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segunda-feira, 6 de maio de 2019

O que fazer?

Tenho lido muitos depoimentos ou comentários de pessoas com relação a tristeza que sentem e a vontade de desistir da vida. Nunca sei o que dizer a elas. As vezes me vem a vontade de dizer “força, procura ajuda psicológica, procura rezar, busque algo que goste muito de fazer” etc. As vezes me vem a vontade de dar um abraço e convidar para um chá. Mas, não sei se esses dizeres e ações valem alguma coisa pra elas. 
 
Fico sempre preocupada. Ontem vi uma senhora comentando que “sarou” da tristeza quando resolveu mudar para uma cidade praiana e faz caminhadas a beira-mar todo dia, outra disse que toma sempre remédios e assim se sente melhor. Deduzo na minha simplicidade e ignorância na área que não deve ter uma fórmula para lidar com essa tristeza infinita que chamam de depressão. Cada caso deve ser um caso. Por acaso, após ler algumas dessas postagens, lembrei de mim. 

Sempre tão alegre e pró-ativa, tive um grande momento de tristeza proporcionado por vários acontecimentos tristes, dessas coisas da vida que todos e todas nós passamos. Esses acontecimentos foram todos muito próximos, a ponto de eu ficar esperando, traumatizada, a cada seis meses o que iria aparecer de ruim. Tinha perdido a vontade de passar baton e de dançar e acordava sempre cansada. Pensava muito nas minhas filhas. Aí resolvi ir ao médico. Ele me disse que o luto de perdas era natural e tinha seu tempo. Se demorasse demais, eu deveria voltar a procurar ajuda psicológica. Enfim, passou e como diz uma amiga oriental para cada três coisas ruins vem três coisas boas, então vamos lá ser otimistas.

Mas, me lembro muito bem da sensação de tristeza profunda e os pensamentos assustadores que caminhavam junto com ela, naquele período.
Era como se tivesse uma viga de cimento enorme e pesada sobre o meu peito que prendia minha respiração e eu não consegui levanta-la. Tentei várias vezes erguer a viga, mas os braços não eram fortes o suficiente para o peso dela. Até que uma noite eu pensei: “se não tenho força pra ergue-la, vou desmancha-la aos pedaços até que ela se acabe e eu possa respirar sem dor”.
Assim foi feito, a cada dia eu desmanchava uma parte da viga de cimento sobre o meu peito até que a viga ficou pequena e meus braços conseguiram tira-la totalmente. Sem saber, a família, amigas e amigos auxiliaram no desmanche da viga. Pude, enfim, respirar sem dor. Não foi fácil. Nunca é. A vida, sempre encantadora, as vezes nos dá lições aterradoras e traz acontecimentos que nos derrubam. Ao mesmo tempo esses acontecimentos podem nos fortalecer e contribuir para nos tornar seres humanos melhores. 

Sei que muitas pessoas ao sentirem o que chamo de “tristeza infinita” podem não ter fatores desencadeadores como no meu caso pois são diversas situações e muita complexidade.
O que trago comigo é que independente se a tristeza vem da alma como dizem ou se vem pelos acontecimentos da vida, buscar ajuda e apoio sempre é o melhor caminho.

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