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segunda-feira, 1 de julho de 2024

PT de Maringá discute o plano de governo municipal

No domingo de manhã, 30/06, o PT reuniu filiados, simpatizantes e membros dos partidos que compõem o apoio à pré-candidatura Humberto Henrique a prefeito de Maringá para discutir o plano de governo municipal para as eleições 2024.

Na reunião, os resultados dos Grupos de Trabalho (GT) de cada área foram apresentados, sendo compostos pelo diagnóstico da cidade e  pelas propostas para os problemas detectados..  Os GTs (grupos de trabalho) são formados com especialistas em cada área de atuação e por pessoas usuárias dos serviços públicos, os quais contribuem para a apresentação de soluções viáveis a partir das pessoas que vivenciam a realidade. 

 


 

 

terça-feira, 25 de junho de 2024

2030 está aí: e os ODS?

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançados pela ONU em 2015 apresentaram ações em cada um deles para que os 193 países signatários viabilizassem sua realização. São 17 ODS distribuídos em 169 metas a serem alcançadas até o ano de 2030. No compromisso com os ODS entre os países,  3 objetivos são primordiais: acabar com a pobreza extrema; combater a desigualdade e a injustiça e  conter as mudanças climáticas.

Entretanto, ao ler o Relatório Luz de 2023, percebe-se, de forma nítida, que ainda há muito que fazer e ao mesmo tempo, pouco tempo para realizar.

A despeito do impacto da pandemia da Covid-19 que trouxe grandes retrocessos, o relatório indica que a implementação dos ODS ainda envolve, em sua maioria, as organizações sem fins lucrativos. Governos e instituições privadas com fins lucrativos tem tido participação inferior.

No caso específico do Brasil, além da pandemia, houve a gestão de um governo (Gestão 2019-2022) que não atuou para o alcance dos ODS, com cortes no orçamento para redução de desmatamento, aumento das áreas de exploração mineral, inexistência de políticas de combate à violência contra a mulher e redução das desigualdades, cortes no orçamento de combate à violência contra a mulher, incentivo ao homeschooling e escolas militares, dentre outros, os quais impactaram de forma negativa no alcance das metas. Nesse sentido, os dados apresentados no Relatório Luz citado, levam ao quadro  abaixo:

 

Situação do alcance das metas no Brasil

Metas

Percentual

Situação

102

60,35%

em situação de retrocesso

14

8,28%

ameaçadas

16

9,46%

estagnadas em relação ao período ante-

rio

29

17,1%

com progresso insuficiente

3

1,77%

com progresso satisfatório

4

2,36%

sem dados suficientes para classificação

Fonte: https://gtagenda2030.org.br/wp-content/uploads/2023/10/rl_2023_webcompleto-v9.pdf

Diante desse cenário, como acelerar a implementação dos ODS e o alcance das metas para chegar ao objetivo em 2030, se torna um grande desafio para as nações. O problema crucial não é estabelecer qual percentual de meta está sendo atingido, mas apresentar o que efetivamente está sendo feito, diante das mudanças climáticas, do aumento da violência contra mulheres e negros, da pobreza e das desigualdades sociais.

Há uma ligação entre os 17 ODS que tratam desde a implantação de infraestrutura para melhoria do meio ambiente como a aceitação de que a realidade social impacta diretamente no desenvolvimento sustentável e no meio ambiente. A mudança climática mostra que, mais uma vez, a população pobre, as mulheres, crianças e idosos são os mais atingidos.

Por sua vez, iniciativas como o uso da gestão privada nos serviços públicos (educação, saúde, energia, transporte etc) como forma de aplicar o estado mínimo, também, não tem sido efetiva na prática, pois são entregues a empresas que apenas visam o lucro e degradam ainda mais o serviço prestado. Junte-se a isso, a falta de controle social,  a falta de transparência e a pouca efetiva de da fiscalização que poderiam garantir uma prestação de serviço de qualidade.

Em Maringá, a busca pelos ODS tem acontecido ao longo dos anos, inclusive com a participação de empresas, governos e entidades sem fins lucrativos. Uma iniciativa importante é trazida pelo Instituto ODS que realizará o lançamento para a etapa 2024 no dia 29, às 14h, no CAC – Centro de Ação Cultural de Maringá.

Que mais iniciativas surjam, que mais organizações e a população em geral se envolvam com os ODS. Não se trata de simplesmente alcançar objetivos e metas, mas sim de garantir a sobrevivência do planeta, a nossa sobrevivência com desenvolvimento sustentável.

 

 

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Ato em Maringá contra a PL 1904 reúne centenas de pessoas

Na noite do dia 18, centenas de pessoas se reuniram em manifestação contra o PL 1904, apelidada de “Lei dos estupradores”. Palavras de ordem como Fora Lira, Criança não é mãe, Estuprador não é pai, dentre outras, foram utilizadas pelos e pelas manifestantes em concentração na Praça Raposo Tavares. Após o ato, a manifestação seguiu em passeata até a Secretaria da Mulher que fica ao lado da Catedral de Maringá, na Avenida Duque de Caxias.

O projeto de lei 1904 criminaliza as mulheres que realizarem o aborto legal após a 22ª. semana de gestação. Num país como o Brasil, no qual mais de 60% dos casos de estupro são contra crianças e adolescentes e há demora no processo de autorização pela justiça e consequente demora no procedimento hospitalar, esse projeto penaliza e criminaliza ainda mais a vítima de estupro, expondo-a e aumentando seu sofrimento.

Após ter colocado o projeto em votação de regime de urgência, diante da manifestação contraria de quase 90% da população, o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, retrocedeu e pretende colocar para discussão nas comissões no segundo semestre.

Entretanto, o movimento contra a PL 1904 quer o arquivamento do projeto e não a continuidade de sua tramitação na Câmara.

As organizadoras do Ato em Maringá garantem que continuarão em alerta até que o projeto seja devidamente arquivado.

 
 

 

 Foto: Equipe organizadora da manifestação

quarta-feira, 12 de junho de 2024

“Privatiza que melhora”, eis a grande mentira contada ao povo


Nos anos 1980 e 1990, no cenário político, junto com palavras como políticas públicas, surgem outras  como privatização e terceirização. A última muito utilizada na iniciativa privada com a alegação de que as empresas (médias e grandes) devem focar na sua competência e deixar as demais tarefas nas mãos de terceiros, fez surgir novas empresas em setores como limpeza, vigilância, e ampliar os escritórios contábeis, advocacias e de recursos humanos, dentro outros. Inclusive, vale lembrar que as organizações empresariais dispensavam seus funcionários para depois contrata-los como “empreendedores terceirizados”, sem direitos trabalhistas e previdenciários.

A palavra privatização passou, também, a fazer parte do vocabulário popular, pautada pela agenda neoliberal do governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) que colocou grandes empresas nacionais como as siderúrgicas, empresas de exploração de minérios, os bancos estatais e as telecomunicações à venda. Os compradores foram conglomerados internacionais que conseguiram arrematar por valores inferiores aos que as empresas valiam. Inclusive, há dúvidas para a destinação dos valores recebidos pelo governo FHC. De uma hora pra outra, as vidas, o dinheiro e as comunicações brasileiras ficaram nas mãos de empresas estrangeiras.

No caso das empresas de exploração de minérios, as tragédias de Brumadinho e Mariana, nos quais morreram centenas de brasileiras e brasileiras mostram, claramente, o uso do território brasileiro como mera exploração sem respeitar as leis e sem manutenção da infra-estrutura. As comunicações causam espanto e preocupação pois o país está na mão de empresas estrangeiras que dominam o setor. Teve também o caso das ferrovias privatizadas, que quiseram devolver ao governo pois não estavam dando o lucro esperado ou dos bancos e outros que sempre recorrem aos governos, numa demonstração que a ideia do Estado Mínimo não passa de uma falácia.

Durante as décadas seguintes, houve a onda da terceirização, também no setor público, com a contatação de empresas de limpeza e conservação, vigilância etc. Chama-se esse processo de “privatização pelas beiradas” pois não se usa o processo de privatização, mas na prática, muitas atividades públicas tem sua execução realizadas por empresas do setor privado.

Instalada a terceirização, o ataque pela privatização se volta para direitos básicos e essenciais, como a saúde e a educação, os quais são garantidos pela Constituição Federal. Assim, muitas organizações empresariais executam serviços de gestão de hospitais públicos e escolas públicas, vendas de vagas em creches privadas e tantas outras formas criadas para essa “terceirização”. Inúmeros são os exemplos desse tipo de gestão, o qual tem sido colocado “goela a baixo” da população.

O caso mais recente, aconteceu no Paraná, quando mascarado sobre o nome de “”Parceiros da escola”, o governo estadual coloca 200 escolas públicas para o processo de gestão por parte de empresas. Ao olhar mais a fundo, depara-se com famílias de deputados que votaram a favor do projeto como proprietárias de escolas privadas, as quais poderão participar do processo, com o recebimento de R$ 800,00  por aluno, ou seja, há um grupo de políticos e cargos comissionados do Governador do Paraná que se beneficiarão desse projeto. Afinal se  tem tanto recurso financeiro pra dar para empresas porque não direcionar para as escolas públicas diretamente ao invés de privatizar a gestão escolar?

Além de famílias de políticos proprietários de escolas particulares, a pressa do Governo em aprovar o projeto chamou bastante atenção da mesma forma que tem chamado a atenção as reformas realizadas pelo projeto governamental “Paraná em Obras”, o qual está reformando as escolas, também nas calçadas no entorno delas. Não seria estranho se estas escolas não estivessem entre as 200 selecionadas pelo governo para o projeto de privatização da gestão das escolas.

Numa lógica simples, dá pra inferir que o governo irá entregar escolas com infraestrutura reformada com dinheiro público para dar a iniciativa privada lucrar mais ainda pois não terá que arcar com essas reformas. Portanto, a privatização não passa de uma grande mentira contada ao povo com o objetivo de agradar empresários e políticos amigos com a destinação  do dinheiro público para o privado.

Assim fica fácil...o governo não precisa gerenciar e os empresários amigos recebem uma estrutura pronta.

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Maio: de mês das mães e das noivas à mês das tragédias

 

Desde que me lembro dos tempos da infância e adolescência, o mês de maio era muito esperado e reverenciado, principalmente pelo dia das mães. Havia, também, uma grande procura para casamentos no mês de maio, visto como um mês abençoado.

Hoje é o último dia de maio e me ocorreu que, neste mês, houve muitos acontecimentos, além das comemorações do dia das mães. Acontecimentos trágicos como as enchentes no Rio Grande do Sul (RS), feminicídios, acidentes automobilísticos, desaparecimento de pessoas, mais ataques matando crianças na Faixa de Gaza, dentre outros. Além disso tudo, houve bombardeios de desinformação e mentiras (as famosas fake news) propagadas amplamente pela Internet.

Ao mesmo tempo que as tragédias aconteceram, tivemos como saldo positivo a solidariedade para com a população gaúcha, tanto por parte dos governos como pela população no Brasil todo. Por mais que alguns insistam que houve ausência dos governos, é sabido que os governos se empenharam para auxiliar a população com medidas diretas como criar corredores humanitários, auxiliar financeiramente, colocar a estrutura de logística para recebimento e encaminhamento das doações e abrigar a população. O papel da população, também, merece ser valorizado por sua solidariedade e atendimento rápido para ajudar as pessoas que necessitam de tudo perdido na enchente. Claro, não sejamos ingênuos, pois, no episódio do RS,  houve desvio de doações, saques em supermercados e uso eleitoreiro da tragédia.

Sabemos, também, que problemas que fazem parte das nossas vidas como as mudanças climáticas e as fakenews continuarão a existir em nosso cotidiano, em todos os meses do ano. Tanto uma como a outra precisam da colaboração entre os 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário) para que sejam controladas pois não se pode mais ignorar os efeitos nocivos destas nem desconhecimento da realidade.

No entanto, como todo ciclo que se encerra, ao terminar o mês, os corações se enchem de esperança para que o novo mês que se aproxima seja repleto de bons acontecimentos, boas e verdadeiras notícias e muita paz e sabedoria.

Que venha junho, o mês das festas juninas, muita pipoca e quentão para aquecer nossos corações.


 

 

sábado, 27 de abril de 2024

Memórias afetivas da vida de estudante: a biblioteca central da UEM

Dias atrás caminhando pela passarela central da UEM, me deparei com o desmanche do bloco que abrigou a biblioteca antiga até o início dos anos 1990, quando foi transferida para o novo prédio. Posteriormente, no espaço foi alojada a Pró-reitoria de Recursos Humanos e, por alguns anos, os novos cursos como Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção.

Foi estranho ver toda aquela estrutura no chão e me veio à mente lembrança de quando cursei Processamento de Dados (vestibular 1/1979) e Administração de Empresas (vestibular 1982) na UEM.

Naqueles anos, a biblioteca funcionava os 3 períodos de segunda a sexta-feira, durante o dia, aos sábados e no domingo, abria pela manhã.

Não havia Internet nem os recursos tecnológicos da atualidade. Os nossos instrumentos de estudos e pesquisas eram os livros. Sabíamos das dificuldades na compra de livros novos, de manutenção da estrutura física, mas ali era, afinal, um espaço de convivência.

Quem daquela época nunca brincou que a biblioteca era a mais “destacada” do Paraná diante dos tacos do assoalho que se soltavam?

Quem nunca trocou olhares interessados e nem sempre discretos, durante os estudos, sentados e sentadas nas mesas da biblioteca ou entre suas prateleiras nas buscas de livros?

Quem nunca se encantou com a quantidade de livros à disposição quando começou a faculdade?

Quem nunca iniciou um romance ou uma amizade naquelas mesas e prateleiras?

Quem nunca guardou pequenos diálogos e olhares naquele espaço de jovens estudantes?

- Você é de Maringá?

- Qual seu curso?

-  Podemos estudar juntos?

- Você encontrou o livro de cálculo?

- Tem alguém aqui? Posso sentar ao seu lado?

O espaço foi ao chão pois estava com prazo de validade de construção vencido, mas certamente, as memórias continuam intactas e presentes em cada estudante que teve a oportunidade de passar por ali, na biblioteca mais destacada do Paraná.

Senti emoção ao passar por lá e ver os destroços, no entanto, me peguei sorrindo ao lembrar que, afinal, está tudo aqui, na memória e no sentimento.




  Fotos: a autora, abril de 2024

quarta-feira, 17 de abril de 2024

O desenvolvimento sustentável e os detalhes do dia a dia

O mundo todo percebeu que as mudanças climáticas e o aquecimento global são realidade. Também não é por acaso que a ONU instituiu os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para alavancar a sustentabilidade no mundo todo.

Os 17 objetivos (https://brasil.un.org/pt-br/sdgs) foram criados em diversas áreas pela combinação do humano e técnico. No entanto, a despeito de esforços de organizações e pessoas, alguns detalhes estão passando desapercebidos.

Chamo de detalhes as situações do dia a dia que não são cuidadas e que contribuem para impactar na poluição, no aquecimento e na qualidade de vida. Impacta também na proliferação do mosquito da dengue. Ou seja, tudo tem ligação.

Nas cidades, percebem-se alguns desses detalhes, tais como calçadas sem árvores, bueiros com entulhos, pouca reciclagem de lixo e terrenos particulares sem limpeza.

Para exemplificar a situação, na cidade considerada uma das mais arborizadas do Brasil, Maringá, se encontra, caminhando pelas ruas, calçadas nas quais as árvores foram retiradas e foi feito novo calçamento sem espaço para o plantio de novas árvores. Isso acontece, principalmente em estabelecimento comerciais, mas tem casos em prédios públicos também.

A despeito dos esforços dos movimentos para a implantação dos ODS, algumas empresas tem buscado certificação ODS mais como forma de divulgação e propaganda do que por estar, realmente, de acordo com os princípios para a sustentabilidade. Pode-se pensar que, pelo menos, estão buscando realizar algumas atividades em prol do bem comum, no entanto, torna-se necessário mudar o comportamento organizacional em todas as áreas.

E como ficam as empresas que sequer cumprem o básico como ter uma calçada ecológica ou replantar as árvores que porventura foram retiradas ou por representarem perigo ou por estética? Mesmo que uma árvore seja retirada por trazer perigo ou estar doente, uma outra árvore de menor porte pode ser plantada no local.

E os exemplos em prédios públicos, em escolas, pelos quais circulam muitas pessoas, como ensinar que cada detalhe como plantar uma árvore faz toda a diferença?

Não está escrito especificamente “PLANTAR ÁRVORES nas calçadas” dentro das ações dos ODS, no entanto, ao conhecer cada um deles, vê-se que cada detalhe faz a diferença para haja desenvolvimento com sustentabilidade. Cito apenas 4 deles que lembram a necessidade das árvores:

Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades

Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis

Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos

Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade

É mais ou menos como a história de espalhar sementinhas que um dia se tornarão frutos, no caso, realizar pequenas ou grandes ações que impactarão no mundo que habitamos, afinal, nosso mundo é esse. Não temos outro mundo, a despeito das corridas espaciais que buscam cenário habitável em outros planetas ao invés de envidar esforços para garantir a existência deste chamado "Terra".

 

 
 

 

Fotos: a autora, abril de 2024