Ali contida estão todas as formas de violência que as
mulheres sofrem em todos os cantos do mundo e que as tornam prisioneiras de uma
sociedade machista e excludente que as encarcera, as violenta e as assassina.
O chamado “todas
sejamos livres” nos instiga a pensar na solidariedade que devia existir entre
as mulheres pois todas sofremos algum tipo de violência simplesmente pelo fato
de ser mulher.
No entanto, mesmo com a beleza e o poder da frase que nos
inspira a seguir adiante, mesmo com tantas adversidades e com sensação que estamos
“remando contra a maré ou dando murro em ponta de faca”, nos deparamos com
intermináveis barreiras que se levantam em nossa marcha pela igualdade e
liberdade.
Recentemente tivemos o episódio lamentável e deprimente da
interpretação equivocada por parte das igrejas evangélicas e católica com
relação aos Planos Municipais de Educação e a inclusão das discussões pelo fim
da violência contra a mulher, homofobia e racismo.
A cada instante temos a notícia que uma mulher foi
assassinada por um ex qualquer que se sente dono de seu corpo e de sua alma, a
ponto de tirar sua vida covardemente, a despeito do rigor da Lei do Feminicidio
promulgada em março. Nem precisamos lembrar que o Paraná, esse lindo e rico
Estado ocupa a vergonhosa 3ª posição em violência contra a mulher, sendo o
primeiro no sul do país. E os Governos Estadual e Municipais nada fazem a
respeito.
E, mais lamentável que tudo é o fato de muitas mulheres, em
pleno século XXI, não se enxergarem, em seu cotidiano, no trabalho, na escola e
nas ruas, como oprimida. E por não se enxergarem como tal reproduzem e
fortalecem o discurso e as ações machistas que aprisionam todas nós mulheres.
Verdadeiramente, seguiremos em marcha até que todas sejamos
livres não faz parte de uma caminhada fácil e nem de uma estrada tranquila.
Entretanto, a solidariedade pode nos fortalecer a ponto de eliminarmos as
formas de opressão em quem vivemos, nós e as mulheres pelo mundo afora.
Vamos começar buscando encontrar o que nos oprime e refletir sobre o que e a quem estamos
fortalecendo quando realizamos alguma ação. Como mulheres no mundo do trabalho,
nos movimentos sociais ou em cargos públicos, entre tantas coisas, vamos pensar no que nos move na marcha da
vida, o que estamos deixando ao nosso redor e o que podemos estar reproduzindo para
aprisionar outras mulheres nas gerações futuras.
Quando nossas mentes se abrirem, a marcha certamente ficará
mais forte e solidária e os obstáculos do caminho serão facilmente removidos
com nossa força, união e solidariedade.