As cidades inteligentes estão na ordem
do dia e muitas definições sobre elas surgem a todo instante. Uma das
definições, a partir de estudos da FGV–Fundação Getúlio Vargas, coloca as cidades
inteligentes como criativas e sustentáveis, combinando uso de tecnologia de
informação e comunicação (TICs) com planejamento e participação dos cidadãos. Portanto, o conceito de cidades inteligentes
combina os aspectos técnico e social,
pois para que uma cidade se torne inteligente é primordial a otimização de
recursos e infraestrutura visando o atendimento à população.
Muitas áreas podem tornar uma cidade
inteligente, tais como: saúde, trânsito, educação, energia elétrica, água,
coleta de lixo, segurança pública etc. Entretanto, de nada vale o conjunto de
aplicações automatizadas, se não houver melhoria na qualidade de vida da
população, integração entre os serviços e a participação da população no
processo de tomada de decisão.
Por outro lado, tecnologias atuais como
IOT (Internet das Coisas), computação em nuvem e Big Data, entre outras, formam
o arcabouço para possibilitar a implantação das cidades inteligentes. Aliado ao
aumento do volume de dados e equipamentos para a automação vislumbra-se a
necessidade de garantia de segurança e privacidade das informações bem como o
respeito à ética na automatização das cidades pelo uso dos dados da população e
seus serviços.
Dentro desse cenário, tem-se três
aspectos: a necessidade de planejamento para cidades inteligentes, o
envolvimento da população e o uso adequado de tecnologias de informação e
comunicação.
No planejamento para cidades inteligentes,
deve-se levar em conta as prioridades das cidades brasileiras, as quais, em
muitos casos, carecem, ainda de recursos para
saneamento básico, educação e saúde. Nesse aspecto, o investimento e o
retorno da melhoria dos serviços devem ser dimensionados em conjunto com a
necessidade da população, com qualidade de vida e respeito à cidadania.
O envolvimento da população, tanto no
uso dos serviços como no processo decisório seria facilitado se houvesse mais
conhecimento e educação para o entendimento das TICs e suas aplicações. Muitas iniciativas
estão sendo realizadas, a partir do interesse dos municípios e fomentadas pelo
mercado de tecnologia.
Tudo indica que não há como retroceder
com relação ao futuro de cidades inteligentes, no entanto, a sua viabilidade e
sucesso se darão na medida em que o atendimento à população seja prioritário em
detrimento aos modismos e especulações eleitoreiras.
Artigo de minha autoria, publicado na Gazeta Democratica de 23/10/2017.