Para compartilhar idéias!







domingo, 11 de julho de 2021

Feminismo não é “mimimi”

Antes de falar que feminismo é "mimimi", como acontece nas redes sociais e, em alguns veículos de comunicação, é importante conhecer a história da luta das mulheres por direitos. Ao conhecer a história e os problemas que as mulheres enfrentam em seu cotidiano, certamente, essa expressão deixará de ser usada.

O filme “As sufragistas” trata bem do primeiro período do feminismo marcado pela busca dos direitos civis, dentre eles, o voto feminino, no início do século XX. Mas, o filme vai além e mostra assédio sexual no local de trabalho, a falta de poder das mulheres nas questões de família, entre outros temas. Esse período é chamado de primeira onda do feminismo.

De modo bem resumido, tem- se que a segunda onda foi marcada pela luta pelo fim da violência contra as mulheres e punição aos agressores; a terceira onda trouxe a luta das mulheres negras, LBT, portadoras de deficiência, entre outras e a quarta onda, que segundo pesquisadores, é a atual, trouxe a luta pelo direito ao próprio corpo, direitos reprodutivos, contra a cultura do estupro, assédio sexual e moral, fortemente marcada pelo uso da tecnologia para divulgar suas ações e reivindicações.

O fato de se dividir o feminismo em ondas não significa que os direitos reivindicados em cada uma delas foram amplamente alcançados, mas retrata as lutas de cada época e como elas se relacionam com o período histórico.

No entanto, antes do início do século XX, houve mulheres na história como, por exemplo, a francesa Olympe de Gouge que com outras mulheres, escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, em 1791, no qual afirma que “A Mulher nasce livre e permanece igual ao homem em direitos. As distinções sociais só podem ser fundamentadas no interesse comum”.  Ao ser condenada à morte por traição pela república que ajudara a criar e a qual tecia críticas ferrenhas, Olympe teria dito: “Se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve ter igualmente o direito de subir à tribuna”.  

Assim, encontram-se vários exemplos de mulheres que atuaram na história, de forma isolada. O que marca o início do século XX como o começo do movimento feminista é, exatamente a organização das mulheres que, em conjunto, passam a reivindicar direitos, em todas as áreas como os direitos civis e políticos, direito econômicos, sociais e culturais e direitos coletivos.

Por isso, alguns historiadores consideram o movimento feminista como um movimento revolucionário que modificou as estruturas sociais sem fazer guerras.

Assim, estudar a história é importante para compreender o movimento feminista, no entanto, além de estudar, basta olhar ao redor e verificar o que as mulheres sofrem ainda, na terceira década do século XXI. As mulheres foram as mais prejudicadas com a pandemia por desemprego; aumentaram os feminicídios; aumentou a violência contra a mulher; ainda tentam desqualifica-las e prejudica-las nos locais de trabalho; sofrem assédio na política, nas escolas e nas ruas.

O feminismo formado por mulheres que defendem os direitos das mulheres deixa claro, em sua trajetória, que não é “mimim”, expressão usada para desmerecer o direito ou a dor de outras pessoas. Pelo contrário, o feminismo é um movimento sério que salva a vida das mulheres, garantindo o direito à uma vida digna e feliz. 

 


 

 

 

 

 

 


 

2 comentários: