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segunda-feira, 5 de julho de 2021

A inocência do povo brasileiro diante da pandemia

Aquela malandragem e o jeitinho brasileiro à moda Gerson caiu por terra diante de uma pandemia avassaladora que mostrou, também, por incrível que possa parecer, a inocência do povo brasileiro.

A primeira inocência foi quando se pensava que a pandemia duraria pouco tempo. Assim, ficar em casa, sem as festas familiares e os encontros com amigos foram contidos em nome do bem-estar de todo mundo. Menos pra uma parcela da  juventude, que até na atualidade continua se aglomerando em festas clandestinas, sem consciência de que podem contaminar seus familiares e colegas de trabalho.

Muitas pessoas naquele período inicial da pandemia, davam dicas de atividades pra fazer no isolamento, criaram mais vínculos familiares e juntos pensavam que tudo voltaria à normalidade.

A solidariedade em auxiliar os que necessitavam pela perda de emprego e pela perda de renda se tornou um caminho importante para minorar a dor da população, sem esquecer que antes da pandemia o desemprego alcançara a casa dos 12 milhões de desempregados por falta de política econômica por parte do governo federal que tem sua agenda voltada apenas para o agronegócio, bancos e sucateamento dos serviços públicos.

No entanto, o tempo foi passando e o número de mortes por Covid aumentando: 10 mil, 20 mil, 30 mil...50 mil deixou as pessoas assustadas...100 mil...desconforto...200 mil...amigos, familiares, entes queridos...300 mil...500 mil...

O pensamento de que a experiência catastrófica da Europa no atraso ao combate ao Covid permeava a sociedade brasileira, no ritmo do “aprendemos com eles” caiu por terra ao colocar o Brasil entre os primeiros países do mundo em morte e em contaminação.

                                                        Imagem: Olhar Digital

A segunda inocência foi pensar que a postura do presidente Bolsonaro e seu governo fizesse parte da chamada teoria negacionista que não acredita nos protocolos da Organização Mundial de Saúde e, portanto, nega uso de máscara e distanciamento social e promoveu ações contra o lockdown como medida sanitária de controle da propagação do vírus. Não era nada disso, pois agora vem à público que o governo Bolsonaro estava negociando propina em cima da compra de vacina quando brasileiros morriam por Covid.

É muito cruel, no estilo coisa de cinema, imaginar o governo Bolsonaro e seus políticos apoiadores negociarem propina, atrasando a vacinação, de propósito, em cima dos cadáveres de milhares de brasileiros e brasileiras. E o  povo vai pras ruas pelo impeachment do presidente, agora visto como genocida e ladrão.

Tão espertamente malandro, o povo brasileiro se viu às voltas com mais de meio milhão de cadáveres que tem nome, família, sonhos, enfim são pessoas de carne e osso que poderiam estar ainda entre nós, mas que tiveram suas vidas ceifadas pelo atraso na vacinação ocasionada por propinas patrocinada pelos corruptos de plantão que estão no governo.

Tão espertamente malandro, o povo brasileiro vai percebendo, aos poucos, com muita dor, que a vida e a morte, dependem sim de quem detém o poder no governo. 

Tão espertamente malandro e tão inocente ao mesmo tempo, o povo brasileiro viu, ser enterrado muitos sonhos e esperanças de uma vida melhor por um governo que, nesse tempo todo da pandemia, estava negociando as mortes com atraso de vacinas por propina.

E assim segue o Brasil na pandemia, como num requiem...

Requiem 

 

4 comentários:

  1. Que tristeza Tania. É por isso que sinto a necessidade de pessoas honestas na.politica.

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    1. Muito triste. Precisamos aprender muito como povo.

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  2. É tanta tristeza e crueldade, nós estamos vivendo um verdadeiro pesadelo. Está difícil saber o que é mais cruel, o Covid-19 ou esse governo que adiou a compra da vacina para poder lucrar com propinas.

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    1. Um governo que lucra com a morte é acima de tudo um criminoso.

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