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quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Uma visão sobre ser mulher e a escolha no segundo turno das eleições presidenciais


Recentemente li uma notícia do orçamento para 2023, no qual o governo federal cortou, absurdamente, o orçamento de combate à violência contra a mulher, das áreas de saúde, educação e moradia. Os cortes são assustadores e giram em torno de 95%.

Além de dizer impropérios direcionados às mulheres, aos lgbts, pobres, negros ou vítimas de Covid, o presidente atual transforma suas falas em cortes nas políticas públicas que promovem a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro.

As mulheres são afetadas de diversas maneiras pelos cortes no orçamento público por serem as que mais acompanham os doentes das famílias no atendimento à saúde, padecem de doenças como câncer de mama e colo de útero, usam serviços de saúde para o parto, acompanham as crianças nas escolas, entre tantas tarefas. Além disso, são as mulheres, em sua maioria, que também movimentam a economia local. Neste aspecto são elas que mais sentem a situação econômica pelo simples fato de frequentarem os mercados e se assustarem, a cada dia, com o aumento dos preços dos produtos.

Por sua vez, situações aterrorizantes aconteceram nesses 4 anos de governo federal, as quais mostraram a face cruel do presidente eleito em 2018: a pandemia, a falta de combate à violência contra a mulher, o aumento de posse de armas, a volta do Brasil ao mapa da fome, o desmatamento e suas consequências, o endividamento das famílias e o desemprego.

A pandemia que levou à morte quase 700 mil brasileiros e brasileiras nos mostrou um presidente desumano que, ao invés de buscar salvar vidas, escolheu o negacionismo e fez piadas de mau gosto com os doentes sem ar. No entanto, depois descobriu-se que não era apenas negacionismo, havia negócios escusos (corrupção) na compra de vacinas e o estado do Amazonas foi usado como cobaia para a teoria da imunidade de rebanho. Aquelas imagens assustadoras das pessoas com falta de ar, enterros de corpos a todo momento, covas em quantidade excessiva no cemitério, agora veio a público e mostrou que tudo foi de caso pensado pelos defensores da tal imunidade que não ocorreu e levou à morte milhares de amazonenses. Pessoas que não são números, tem história, tem família...

Durante a pandemia, também, a pobreza menstrual surgiu mais forte, quando mulheres e meninas não tiveram condições financeiras para adquirir os produtos necessários. Sensibilizados pela situação das mulheres,  vários municípios e entidades da sociedade civil realizaram campanhas para arrecadar itens de higiene pessoal femininos como absorventes, shampoos e aparelhos para depilar, destinados às famílias carentes. Visto como um problema sério, a partir de uma iniciativa popular realizada por mulheres, o Senado brasileiro aprovou uma lei para distribuição de absorventes, coletores e tampões íntimos. Entretanto, a lei foi vetada pelo atual presidente da república, em mais uma demonstração de insensibilidade diante da situação de mulheres e meninas que tem suas vidas impactadas pela pobreza menstrual.

No combate à violência contra a mulher, ao mesmo tempo que aumentou o número de feminicídio, o governo federal cortou, drasticamente, o orçamento das políticas públicas de combate à violência. Ao invés de políticas públicas, o governo na figura do presidente, incentiva o uso de armas, as quais triplicaram em seu governo e estão caindo nas mãos de criminosos. Além do que, a posse das armas, se mostra um perigo a mais para as mulheres, conforme avaliação da polícia que atua no enfrentamento à violência de gênero.

No caso do aumento do desemprego que vinha se desenhando antes da pandemia pelos erros da equipe econômica do governo, as mulheres foram as mais afetadas durante a crise sanitária provocada pelo coronavírus.  Ao mesmo tempo que foram contaminadas por serem a maioria na área de saúde, no uso do transporte coletivo e no cuidado dos doentes das famílias. No caso das mulheres negras, a gravidade da situação se torna gritante pois foram as mais desempregadas e as que mais foram vítimas de feminicídio.

Enfim, ser mulher no Brasil atual é sinal de resistência. Vale lembrar ainda que o mandatário atual, candidato a reeleição, disse numa entrevista no primeiro turno: “tem eu, o Lula, o Ciro, a estepe e a tranqueira”. Ou seja, ele não citou o nome das candidatas à presidência, com demonstração de total desrespeito às mulheres. Numa pesquisa rápida na Internet são encontradas diversas frases ditas por ele: chamar o nascimento da filha de “fraquejada”, “você é tão feia que não merece ser estuprada” (oi, “estupro é merecimento?, “filho meu é educado e não casaria com negra”, “prefiro filho bandido do que filho gay”...e a lista só cresce.

Na economia, com um governo que não privilegia a melhoria de vida do povo, vimos a retirada dos direitos e conquista, principalmente da classe trabalhadora e dos mais pobres. Certamente ver o Brasil cair de 6ª  para 13ª  Economia no mundo, nos alerta para a situação catastrófica em que nos encontramos, com o retorno ao Mapa da Fome Mundial. Não adianta colocar a culpa na Guerra da Rússia com a Ucrânia, pois as relações comerciais com o último são pífias para justificar o cenário econômico brasileiro. Não precisa ir muito longe, basta passar pelos semáforos das cidades e ver a quantidade de pessoas segurado placas com os dizeres “FOME” ou acompanhar os aumentos preços nos mercados.

Por tudo isso e muito mais, a escolha do dia 30 de outubro é muito fácil para aquelas e aqueles que pensam num Brasil feliz, com fortalecimento da democracia. Como não sou de meia palavras, reafirmo com convicção, vou de Lula 13.

 

Observação: quando este artigo de opinião foi escrito, o presidente, candidato a reeleição, realizou várias tentativas de melar as eleições do segundo turno, com armações e mentiras.

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