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sábado, 6 de julho de 2024

Ela já atendia por “Princesa”

Ontem ao me deparar com um cachorro (ou cachorra, não analisei) andando em cima de um muro, me lembrei da pastora alemã que tive. Não que ela andasse em cima do muro, mas pelo cuidado dela com a casa e as crianças, sempre muito atenta.

Ganhamos a Princesa do tio Sid, irmão do meu pai, meu segundo pai. Daqueles que cuidavam de todo mundo e dava muitos conselhos. E foi esse tio cuidadoso quem nos chamou, um dia na sua casa, para escolher entre dois filhotes de cachorro para nos presentear. De cara, o olhar doce da Princesa nos atraiu. Pensávamos em mudar o nome, mas ela estava atendendo por Princesa e assim ficou.

Recém-casados, a Princesa se tornou a terceira membro da família. Meu pai fez uma casa pra ela, com tijolos, telhas de barro e uma portinha, um castelo para aqueles tempos. Quando a Mariana nasceu, ela ficava observando aquele pedacinho de gente. Depois veio a Ana Carla, logo as duas começaram a brincar no quintal e a Princesa correndo com elas.

Alguns a achavam doce demais para uma cachorra daquele porte, mas não sabiam que ela não permitia que as pessoas encostassem no portão quando as crianças estavam brincando na frente da casa ou que ela não deixava as pessoas entrarem em casa, se não estivessem acompanhadas por nós.

No período do meu mestrado, ela ficava deitada com as patas cruzadas, me olhando estudar e comia pipoca comigo. Hoje não pode dar pipoca né. A comida dela, na época, era uma panela enorme de polenta com pedaços de carne. Hoje, também não pode, né. Na época, não existiam as lojas PETs espalhadas pela cidade nem ração de todo tipo. A vacina contra a raiva, dada todo ano, era comprada numa loja de produtos agropecuários e a gente mesmo aplicava. Inclusive, com a escassez de médicos veterinários, era o pessoal da loja que indicava os remédios para os problemas que surgiam.

Um dia, um “safado” entrou no quintal e deixou a Princesa grávida. Ela teve 3 filhotes, demos dois e ficamos com um, que foi roubado do quintal.

Com 8 anos de idade, a Princesa se foi, acometida por um tumor que o veterinário disse que não tinha como operar. Quando ela morreu, eu estava nas aulas do mestrado na UFSCar (SP) e a família não me contou pra não me entristecer. Fiquei sabendo quando cheguei de viagem. Chorei muito, afinal, estava perdendo minha parceira de brincadeiras com as crianças e estudos. Tivemos outros animais depois, mas a Princesa foi a que mais marcou, certamente, por ser a primeira da família, por ser a que ficou mais tempo comigo e por ser presente do tio Sid. As crianças cresceram, a família aumentou, a vida mudou, o mundo mudou. Nos resta a lembrança da nossa Princesa e seu olhar carinhoso.

- Pra que essa choradeira, era só uma cachorra.

- Não era só uma cachorra, era a Princesa, a

 terceira membro que entrou na família.


 Foto: Extraída da Internet, com a exata posição que a Princesa ficava.

terça-feira, 2 de julho de 2024

Lançamento da Certificação ODS 2024 integra sociedade civil, setor público e privado

No último sábado, 29/06, o Instituto ODS realizou o lançamento da Certificação ODS 2024 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), no Centro de Ação Cultural, em Maringá, com a participação de representantes do setor público, entidades da sociedade civil sem fins lucrativos e organizações empresariais.

O evento que trouxe a Porta-voz do ODS da ONU, a jornalista, economista e Miss Brasil, Mia Mamede, teve como apoiadores: o IPPLAM – INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO DE MARINGÁ, a PREFEITURA MUNICIPAL DE MARINGÁ, a UEM - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ, a EVOA Aceleradora e o PTI – PARQUE TECNOLÓGICO DE ITAIPU.

 Na mesa de abertura, houve consenso entre os presentes sobre a importância dos ODS para o desenvolvimento sustentável e a necessária participação da população para conter as mudanças climáticas.  Além da Porta-voz dos ODS, Mia Mamede, discursaram: a Profª. Dra. Gisele Mendes (Vice-Reitora da UEM), Fernando Trujillo (Presidente do  Instituto ODS), Bruna Barroca (Diretora Presidente do IPPLAM), Angela Tischner (Parque Tecnológico de Itaipu), Patrick Trigueiro (Evoa Aceleradora) e Prof. Luis Felipe Kuhl (UniCuritiba). Também foram entregues troféus Pioneirismo nos ODS para a UEM e para a Prefeitura de Maringá.

 As próximas etapas para a certificação ODS englobam: implantação dos ODS, as mentorias e a auditoria das ações realizadas pelas organizações participantes. Após as auditorias serão realizadas as classificações e posterior entrega dos selos nas categorias bronze, prata e ouro, as quais atestam a certificação, de acordo com os ODS alcançados pelas organizações. Destaca-se que o Programa Certificação ODS aplicado pelo Instituto ODS está presente em 17 estados brasileiros.



 

  

segunda-feira, 1 de julho de 2024

PT de Maringá discute o plano de governo municipal

No domingo de manhã, 30/06, o PT reuniu filiados, simpatizantes e membros dos partidos que compõem o apoio à pré-candidatura Humberto Henrique a prefeito de Maringá para discutir o plano de governo municipal para as eleições 2024.

Na reunião, os resultados dos Grupos de Trabalho (GT) de cada área foram apresentados, sendo compostos pelo diagnóstico da cidade e  pelas propostas para os problemas detectados..  Os GTs (grupos de trabalho) são formados com especialistas em cada área de atuação e por pessoas usuárias dos serviços públicos, os quais contribuem para a apresentação de soluções viáveis a partir das pessoas que vivenciam a realidade. 

 


 

 

terça-feira, 25 de junho de 2024

2030 está aí: e os ODS?

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançados pela ONU em 2015 apresentaram ações em cada um deles para que os 193 países signatários viabilizassem sua realização. São 17 ODS distribuídos em 169 metas a serem alcançadas até o ano de 2030. No compromisso com os ODS entre os países,  3 objetivos são primordiais: acabar com a pobreza extrema; combater a desigualdade e a injustiça e  conter as mudanças climáticas.

Entretanto, ao ler o Relatório Luz de 2023, percebe-se, de forma nítida, que ainda há muito que fazer e ao mesmo tempo, pouco tempo para realizar.

A despeito do impacto da pandemia da Covid-19 que trouxe grandes retrocessos, o relatório indica que a implementação dos ODS ainda envolve, em sua maioria, as organizações sem fins lucrativos. Governos e instituições privadas com fins lucrativos tem tido participação inferior.

No caso específico do Brasil, além da pandemia, houve a gestão de um governo (Gestão 2019-2022) que não atuou para o alcance dos ODS, com cortes no orçamento para redução de desmatamento, aumento das áreas de exploração mineral, inexistência de políticas de combate à violência contra a mulher e redução das desigualdades, cortes no orçamento de combate à violência contra a mulher, incentivo ao homeschooling e escolas militares, dentre outros, os quais impactaram de forma negativa no alcance das metas. Nesse sentido, os dados apresentados no Relatório Luz citado, levam ao quadro  abaixo:

 

Situação do alcance das metas no Brasil

Metas

Percentual

Situação

102

60,35%

em situação de retrocesso

14

8,28%

ameaçadas

16

9,46%

estagnadas em relação ao período ante-

rio

29

17,1%

com progresso insuficiente

3

1,77%

com progresso satisfatório

4

2,36%

sem dados suficientes para classificação

Fonte: https://gtagenda2030.org.br/wp-content/uploads/2023/10/rl_2023_webcompleto-v9.pdf

Diante desse cenário, como acelerar a implementação dos ODS e o alcance das metas para chegar ao objetivo em 2030, se torna um grande desafio para as nações. O problema crucial não é estabelecer qual percentual de meta está sendo atingido, mas apresentar o que efetivamente está sendo feito, diante das mudanças climáticas, do aumento da violência contra mulheres e negros, da pobreza e das desigualdades sociais.

Há uma ligação entre os 17 ODS que tratam desde a implantação de infraestrutura para melhoria do meio ambiente como a aceitação de que a realidade social impacta diretamente no desenvolvimento sustentável e no meio ambiente. A mudança climática mostra que, mais uma vez, a população pobre, as mulheres, crianças e idosos são os mais atingidos.

Por sua vez, iniciativas como o uso da gestão privada nos serviços públicos (educação, saúde, energia, transporte etc) como forma de aplicar o estado mínimo, também, não tem sido efetiva na prática, pois são entregues a empresas que apenas visam o lucro e degradam ainda mais o serviço prestado. Junte-se a isso, a falta de controle social,  a falta de transparência e a pouca efetiva de da fiscalização que poderiam garantir uma prestação de serviço de qualidade.

Em Maringá, a busca pelos ODS tem acontecido ao longo dos anos, inclusive com a participação de empresas, governos e entidades sem fins lucrativos. Uma iniciativa importante é trazida pelo Instituto ODS que realizará o lançamento para a etapa 2024 no dia 29, às 14h, no CAC – Centro de Ação Cultural de Maringá.

Que mais iniciativas surjam, que mais organizações e a população em geral se envolvam com os ODS. Não se trata de simplesmente alcançar objetivos e metas, mas sim de garantir a sobrevivência do planeta, a nossa sobrevivência com desenvolvimento sustentável.

 

 

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Ato em Maringá contra a PL 1904 reúne centenas de pessoas

Na noite do dia 18, centenas de pessoas se reuniram em manifestação contra o PL 1904, apelidada de “Lei dos estupradores”. Palavras de ordem como Fora Lira, Criança não é mãe, Estuprador não é pai, dentre outras, foram utilizadas pelos e pelas manifestantes em concentração na Praça Raposo Tavares. Após o ato, a manifestação seguiu em passeata até a Secretaria da Mulher que fica ao lado da Catedral de Maringá, na Avenida Duque de Caxias.

O projeto de lei 1904 criminaliza as mulheres que realizarem o aborto legal após a 22ª. semana de gestação. Num país como o Brasil, no qual mais de 60% dos casos de estupro são contra crianças e adolescentes e há demora no processo de autorização pela justiça e consequente demora no procedimento hospitalar, esse projeto penaliza e criminaliza ainda mais a vítima de estupro, expondo-a e aumentando seu sofrimento.

Após ter colocado o projeto em votação de regime de urgência, diante da manifestação contraria de quase 90% da população, o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, retrocedeu e pretende colocar para discussão nas comissões no segundo semestre.

Entretanto, o movimento contra a PL 1904 quer o arquivamento do projeto e não a continuidade de sua tramitação na Câmara.

As organizadoras do Ato em Maringá garantem que continuarão em alerta até que o projeto seja devidamente arquivado.

 
 

 

 Foto: Equipe organizadora da manifestação

quarta-feira, 12 de junho de 2024

“Privatiza que melhora”, eis a grande mentira contada ao povo


Nos anos 1980 e 1990, no cenário político, junto com palavras como políticas públicas, surgem outras  como privatização e terceirização. A última muito utilizada na iniciativa privada com a alegação de que as empresas (médias e grandes) devem focar na sua competência e deixar as demais tarefas nas mãos de terceiros, fez surgir novas empresas em setores como limpeza, vigilância, e ampliar os escritórios contábeis, advocacias e de recursos humanos, dentro outros. Inclusive, vale lembrar que as organizações empresariais dispensavam seus funcionários para depois contrata-los como “empreendedores terceirizados”, sem direitos trabalhistas e previdenciários.

A palavra privatização passou, também, a fazer parte do vocabulário popular, pautada pela agenda neoliberal do governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) que colocou grandes empresas nacionais como as siderúrgicas, empresas de exploração de minérios, os bancos estatais e as telecomunicações à venda. Os compradores foram conglomerados internacionais que conseguiram arrematar por valores inferiores aos que as empresas valiam. Inclusive, há dúvidas para a destinação dos valores recebidos pelo governo FHC. De uma hora pra outra, as vidas, o dinheiro e as comunicações brasileiras ficaram nas mãos de empresas estrangeiras.

No caso das empresas de exploração de minérios, as tragédias de Brumadinho e Mariana, nos quais morreram centenas de brasileiras e brasileiras mostram, claramente, o uso do território brasileiro como mera exploração sem respeitar as leis e sem manutenção da infra-estrutura. As comunicações causam espanto e preocupação pois o país está na mão de empresas estrangeiras que dominam o setor. Teve também o caso das ferrovias privatizadas, que quiseram devolver ao governo pois não estavam dando o lucro esperado ou dos bancos e outros que sempre recorrem aos governos, numa demonstração que a ideia do Estado Mínimo não passa de uma falácia.

Durante as décadas seguintes, houve a onda da terceirização, também no setor público, com a contatação de empresas de limpeza e conservação, vigilância etc. Chama-se esse processo de “privatização pelas beiradas” pois não se usa o processo de privatização, mas na prática, muitas atividades públicas tem sua execução realizadas por empresas do setor privado.

Instalada a terceirização, o ataque pela privatização se volta para direitos básicos e essenciais, como a saúde e a educação, os quais são garantidos pela Constituição Federal. Assim, muitas organizações empresariais executam serviços de gestão de hospitais públicos e escolas públicas, vendas de vagas em creches privadas e tantas outras formas criadas para essa “terceirização”. Inúmeros são os exemplos desse tipo de gestão, o qual tem sido colocado “goela a baixo” da população.

O caso mais recente, aconteceu no Paraná, quando mascarado sobre o nome de “”Parceiros da escola”, o governo estadual coloca 200 escolas públicas para o processo de gestão por parte de empresas. Ao olhar mais a fundo, depara-se com famílias de deputados que votaram a favor do projeto como proprietárias de escolas privadas, as quais poderão participar do processo, com o recebimento de R$ 800,00  por aluno, ou seja, há um grupo de políticos e cargos comissionados do Governador do Paraná que se beneficiarão desse projeto. Afinal se  tem tanto recurso financeiro pra dar para empresas porque não direcionar para as escolas públicas diretamente ao invés de privatizar a gestão escolar?

Além de famílias de políticos proprietários de escolas particulares, a pressa do Governo em aprovar o projeto chamou bastante atenção da mesma forma que tem chamado a atenção as reformas realizadas pelo projeto governamental “Paraná em Obras”, o qual está reformando as escolas, também nas calçadas no entorno delas. Não seria estranho se estas escolas não estivessem entre as 200 selecionadas pelo governo para o projeto de privatização da gestão das escolas.

Numa lógica simples, dá pra inferir que o governo irá entregar escolas com infraestrutura reformada com dinheiro público para dar a iniciativa privada lucrar mais ainda pois não terá que arcar com essas reformas. Portanto, a privatização não passa de uma grande mentira contada ao povo com o objetivo de agradar empresários e políticos amigos com a destinação  do dinheiro público para o privado.

Assim fica fácil...o governo não precisa gerenciar e os empresários amigos recebem uma estrutura pronta.

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Maio: de mês das mães e das noivas à mês das tragédias

 

Desde que me lembro dos tempos da infância e adolescência, o mês de maio era muito esperado e reverenciado, principalmente pelo dia das mães. Havia, também, uma grande procura para casamentos no mês de maio, visto como um mês abençoado.

Hoje é o último dia de maio e me ocorreu que, neste mês, houve muitos acontecimentos, além das comemorações do dia das mães. Acontecimentos trágicos como as enchentes no Rio Grande do Sul (RS), feminicídios, acidentes automobilísticos, desaparecimento de pessoas, mais ataques matando crianças na Faixa de Gaza, dentre outros. Além disso tudo, houve bombardeios de desinformação e mentiras (as famosas fake news) propagadas amplamente pela Internet.

Ao mesmo tempo que as tragédias aconteceram, tivemos como saldo positivo a solidariedade para com a população gaúcha, tanto por parte dos governos como pela população no Brasil todo. Por mais que alguns insistam que houve ausência dos governos, é sabido que os governos se empenharam para auxiliar a população com medidas diretas como criar corredores humanitários, auxiliar financeiramente, colocar a estrutura de logística para recebimento e encaminhamento das doações e abrigar a população. O papel da população, também, merece ser valorizado por sua solidariedade e atendimento rápido para ajudar as pessoas que necessitam de tudo perdido na enchente. Claro, não sejamos ingênuos, pois, no episódio do RS,  houve desvio de doações, saques em supermercados e uso eleitoreiro da tragédia.

Sabemos, também, que problemas que fazem parte das nossas vidas como as mudanças climáticas e as fakenews continuarão a existir em nosso cotidiano, em todos os meses do ano. Tanto uma como a outra precisam da colaboração entre os 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário) para que sejam controladas pois não se pode mais ignorar os efeitos nocivos destas nem desconhecimento da realidade.

No entanto, como todo ciclo que se encerra, ao terminar o mês, os corações se enchem de esperança para que o novo mês que se aproxima seja repleto de bons acontecimentos, boas e verdadeiras notícias e muita paz e sabedoria.

Que venha junho, o mês das festas juninas, muita pipoca e quentão para aquecer nossos corações.