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sexta-feira, 19 de março de 2021

Ong Maria do Ingá realiza o XIII Café, Mulheres e Política

O XIII Café, Mulheres e Política será realizado no dia 25 de março. Devido a pandemia, a ong Maria do Ingá, organizadora do evento, adota o formato on line live para realizar seu mais tradicional evento. O evento será transmitido pelo facebook Ong Maria da Ingá Direitos da Mulher, com o tema: Mulheres e crianças na pandemia. As convidadas são:


Ana Maria Tardelli, psicóloga, integrante da Ong Maria do Ingá Direitos da Mulher e sócia do co-working materno Vilarejo; 
Mariana Tait, relações públicas, administradora do grupo Mães do ingá e integrante da Ong Maria do Ingá;
Sonia Versari, assistente social, Conselheira Tutelar Zona Sul e integrante da Ong Maria do Ingá;
Vilma Garcia, professora, presidente da APP Sindicato Regional Maringá e suplente de vereadora.
 
A realização do evento se dá em parceira o grupo Conectadas da UEM, com emissão de certificados como projeto de evento de extensão.
 
O evento é aberto ao público.
 
Acompanhe as informações em: XIII Café, Mulheres e Política
 
 

 
 

quinta-feira, 18 de março de 2021

Diário Ficando em Casa: uma tragédia anunciada

No meu último texto Diário Ficando em Casa, em 06 de janeiro, quando o Brasil contava com 200 mil mortos, eu destaquei três pontos: a incompetência ou negligência planejada do governo brasileiro em planejar vacinação da população; a retomada das festas e viagens como se o vírus não mais estivesse entre nós e o aumento do número de pessoas que tem medo da vacina. Dos três pontos, talvez o único que tenha melhorado um pouco é a diminuição do medo das pessoas da vacina, por entenderem, finalmente, que é o que pode salvar vidas.

Hoje, 18 de março, o Brasil chega aos seus mais de 280 mil mortos por Covid com uma vacinação lenta e desordenada. Tudo isso pode ser computado na conta do governo federal, sem sombra de dúvidas. Afinal um governo que nega a pandemia desde o seu início chamando-a de gripezinha, patrocinou esse triste resultado. A recusa em acatar os protocolos amplamente divulgados de distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel por parte do governo federal influenciou diretamente milhares de brasileiros, seus seguidores ou não, que preferiram se aglomerar em festas ou manifestações, expondo a si e a seus familiares ao vírus.

No meio disso tudo, a população vai se entristecendo cada vez mais, pelo desemprego, pelo aumento dos alimentos e combustível, pelo aumento da inflação, por receber notícias tristes de morte de familiares, amigos, conhecido e desconhecidos. É como se o cerco de uma guerra fosse se fechando até chegar em cada um de nós.

Relatos de problemas emocionais são constantes e, quantos de nós, quando conseguem dormir vencidos pelo cansaço, não acordam de madrugada com aperto no peito, uma tristeza por ver tanto descaso do mandante do governo federal que conseguiu com seu espírito bélico e armamentista tirar o sorriso das famílias brasileiras.

Graças a maioria dos governadores e prefeitos, a situação não se encontra ainda pior. Muitos tiveram que enfrentar a fúria e as ofensas de alguns empresários negacionistas, mas mesmo diante das adversidades, procuram ampliar os serviços da área de saúde com mais recursos humanos e equipamentos e a busca pela compra de vacinas.

Por algum tempo, a imagem dos idosos e profissionais de saúde sendo vacinados trouxe esperança aos nossos corações. No entanto, a força do vírus com contágio mais rápido e letal assustou o país.

Penso que, ao invés de atacar quem realmente está atuando pra salvar vidas, todas as pessoas deviam se unir num grito único: VACINA JÁ, URGENTE, PARA TODO MUNDO!

O outro grito espero que a população dê nas urnas em 2022, se não quiser dar antes.

 

domingo, 14 de março de 2021

Na pandemia: discurso de Lula, fim da defesa da honra e aglomerações pelo Brasil

Na semana em que o Brasil atinge a pesarosa marca dos 278 mil mortos por Covid, com média de mortes altíssima na maioria dos Estados, três notícias chamaram a atenção: o discurso do ex-presidente Lula após ter suas ações da Lava Jato suspensas pelo STF (Superior Tribunal Federal); a normativa de proibição do uso de legítima defesa da honra por parte dos advogados de defesa em casos de feminicídios e as aglomerações em festas e manifestações pelo país.

O discurso do ex-presidente Lula mobilizou a militância de esquerda e petista ao mesmo tempo que forçou uma guinada do governo federal no direcionamento do combate ao Covid-19.

Antes pautado pelo negacionismo, críticas aos governadores e contra o lockdown, o presidente assume uma postura mais cautelosa, provavelmente, pressionado por seus apoiadores e pelo mercado internacional que enxergam no retorno de Lula ao cenário político, um perigo para suas aspirações eleitorais de 2022 para reeleição com vistas ao aprofundamento da agenda neoliberal de privatização e desmonte do serviço público.

Por sua vez, ao falar e ter a possibilidade de elegibilidade, Lula acendeu a esperança em milhões de brasileiros que tem na sua memória os benefícios que recebiam nos governos petistas, com sonho de casa própria, universidade, atendimento na saúde, alimentação, dentre outras coisas básicas para que as pessoas tenham o mínimo para uma vida digna.

Além da liberação de Lula pelo STF, no dia 08 de março, o mês da mulher recebeu outra notícia que se soma as ações no combate à violência contra a mulher.

Finalmente, o STF retirou dos processos a alegação de “legítima defesa da honra” que ainda aparecia como argumento de defesa nos processos de defesa de assassinos de feminicídio. Um argumento muito usado nos anos 1960 e que voltou ao cenário jurídico recentemente, a legítima defesa da honra possibilitava que os homens assassinos sequer fossem a julgamento, em alguns locais. A partir desse argumento absurdo, a culpa do próprio assassinato recaia sobre a mulher vítima, pois da honra dela dependia a honra do marido e, assim, ele poderia dispor de sua vida. Felizmente, o STF acabou com o uso desse argumento absurdo que promovia a absolvição de criminosos feminícidas.

As aglomerações em festas e manifestações tomaram conta dos noticiários. Festas com até 500 pessoas, num momento de aumento de casos de mortes por Covid, demonstra a insensibilidade dos organizadores e dos frequentadores. Festas organizadas num momento em que pessoas estão morrendo por Covid e lotando as UTIs mostra um lado não só irresponsável, mas perverso contra a valorização da vida.

Da mesma forma, as manifestações convocadas durante uma semana em que as mortes atingiram mais de 2000 casos por vários dias, soam como irresponsabilidade. Sabe-se que os manifestantes são apoiadores do governo federal que tem negado o combate ao Covid. As palavras de ordem se misturam e se confundem ao pedir abertura do comércio, abertura das escolas, intervenção militar, contra o STF e contra os governadores que estão se empenhando em adquirir vacina.

No fim das contas, as três notícias estão interligadas pois estão inseridas no contexto da pandemia. Ao estarem interligadas confundem a população que sabe que, mesmo diante de tudo isso, pode ficar desempregada ou ter seu salário reduzido, o que não dá pra manter suas necessidades básicas de alimentação e moradia. Entretanto, vale lembrar que a culpa não é só da pandemia, a política econômica do governo federal já se mostrava um desastre, antes da pandemia, com 12 milhões de desempregados em fevereiro de 2020.

Enquanto a elite brasileira se esbalda em lucrar com a pandemia, o empobrecimento toma conta do país, apoiado ainda por uma classe média que não se enxerga como classe trabalhadora ou pequeno/médio empresário ou pequeno agricultor e vai às manifestações no apoio ao governo federal, contra si própria, sem se aperceber do tiro no próprio pé.

A semana foi movimentada com notícias, sentimentos, em indignação e em tristeza pelas quase 300 mil mortes. Vale a esperança da vacina que vai chegando aos poucos e se tornando concreta na vida do povo brasileiro.

Vale a esperança de semanas melhores!



 

sábado, 6 de março de 2021

O Dia Internacional da Mulher na pandemia: mais do que flores, queremos respeito e vacina já!

É o primeiro Dia Internacional da Mulher em meio a uma pandemia que assola tristemente nosso país. A data de 08 de março foi criada em 1975 pelas Nações Unidas como forma de valorizar a atuação da mulher na sociedade e ao mesmo tempo colocar em pauta a luta pelos direitos das mulheres.

Dois movimentos surgiram a partir daí e marcam o 08 de março: (1) a manutenção do papel da mulher com presentes de flores e chocolates e (2) como símbolo de luta das mulheres.

No primeiro movimento, o das flores e chocolates, as mulheres são presenteadas e o capital (sempre ele) se aproveita da data do dia da mulher para vender seus produtos e manter as mulheres no que foi determinado que seria seu lugar, o de receber presentes, mantendo a postura feminina de passividade, sem protagonismo.

Por outro lado, o segundo movimento, o de tratar o 08 e março como símbolo de lutas, pautado pelo movimento feminista, relembra a trajetória das mulheres nas lutas pelo direito à liberdade, ao voto e pelo fim da violência contra a mulher e ao mesmo tempo busca fortalecer as mulheres para os desafios enfrentados no mundo do trabalho, nas escolas, nas ruas e dentro de casa.

Lutar pelos direitos e receber flores e chocolates não são excludentes, pois algumas mulheres gostam de flores e chocolates e tem todo do direito de gostar. O que não cabe mais na nossa sociedade é apenas receber flores e chocolates e esquecer das lutas senão fica parecendo aquele ciclo da violência repetitivo no qual o agressor, depois de ferir sua companheira, a enche de mimos e presentes.

Nesta pandemia, o símbolo de luta levantado pelo 08 de março se torna mais forte diante das adversidades que atacaram ainda mais as mulheres tais como o desemprego, o aumento da violência doméstica e o aumento do feminicídio conforme atestam dados da Segurança Pública, em comparação de 2019 e 2020. Ao se tratar das meninas, a situação se agrava de forma exorbitante, com 58% de estupros em meninas com menos de 13 anos.

A postura negacionista e de boicote no combate ao coronavírus por parte do governo federal, também, tem implicações diretas na vida das mulheres, as quais, além do desemprego, se tornam encarregadas de cuidar das crianças sem escolas, com aumento das atribuições, inclusive, no tocante aos idosos das famílias e os cuidados com o isolamento. Da mesma forma, as mães que trabalham no mercado informal ou são empreendedoras tornaram-se, repentinamente, sem condições de exercer plenamente suas atividades.

Diante desse cenário, a luta das mulheres clama por vacina para todos e todas, para que o país deixe de continuar mergulhado nesse mar de lágrimas pelos mortos por Covid e  para que a vida volte à sua rotina normal.

Assim, as mulheres, mais uma vez, diante de tantas adversidades, provam que o 08 de março é, sim, um símbolo de luta!!!

Vacina já, para todas e todos!!




quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Desafios nos 89 anos do voto feminino

A luta pelo voto feminino começou na luta pela Proclamação da República do Brasil, realizada em 1889. No entanto, a mudança de regime brasileiro de império para república não garantiu o direito ao voto para as mulheres, que foi obtido apenas em 1933, ou seja, quase 50 anos depois de proclamada a república.

 A alegação na época era de que o voto feminino era um “perigo da desagregação da família e da figura da mulher” e, assim, as mulheres foram excluídas em seu direito ao voto, na Constituição Brasileira de 1891, mesmo tendo atuado na luta pela república.

Destaca-se que em 1932 sob o governo Getúlio Vargas foi aprovado o voto feminino apenas para as funcionárias públicas e em 1934, para maiores de 21 anos, sem distinção de sexo. Depois teve outra época que proibiu o voto das funcionárias públicas.

A data marcada como do voto feminino no Brasil é 24 de fevereiro de 1932, quando se comemora esse direito conquistado a duras penas pelas sufragistas, mulheres que batalharam para garantir o direito de votar e serem votadas.

 

Somente em 1946, na nova Constituição, o direito do voto foi estendido a todas as mulheres com a consideração de que podem votar: “os brasileiros maiores de 18 anos que se alistarem na forma da lei”.

 

A história registra que outra data se revelou de extrema importância para o voto feminino, 1985, quando o voto dos analfabetos foi aceito, visto que na época, a maioria das mulheres era analfabeta.

 

Outras leis fortaleceram a presença da mulher brasileira na política como a Lei 9.100/1995, chamada de lei das cotas, que determinava que pelo menos 20% das vagas de cada partido ou coligação seja preenchida por mulheres. Depois veio a Lei 95404/1997 que determinou que nas eleições d e1998, o percentual mínimo de cada sexo fosse de 25 %, sendo transformado em 30% em leis posteriores.

 

A partir de 2009, novas modificações na lei foram realizadas para garantir a igualdade na condição da candidatura feminina no tocante à divulgação, participação e financiamento de campanha eleitoral e de representatividade nas direções partidárias. Destaca-se que alguns partidos políticos como o Partidos do Trabalhadores, deliberou por 50% de representação masculina e feminina em suas direções partidárias, reservando, também, percentuais para juventude, comunidade negra e LGBT.

 

Em 2010, finalmente, o país elegeu a primeira mulher presidente da república, sendo a sua 36. Presidente, Dilma Roussef, candidata do bloco político democrático-popular. Ela governou de 2011 a 2016, quando sofreu impeachment, chamado por muitos como um golpe de estado. Num país machista como o brasileiro, Dilma sofreu toda espécie de xingamentos e atitudes, desde falas, ataques, impropérios e imagens com relação ao fato de ser mulher.

 

Constata-se, pelos dados do Tribunal Superior Eleitoral, que as últimas eleições, lançaram-se mais candidatas na política, no entanto, o quadro de eleitas não se alterou de forma considerável, ou seja, no executivo ou legislativo, a presença das mulheres continua na casa dos 10%.

 

Tem-se 89 anos da primeira aprovação do voto feminino, entretanto, a história comprova uma lenta evolução na presença das mulheres na política brasileira.

 

De acordo com as últimas estatísticas, as mulheres são a maioria da população brasileira, a maioria no colégio eleitoral, possuem mais anos de estudos e são chefes de família, em grande parte dos lares brasileiros. No entanto, toda essa força não encontra representatividade na política. Isso se dá, ainda pela falta de incentivo por partes dos partidos políticos que ignoram a lei e das famílias que não apoiam a inserção das mulheres na política, em muitos casos.

 

Não se pode ignorar nesse cenário da presença e atuação da mulher brasileira na política, o famigerado machismo que tolhe qualquer direito à igualdade, usando a imagem da mulher como figura de obediência e mantenedora da família tradicional.

 

Portanto, a luta pelo direito ao voto feminino ainda não terminou enquanto as mulheres não ocuparem a metade da representatividade que é de direito, em todas as instâncias desde os partidos políticos até as esferas municipal, estadual e federal.

 

Por fim, registra-se a presença e a altivez das mulheres sufragistas que nos séculos 19 e 20 dedicaram suas vidas para que, nós mulheres, pudéssemos escolher nossos representantes e termos o direito de, também, sermos escolhidas.

 

A elas, nossa reverência e agradecimento.

 


Foto: Arquivo do Tribunal Superior Eleitoral

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Falta de vacina, aumento da comida e dos combustíveis marcam o desprezo do governo Bolsonaro pelo povo

Vindo de governos anteriores, como Lula e Dilma, que valorizaram o direito do povo à alimentação, à moradia, à saúde, educação e lazer, respeitando o que apregoa a Constituição Federal Brasileira, nosso povo, agora, se vê diante de um enorme retrocesso e perda com relação aos direitos básicos.

Por quase duas décadas, o povo brasileiro usufruiu de programas como Samu, UPA, Minha Casa Minha Vida, Mais Universidades, entre tantos outros.

No entanto, por problemas de governos, por ataques da mídia, por fake news, por falhas na comunicação governo-povo, pelo golpe de 2016 com o “Supremo, com tudo” ou por outras infinitas avaliações realizadas por cientistas políticos, o que se tem de concreto é que o povo foi perdendo suas conquistas.

Projetos privatizantes e de retirada dos direitos dos trabalhadores foram implantados com a defesa fantasiosa de que iria trazer economia aos cofres públicos e aumentar o emprego, tais como: a famigerada reforma da previdência e a reforma trabalhista. Nenhuma das duas cumpriu as promessas para as quais foram implantadas, a não ser patrocinar, cada vez mais, o sucateamento do setor público e a perda dos direitos trabalhistas.

E o povo, sem esperança, se vê no meio de uma pandemia que se estende por um ano, com negacionismo por parte do presidente da república brasileira e seus seguidores, que acumula quase 250 mil vidas perdidas.

O desemprego e o aumento de preços assolavam o país no início de 2020 por incompetência do governo, o que a situação e as medidas não adotadas pelo governo fizeram foi, simplesmente, piorar a situação.

Os sinais de desencanto começam a surgir na boca do povo: Esse governo tá ferrando o povo. Enganou todo mundo dizendo que ia melhorar a vida do povo e só piorou. Tá nem ligando pra nós. (depoimento de um trabalhador jovem, 21/01/2020).

Frases como essa estão sendo ditas por pessoas que acreditaram na propaganda (ou falta dela) nas eleições de 2018 e que se sentem desanimadas diante de um governo que vira às costas para seu povo.

As pessoas sabem que o governo federal poderia ter reservado doses de vacinas desde julho de 2020 e que os institutos brasileiros poderiam produzir as vacinas em grande escala.

As pessoas sabem que um botijão de gás, custando entre 97 e 120 reais impacta em seu orçamento familiar que começa a economizar no tipo de alimento que consome.

O povo percebe, aos poucos, o buraco que se enfiou em 2018 ao confiar num capitão reformado que nada fez como deputado, em quase 30 anos de vida pública, a não ser fortalecer sua família e a milícia carioca na política.

A máxima de que a política tem influência até no pãozinho de todo dia, se tornou mais forte na medida em que as pessoas percebem que, por falta de vacina, a política influencia, também, quem vai morrer e quem vai viver em meio a uma pandemia.

Quem nunca tinha entendido, agora entendeu, que a vida e a morte, também podem depender de decisões políticas.

                                                Imagem extraída de Valor Economico