Além de tirar fotos com camisetas
presenteadas pela Secretaria da Mulher, com os dizeres “Violência contra a
mulher: sou contra”, os vereadores de Maringá tiveram contato em várias
ocasiões com a temática em questão.
Na gestão anterior da Câmara, o Forum Maringaense
de Mulheres participou de sessões da Câmara para falar sobre a violência contra
a mulher em duas ocasiões. Na primeira, o Forum foi convidado para fazer uso da
tribuna, quando apresentou dados da violência e a situação da mulher vítima de
violência em Maringá e no Estado do
Paraná.
Na segunda oportunidade, o Forum
foi convidado para apresentar no "Fala Comunidade". Ressalta-se que permaneceram
presentes durante todo o evento, os vereadores Humberto Henrique (PT), Mario
Verri (PT), Carlos Maiucci (PT) e Ulisses Maia (PDT). Alguns vereadores
passaram pelo local por alguns minutos e não permaneceram.
No episódio que envolveu o
vereador Luizinho Gari, preso por denúncia pela Lei Maria da Penha, por ameaças
a sua ex-esposa, os vereadores da Câmara Municipal tiveram a oportunidade de
colocar na prática tudo que ouviram, principalmente no convite para usar a
tribuna pelo Forum, quando todos estavam presentes. Falta de informação
certamente não foi. Poderiam os 9 vereadores que votaram contra a comissão de
ética para o vereador agressor terem considerado todas as discussões travadas
nos eventos citados em que a violência contra a mulher foi realizada, inclusive
com propostas do Forum Maringaense de Mulheres para a cidade de Maringá.
Então, se não foi falta de
informação, certamente o componente “política” direcionou a votação desses 9
vereadores que compõem a base do prefeito, da qual o vereador agressor preso
faz parte. Os vereadores ignoraram o pacto realizado em todo o Brasil pelo fim
da violência contra a mulher, ignoraram as próprias discussões travadas na casa
de leis e, acima de tudo, ignoraram a reivindicação das mulheres para dar um
basta na violência contra a mulher.
Postura diferente tiveram os 4 vereadores
que votaram a favor da instauração da comissão de ética, Humberto Henrique
(PT), Mario Verri (PT), Flavio Vicente (Rede) e Ulisses Maia (PDT) que
compreenderam a grave situação que é a violência contra a mulher diante da
qual a sociedade não pode ficar calada.
Lamentável a postura desses outros
9 vereadores que tiveram a grande oportunidade de contribuir para o fim da
violência contra a mulher mas, ao invés disso, “passaram a mão da cabeça do
agressor” como se o que ele fez não fosse crime, mesmo estando previsto na Lei
Maria da Penha, que completa 10 anos de uso, em agosto de 2016.
Tirar foto com camiseta é fácil,
ser contra a violência contra a mulher de verdade, é outra história.
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