Acordei especialmente
triste hoje por mim e pelos servidores públicos do Paraná que, mais uma vez,
pagaremos a conta de um governo incompetente e truculento que não governa para
o povo, mas apenas para seus pares da elite paranaense.
No entanto, não é uma
tristeza que amortece, pelo contrário, é uma tristeza que fortalece nesses
novos velhos tempos, de perdas de direitos, retrocessos e venda do nosso Brasil
protagonizada pelo governo federal que se estende aos governos estaduais.
Claro que com esse
sentimento, fiquei pensando em 2019, o ano que não termina, que não nos
permitirá comemorar o final de ano com alegria.
2019 foi um ano de
intensa angustia pelas ações governamentais, pelas fakenews, pela força de um
governo brasileiro atrelado e subserviente aos EUA como há décadas não se via.
A corrida para usurpar os
direitos dos trabalhadores foi assustadora, levando junto com elas direitos das
mulheres grávidas, portadores de deficiência, entre outros. Da mesma forma, a
corrida para vender as nossas riquezas como país é avassaladora. Tudo muito
assustador e aterrador.
Alia-se a isso o conjunto
de besteiras dito por ministros do governo federal pra distrair o povo enquanto
os ministros da economia e da (in)justiça fazem as maldades e cumprem o papel
para o qual esse governo foi eleito que é nos tornar um país-colonia dos EUA e
do mercado internacional. A máscara do patriotismo desse governo enfim se
desfez ao dar tudo para os EUA e receber nada em troca.
Tivemos um suspiro com a soltura
da prisão do ex-presidente Lula cujo processo havia sido acelerado para tira-lo
das eleições 2018, cuja liberdade coloca novos elementos na política nacional.
No caso do Paraná, o
governador aliado ao governo federal, se antecipa e faz aqui as maldades que
são programadas em nível nacional. Trata-se de apenas mais um governante que escolhe servidores públicos e professores
como inimigos para boicotar e não realizar o investimento necessário em
políticas públicas e educação.
É tanta disparidade que
deixa as pessoas entorpecidas e anestesiadas. Vemos poucos reagirem, alguns
apoiarem e muitos fazerem de conta que nada está acontecendo. Assim seguiu e ainda
segue 2019.
Mas, vamos pensar em
algumas coisas boas. Aqui, no nosso cantinho, pudemos ter a honra de ver o
Conselho Municipal da Mulher de Maringá ser homenageado com o Brasão do
Município pelos serviços prestados; ver a Ong Maria do Ingá Direitos da Mulher
obter o título de utilidade pública municipal; ver que o Botão do Pânico será
implantado em Maringá; o Conselho participar do Plano Diretor da cidade, entre
outras ações.
Vimos o ato heroico de
amigos e amigas lançarem seus livros de poesias, de pesquisas ou de crônica.
Digo heroico por ser nesses tempos de pouca leitura e muita postagem nas redes
sociais de situações inverídicas e distorção de fatos históricos.
De tudo mesmo, o melhor
da vida, agora falando como vovó babona, foi o nascimento do meu terceiro neto,
Rafael, que me recebe com um sorriso imenso e me faz esquecer por alguns momentos
esse triste período atual do nosso Brasil em que:
“Dormia
A nossa pátria mãe tão
distraída
Sem perceber que era
subtraída
Em tenebrosas transações
(Vai passar, Chico Buarque e Francis Hime, 1984)”