Mãe, sempre tão encantada e cantada em prosa e verso, seja mãe de coração ou biológica, inspiração para muitos e homenageada em todos os tempos.
Hoje, vamos falar de um tipo de mãe muito especial e ao mesmo tempo comum: a mãe trabalhadora, seja mãe solo, arrimo de família ou mãe que compartilha a vida com um pai.
A mãe trabalhadora, como todas as mães, se desdobrou em cuidados e orações durante a pandemia, cuidou dos doentes e, muitas vezes, esqueceu de si.
No entanto, o sistema no
qual vivemos, não as esqueceu. Elas foram as primeiras a serem demitidas na
pandemia pelo Covid-19 ou as primeiras a deixar seu trabalho para cuidar das
crianças sem escolas, as primeiras a acompanhar os doentes da família e, em
muitos locais, foram as primeiras contaminadas e mortas pelo vírus. Várias pesquisas como a publicada no Correio Brasiliense, de março de 2022 comprovam a realidade com relação ao desemprego das mulheres, principalmente as que tem filhos (as).
Num país que, historicamente, demorou para incluir as mulheres no mercado de trabalho e nas escolas e que, apenas a partir da Constituição de 1988, iguala mulheres e homens em direitos e obrigações, não causa estranhamento a situação das mulheres que, excluídas do mercado formal de trabalho, entram na informalidade para sua sobrevivência e dos seus.
Por outro lado, muitas profissionais suspenderam suas carreiras para cuidar da família, e após dois anos, começam a sentir as dificuldades de retornar suas atividades e se sentem tristes mesmo a sociedade não as compreendendo ou apoiando.
Faz-se necessário considerar, também, a situação das mulheres negras e jovens que se torna alarmante visto que negros e jovens foram, também, afetados de forma impiedosa pela pandemia e pela crise econômica.
Não é por acaso que as estatísticas mostram que as mulheres foram as mais desempregadas pela pandemia em relação aos homens no mesmo período entre 2020 e 2022. Isso confirma o que disse a filósofa Simone de Beauvoir, no século XX: “basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados”. Acrescentamos a crise sanitária que se misturou com a crise econômica que vinha se desenhando desde 2016 junto com a crise política.
Mas, deixando a crise de lado, vamos sim abraçar nossas mães e dar-lhes todo carinho. Vamos reverenciar àquelas que se foram para outro plano da vida, seja pela pandemia ou não.
Vamos valorizar as mães de
coração. Vamos valorizar o legado das mães, que sem sombra de dúvida, são seres
de luz, como a minha mãe sempre atenta a tudo, com seus infinitos olhos azuis.
Minha mãe, Laura, comigo na minha terceira colação de grau, em Jornalismo, no Centro Universitário Ingá em 29/04/2022.
Foto: Luis Antônio.
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