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sábado, 30 de março de 2024

Ditadura Nunca Mais!!!

60 anos do golpe que instaurou o governo da ditadura militar no Brasil em 31 de março de 1964. Foram 21 anos (de 1964 até 1985) de retrocessos no desenvolvimento econômico e social, na cultura, nos campos e nas cidades,  marcado por crimes e atrocidades contra a população que se opunha ao regime. Tudo patrocinado pela subserviência do governo militar brasileiro aos interesses norte-americanos. Nas mesmas décadas (1960-1970), em vários países da América Latina aconteceram os golpes e a tomada do poder por militares.

A maioria das pessoas presas, assassinadas e torturadas pela polícia da ditadura militar eram jovens (mulheres e homens) na faixa dos 20 a 35 anos, estudantes, professores (as), jornalistas, ativistas sociais, políticos, religiosos e militares que não concordavam com o regime.

É um período triste que não podemos permitir que retorne quando as pessoas sentiam medo de se posicionar, de comentar o que pensavam pois poderiam ser mortas.

Coisas terríveis como os assassinatos, a ocultação de cadáveres, o desaparecimento de militantes e as torturas rondam a vida das pessoas que vivenciaram aquele período. Hoje, se sabe, a partir das narrativas da Comissão Nacional da Verdade que as torturas usavam a famosa cadeira de dragão para choques elétricos, paus de arara e para as mulheres, estupros, a colocação de ratos em suas vaginas, abortos forçados, torturas na frente dos filhos, ejaculação por parte da polícia política em cima de seus corpos dilacerados pelas torturas...

Pra quem não conhece ou não acredita que isso tudo aconteceu, sugiro que busque se informar. Comece com o livro BRASIL NUNCA MAIS.  O projeto Brasil: Nunca Mais foi desenvolvido pelo Conselho Mundial de Igrejas e pela Arquidiocese de São Paulo nos anos 1980, sob a coordenação do Reverendo Jaime Wright e de Dom Paulo Evaristo Arns. O relatório apresenta a gravidade da violação dos direitos humanos a partir da análise em vários processos da ditadura militar.

Lei também Batismo de Sangue, do Frei Beto que conta a triste história do Frei Tito, torturado pela polícia da ditadura militar.

Tem também os relatórios da Comissão Nacional da Verdade em https://www.gov.br/memoriasreveladas/pt-br/assuntos/comissoes-da-verdade/cnv

Com certeza, depois de conhecer toda essa narrativa, você se somara as vozes por:

DITADURA NUNCA MAIS!


 

terça-feira, 12 de março de 2024

O Dia Internacional da Mulher passou e agora?


O 08 de março foi instituído pela ONU em 1975 como o Dia Internacional da Mulher, configurando o mês de março como o “Mês da Mulher”. De lá pra cá, são 49 anos de comemorações, celebrações e manifestações com o tema da necessária e urgente igualdade entre mulheres e homens.

Assim, na sociedade o 08 de março é tratado de duas formas. A primeira com a parabenização e flores para as mulheres por serem mulheres, principalmente pelo comércio que se utiliza do dia para vender seus produtos. A segunda forma é dada pelo movimento feminista, o qual considera o dia como um marco de lutas a serem travadas  e conquistas obtidas pelas mulheres

Independente do tipo de comemoração, o dia 08 de março passa e o que vemos?

As mulheres continuam sendo violentadas, agredidas e mortas no mundo todo. A diferença salarial continua existindo no exercício da mesma função, as mulheres são as que menos recebem bolsas de pesquisa científica, não tem presença na política condizente com sua parcela populacional e sua atuação na sociedade, ainda estão sobrecarregadas com as tarefas domésticas, o casamento infantil é tolerado como se não fosse pedofilia, existe estupro de mulheres e meninas como arma de guerra, entre tantas mazelas.

A despeito das conquistas com leis de proteção e dos direitos femininos, vemos um esforço enorme tanto por parte dos movimentos de mulheres como de uma parcela do poder público em fazer valer as leis, no entanto, a desigualdade continua presente no dia-a-dia das mulheres, seja nas escolas, no local de trabalho ou nas ruas.

No caso do Brasil, considerado um dos mais inseguros para as mulheres e meninas viverem, os feminicídios têm aumentado de forma alarmante e a discriminação contra as mulheres continua em todos os setores da sociedade. A situação se agravou nos anos de governos conservadores (de 2016 a 2022), com retrocessos na redução do orçamento de combate à violência e de políticas públicas para mulheres bem como na disseminação de ódio às mulheres (misoginia).  

A propalada mensagem “recatada e do lar” trouxe inúmeros prejuízos às políticas públicas, as quais foram reduzidas para o protagonismo e empoderamento das mulheres para serem o que desejarem e estarem onde quiserem, da mesma forma que esse direito é dado aos homens. Esse período trouxe como consequência nefasta o aumento da violência contra a mulher estimulado por ações como o armamento da população.  Enfim, o período findou, mas seu reflexo continua na sociedade brasileira e precisa de mais força do poder público e dos movimentos de mulheres para ser combatido.

No ano que vem serão 50 anos da instituição do Dia Internacional da Mulher e aí o que terá mudado?

Será que precisaremos de mais 50 anos pra que possamos, realmente:

andar pelas ruas nos sentindo seguras;

sair de um relacionamento sem medo de sermos mortas;

receber  salário igual pelo exercício da mesma função do homem;

estar na política sendo respeitadas e sem agressões de todo modo;

receber tratamento nas ciências como os homens recebem;

alcançar a igualdade em todos os locais, inclusive nas tarefas domésticas;

enfim ter uma vida digna, feliz, sem violência de qualquer tipo e sem medo?

Vamos continuar firmes, mulheres e homens que atuam pela igualdade. Igualdade que está declarada na Constituição Brasileira, mas que precisa de nós em todos os momentos:

Artigo 5.

Homens e Mulheres são iguais em direitos e obrigações.