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domingo, 22 de março de 2020

Entre orações e panelaços: o que está por trás


Sábado, 21/03/2020 foi uma noite especial, ocorreu  o quinto panelaço contra o presidente da República e uma chamada de oração para proteger as pessoas contra o coronavírus. As duas ações são válidas neste momento de pandemia que estamos vivendo e apresentaram três grupos de pessoas: as pessoas que oram, as que batem panelas e as que fazem as duas coisas, ou seja, oram e batem panela.

As orações colocam as pessoas em comunhão e criam espírito de solidariedade com o pedido de proteção para a humanidade e para fortalecer os profissionais de saúde.

Os panelaços estão sendo realizados mostrando a indignação da população diante da postura irresponsável e criminosa do presidente Bolsonaro na demora de atitudes e nas mentiras sobre a propagação do coronavírus.

Muitas pessoas realizaram as duas ações em conjunto, rezaram e, também,  protestaram com  cobrança de uma postura firme do presidente no combate à pandemia, para que ele pense nas pessoas e não apenas no mercado financeiro.

Mas, se olharmos com mais atenção, veremos que não se trata apenas de orações e panelaços. Inúmeros comentários veiculados nas redes sociais mostraram que, ainda, alguns dos adeptos do presidente que estavam em silêncio diante dos panelaços, encontraram no movimento por oração uma forma de expressar seu sentimento de apoio ao presidente mesmo que tímidamente, na linha do “pra que bater panela num momento desse, agora não é hora disso, etc etc.”  

Vale lembrar, também, que os panelaços são oriundos de bairros da própria classe média que fez os panelaços contra a Dilma. Portanto, não adianta falar que é coisa de esquerdista, que é coisa de gente que quer desestabilizar o governo, de gente ignorante ou ruim diante da gravidade da situação. Os panelaços estão mostrando a indignação das pessoas com a postura, as falas e as regras adotadas pelo presidente no combate à pandemia.

Governadores e prefeitos estão realizando atuação mais efetiva que o presidente. Alguns certamente se aproveitam do momento político, mas uma coisa é certa: na crise se descobre o tamanho dos líderes e o presidente Bolsonaro se apequenou ainda mais.

Na frase perfeita do ex-presidente Lula que disse: “primeiro vamos cuidar do povo, depois cuidamos da economia”, eu pensava em acrescentar “da economia e da política”.  Mas, mudei de idéia pois percebi que é impossível ignorar a política neste momento visto que estamos no meio de um embate político enorme ocasionado pela postura irresponsável e criminosa de um presidente da República que parece querer levar  o país aos caos e a morte de milhares de pessoas.

Decisões do presidente Bolsonaro como permitir a entrada apenas de estadounidenses (EUA) cujo país está com pandemia de coronavírus, permitir a abertura de estradas e aeroportos, fazer vídeo com fake News sobre remédios, cumprimentar pessoas e não admitir que está contaminado e nem se importar com a contaminação das pessoas, defender a abertura de shopping e templos, entre outras atitudes, fazem parte de um ato político sim de desmonte da economia brasileira e de subserviência ao capital.

Não podemos mais fechar os olhos diante da gravidade da situação que nos coloca num navio sem capitão ou comandante. 
Ainda bem que temos os oficiais que fazem a guarda do navio e estão realizando ações para conter a possibilidade de afundarmos, neste caso específico, como os nossos governadores e prefeitos responsáveis e nossos valorosos profissionais de saúde e de manutenção das cidades.


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