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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Por que “mais mulheres na política” incomoda tanto?

 

As mulheres são maioria da população e, em algumas cidades como Maringá, são 52% e 54 % dentre a população eleitora. As mulheres são chefes de família e estão com mais grau de escolaridade do que os homens.

Paradoxalmente a isso, mulheres ainda recebem os menores salários do que homens no exercício da mesma função; são apenas 10% na política; são as que mais sofrem estupros e agressões. Os índices de feminicídio também colocam o Brasil numa posição vergonha no mundo. Mulheres negras e indígenas ainda padecem de mais discriminação e são as mais atingidas em seus direitos.

Neste momento específico que é o processo eleitoral, toda essa discriminação contra a mulher vem à tona.

As mulheres são chamadas a participar como candidatas. No entanto, uma série de problemas surgem para as mulheres candidatas tanto dentro dos partidos políticos como na sociedade em geral.

Destacam-se dentre os problemas: muitos partidos colocam as mulheres como candidatas fictícias (as famosas laranjas) apenas para cumprir o requisito eleitoral; partidos não dão visibilidade para as candidatas; restringem orçamento e participação nos espaços de divulgação. Em alguns casos, os partidos tentam cercear o direito das mulheres serem candidatas.  

A sociedade de modo geral, por outro lado, não valoriza a participação da mulher na política e faz coro ao machismo, depreciando a atuação das candidatas e das mulheres eleitas. Não são raros os exemplos de agressões sexistas e misóginas com relação as mulheres que atuam na política.

Mas, as mulheres estão se organizando para mudar essa situação lamentável da ausência da mulher na política. Além das chamadas realizadas ao longo dos anos pelo Tribunal Superior Eleitoral incentivando as mulheres a serem candidatas, neste ano de 2020 surgem vários movimentos por Mais Mulheres no Poder.

O movimento busca unir as candidatas, independente do partido político, incentivando as candidaturas, mas, também, preparando as mulheres para a disputa eleitoral.

Os movimentos em defesa da atuação das mulheres na política e nos espaços de poder sabem que as mulheres estão em todas as áreas, acompanham os filhos e filhas na escola; levam a família, inclusive idosos para cuidados na área de saúde; movimentam o comércio local e do centro das cidades; circulam nos espaços de lazer e cultura da cidade; entre tantas atividades. Portanto, as mulheres conhecem a realidade, os problemas e tem condições de propor soluções para melhorar a vida de todos e todas.

As mulheres reúnem todas as condições para ter uma atuação forte e decisiva na política. Afinal, a frase atribuída a Michele Bachelet (ex-presidenta do Chile): “Quando uma mulher entra na política, muda a mulher. Quando muitas mulheres entram na política, muda a política” afirma com convicção a importância das mulheres atuarem na política para fazer a diferença e melhorar a vida das pessoas, com qualidade e dignidade.

                                Foto: Convenção Municipal do PT de Maringá, 13/09/2020

 Então, fica a pergunta, se as  mulheres reúnem todas as condições para exercer o papel da política com maestria, por que "mais mulheres na política" incomoda tanto?  


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Inovação Tecnológica e Desenvolvimento Regional

 

Parque Alfredo Nyfler, em Maringá. Foto: Luis Antonio Rocha. 

 Quando criei a página “Inovação Tecnológica e Desenvolvimento Regional” no Facebook em 22 de agosto de 2018, tive como objetivo auxiliar nas discussões e na elaboração de projetos de inovação tecnológica que contribuíssem para o desenvolvimento regional.

Assim, iniciativas tecnológicas em diversas áreas são trazidas para a página, mostrando oportunidades e a situação das pesquisas em nível de Brasil. Além disso, indicações de como elaborar projetos e oportunidades de estágios, doutorados e pesquisas de diversas universidades e centros de pesquisas são apresentados.

Mas, afinal, o que vem a ser inovação tecnológica? E quando une a inovação com o desenvolvimento regional, o que isso significa na prática?

O termo “inovação tecnológica” começou a ser tratado no final do século XX e início do século XXI de uma forma mais elaborada, vinculando governos, empresas e universidades. De modo geral, vê-se como inovação tecnológica toda inovação em produtos ou processos, seja por uma produto/processo novo ou um produto/processo aprimorado.

No caso brasileiro, em 2 de dezembro de 2004 foi promulgada a Lei de Inovação Tecnológica com objetivo de estimular a inovação no país. A Lei de Inovação se organiza em três elementos: constituição de ambiente propicio às parcerias estratégicas entre as universidades, institutos tecnológicos e empresas; o estimulo à participação de instituições de ciência e tecnologia no processo de inovação e incentivo à inovação na empresa.

A criação da Lei de Inovação Tecnológica irradiou a criação das Leis Estaduais e Municipais, de acordo com as especificidades de Estados e Municípios.

No entanto, na prática, existem algumas dificuldades tais como: o baixo número de patentes; a falta de uma cultura para registrar inovações; a falta de apoio e recursos; a burocracia e a demora na finalização dos registros. Essas dificuldades fazem com que se percam oportunidades de registros de patentes de produtos, processos, registros de software, entre outros.

Com relação as patentes, mesmo ocorrendo um crescimento ano a ano, de acordo com o Índice Global de Inovação (IGI), elaborado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o Brasil está em 66º entre os 129 países que mais inovam.

Como então diante desse cenário que ainda necessita de aprimoramento, pode-se discutir a inovação tecnológica e o desenvolvimento regional? Algumas pistas começam a surgir a partir de iniciativas municipais de inovação tecnológica que buscam competências e aplicações do conhecimento em suas regiões.

O conhecimento da realidade local e regional possibilita o levantamento de problemas que podem ser resolvidos mediante inovação tecnológica.

Há um grande caminho a percorrer. As Leis de Inovação estão aprovadas em muitos locais. Torna-se necessário conhece-las, envolver toda a sociedade e todos os elementos que constam na Lei de Inovação para aplica-la visando o desenvolvimento com qualidade de vida, afinal de nada adianta inovar sem respeito ao ser humano e ao meio ambiente.

Não é por acaso que a imagem utilizada na capa da página Inovação Tecnológica e Desenvolvimento Regional é a foto do lago de um parque da cidade de Maringá, o Parque Alfredo Nyfler. A ideia com a imagem é mostrar que não devemos esquecer que estamos integrados ao ambiente em que vivemos mesmo inovando com tecnologia.

Tania Tait, Artigo Publicado na Gazeta de Maringá, em 09/09/2010.

Gazeta de Maringá

 


segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Por que propor campanha de prevenção ao coronavírus para as mulheres?

Na cidade de Maringá, de acordo com os dados fornecidos pela Secretaria de Saúde estão morrendo mais homens do que mulheres pelo COVI-10.  No entanto, as mesmas estatísticas apresentadas indicam que as mulheres estão sendo mais contaminadas pelo novo coronavírus.

Diante desse cenário, a ong Associação Maria do Ingá Direitos da Mulher analisou a situação e os dados. Na análise, discutiu-se a presença da mulher na cidade, a qual conta uma rede de comércio e de fábricas de confecção de roupas de âmbito regional tanto com relação às vendas como no emprego de mulheres, em sua maioria.

Além disso, nas áreas de saúde e dos serviços domésticos, as mulheres são, também, a maioria das trabalhadoras, executando as atividades em um ou mais empregos.

Outro fator analisado relaciona-se a movimentação econômica protagonizada pelas mulheres tanto no comércio local nos bairros como no centro da cidade, quando se deslocam para aquisição de produtos e serviços.

Para completar esse cenário, surge a mobilidade das mulheres, em sua maioria, usuárias do transporte coletivo. Assim, as mulheres circulam tanto no ambiente público como no ambiente doméstico.

No ambiente doméstico, as mulheres, são as que, normalmente, gerenciam e realizam as atividades da casa, na realização das tarefas, no cuidado das crianças, dos idosos e dos doentes das famílias.

Todo esse conjunto de fatores leva a maior exposição por parte das mulheres ao coronavírus, o que mostra a necessidade de que seja realizada uma campanha de prevenção voltada para as mulheres,

Em face do exposto, a Ong Maria do Ingá protocolou documento junto à Prefeitura de Maringá solicitando que seja realizada uma campanha de prevenção e conscientização específica para as mulheres no sentido de reduzir a contaminação e a proliferação do coronavírus – Covid-19.

Esperamos que a solicitação da entidade seja atendida com valorização para a importância do trabalho e da presença da mulher na cidade.


 

sábado, 29 de agosto de 2020

Ong propõe campanha de prevenção pra mulheres no combate ao coronavírus

 A Ong Maria do Ingá- Direitos da Mulher, reunida em 26/08/2020 e, diante da análise dos dados referentes ao coronavírus na cidade de Maringá, detectou que a maioria das pessoas contaminadas na cidade é mulheres. Isso se dá, possivelmente, pela cidade contar com uma rede de comércio e de fábricas de confecção de roupas, nas quais as mulheres são a maioria das trabalhadoras, o mesmo ocorre na área de saúde e no serviço doméstico.


Também, são as mulheres as que mais movimentam a economia local, tanto nos bairros como na área central e as que mais utilizam o transporte coletivo.

Em face do exposto, a Ong Maria do Ingá protocolou documento ao Prefeito de Maringá solicitando que seja realizada uma campanha de prevenção e conscientização específica para as mulheres no sentido de reduzir a contaminação e a proliferação do coronavírus – Covid-19.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

A quem interessa que a política seja vista como suja?

 A quem interessa que a política seja vista como suja e os políticos como maus e corruptos?

Essa é uma pergunta recorrente. A cada vez que uma pessoa diz: “não vou mais votar”; “é tudo farinha do mesmo saco”;  “é tudo corrupto” e por aí afora... fica o questionamento: “Serão todos iguais mesmo?”; “Não tem político que trabalha em prol do povo?”; Não tem político que não enriquece na política?”

Se formos pensar bem. Tem sim. Tem políticos que atuam com seriedade e respeito ao povo e a coisa pública.

O problema vai além de colocar todos no “mesmo saco”. Ao optar pela democracia, que é o clássico “do povo, pelo povo e para o povo” aceita-se junto o direito ao voto para escolher que vai ser o representante com a defesa dos interesses desse mesmo povo.

No entanto, a maioria da população não pesquisa sobre os candidatos, nem verifica o que fizeram de útil para a comunidade. Votam por inúmeros outros motivos, desde a lábia até a figura estética agradável. Alguns votam naquele candidato que os espelha nas ações e nos pensamentos.

Depois quando esse político faz coisas erradas, se envolve em corrupção, vota contra os interesses do povo, os eleitores se indignam com a própria escolha.

Muitos eleitores sequer lembram em quem votaram nas últimas eleições, quanto mais acompanhar o que seu candidato eleito está fazendo onde foi colocado por meio do voto.

Ao invés de propagar que “político é tudo igual”, os eleitores e as eleitoras deveriam pesquisar sobre as candidaturas, sem confiar em fakenews. Observem o que o (a) candidato (a) já realizou, quais são suas propostas, se está ligado aos interesses da maioria da população, se possui olhar e ações concretas para as chamadas minorias (mulheres, lgbt, negros, idosos, portadores de deficiência, indígenas...), verifique se não é uma pessoa que menospreza seus semelhantes, veja se trata bem o meio ambiente e os animais e, confira as propostas da candidatura se realmente defendem o que você pensa e o que deseja para a sociedade.

Não se iluda, mesmo que na candidatura, a pessoa finja ser uma boa pessoa, em algum momento, a verdade aparece. No entanto, verifique se é verdade mesmo. Todo fato tem várias versões.

Isso dá trabalho...claro que dá, pois, na medida que decidimos escolher as pessoas que vão nos representar, temos a responsabilidade com nosso voto e a obrigação de acompanhar a candidatura que elegemos. Se nos decepcionar, tentamos novamente.

Esse ano temos uma novidade que é importante ser analisada:  a organização das mulheres para eleger mais mulheres na política. As mulheres são 52% da população e tem uma representatividade muito baixa, sendo apenas 10% na política. Analise as candidatas mulheres, também. Elas conhecem nossa realidade e apresentam propostas concretas para melhorar a nossa vida, principalmente aquelas candidatas que possuem experiência em movimento social e popular.

Temos opções em várias correntes ideológicas, representantes de várias movimentos e organizações. O que precisamos é arregaçar as mangas, fazendo valer o direito sagrado do voto com as obrigações que emanam desse direito para acompanhar o que faz nosso eleito.

O que não podemos fazer é tratar todo mundo como se fosse igual e ignorar as boas candidaturas. Afinal, quem ganha com o desinteresse da população pela política é o mau político que se aproveita da falsa idéia de que é tudo farinha do mesmo saco, levando as pessoas a voltar em qualquer um.

Sejamos espertos e vamos fazer como canta Zeca Pagodinho em sua música “Comunidade Carente”:

“Nós vivemos muito mal
Mas esse ano nós estamos reunidos
Se algum candidato atrevido
For fazer promessas vai levar um pau
Vai levar um pau prá deixar de caô
E ser mais solidário
Nós somos carentes, não somos otários
Prá ouvir blá, blá, blá em cada eleição”

 

Urna eletrônica.

 


domingo, 16 de agosto de 2020

O livro

Li, na semana que passou, várias notícias a respeito da proposta do atual Ministro da Economia de taxar os livros.

Num país cuja densidade de leitura é muito baixa, motivada não apenas pelos preços dos livros mas, pela falta de incentivo à leitura, isso soa como um disparate. Tem muita coisa que poderia ser taxada e que traria mais recursos aos cofres públicos como as grandes fortunas, por exemplo.

O que mais chama a atenção no ataque aos livros no Brasil são os dados da leitura por parte dos brasileiros. Dados da EBC – Empresa Brasileira de Comunicação atestam que o brasileiro lê, em média, apenas dois livros por ano.  30% da população nunca comprou um livro. Ou seja, não somos um povo que tenha a leitura como hábito.

Então porque a taxação de livros agora, em plena pandemia?

Se formos analisar mais a fundo, a taxação de livros não é pela arrecadação de tributos mas, sim por um projeto político. como forma de poder que privilegia a falta de conhecimento e a desconstrução da cultura.

Afinal, um povo que lê terá mais capacidade de compreender as manobras e as falcatruas dos maus políticos, saberá discernir quem realmente defende políticas públicas e quem está ao lado do povo e da democracia. Aliás, lendo, o povo saberá exatamente o que significa democracia.

Ao olhar a história da humanidade, verifica-se que esse ataque aos livros não é novidade. Ora queimados, ora taxados, os livros sempre foram incomodo para governos autoritários. Haja visto, por exemplo, a queima de livros promovida pelo governo nazista, notadamente de livros contrários à sua ideologia.

No Brasil, a história não foi diferente com a caça aos livros condenados por serem contrários às ideologias dominantes.

Na pesquisa realizada com as mulheres de Maringá que atuaram no campo de luta contra o governo militar no Brasil, chamou a atenção uma característica comum entre todas as militantes entrevistadas: o gosto pela leitura de livros. Uma delas chegou a dizer que tinha medo que a polícia pegasse seus livros e os escondia ou tirava a capa para que não vissem o título. Muitos desses livros cassados pela polícia política versavam sobre comunismo ou marxismo.

Portanto, seja num país considerado de primeiro mundo, seja numa cidade do interior, os livros sempre incomodam. Esse incomodo se dá porque os livros nos fazem pensar, seja em um romance, seja em um livro científico. Ao pensar, as pessoas passam a agir e esse agir pode ser destoante do que os dominadores querem.

Para o autoritarismo é mais fácil queimar os livros e o conhecimento dentro eles. Na atualidade, a queima de livros soa péssimo por ser relacionado ao nazismo que dizimou milhares de pessoas, então uma saída adotada pelo governo é taxar, torna-los mais caros e inacessíveis à população.

Nos livros, os escritores tem a liberdade de escrever sobre suas vidas, seu povo, o mundo e a forma como encaram a sociedade.

Livros podem nos levam a reflexão sobre o mundo em que vivemos e podem influenciar gerações.

Livros inspiram medo em quem quer impor sua ideologia, em quem quer deixar o povo como massa de manobra para se manter no poder.

Esse “monte de letras” que formam frases, que viram páginas agrupadas e que se tornam livros são realmente um perigo para as pessoas que querem dominar pela força, pela mentira e desinformação.

Um brinde aos livros! Que os livros continuem a abrilhantar nossa existência!

 

 

 

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

O Plano Diretor de Maringá e seu impacto na vida das mulheres

 A estatística mostrou que temos em Maringá, 52% da população composta por mulheres e no eleitorado, as mulheres são 54%. A estatística, nesse caso, confirma o que vemos a olho nu. As mulheres estão em todos os postos de serviços, utilizam o transporte público e os serviços de saúde educação, movimento o comércio dos bairros e do centro das cidades. Ou seja, as mulheres vivem o cotidiano das cidades, conhecem os problemas e reúnem condições para opinar para melhor os serviços prestados.

No entanto, as mulheres não tem sido ouvidas, principalmente dado a sua limitada atuação na política, que é o local onde as decisões são tomadas.

A despeito disso, as mulheres atuam em outras frentes de participação popular como os conselhos municipais, associações de moradores e organizações da sociedade civil. Diante disso, o Conselho da Mulher de Maringá solicitou ao IPPLAM (Instituto de Planejamento de Maringá) para que realizasse uma audiência com a temática “A Mulher e a Cidade”. Na época, o órgão disse que não possuía condições de realizar tal temática.

 O Conselho da Mulher, não se dando por vencido, deliberou pela realização de uma conferência “A mulher na cidade” e consolidou parceria com a BR Cidades-unidade Maringá. Dessa forma, em 18 de novembro de 2018 no Plenarinho da Câmara com a presença de mulheres representantes de diversas entidades da sociedade civil realizou-se a Conferência Livre ‘A mulher na Cidade”.

O intuito foi a promoção de um debate sobre as necessidades e as expectativas das mulheres na sua vivência urbana bem como apresentar propostas para contribuir com o plano diretor e melhorar a vida na cidade.  

Assim, o debate realizado no evento gerou propostas que foram encaminhadas para o órgão responsável pela condução da revisão do Plano Diretor de Maringá. São elas:

 

1.      Prever espaços públicos na cidade que incentivem a ocupação, a circulação e a sociabilidade, adequados à utilização por parte de crianças e idosos, e cuja segurança não dependa exclusivamente da força policial;

2.      Aprimorar o sistema de iluminação e monitoramento dos espaços públicos, numa perspectiva de policiamento protetivo, que não se fixe apenas nas áreas centrais;

3.      Manter as áreas com vegetação e evitar áreas muradas em alvenaria;

4.      Levantar necessidades por bairro de equipamentos e espaços públicos, principalmente afeitas às mulheres e à juventude, descentralizando pelo território o planejamento urbano;

5.      Ampliar espaços de deliberação descentralizados pelos bairros;

6.      Revitalizar fundos de vale, com criação de áreas de lazer na periferia;

7.      Prever espaços para hortas comunitárias, em discussão com o conselho municipal de segurança alimentar;

8.      Prever logística para as conexões trabalho/moradia, favorecendo a mobilidade das mulheres trabalhadoras no espaço urbano;

9.      Garantir segurança para públicos que usam bicicleta para locomoção moradia/trabalho;

10.  Garantir o atendimento das necessidades das pessoas LGBTs na sua permanência na cidade, com criação de uma gerência para políticas específicas para esse grupo;

11.  Garantir o atendimento das necessidades das mulheres indígenas na sua permanência na cidade, incluindo a criação de um centro permanente para comercialização e exposição de artesanato indígena;

12.  Garantir o atendimento das necessidades da população em situação de rua na sua permanência na cidade, particularmente das mulheres grávidas;

13.  Garantir o atendimento das necessidades das mulheres encarceradas na sua permanência na cidade

14.  Prever reserva de agenda dos campos de futebol públicos da cidade aos grupos de futebol feminino, bem como equipá-los com demais equipamentos que favoreçam a ocupação do seu entorno pelo público feminino;

15.  Incluir a preocupação com o tema da Região Metropolitana no planejamento urbano;

16.  Incentivar projetos arquitetônicos que considerem as especificidades das mulheres, levando essa discussão ao conselho de habitação de interesse social;

17.  Deslocar a delegacia da mulher para centro da cidade e centralizar no território os serviços especializados para mulheres.

 

Como se pode perceber, as propostas giram em torna da mobilidade e da ocupação dos espaços na cidade, o que demonstra a preocupação das mulheres para além do seu espaço privado, como aa circulação nos ambientes, a criação e aprimoramento de parques e ciclovias, entre outros.

Além disso, as mulheres presentes na conferência, incluíram propostas para as especificidades das indígenas, população de rua, encarceradas, mulheres em situação de violência doméstica, as quais necessitam de políticas públicas de atendimento em áreas como saúde, segurança alimentar e geração de emprego e renda.

Temos, assim, o Plano Diretor como um mecanismo para pensar a cidade que queremos. A contribuição de todos os setores da sociedade, em especial, das mulheres que se configuram na maioria ou metade da população se torna primordial para que a cidade seja realmente o espaço de viver para todas as pessoas.

 

Observação: Atuei como representante do Grupo de Acompanhamento do Plano Diretor em 2019 pelo Conselho da Mulher e coordenei a Conferência Livre: A mulher e a cidade"

 

Este artigo foi publicado originalmente na   Gazeta de Maringá, em 12/08/2020.