.

Para as integrantes do MMNP, o evento comemorativo dos três anos celebra a coesão do grupo e prepara para os desafios futuros.






 Texto por Tania Tait: 23/06/2023

Fotos: João Carlos, filho da professora Josaine Garcia