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sábado, 15 de junho de 2019

A greve geral leva a reforma da previdência para as ruas


No dia 14/06, data marcada pela greve geral, que segundo as estimativas mobilizou entre 40 e 50 milhões de pessoas em todo o país, parando as escolas, os meios de transportes, com a união de movimento sindical, movimento estudantil, movimentos sociais e religiosos.


As grandes preocupações com relação a reforma proposta pelo governo são: o empobrecimento da população idosa e mais pobre, as mulheres, professores(as) e trabalhadores (as) rurais, a capitalização e a seguridade social.

Pelos cálculos realizados por instituições sérias, a população demorará mais tempo para se aposentar, o que no caso brasileiro, pode não acontecer, tanto que a reforma está sendo chamada de “reforma da morte”.

No caso das mulheres, sabe-se que, dificilmente, as mulheres tem constância em sua vida laboral, ora por se afastar para cuidar das crianças e idosos da família ora por serem as primeiras a serem demitidas quando as empresas querem reduzir custos. Portanto, as mulheres terão dificuldades em se aposentar nos moldes da proposta governamental.

O terceiro ponto, chamado de capitalização coloca a responsabilidade da aposentadoria a cargo do(a) trabalhador(a) que deverá depositar uma quantia mensal para sua aposentadoria. A proposta não garante seguro em caso de acidente, não garante o valor do salário mínimo e nem o que acontece se o banco privado responsável pela conta do trabalhador vir a falir.

Alguns pontos foram retirados da proposta original, no entanto, o perigo é que essas retiradas se transformem em leis posteriores, como no caso do sistema de capitalização

Ao ser detectada a necessidade de uma reforma da previdência, essa deve ser discutida com toda a sociedade e, de forma alguma, privilegiar os bancos e o mercado financeiro como vem acontecendo no Brasil.

Por fim, a proposta governamental apresentada fere a Constituição Federal que com a previdência social e a seguridade social busca garantir o mínimo de condições para que a população brasileira tenha uma vida digna em sua velhice.

Toda a atenção sempre!!!



                                             Fotos: Greve Geral de 14/06 em Maringá.


sexta-feira, 7 de junho de 2019

O "conto do vigário" na Presidência da República.

Está muito cansativo e repetitivo ver esse governo que não apresenta programa de desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda ficar "jogando cartas" para cobrir sua incompetência em resolver os problemas brasileiros e para esconder os supostos indícios de corrupção do presidente da República e família.

Além da subserviência declarada aos EUA e das inúmeras ações de retrocesso que realizou em apenas 5 meses, percebe-se que a cada grande problema surgem fatos que desviam a atenção do povo que passa a pensar, a comentar e a reproduzir aquela asneira. 

Exemplo disso são as ações e falas do presidente da República e seus ministros e ministras tais como o interesse na sexualidade da Elsa do filme Frozen (pra quem não sabe é uma rainha solteira de um desenho) ou do Bob Esponja (outro desenho), a visita ao jogador acusado de estupro, a "parada" pra comer com caminhoneiros, os absurdos ditos pelo secretário de saúde sobre o SUS, os erros e ações do secretário de educação e do meio ambiente, entre tantas outras coisas. 

Quando o estoque do governo acaba, usam o Lula e o PT, como naquela frase daquele político "com o supremo, com tudo"...que acabou em pizza pois o "supremo e tudo" deu golpe, colocou quem queria na presidência e se faz de surdo/mudo para os absurdos e retrocessos e ignora os ataques à nossa Constituição Federal.

Enfim, tudo parece jogada de marketing político pra desviar a atenção das pessoas sobre a grave crise no país, a falta de direção política, a falta de política pública para os que mais precisam, a reforma da previdência que privilegia os bancos, os cortes na educação e saúde, a ligação do presidente e família com a milícia, os envolvimentos escusos dos ministros, as fake news eleitorais e tantas situações a serem desvendadas e resolvidas, todas devidamente ignoradas. 

Lamentável que nosso povo ainda caia no famoso "conto do vigário".

terça-feira, 4 de junho de 2019

O elo entre um jogador de futebol e um DJ: a violência contra a mulher

Detentores de duas profissões distintas na sua atividade mas iguais em promoção e contato com público, um jogador de futebol e um DJ protagonizaram nessa semana uma situação, infelizmente, corriqueira na sociedade brasileira: a violência contra a mulher.
Sem entrar no mérito da justiça que se encarrega de apurar os fatos para inocentar ou culpar as pessoas envolvidas, o fato gritante é que, mais uma vez, as relações amorosas se tornam palco de discórdia e violência.
Mais uma vez, homens partiram para o ataque covarde contra as mulheres pois certamente são fisicamente mais avantajados que as mesmas e podem dispor dessa força física. Tristemente, mais um homem jovem agride sua companheira, tenta mata-la e se suicida depois da violência praticada.
Os dois jovens protagonizaram duas situações de violências distintas mas que envolveram relacionamento íntimos entre homens e mulheres.
A história se repete e as pessoas tecem críticas às mulheres. Estejam mortas ou vivas, machucadas ou não, as mulheres constantemente são taxadas de vagabundas, aproveitadores, entre outros impropérios na tentativa de desqualificar a vítima mulher e transforma-la em culpada do ato violento que elas sofreram.
Independente do resultado da apuração da situação de violência pela polícia, os danos são imensos: vidas são perdidas, profissões abaladas e famílias destruídas.
Num país como o Brasil em que as mulheres sofrem violência de todo tipo, em qualquer lugar, seja em casa ou na rua, parece que a violência se banalizou, a despeito de existirem leis mais rigorosas como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminícidio.
O machismo enrustido, certamente, é o fator motivador para tanta violência visto que considera que a mulher seja propriedade do homem, desde que nasce.
O que impressiona é que, quando a violência contra a mulher acontecia nas gerações mais antigas era entendido pelo fato da ignorância e da formação da sociedade que dava aos homens o controle sobre as mulheres.  No entanto, com o passar das décadas e a presença forte da mulher no mercado de trabalho e na formação educacional, a situação mudou e as mulheres passaram a ser protagonistas de suas vidas. Assim, se pensava que a postura machista ficaria no século passado.
Mas, não foi o que aconteceu. Homens jovens estão agredindo e matando suas companheiras como se elas fossem suas propriedades. Talvez um estudo psicológico pudesse auxiliar no que acontece com essa nova geração de homens que, a princípio, foi criada sem entender o significado da palavra “Não”. Portanto,  ao ouviram “não” de uma mulher, alguns homens agem como faziam seus antepassados.
O Brasil vinha crescendo em civilidade a partir do cumprimento da Constituição Federal, corretamente chamada de “Constituição Cidadã” que prega, inclusive que “mulheres e homens são iguais em direitos e obrigações”.
Também, tem algo muito errado nesse país que, de uns tempos para cá, começou a cultivar o ódio, que se espalha pelas ruas, pelas casas, pelas escolas...parece que as pessoas estão perdendo a noção do certo e do errado.
Faz-se necessário um retorno ao equilíbrio. Não se pode permitir a barbárie que está tomando conta do país.



quinta-feira, 30 de maio de 2019

Ato em defesa da educação mobiliza estudantes em Maringá

Estudantes, professores e funcionários da Universidade Estadual de Maringá e das redes estadual e privada foram as ruas hoje, 30 de maio, em sintonia com as manifestações em todo o Brasil, em defesa da educação, contra o corte de 30% e contra a reforma da previdência do governo Bolsonaro.

A manifestação dos estudantes começou as 17 horas na frente da Biblioteca Central e  seguiu em passeata pelas Av. Herval e Brasil, com encerramento na Praça Raposo Tavares. Segundo as estimativas, a manifestação reuniu aproximadamente 5.000 pessoas.

As palavras de ordem foram em defesa da UEM, com criticas severas aos governos Ratinho Junior e Jair Bolsonaro e em defesa da educação, do ensino, da pesquisa e da extensão universitária. A manifestação incluiu, junto com a defesa da educação, o repúdio a Reforma da Previdência proposta pelo governo.

As palavras de ordem #ForaBolsonaro e #ForaRatinhoJunior; "A nossa luta é todo dia: educação não é mercadoria"; "Trabalhador preste atenção, Bolsonaro só governa pro patrão" foram proferidas em coro durante todo o trajeto.


 Foto: Donizete Doni


Foto: Tania Tait

terça-feira, 21 de maio de 2019

Feminicídio: por que homens matam mulheres?


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A Lei do Feminicídio (Lei 13.104, de 09/03/2015) modificou o artigo  121 do Decreto Lei 2.848 de 1940 – Código Penal para prever o feminicídio como circunstância qualificadora de crime de homicídio e o artigo 1. da Lei 8.072 de 1990 para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos.
Dessa forma, o feminicídio é caracterizado como crime de homicídio contra a mulher por razões da condição de sexo feminino.  Na Lei especifica-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de ser mulher.
Além da inclusão do feminicídio no rol dos crimes hediondos, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime foi praticado durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos ou com deficiência ou na presença de descendente ou ascendente da vítima.
Apesar da lei mais rigorosa na punição aos assassinos de mulheres, os dados mostram que os casos de feminicídio tem aumentado no Brasil de forma alarmante como se fosse uma epidemia, na qual uma mulher é morta a cada duas horas.
Na maioria dos casos, as mulheres são mortas por ex-maridos ou ex-namorados inconformados com o fim do relacionamento, por ciúme ou traição. Esses homens consideram as mulheres suas propriedades e quando desprovidos da “posse” delas, eles resolvem tirar suas vidas para que não sejam de mais ninguém sob o ponto de vista obsessivo deles.
Infelizmente, os dados comprovam, também, que na maioria dos casos, as mulheres haviam relatado casos de abuso ou violência, muitas das quais com boletim de ocorrência e medida protetivas.
O término de um relacionamento pode se tornar um calvário para mulheres que convivem com o homem agressor e abusivo. Muitas vezes, esse comportamento começa a aparecer no começo do relacionamento quando o homem quer a mulher apenas para si, separando-a dos amigos e familiares, implica com suas roupas e com seu trabalho, menospreza sua capacidade e qualificação. Inebriada pelo chamado amor romântico, as mulheres não enxergam esse comportamento abusivo até que quando percebem e resolvem se separar, começa a perseguição por partes destes.
Alguns atribuem esse comportamento a desvios psicológicos, no entanto, sabe-se que os desvios podem florescer em condições favoráveis como a sensação de impunidade, a conivência da sociedade com as posturas do agressor, o incentivo ao ódio, a fragilidade da aplicação das leis e a facilidade de armamento. Tudo isso somado gera uma bomba relógio em que o alvo se torna a mulher, seu corpo, sua alma, sua vida e sua morte  dominados por um homem que se julga o dono de tudo.
Portanto, toda atenção e cuidado com os relacionamentos, as armadilhas e os encantos que podem esconder uma relação de violência  e que exige que toda a sociedade se mobilize para acabar com essa situação que coloca as mulheres sempre em perigo, dentro de seus lares ou fora deles.



sábado, 11 de maio de 2019

Comemoração dupla de amor: mãe e pai

Em 12 de maio meu pai faria 86 anos de idade. Foi embora cedo para os padrões atuais.
Meu pai nos deixou muitos legados, mas certamente o amor que sentia por nós é o que marca sua trajetória em nossas vidas e nos faz sentir sua presença em tudo que fazemos. Como o aniversário dele sempre foi próximo ao dia das mães ou no mesmo dia, como nesse, fazíamos comemoração dupla.
Desde sua morte, em 2005, continuamos nos reunindo para homenagear nossa mãe e nosso pai. Minha mãe, nossa Lady Laura, que observa e cuida de tudo e de todos, do alto dos seus lindos olhos azuis.
Mãe que com sua sabedoria e surpreendente visão do mundo e das coisas, sempre nos encanta por aceitar as diferenças, por entender as demandas sociais e políticas.
Mãe, a quem comento como quem não quer nada: “hummm que vontade de comer arroz” doce, sabendo que na hora que voltar o arroz doce estará me esperando. Ou quando compro uma moranga sem dizer nada, ela entende o recado e faz um delicioso doce de moranga com côco.
Vó Laura para os netos, Bia para os bisnetos, ela acompanha a família crescer, generosa como sempre.
É nosso alicerce e nos preparamos para cuidar dela sempre.

Homenageando minha mãe, desejo um feliz dia das mães e muito amor e bençãos na vida de cada mãe.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Tributo às mulheres pioneiras

Tive a imensa oportunidade e satisfação de realizar uma pesquisa com mulheres pioneiras. O ano era 1996 e não havia no município de Maringá a narrativa da história da formação da cidade sob o olhar das mulheres. O mito do pioneiro herói homem estava sedimentado e a partir desta constatação fomos em busca do olhar feminino sobre a construção de Maringá. 

A pesquisa com o título: "As excluídas da história: o olhar feminino sobre a formação de Maringá", está publicada no livro Maringá e o Norte do Paraná organizado pelos professores José Henrique Rollo e Reginaldo Benedito Dias, pela Eduem, em 1999.

Chamou a atenção, nas entrevistas com as mulheres, o amor e o carinho que as mulheres pioneiras entrevistadas sentem pela cidade como uma forma de pertencimento a uma cidade que viram crescer a partir da mata e se transformar em uma cidade com qualidade de vida reconhecida no país.

Maringá, finalmente, pode narrar a história das mulheres que para aqui se dirigiram ou foram trazidas por familiares, tiveram uma vida de dificuldades em uma terra agreste, criaram seus filhos em meio a jagunços e cobras, mas sobreviveram para contar sua história. Todas afirmam que amam a cidade e tem a construção de sua família junto com o crescimento de Maringá.

Assim, confirma-se que a história das mulheres ao ser narrada traz a tona a história do cotidiano e da presença das mulheres nos fatos históricos.

Alijadas do processo de tomada de decisão e de presença nos espaços de poder político, as mulheres na história de Maringá trazem a narrativa de sua presença marcada por fatos como a preocupação de criar os filhos em uma terra agreste e repleta de jagunços, a insegurança em relação ao futuro, a lavagem das roupas no rio, a moagem do café, a roupa empoeirada no varal, a passeata dos comunistas (sim, teve), os bailes no Hotel Bandeirantes, as brigas na cidade, entre outros elementos que nos conduzem ao modo de vida no início da cidade de Maringá.

Finalmente, as mulheres pioneiras são sempre lembradas, homenageadas como nomes de ruas, nomes de escola, em desfiles do aniversário da cidade e em pesquisas científicas sobre sua presença na formação da cidade. 

Lembro muito emocionada quando a minha avó Marianna Spinelli Tait foi homenageada pela Secretaria da Mulher em desfile da cidade e tanto ela como a vó Angela foram homenageadas como nomes de ruas.  Lembro da Dona Augusta Gravena me contando como era criar os filhos no sítio e na cidade, da Dona Lucia Vilella Pedras me falando dos livros que pediu ao pai quando veio para cá e do barro vermelho, da professora Odete Alcantara Rosa me mostrando suas fotos organizadas em albuns e me falando da vida na cidade, da vó Angela me contando que as mulheres que eram trazidas pelos maridos ou familiares sem nem saber o que encontrar, da vó Marianna me dizendo da poeira e da solidariedade entre as pessoas, entre tantas histórias.

Algumas das entrevistadas na pesquisa faleceram enquanto outras estão recolhidas aos seus lares, no entanto, suas contribuições para a história da cidade permanecem, completando dessa forma o cenário em que a cidade foi construída, com a visão das mulheres, seus anseios e angústias.

Nas entrevistas, muitas vezes eu me emocionava com elas, afinal elas abriram as portas de suas casas e de suas vidas e, puderam, finalmente, revelar o seu olhar sobre a construção da cidade. Dessa forma, as mulheres pioneiras se perpetuam na história da cidade que contribuíram para nascer, crescer e se tornar a cidade que é.

Confesso que concluo esse texto com os olhos lacrimejados pelas lembranças e pela alegria em ter conhecido essas mulheres e sua força, seus medos, sua esperança e seu amor pela cidade que construíram junto aos seus. Me sinto comprometida com elas e suas histórias.
Finalmente, me sinto feliz quando passeio pelas ruas da cidade de Maringá e encontro nomes de rua começando com “Pioneira...”.  
Sorrio e penso: “elas merecem!!!”.