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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Eu me incomodo: parte 2

 Dias atrás vi, novamente, aquela imagem do presidente da república, o Bolsonaro imitar uma pessoa morrendo de falta de ar. Ele fez isso numa das suas apresentações públicas on line. A frase: “E daí não sou coveiro” dita por ele, também me veio à memória.

Não bastasse esse comportamento insensível e de menosprezo à dor das pessoas que perderam seus entes queridos, descobriu-se depois que o governo atrasou deliberadamente a compra das vacinas, não apenas por seu negacionismo, mas por indícios de corrupção nas negociações entre o ministério da saúde, aliados políticos e as empresas fabricantes. Pra abafar o caso, o ministro da saúde da época, o general de reserva  Pazuello, foi nomeado em cargo inferior e o assunto acabou por aí. Mas, não acabou para o povo que guarda muitas lembranças da pandemia e dos entes que perdeu.

Particularmente, aquela imagem de um presidente imitando uma pessoa morrendo por falta de ar, trouxe junto a lembrança de pessoas queridas do meu convívio para as quais a vacina não chegou a tempo. Muitas dessas mortes são creditadas na conta do presidente, que hoje as pessoas se referem como “inominável” ou “coiso” diante de suas posturas absurdas e das práticas de um governo sem programa de desenvolvimento econômico que colocou o Brasil de volta ao mapa da fome.

Insensível a dor das famílias, o “inominável” tripudiou em cima dos caixões, das cenas tristes espalhadas pelo país. Não fosse a ação das prefeituras e do SUS (Sistema único de Saúde) alheios à postura presidencial, a tragédia teria sido maior.

Quase 700 mil brasileiros e brasileiras tiveram suas vidas ceifadas sem o mínimo de compaixão daquele que fora eleito em 2018 para cuidar das pessoas.

Pessoas que não são apenas números. Elas têm histórias.

História como a do Jadilso, nosso parceiro do PT de tantas décadas, apoiador das nossas lutas, que sempre estava nas sessões da Câmara Municipal nos acompanhando. Um apaixonado por música sertaneja, cujo olhar brilhava quando íamos nas apresentações da dupla que empresariava. Uma vez ao me ver com os olhos marejados cantando uma das modas de viola, ele me disse, sempre atento: “lembrando do seu pai, né”. O Jadilso não teve velório, na época e não pudemos chorar juntos nem prestar uma última homenagem.

A Lurdes, empresária de autoescola, que sempre nos encontrava com um sorriso largo. Uma vez me abraçou e disse: “obrigada por lutar por nós mulheres. Vou começar a participar mais com vocês”.

O Luiz Fernando, jornalista e escritor, com o Café com jornalista, apoiador das lutas das mulheres e divulgador do Movimento Mais Mulheres no Poder. Tínhamos combinado um café para trocarmos nossos últimos livros publicados. Não deu tempo...

O Pacheco, professor e advogado, que incorporou a Lei Maria da Penha e o combate à violência contra a mulher, também em suas aulas. Me procurava pra  trocar ideias a respeito dos temas e da forma de abordagem. Tinha me convidado para fazer uma apresentação da Ong Maria do Ingá e sobre o combate à violência contra a mulher. Não deu tempo...

E assim, a lista de pessoas tornou-se gigante.

Quando eu coloquei o título “Eu me incomodo: parte 2” foi para fazer referência ao texto “Eu me incomodo” publicado em 04/01/2022. Está no link Eu me incomodo

Eu continuo me sentindo pesarosa e incomodada. E, hoje, 21/09/2022, vou encerrar, como fiz naquele texto.

Tanto me incomodo, que não posso me dar ao luxo de silenciar, por isso, pra ver meu Brasil, nosso Brasil feliz de novo, estou decidida, vou de Lula 13!!! Quero um governo que aja e promova a melhoria da vida do povo. Nosso povo merece!”


 

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