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sábado, 6 de março de 2021

O Dia Internacional da Mulher na pandemia: mais do que flores, queremos respeito e vacina já!

É o primeiro Dia Internacional da Mulher em meio a uma pandemia que assola tristemente nosso país. A data de 08 de março foi criada em 1975 pelas Nações Unidas como forma de valorizar a atuação da mulher na sociedade e ao mesmo tempo colocar em pauta a luta pelos direitos das mulheres.

Dois movimentos surgiram a partir daí e marcam o 08 de março: (1) a manutenção do papel da mulher com presentes de flores e chocolates e (2) como símbolo de luta das mulheres.

No primeiro movimento, o das flores e chocolates, as mulheres são presenteadas e o capital (sempre ele) se aproveita da data do dia da mulher para vender seus produtos e manter as mulheres no que foi determinado que seria seu lugar, o de receber presentes, mantendo a postura feminina de passividade, sem protagonismo.

Por outro lado, o segundo movimento, o de tratar o 08 e março como símbolo de lutas, pautado pelo movimento feminista, relembra a trajetória das mulheres nas lutas pelo direito à liberdade, ao voto e pelo fim da violência contra a mulher e ao mesmo tempo busca fortalecer as mulheres para os desafios enfrentados no mundo do trabalho, nas escolas, nas ruas e dentro de casa.

Lutar pelos direitos e receber flores e chocolates não são excludentes, pois algumas mulheres gostam de flores e chocolates e tem todo do direito de gostar. O que não cabe mais na nossa sociedade é apenas receber flores e chocolates e esquecer das lutas senão fica parecendo aquele ciclo da violência repetitivo no qual o agressor, depois de ferir sua companheira, a enche de mimos e presentes.

Nesta pandemia, o símbolo de luta levantado pelo 08 de março se torna mais forte diante das adversidades que atacaram ainda mais as mulheres tais como o desemprego, o aumento da violência doméstica e o aumento do feminicídio conforme atestam dados da Segurança Pública, em comparação de 2019 e 2020. Ao se tratar das meninas, a situação se agrava de forma exorbitante, com 58% de estupros em meninas com menos de 13 anos.

A postura negacionista e de boicote no combate ao coronavírus por parte do governo federal, também, tem implicações diretas na vida das mulheres, as quais, além do desemprego, se tornam encarregadas de cuidar das crianças sem escolas, com aumento das atribuições, inclusive, no tocante aos idosos das famílias e os cuidados com o isolamento. Da mesma forma, as mães que trabalham no mercado informal ou são empreendedoras tornaram-se, repentinamente, sem condições de exercer plenamente suas atividades.

Diante desse cenário, a luta das mulheres clama por vacina para todos e todas, para que o país deixe de continuar mergulhado nesse mar de lágrimas pelos mortos por Covid e  para que a vida volte à sua rotina normal.

Assim, as mulheres, mais uma vez, diante de tantas adversidades, provam que o 08 de março é, sim, um símbolo de luta!!!

Vacina já, para todas e todos!!




3 comentários:

  1. Parabéns Tania pelo artigo e obrigada por estar sempre à frente nas lutas pelos direitos das mulheres!

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  2. Parabéns, Tânia Tait! Seu artigo está excelente.

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