Detentores de duas
profissões distintas na sua atividade mas iguais em promoção e contato com
público, um jogador de futebol e um DJ protagonizaram nessa semana uma situação,
infelizmente, corriqueira na sociedade brasileira: a violência contra a mulher.
Sem entrar no mérito da
justiça que se encarrega de apurar os fatos para inocentar ou culpar as pessoas
envolvidas, o fato gritante é que, mais uma vez, as relações amorosas se tornam
palco de discórdia e violência.
Mais uma vez, homens partiram
para o ataque covarde contra as mulheres pois certamente são fisicamente mais
avantajados que as mesmas e podem dispor dessa força física. Tristemente, mais
um homem jovem agride sua companheira, tenta mata-la e se suicida depois da
violência praticada.
Os dois jovens
protagonizaram duas situações de violências distintas mas que envolveram relacionamento
íntimos entre homens e mulheres.
A história se repete e as
pessoas tecem críticas às mulheres. Estejam mortas ou vivas, machucadas ou não,
as mulheres constantemente são taxadas de vagabundas, aproveitadores, entre
outros impropérios na tentativa de desqualificar a vítima mulher e transforma-la
em culpada do ato violento que elas sofreram.
Independente do
resultado da apuração da situação de violência pela polícia, os danos são
imensos: vidas são perdidas, profissões abaladas e famílias destruídas.
Num país como o Brasil
em que as mulheres sofrem violência de todo tipo, em qualquer lugar, seja em casa
ou na rua, parece que a violência se banalizou, a despeito de existirem leis
mais rigorosas como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminícidio.
O machismo enrustido,
certamente, é o fator motivador para tanta violência visto que considera que a
mulher seja propriedade do homem, desde que nasce.
O que impressiona é
que, quando a violência contra a mulher acontecia nas gerações mais antigas era
entendido pelo fato da ignorância e da formação da sociedade que dava aos
homens o controle sobre as mulheres. No
entanto, com o passar das décadas e a presença forte da mulher no mercado de
trabalho e na formação educacional, a situação mudou e as mulheres passaram a
ser protagonistas de suas vidas. Assim, se pensava que a postura machista
ficaria no século passado.
Mas, não foi o que
aconteceu. Homens jovens estão agredindo e matando suas companheiras como se
elas fossem suas propriedades. Talvez um estudo psicológico pudesse auxiliar no
que acontece com essa nova geração de homens que, a princípio, foi criada sem
entender o significado da palavra “Não”. Portanto, ao ouviram “não” de uma mulher, alguns homens
agem como faziam seus antepassados.
O Brasil vinha
crescendo em civilidade a partir do cumprimento da Constituição Federal,
corretamente chamada de “Constituição Cidadã” que prega, inclusive que “mulheres
e homens são iguais em direitos e obrigações”.
Também, tem algo muito
errado nesse país que, de uns tempos para cá, começou a cultivar o ódio, que se
espalha pelas ruas, pelas casas, pelas escolas...parece que as pessoas estão
perdendo a noção do certo e do errado.
Faz-se necessário um
retorno ao equilíbrio. Não se pode permitir a barbárie que está tomando conta
do país.