Para compartilhar idéias!







segunda-feira, 20 de abril de 2020

A rinite em minha vida



São sinais e sintomas da rinite alérgica os espirros seguidos ou em crises, coriza aquosa, obstrução nasal e prurido que iniciam após exposição aos alérgenos como poeira, ácaros, baratas, fungos, caspas de animais como cão e gato, polens), e aos poluentes ambientais (como fumaça de cigarro). Infecções virais como gripes e resfriados se confundem com rinite alérgica e normalmente estão associadas a febre. (Sociedade Brasileira de Pediatria)

A minha lembrança mais longínqua da rinite vem dos tempos da faculdade de Processamento de Dados, quando os amigos falavam: mas você está gripada de novo? E eu sempre respondia: “Acho que não é gripe, não tenho nem febre e nem dor de cabeça de gripe. É só resfriado por causa do frio”.
Depois, quando comecei a trabalhar como programadora de computadores e analista de sistemas, num ambiente de ar condicionado, meu nariz começou a sangrar e por diversas vezes, eu tive sinusite (inflamação dos cornetos nasais) que faz doer a face.  Cheguei a tirar raio-x da face na época e achei muito estranho ficar com o rosto na mesa de raios-x. Na atualidade é diferente. Também, faz anos que não desenvolvo sinusite.
Naquela época descobri a homeopatia e antes que alguém torça o nariz, foi graças a homeopatia que a minha filha mais nova sarou de bronquite quando era bebe. A homeopatia me acompanha sempre e me auxilia em fases da rinite.
Obviamente, que com sensatez, em crises muito elevadas, tenho que recorrer ao famoso descongestionante nasal, antialérgico e injetor nasal. Fiz, também, cirurgia do adeno e das amigdalas, o que me possibilitou dormir deitada e não sentada como faço nas crises agudas por não conseguir respirar. Aliás, nas poucas vezes que fiquei hospitalizada (partos e cirurgia do adeno) sempre peço pra deixarem meu corpo mais elevado pra respirar melhor e peço meus óculos, claro.
Sempre controlada, a minha rinite tinha algumas escapadelas como quando eu ia visitar a minha irmã que morava em São Paulo. Lá, a rinite vinha feroz trazendo além do costumeiro nariz trancado e vermelho, os olhos lacrimejantes e dor de cabeça.
Teve um episódio com uma amiga em São Paulo que me olhou e disse: “Nossa, você falava e eu não acreditava. Seus olhos estão vermelhos e as lágrimas escorrendo”.
Então, gente, rinite não é frescura e compreendam a pessoas que tem essa e outras alergias. Isso incomoda e muito, deixa a pessoa irritadiça, não permite que durma direito e provoca uma espécie de isolamento pois se torna insuportável ficar em meio a multidões com seus perfumes, cheiros e cigarros. Inúmeras vezes eu me afastei do lado de alguém porque o perfume da pessoa me fazia espirrar ou dava coceira no nariz.
Imaginem a minha alegria quando os cigarros foram proibidos em locais fechados e os famigerados carpetes foram substituídos por pisos frios.
A minha perturbação sempre fora no inverno, tanto que eu falava que na velhice eu moraria no inverno lá no Nordeste pra nunca ficar com crise alérgica. Aliás, a primeira vez que senti a respiração de verdade foi quando estive em Recife e o ar entrava feliz.
No surgimento da gripe A (H1n1), foi a época que descobri que tenho tiques que nem percebia, como passar a mão no nariz que está sempre coçando e enxugar o canto dos olhos lacrimejantes com os dedos. Pra complicar, eu estava como chefe de departamento, participava de muitas reuniões cumprimentando muitas pessoas. Desenvolvi, ali, o hábito de usar álcool em gel e lavar as mãos muito mais vezes que o normal.
Nos últimos anos, começou um fenômeno diferente, a rinite que era freguesa no mês de junho começou a aparecer em maio, depois em abril e, neste ano, ela apareceu no final de fevereiro junto com a dengue (é, eu tive no carnaval). Ou seja, a rinite me visita sempre, durante o ano todo. Não sei se o mundo mudou e ficou mais cheio de ácaros, fumaças e pólens ou se o meu corpo com a idade está ficando mais fragilizado ou as duas coisas, que é a hipótese mais viável.
E agora nestes tempos de coronoavírus?
Pois é, acordo todos os dias cismadíssima pois, normalmente o nariz está trancado, a voz embargada e os olhos ardendo. Lá pelas 11 horas da manhã, começo a respirar melhor. No final do dia, penso, “ufa não eram os sintomas do coronavírus”.  Nesse período de cisma, fico longe de todos e lavo as mãos toda hora.
Como depois da aposentadoria, passei a ficar mais em casa, sinto alergia também de certos produtos de limpeza e detecto uma fumaça a quilômetros.
Ah! Antes que me esqueça, por essas e outras, eu não gosto do inverno. Depois de detectar a rinite que entendi o motivo de gostar do mês de agosto quando a temperatura vai ficando mais alta. Também, não comungo da idéia de que as pessoas ficam mais bonitas no inverno, pois pra mim o frio é sinônimo de nariz vermelho com inchaço e olheiras profundas.
Mesmo, charmosamente, usando echarpes de todas as formas e cores que adoro, confesso que um dos maiores motivos é me aquecer mesmo. Portanto, como não tem remédio e a rinite me acompanha sempre, o jeito é contornar com homeopatia, alopatia ou  medicina popular, com roupas coloridas e muitas outras coisas pra essa convivência que é difícil de me separar, se tornar mais amena.
E assim, seguimos em frente, minha rinite e eu.








Nenhum comentário:

Postar um comentário