No mês da mulher publiquei um
artigo na Gazeta do Povo intitulado “Até quando seremos assassinadas pelo
machismo”. O referido artigo teve vários
comentários, machistas inclusive, questionando a violência contra a mulher em
contraponto a violência geral. Mas, o que me chamou a atenção, pois com comentários
machistas, infelizmente, já estamos habituadas, foi um comentário em especial
que colocou, após sua análise da violência: “ A autora é petista.” Fiquei
pensando será que ele está querendo desqualificar um trabalho sério realizado pela
ong Maria do Ingá-Direitos da Mulher emendando que a coordenadora é petista.
Espera aí, desqualificar para quem? Obviamente para os anti-petistas.
Da mesma
forma, li um comentarista, de um jornal em nível nacional, associar os líderes
do movimento dos servidores públicos estaduais ao PT, como se isso fosse
descaracterizar a violência cometida pelo governador e polícia contra os
professores e professoras no dia 29/04.
Certamente, nós que apoiamos as
lutas pelo fim da discriminação, pelos direitos humanos, por justiça e
igualdade e que temos filiação partidária, nos enxergamos enquanto cidadãos
vinculados aos partidos de esquerda que atuam nessas áreas. Por isso, quando
tem alguma mobilização por direitos humanos, liberdade e igualdade, defesa do
meio ambiente, entre tantas lutas, os chamados partidos de esquerda (PT, PCdoB,
PSTU, PSol) estão presentes. Não é toa, pois são esses partidos que colocam um contra
ponto sobre a barbárie que o sistema capitalista impõe a classe trabalhadora e
a população em geral. Por isso, muitos líderes de movimento sindical e populares
são vinculados aos partidos políticos. Muitos líderes do patronato, não assumem, mas tem
vinculação partidária e ficam tecendo comentários como se fossem desvinculados
de partidos políticos.
Estou no PT desde 1984, portanto,
são três décadas, nas quais aprendi a respeitar as diferenças, a entender o que
significa a violência contra a mulher, o significado da discriminação na vida
das pessoas, o que a sociedade capitalista e de consumo traz as nossas
vidas...tudo vinculado a formação cristã sob a batuta da Teologia da
Libertação, que levou muitos de nós, a ingressar na vida partidária como forma
de participar ativamente na vida política do país.
Sou petista sim, e graças a essa
formação posso hoje lutar incansavelmente em defesa das nossas mulheres e de
tantas outras lutas contra os que querem cercear os nossos direitos. Poderia
fazer tudo isso, sem ser petista, claro, como tem muitas pessoas que o fazem.
Mas, não vou negar minha história e sendo petista, afirmo:
Quem pratica corrupção, se for
comprovado, tem que ser punido, independente de quem seja;
Lutamos por um Brasil justo e
igualitário;
Não aceitamos retrocessos nas
nossas conquistas enquanto cidadãos e cidadãs;
Não recebo nenhum dinheiro pra
defender o PT;
Sou brasileira, com muito
orgulho e muito amor!