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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

E ainda, o piloto era uma mulher...

Num dia desses bastante nublado ao aeroporto. Enquanto aguardava a chegada de um voo, encontrei uma amiga que estava com duas outras amigas chegando de uma viagem de férias. As três estavam bastante assustadas pois o pouso do avião fora barulhento e com muito balanço. Começamos a comentar sobre as trepidações e o medo de voar. De repente uma delas soltou a frase: “deu muito medo ainda mais que a pilota era mulher”. Perguntei e qual é o problema? A resposta dela: “se precisar não vai ter força pra pilotar o avião”. Claro que retruquei: “numa dessas a perícia da pilota é que fez o pouso da aeronave ter dado certo e todos estarem em segurança”. Soube, também, nesse dia que tem gente que não entra em ônibus quando vê que é uma mulher dirigindo. Fiquei refletindo a respeito. Nós mulheres, já somos 30% de chefes de família e dirigimos 46% de negócios. Temos força para criarmos filhos sozinhas, cuidar dos idosos da família, trabalhar fora, entre tantas tarefas. No entanto, quando nos embreamos em alguma atividade que faça parte do universo masculino, a nossa competência é questionada. Imagino a aviadora Amelia, primeira mulher a pilotar um avião, como rompeu barreiras para que não consideraram a sua atitude uma mera aspiração. Ao invés de nos preocuparmos com o sexo feminino ou masculino, vamos verificar a competência e qualificação da pessoa para a função que exerce. Afinal, se uma mulher é pilota, certamente passou pelo mesmo treinamento que os homens. Durante sua vida profissional, muitas pessoas devem ter tido o mesmo pensamento e feito o mesmo comentário desabonador da moça assustada que chegara de férias. Estamos em 2012 e parece que ainda vivemos na era da “pedra lascada” quando se fala em avanços e conquistas das mulheres. Mesmo tendo uma Presidenta da República no Brasil, continuamos com resquícios da mentalidade machista que nos assombra há séculos.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

25 de novembro: pela não violência contra a mulher

O Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher é uma data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999. O dia 25 de novembro homenageia três irmãs ativistas políticas latino-americanas (Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal) que foram assassinadas em 1961 pela ditadura de Leonidas Trujillo (1930-1961), na República Dominicana. Em todo o mundo, as mulheres se organizam no mes de novembro tendo como bandeira de luta o fim da violência contra a mulher. Ao se tornar um marco pela ONU, o dia nos faz lembrar todas as mulheres vítimas de violência em todos os cantos do mundo, seja com o rosto coberto no oriente, no amor serrano dos Andes ou no turismo sexual no nordeste brasileiro. Pesquisas mostram que em certos lugares do mundo, as mulheres são tratadas como seres inferiores e não podem exercer profissões ou se sentar em mesas de negociação empresarial ou governamental. Para os povos andinos, o “amor serrano” refere-se a violência física contra a mulher por seus companheiros como se isso fosse normal e cotidiano na vida dos casais. E, no caso brasileiro, tem-se a exploração sexual de nossas mulheres e crianças como apelo turístico para os estrangeiros ou quando são traficadas para outros países e se tornam reféns da prostituição. As mulheres padecem, ainda, da violência do desemprego, dos salários mais baixos nas mesmas funções que homens, da dupla jornada, do assédio sexual e das revistas em locais de trabalho. A lista de atos de violência contra as mulheres é extensa e a cada dia as denúncias aumentam mais conforme as pessoas vão se sentindo fortalecidas e seguras com as políticas públicas e o apoio governamental oferecidos. Salienta-se que as mulheres sofrem violência física, sexual, psicológica, de direito de ir e vir, enfim a violência tem muitas faces. Alguns atos de violência ocorrem no âmbito público outros acontecem no âmbito privado ou doméstico. No caso da chamada “violência doméstica”, os dados são alarmantes e a violência continua matando nossas mulheres, mesmo com a promulgação da Lei Maria da Penha em 2006. Dados fornecidos pela secretaria Nacional de Políticas para Mulheres indicam que o Disque 180 registrou 2,7 milhões de atendimentos de 2006 a 2012. Desse total, 329,5 mil (14%) eram relatos de violência contra a mulher enquadrados na lei. A maioria (60%) foi pedido de informação. No primeiro semestre de 2012, foram registrados 388,9 mil atendimentos, dos quais 56,6% foram relatos de violência física. A violência psicológica aparece em 27,2% das ocorrências no período. Foram 5,7 mil chamadas relacionadas à violência moral (12%), 915 sexual (2%) e 750 patrimonial (1%). Os dados revelam ainda que em 66% dos casos os filhos presenciam as agressões contra as mães. Os companheiros e cônjuges continuam sendo os principais agressores (70% das denúncias neste ano). Se forem considerados outros tipos de relacionamento afetivo (ex-marido, ex-namorado e ex-companheiro), o percentual sobe para 89%. Os parentes, vizinhos, amigos e desconhecidos aparecem como agressores em 11%. A violência reflete a discriminação contra a mulher quando homens se sentem donos de seu corpo e sua alma e se julgam no direito de dispor de suas vidas conforme lhes convém por meio de leis, uso da religião ou força bruta. Mesmo com todas as políticas públicas e ações afirmativas como o Pacto Nacional pelo enfrentamento à violência contra a mulher, lançado pelo Governo Federal para os anos 2006-2011, a realidade mostra um quadro perverso em que as mulheres são espancadas e assassinadas por aqueles que diziam ama-las. No caso da “violência pública”, em que a discriminação e a violência transcendem os portões do doméstico, entram em cena as políticas contra o tráfico de pessoas, leis trabalhistas que punem as diferenças no âmbito do trabalho e incentivo à presença das mulheres na política. Entretanto, mesmo diante de todo esse esforço pelo fim da violência contra à mulher, a ONU considera que a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher se dará em 2540. Uma data muito longe para quem padece pela discriminação e pela violência hoje em 2012.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Uma reflexão sobre o uso das redes sociais digitais

As redes sociais como uma estrutura que reúne pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações e que partilham valores e objetivos comuns pode ser encontradas em vários episódios na história da humanidade. Com o desenvolvimento tecnológico, a noção de redes sociais se ampliou ao abranger um número de pessoas que vai até onde o interesse ou a conexão chegar, via Internet. Incentivos governamentais também tem possibilitado o acesso às tecnologias de informação e comunicação graças a seus programas de inclusão digital, o que amplia a população usuária da rede de computadores. Isso implica em uma disseminação, cada vez mais ampla e rápida, das informações que circulam na rede, a qual se organizou em vários tipos de redes digitais, as chamadas sociais e as profissionais. As redes sociais são as utilizadas para trocar ideias com amigos, até desconhecidos, montar grupos, discutir temas, entre tantos outros assuntos. É tema livre. Por sua vez, as redes profissionais assumem um caráter mais sério ao congregar pessoas da mesma área de atuação pela troca de ideias sobre temas específicos, currículos, entre outros. No entanto, o que era para ser um benefício pode se tornar um problema caso não seja adequadamente utilizado. O uso das redes sociais digitais pode ser tratado sob três aspectos: o excesso de informação; o uso ético na divulgação de ideias e informações e a manipulação exercida pelos sites de busca. Ao pensar em excesso de informação surgem desafios sobre como separar o excesso de informação inútil do que realmente interessa; como garantir o respeito e a confiança nos integrantes da rede; como ser ético na divulgação de idéias e informações. Visto que a rede social aceita tanto informações de cunho pessoal como discussões com formação de grupos específicos, a rede amplia seu leque de público. Alguns usam a rede como forma de contato pessoal, divulgando notícias de seu dia-a-dia, fotos, correntes etc. Outros fazem uso da rede para divulgar eventos, opinião política, defesa de posicionamentos, entre outros. Essa diversidade de utilização da rede social digital, a torna democrática na medida em que as pessoas podem escolher a forma como pretendem fazer uso dessa poderosa ferramenta. Entretanto, uma das redes sociais, a mais utilizada na atualidade, no formato em que se encontra, parece festa de família quando todos conversam ao mesmo tempo e ninguém ouve. Quando você fala, alguém pode ouvir, vai responder e ficar conversando com voce. Enquanto isso, os outros estão conversando outros assuntos. Mas, se voce falar e ninguém estiver ouvindo, a sua fala fica perdida Na rede em questão, se voce não ficar conectado o tempo todo perde uma série de informações e comentários ou você pode demorar muito tempo para acessar a informação, apesar dela estar registrada na rede. Também, verifica-se que começa a acontecer nesta rede, o mesmo que acontece na outra: as pessoas enviam uma enxurrada de bilhetes, desenhos, frases etc, ao estilo "corrente". O que era prá ser um local de troca de ideias e informações tornou-se uma espécie de corrente virtual. Isso não significa que esse tipo de uso seja bom ou ruim, apenas demonstra o espírito da rede, na qual cada usuário pode escolher seu papel. Na discussão do uso ético na divulgação de ideias e informação a situação se torna complexa pois escondidas atrás do computador, muitas pessoas se sentem a vontade para exprimir preconceitos, racismo, ofensas e todo tipo de exposição de ideias que acreditam, independente se a ideia possa ferir pessoas ou a própria lei. Por exemplo, nas últimas eleições, nas quais se observa um amplo uso da Internet, houve muita desinformação, ofensa, agressão verbal ao invés de aproveitamento do espaço para compartilhar ideias e fortalecer a nossa democracia. No terceiro aspecto, a manipulação realizada pelos sites de busca tem esbarrado na ética pois os usuários desse sites, em sua maioria, não vislumbram que estão sendo direcionados para produtos e serviços a partir de suas informações colocadas em seu perfil ou em mensagens colocadas na rede social. Isso provoca sensação de enganação e indignação. Trata-se da mesma situação quando são recebidas propagandas de produtos e serviços via correio sem terem sido solicitados. Questiona-se como os endereços pessoais foram obtidos pela empresa que envia o material de propaganda. No mundo virtual, não é diferente, ao direcionar a busca por meio de palavras que são digitadas nas redes sociais, as empresas capturam as informações sem a autorização expressa dos usuários das redes. Alguns afirmam que se a informação está colocada na rede pode ser utilizada por qualquer um, inclusive por empresas e suas equipes de marketing. No entanto, o usuário da rede tem o direito de não querer que suas informações sejam manipuladas. Observa-se, também, que as informações solicitadas nos sites de buscas são disponibilizadas de acordo com o perfil do solicitante ou seja, para cada solicitante, o site de busca direciona as informações de acordo com sua base de dados a respeito daquele usuário. Independente dos aspectos colocados, pode-se fazer um grande uso das redes sociais digitais na busca da melhoria da vida das pessoas e do mundo em que vivemos. Tudo depende da forma como usamos esse recurso tecnológico e fantástico de comunicação. O uso da rede digital com respeito e ética possibilita que as pessoas possam realmente compartilhar ideias, valores e objetivos.