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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

As cidades inteligentes e a cidadania



As cidades inteligentes estão na ordem do dia e muitas definições sobre elas surgem a todo instante. Uma das definições, a partir de estudos da FGV–Fundação Getúlio Vargas, coloca as cidades inteligentes como criativas e sustentáveis, combinando uso de tecnologia de informação e comunicação (TICs) com planejamento e participação dos cidadãos.  Portanto, o conceito de cidades inteligentes combina os aspectos técnico e  social, pois para que uma cidade se torne inteligente é primordial a otimização de recursos e infraestrutura visando o atendimento à população.
Muitas áreas podem tornar uma cidade inteligente, tais como: saúde, trânsito, educação, energia elétrica, água, coleta de lixo, segurança pública etc. Entretanto, de nada vale o conjunto de aplicações automatizadas, se não houver melhoria na qualidade de vida da população, integração entre os serviços e a participação da população no processo de tomada de decisão.
Por outro lado, tecnologias atuais como IOT (Internet das Coisas), computação em nuvem e Big Data, entre outras, formam o arcabouço para possibilitar a implantação das cidades inteligentes. Aliado ao aumento do volume de dados e equipamentos para a automação vislumbra-se a necessidade de garantia de segurança e privacidade das informações bem como o respeito à ética na automatização das cidades pelo uso dos dados da população e seus serviços.
Dentro desse cenário, tem-se três aspectos: a necessidade de planejamento para cidades inteligentes, o envolvimento da população e o uso adequado de tecnologias de informação e comunicação.
 No planejamento para cidades inteligentes, deve-se levar em conta as prioridades das cidades brasileiras, as quais, em muitos casos, carecem, ainda de recursos para  saneamento básico, educação e saúde. Nesse aspecto, o investimento e o retorno da melhoria dos serviços devem ser dimensionados em conjunto com a necessidade da população, com qualidade de vida e respeito à cidadania.
O envolvimento da população, tanto no uso dos serviços como no processo decisório seria facilitado se houvesse mais conhecimento e educação para o entendimento das TICs e suas aplicações. Muitas iniciativas estão sendo realizadas, a partir do interesse dos municípios e fomentadas pelo mercado de tecnologia.  
Tudo indica que não há como retroceder com relação ao futuro de cidades inteligentes, no entanto, a sua viabilidade e sucesso se darão na medida em que o atendimento à população seja prioritário em detrimento aos modismos e especulações eleitoreiras.

Artigo de minha autoria, publicado na Gazeta Democratica de 23/10/2017.

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