Vale dizer que a região do Capitólio é belíssima, com cachoeiras, cânions, uma fauna
 e flora diversas. 
Estive por lá dias desses, por dois períodos intensos de muitos passeios e comida boa. 
Na manhã do primeiro dia, conversamos amenidades no grupo que continha muitas professoras, 
ex-funcionários da prefeitura e muitas pessoas aposentadas. Numas dessas conversas, um senhor 
trocando ideias a respeito da cidade de  Passos, comentou que trabalhou na prefeitura e conversa 
vai conversa vem comigo e com minha prima Rose,  chegamos no meu tio Sid (pai dela) que ele 
conheceu. O tio Sid (Ancelmo Sidnei Tait) trabalhou na  prefeitura de Maringá por quase 40 anos. 
Depois, embarcamos para mais um passeio e não conversamos mais. 
Na tarde de domingo, no último passeio, eu não me senti à vontade pra ir na última cachoeira pois
 a  rinite estava me atacando. Aí vi um banquinho debaixo de uma árvore e ali resolvi aguardar
 o pessoal voltar.
 Logo se aproximaram um casal e uma senhora. As duas resolveram descer um pouco e o senhor
 e eu ficamos sentados ali no banquinho. Era o mesmo senhor que conversamos pela manhã. 
Com óculos de sol e chapéu nós não havíamos nos reconhecido. 
E de novo conversa vai conversa vem, ele gosta de uma prosa e eu também, ele contou que 
trabalhou  na prefeitura e se aposentou.  Eu disse que também trabalhei, na época do José Cláudio. 
Ele então contou histórias sobre o Zé, que foi pedir emprego pra ele enquanto aguardava a chamada
 do concurso que passara e o Zé respondeu secamente. Segundo o seu Jorge, o prefeito estava
 certo na resposta. O Zé conhecia o pai do seu Jorge de Floriano e disse a ele que voltaria para 
visitá-lo no sítio como prefeito. E assim, o fez. Depois de eleito, José Cláudio visitou o pai dele. 
Eu, por minha vez, contei a ele que ao pedir voto pro meu pai para o Zé Claudio, meu pai retrucou 
“ele não me pediu voto”.  Rapidamente, liguei para o Zé e coloquei ele pra falar com meu pai. 
Meu pai falava: - essa minha filha é fogo, está aqui pedindo pra votar no senhor. 
O que o Zé disse, eu não sei e nem saberei, mas meu pai ao desligar o telefone me disse: 
“É um bom homem, vou votar nele”.
Assim, seu Jorge e eu ficamos conversando a respeito do Zé Claudio, de sua força, simplicidade
 e que tinha um grande futuro na política. De repente, seu Jorge falou que eu era familiar. 
Ri e falei que fora  Secretária de Administração na prefeitura e talvez, “chefe” dele. 
Ele riu e disse: Tania Tait, me lembro. Mais risadas e comentários sobre a vida, o tempo que passa. 
A esposa do seu Jorge e a outra senhora retornaram e  sentaram conosco. 
Não me recordo como chegamos no ponto, mas descobrimos que conheço o filho
 do seu  Jorge, que, inclusive, foi candidato a vereador nestas eleições. 
As conversas nos levaram a pontos comuns, locais que frequentamos, o apoio ao José Cláudio e 
a tristeza por sua passagem. 
Um prazer conhecer seu Jorge, trocar ideias com ele e saber de mais uma parte da história 
do Zé Claudio.  No desembarque fiquei feliz em ver o filho  buscar o pai. Claro que tiramos foto,
 seu Jorge, a esposa e eu na Trilha do Sol e enviamos pra ele, pra falar da coincidência de
nos encontrarmos ali. 
Tanto seu Jorge quanto eu compartilhamos o mesmo tempo na história de Maringá, 
sem nunca termos conversado ou nos encontrado. E foi ali, no banquinho no cruzamento 
da descida da cachoeira, debaixo  de uma árvore, nas Minas Gerais,  
que fomos conversar  e trocar ideias a respeito da cidade e do saudoso ex-prefeito José Cláudio.
 
 Foto: Canion no Capitólio, de minha autoria, 26/10/2024