O 08 de março foi instituído
pela ONU em 1975 como o Dia Internacional da Mulher, configurando o mês de
março como o “Mês da Mulher”. De lá pra cá, são 49 anos de comemorações,
celebrações e manifestações com o tema da necessária e urgente igualdade entre
mulheres e homens.
Assim, na sociedade o 08
de março é tratado de duas formas. A primeira com a parabenização e flores para
as mulheres por serem mulheres, principalmente pelo comércio que se utiliza do
dia para vender seus produtos. A segunda forma é dada pelo movimento feminista,
o qual considera o dia como um marco de lutas a serem travadas e conquistas obtidas pelas mulheres
Independente do tipo de
comemoração, o dia 08 de março passa e o que vemos?
As mulheres continuam
sendo violentadas, agredidas e mortas no mundo todo. A diferença salarial
continua existindo no exercício da mesma função, as mulheres são as que menos
recebem bolsas de pesquisa científica, não tem presença na política condizente
com sua parcela populacional e sua atuação na sociedade, ainda estão
sobrecarregadas com as tarefas domésticas, o casamento infantil é tolerado como
se não fosse pedofilia, existe estupro de mulheres e meninas como arma de
guerra, entre tantas mazelas.
A despeito das conquistas
com leis de proteção e dos direitos femininos, vemos um esforço enorme tanto
por parte dos movimentos de mulheres como de uma parcela do poder público em fazer
valer as leis, no entanto, a desigualdade continua presente no dia-a-dia das
mulheres, seja nas escolas, no local de trabalho ou nas ruas.
No caso do Brasil, considerado
um dos mais inseguros para as mulheres e meninas viverem, os feminicídios têm
aumentado de forma alarmante e a discriminação contra as mulheres continua em todos
os setores da sociedade. A situação se agravou nos anos de governos
conservadores (de 2016 a 2022), com retrocessos na redução do orçamento de
combate à violência e de políticas públicas para mulheres bem como na
disseminação de ódio às mulheres (misoginia).
A propalada mensagem “recatada
e do lar” trouxe inúmeros prejuízos às políticas públicas, as quais foram
reduzidas para o protagonismo e empoderamento das mulheres para serem o que
desejarem e estarem onde quiserem, da mesma forma que esse direito é dado aos
homens. Esse período trouxe como consequência nefasta o aumento da violência
contra a mulher estimulado por ações como o armamento da população. Enfim, o período findou, mas seu reflexo
continua na sociedade brasileira e precisa de mais força do poder público e dos
movimentos de mulheres para ser combatido.
No ano que vem serão 50
anos da instituição do Dia Internacional da Mulher e aí o que terá mudado?
Será que precisaremos de
mais 50 anos pra que possamos, realmente:
andar pelas ruas nos
sentindo seguras;
sair de um relacionamento
sem medo de sermos mortas;
receber salário igual pelo exercício da mesma função
do homem;
estar na política sendo
respeitadas e sem agressões de todo modo;
receber tratamento nas
ciências como os homens recebem;
alcançar a igualdade em
todos os locais, inclusive nas tarefas domésticas;
enfim ter uma vida digna,
feliz, sem violência de qualquer tipo e sem medo?
Vamos continuar firmes,
mulheres e homens que atuam pela igualdade. Igualdade que está declarada na
Constituição Brasileira, mas que precisa de nós em todos os momentos:
Artigo 5.
Homens e Mulheres são
iguais em direitos e obrigações.