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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

A quem interessa que a política seja vista como suja?

 A quem interessa que a política seja vista como suja e os políticos como maus e corruptos?

Essa é uma pergunta recorrente. A cada vez que uma pessoa diz: “não vou mais votar”; “é tudo farinha do mesmo saco”;  “é tudo corrupto” e por aí afora... fica o questionamento: “Serão todos iguais mesmo?”; “Não tem político que trabalha em prol do povo?”; Não tem político que não enriquece na política?”

Se formos pensar bem. Tem sim. Tem políticos que atuam com seriedade e respeito ao povo e a coisa pública.

O problema vai além de colocar todos no “mesmo saco”. Ao optar pela democracia, que é o clássico “do povo, pelo povo e para o povo” aceita-se junto o direito ao voto para escolher que vai ser o representante com a defesa dos interesses desse mesmo povo.

No entanto, a maioria da população não pesquisa sobre os candidatos, nem verifica o que fizeram de útil para a comunidade. Votam por inúmeros outros motivos, desde a lábia até a figura estética agradável. Alguns votam naquele candidato que os espelha nas ações e nos pensamentos.

Depois quando esse político faz coisas erradas, se envolve em corrupção, vota contra os interesses do povo, os eleitores se indignam com a própria escolha.

Muitos eleitores sequer lembram em quem votaram nas últimas eleições, quanto mais acompanhar o que seu candidato eleito está fazendo onde foi colocado por meio do voto.

Ao invés de propagar que “político é tudo igual”, os eleitores e as eleitoras deveriam pesquisar sobre as candidaturas, sem confiar em fakenews. Observem o que o (a) candidato (a) já realizou, quais são suas propostas, se está ligado aos interesses da maioria da população, se possui olhar e ações concretas para as chamadas minorias (mulheres, lgbt, negros, idosos, portadores de deficiência, indígenas...), verifique se não é uma pessoa que menospreza seus semelhantes, veja se trata bem o meio ambiente e os animais e, confira as propostas da candidatura se realmente defendem o que você pensa e o que deseja para a sociedade.

Não se iluda, mesmo que na candidatura, a pessoa finja ser uma boa pessoa, em algum momento, a verdade aparece. No entanto, verifique se é verdade mesmo. Todo fato tem várias versões.

Isso dá trabalho...claro que dá, pois, na medida que decidimos escolher as pessoas que vão nos representar, temos a responsabilidade com nosso voto e a obrigação de acompanhar a candidatura que elegemos. Se nos decepcionar, tentamos novamente.

Esse ano temos uma novidade que é importante ser analisada:  a organização das mulheres para eleger mais mulheres na política. As mulheres são 52% da população e tem uma representatividade muito baixa, sendo apenas 10% na política. Analise as candidatas mulheres, também. Elas conhecem nossa realidade e apresentam propostas concretas para melhorar a nossa vida, principalmente aquelas candidatas que possuem experiência em movimento social e popular.

Temos opções em várias correntes ideológicas, representantes de várias movimentos e organizações. O que precisamos é arregaçar as mangas, fazendo valer o direito sagrado do voto com as obrigações que emanam desse direito para acompanhar o que faz nosso eleito.

O que não podemos fazer é tratar todo mundo como se fosse igual e ignorar as boas candidaturas. Afinal, quem ganha com o desinteresse da população pela política é o mau político que se aproveita da falsa idéia de que é tudo farinha do mesmo saco, levando as pessoas a voltar em qualquer um.

Sejamos espertos e vamos fazer como canta Zeca Pagodinho em sua música “Comunidade Carente”:

“Nós vivemos muito mal
Mas esse ano nós estamos reunidos
Se algum candidato atrevido
For fazer promessas vai levar um pau
Vai levar um pau prá deixar de caô
E ser mais solidário
Nós somos carentes, não somos otários
Prá ouvir blá, blá, blá em cada eleição”

 

Urna eletrônica.

 


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