A minha trajetória no Conselho
Municipal da Mulher de Maringá, como conselheira por 4 gestões, sendo
presidente em duas delas (2004-2006 e 2017-2019) me leva a refletir sobre alguns
pontos a respeito da atuação dos Conselhos, tais como: a paridade nos
Conselhos, a independência dos Conselhos, a inserção na sociedade e nos
movimentos sociais e a parceria com o legislativo.
Ao ser paritário, o conselho se
compõe por metade das representações governamentais e metade não
governamentais. Sem medo de errar, afirmo que com essa paridade, os governos
sempre obterão o que desejarem pois já tem 50% dos votos. Portanto, ao e se
somar com alguma entidade da sociedade civil que compactua ou não com a
proposta, o governo já tem os votos necessários para não questionar ou
fiscalizar alguma ação governamental que contrarie a política pública.
A paridade nos
conselhos nos parece que começa, em sua formação, com a decisão governamental
tendo prioridade. A meu ver, a paridade nos conselhos merece um estudo e uma
adequação para que se tenha uma efetiva participação da sociedade civil.
A independência dos Conselhos é
fundamental, pois ao Conselho cabe fiscalizar e propor políticas públicas em
sua área de atuação. Se o Conselho se atrela ao governo, a capacidade de
fiscalização fica aquém do esperado para o cumprimento de sua atribuição maior
de verificar se as políticas públicas implementadas realmente atendem a demanda
solicitada.
Aqui existe uma dificuldade na separação das atribuições visto que
a infraestrutura de secretaria, documentação e funcionamento da estrutura dos
Conselhos é responsabilidade do poder público, de acordo com a legislação. Em
muitos casos, o suporte de infraestrutura se confunde com o funcionamento e a
independência do Conselho, o que deve servir de alerta para que não impeça a
realização das atividades e que não ocasione confusão nas competências de cada
um.
Ao estar inserido na sociedade e
nos movimentos sociais, o Conselho reúne as condições para tomar conhecimento
da realidade da área em que atua, tornando-se, dessa forma, porta voz para a
resolução dos problemas na aplicação da política pública e na defesa dos
direitos na área de atuação do Conselho.
A Câmara de Vereadores, pode se
tornar uma grande parceira nos Conselhos ao acompanhar e encaminhar as demandas
advindas das políticas públicas nos municípios. Da mesma forma, essa parceria
pode ser estendida às assembleias estaduais e a Câmara de Deputados, nos níveis
estadual e federal, na fiscalização e na proposição de políticas públicas.
Portanto, percebe-se, claramente,
que um Conselho não pode ser isolado. Ele deve se manter integrado as
entidades, aos parceiros e a sociedade para o alcance de seus objetivos de
defender os direitos na área de sua atuação.
Um Conselho isolado torna-se um
conselho fraco e que não contribui, de forma efetiva, para a defesa e
implementação das políticas públicas.
Por outro lado, um Conselho
integrado na sociedade que propõe e fiscaliza polícias públicas, se mantendo
ativo e em movimento, torna-se um Conselho forte que contribui, efetivamente,
para a defesa dos direitos e das políticas públicas.
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