Criado por lei, como “mês
de conscientização pelo fim da violência contra a mulher”, em referência à Lei
Maria da Penha promulgada em 07/08/2006, no primeiro governo do Presidente
Lula, o Agosto Lilás é palco de eventos em todo o país.
Num país como o Brasil,
onde os índices de violência contra a mulher e o aumento do feminicídio são
crescentes, datas como estas precisam de apoio por parte das organizações não
governamentais e do poder público como forma de chamar a atenção e cobrar das
autoridades um combate firme pra
exterminar esse mal que assola nossa sociedade.
Fatores como o corte do
orçamento para a política de enfrentamento à violência contra à mulher por
parte do governo federal de 2019 a 2022, o fechamento ou redução de serviços de
acolhimento durante a pandemia de Covid-19 e o crescimento e propagação de crimes
de ódio e de misoginia aliados ao machismo existente no Brasil, contribuíram
para o aumento da violência e do feminicídio.
Por mais que campanhas de
combate à violência doméstica e contra a mulher tenham sido efetuadas, o
alcance se tornou limitado por cortes de verbas e falta de apoio governamental
em anos anteriores. Na atualidade, ações de combate à violência contra a mulher
vêm sendo efetuadas pelo governo Lula, no entanto, o estrago de anos sem
orçamento destinado para a agenda de direitos das mulheres trouxe um retrocesso
grande em termos de políticas públicas aliado aos discursos de ódio e misoginia
impetrados pelo governo anterior. Não fossem as iniciativas de alguns
municípios, a situação poderia ser ainda mais desastrosa do que foi.
Por sua vez, algumas
propostas de como combater à violência contra a mulher e auxiliar as mulheres
têm sido apresentadas pelas entidades da sociedade civil organizada, tais como
as encontradas nas palestras da Associação Maria do Ingá Direitos da Mulher:
· Conhecer as leis
· Conhecer os locais de atendimento da sua
cidade
· Prestar atenção ao seu redor para perceber
sinais de violência
· Auxiliar as mulheres da família, amigas e
vizinhas em situação de violência
· Não compartilhar piadinhas que desqualificam a
mulher e minimizem a gravidade das agressões
· Chamar a atenção do “amigo” abusador e
agressor
Elas parecem ações
simples, mas que exigem uma atenção e cuidados redobrados por quem as pratica. Junte-se
a estas, as ações de empoderamento e participação das mulheres nos espaços de
poder que devem ser realizadas como forma de alcançar a igualdade entre
mulheres e homens em todos os aspectos da vida, no mundo do trabalho e da
sociedade.
A situação é tão
alarmante em vários locais mundo afora que a igualdade de gênero configurada
como um dos 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável da ONU (ODS 5
Igualdade de Gênero) com busca de ações que incluem, também, o combate á
violência de gênero. Inclusive, o nosso
país é signatário dos ODS.
Entretanto, infelizmente,
o Brasil entra na lista dos países mais perigosos para mulheres e meninas
viverem, ocupando a 5ª.posição nesse triste ranking. Vale lembrar que temos a
igualdade entre mulheres e homens, também, preconizada na Constituição
Brasileira de 1988, portanto, são 35 anos ressaltando a importância da
igualdade, possibilitando que haja mais participação feminina em todos os
locais.
Leis de proteção, lei de
criminalização e datas de conscientização, nós temos, o que falta agora, é transformar
tudo que é feito no Agosto Lilás em ações cotidianas, tanto como políticas de
Estado como de sociedade, até que um dia alcancemos o fim da violência contra a
mulher.
Eis aí, um sonho que move
todas e todas nós que combatemos a violência contra a mulher: seu fim, dentro
de uma sociedade justa, igualitária, inclusiva e não machista!!!