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terça-feira, 12 de março de 2024

O Dia Internacional da Mulher passou e agora?


O 08 de março foi instituído pela ONU em 1975 como o Dia Internacional da Mulher, configurando o mês de março como o “Mês da Mulher”. De lá pra cá, são 49 anos de comemorações, celebrações e manifestações com o tema da necessária e urgente igualdade entre mulheres e homens.

Assim, na sociedade o 08 de março é tratado de duas formas. A primeira com a parabenização e flores para as mulheres por serem mulheres, principalmente pelo comércio que se utiliza do dia para vender seus produtos. A segunda forma é dada pelo movimento feminista, o qual considera o dia como um marco de lutas a serem travadas  e conquistas obtidas pelas mulheres

Independente do tipo de comemoração, o dia 08 de março passa e o que vemos?

As mulheres continuam sendo violentadas, agredidas e mortas no mundo todo. A diferença salarial continua existindo no exercício da mesma função, as mulheres são as que menos recebem bolsas de pesquisa científica, não tem presença na política condizente com sua parcela populacional e sua atuação na sociedade, ainda estão sobrecarregadas com as tarefas domésticas, o casamento infantil é tolerado como se não fosse pedofilia, existe estupro de mulheres e meninas como arma de guerra, entre tantas mazelas.

A despeito das conquistas com leis de proteção e dos direitos femininos, vemos um esforço enorme tanto por parte dos movimentos de mulheres como de uma parcela do poder público em fazer valer as leis, no entanto, a desigualdade continua presente no dia-a-dia das mulheres, seja nas escolas, no local de trabalho ou nas ruas.

No caso do Brasil, considerado um dos mais inseguros para as mulheres e meninas viverem, os feminicídios têm aumentado de forma alarmante e a discriminação contra as mulheres continua em todos os setores da sociedade. A situação se agravou nos anos de governos conservadores (de 2016 a 2022), com retrocessos na redução do orçamento de combate à violência e de políticas públicas para mulheres bem como na disseminação de ódio às mulheres (misoginia).  

A propalada mensagem “recatada e do lar” trouxe inúmeros prejuízos às políticas públicas, as quais foram reduzidas para o protagonismo e empoderamento das mulheres para serem o que desejarem e estarem onde quiserem, da mesma forma que esse direito é dado aos homens. Esse período trouxe como consequência nefasta o aumento da violência contra a mulher estimulado por ações como o armamento da população.  Enfim, o período findou, mas seu reflexo continua na sociedade brasileira e precisa de mais força do poder público e dos movimentos de mulheres para ser combatido.

No ano que vem serão 50 anos da instituição do Dia Internacional da Mulher e aí o que terá mudado?

Será que precisaremos de mais 50 anos pra que possamos, realmente:

andar pelas ruas nos sentindo seguras;

sair de um relacionamento sem medo de sermos mortas;

receber  salário igual pelo exercício da mesma função do homem;

estar na política sendo respeitadas e sem agressões de todo modo;

receber tratamento nas ciências como os homens recebem;

alcançar a igualdade em todos os locais, inclusive nas tarefas domésticas;

enfim ter uma vida digna, feliz, sem violência de qualquer tipo e sem medo?

Vamos continuar firmes, mulheres e homens que atuam pela igualdade. Igualdade que está declarada na Constituição Brasileira, mas que precisa de nós em todos os momentos:

Artigo 5.

Homens e Mulheres são iguais em direitos e obrigações.

 

 

 

 

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