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terça-feira, 9 de maio de 2023

A modalidade fofoca em tempos de Internet

Há tempos se diz que na Internet deveria valer as mesmas leis existentes fora do mundo virtual, no entanto, existe uma dificuldade em levar para a legislação os crimes cometidos para que as pessoas infratoras sejam punidas.

Um caso específico se relaciona com as famosas Fakenews ou notícias falsas, as quais causaram e causam grandes problemas desde imbróglios eleitorais até homicídios por linchamento de pessoas inocentes. Não se trata de uma mentirinha à toa, trata-se de um problema grave que o uso das redes digitais fez ampliar de forma assustadora, organizadas por empresas preparadas para sua disseminação de forma proposital para alcançar seus objetivos escusos, principalmente, na política.

As famosas fofocas na sociedade ou a rádio peão nas empresas e no movimento sindical sempre existiram. Elas surgiam do nada e se espalhavam como rastilho de pólvora e ninguém conseguia determinar a origem da mentira. Entretanto, com a Internet é diferente pois os rastros são deixados e possíveis de serem localizados, possibilitando que os criminosos sejam punidos.

Junto com as Fakenews surge, também, uma nova desinformação ao considerarem  que isso é liberdade de expressão.  Com essa mistura de fofoca, mentiras e opinião, os detentores dessa prática buscam justificar a maledicência da mentira como se fosse liberdade de expressão.

Certamente, os pesquisadores que realizarem a comunicação por meio de computadores  que começou com o objetivo de interceptar mensagens na Segunda Guerra Mundial, não imaginaram que seu uso se tornasse tão perigoso a ponte de causar assassinatos de pessoas comuns e outros crimes pela disseminação de mentiras nas redes de contatos.

Torna-se necessário e urgente um controle sobre o uso das redes digitais para que os as pessoas compreendam que ali não é terra de ninguém e que atos ilegais são passíveis de punições.

Se nem aquela “fofoca” entre comadres e compadres, que de inocente nada tinha, prejudicava a vida das pessoas no seu entorno, imagina essa “fofoca” disseminada amplamente com alcance ilimitado e sem controle. Os exemplos estão aí no mundo real com o linchamento e morte de duas pessoas inocentes (Osil Vicente e Fabiane Maria) que foram acusados e mortos por moradores locais.

Por uma regulamentação justa, que atenda os anseios da sociedade, que torne a Internet promotora de melhorias e que controle as mazelas espalhadas no mundo virtual.


 

 

 

 

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Exposição "As letras de Scherer"

De 01 a 31 de maio acontece no andar térreo do Shopping Maringá Park a exposição "As letras  de Scherer", em comemoração aos 134 anos do nascimento do Padre Emil Clemens Scherer e 100 anos da publicação de seu primeiro livro. O Padre Scherer atuou na primeira fase da história de Maringá e possui uma vasta coleção de obras  que fazem parte da coleção do pesquisador José Carlos Cecílio apresentada na exposição.

A exposição se soma ao lançamento do documentário: Scherer: do nazismo à terra vermelha"  disponível na plataforma do Maringá Histórica.

Para Cecílio, a mostra do acervo de obras e as imagens contribuem para conhecer um pouco mais sobre este personagem que foi influente em sua passagem pela região Norte do Paraná e outras localidades do Sul do Brasil.

Pesquisador José Carlos Cecílio

As professoras Maria Madalena Dias, Arlete Borghi e Tania Tait prestigiam a exposição





 



segunda-feira, 1 de maio de 2023

Entidades realizam Ato Unificado pelo Primeiro de Maio

Na tarde de 01/05, partidos políticos, entidades sindicais, movimento estudantil e movimentos sociais se reuniram com as reivindicações por emprego, salário digno, moradia e tarifa zero, para marcar o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora. O evento aconteceu na Praça da Prefeitura de Maringá e contou com atividades artísticas, além de apresentações de representantes das entidades.

Todos ressaltaram a importância de se ter um governo que atenda a classe trabalhadora, com o anunciado aumento do salário mínimo pelo Presidente Lula, a igualdade salarial entre mulheres e homens, regulamentação dos trabalhadores de aplicativo e avaliação do Imposto de Renda, os quais estão na pauta do Ministério do Trabalho.

Também foram abordados os temas arcabouço fiscal, reforma tributária e o Projeto de Lei para controle das Fake News.

 


terça-feira, 18 de abril de 2023

A indissociabilidade entre a pauta identitária e a pauta econômica

O presente artigo foi escrito pelas professoras Tania Tait e Desiree Salgado, a partir de suas vivências e experiências de atuação com o tema.

Nos anos 1980, quando as brasileiras se organizaram para conquistar igualdade na Constituição de 1988 e começou a ser usada a expressão “políticas públicas para mulheres”, grupos em vários partidos políticos começaram a articular para tratar da temática direitos das mulheres. Entretanto, naquele período, independente da ideologia partidária, os discursos ficaram muito longe da ação concreta, pois se considerava necessário consolidar a democracia e resolver os problemas econômicos. E assim, foi também com os demais setores chamados de minorias como negros, indígenas, lgbtsqia+, pessoas com deficiência, entre outros.

Nos anos 2000, as reivindicações desses agrupamentos passam a ser nominadas como “pautas identitárias” e ao mexer com a estrutura da sociedade e seu falso moralismo, marcado por machismo, racismo e homofobia, incomodam políticos e a população mais conservadora. As demandas pós-materialistas se colocam na agenda de discussões ao lado das questões econômicas e da necessidade de consolidação democrática.

Recentemente, um político latino-americano - nem todo homem, mas sempre um homem - se pronunciou novamente com relação às chamadas pautas identitárias relacionando como menos importantes diante da pauta econômica que deve ser trabalhada para reduzir as desigualdades. Surge assim, novamente a disputa equivocada entre a dita pauta identitária e a pauta econômica.

Primeiramente há que se corrigir a adjetivação, ou, ao menos, aplicá-la de maneira a englobar a política como ela vem sendo construída desde sempre. Quem estabelece o que está na lei, nas políticas públicas, na agenda da arena política, é um grupo específico, que se mostra coeso em sua identidade, ao menos demograficamente. Quem constrói e aplica o Direito é o tal do "sujeito transcendental": o homem branco, cisgênero, proprietário. E o faz para os sujeitos que se encaixam na medida do Direito e dos direitos: homens brancos, cisgêneros, proprietários. Assim, a política e o Direito estão nas mãos da parte da parte da parte: é uma política e um Direito fortemente identitários, se assim queremos chamar as políticas que se preocupam com parcelas da sociedade.

Adjetivar as lutas pós-materialistas como identitárias para diminuir sua importância é afirmar, de maneira enfática, que a política deve continuar sendo feita por quem se acha capaz de representar o todo, capaz de falar por todas as pessoas: o "sujeito transcendental", o homem médio, casado com a mulher honesta, que usa da neutralidade aparente da linguagem usual e da linguagem jurídica para manter sua dominação.

Trata-se de uma postura profundamente equivocada pois a pauta, agora chamada de identitária, engloba uma parcela significativa da população e, em alguns casos, a sua maioria. População submetida a salários menores, à violência e morte, ao uso precarizado da saúde pública, à falta de assistência. Pessoas que vivem em situação de pobreza, para as quais a Constituição pouco se aplica, e que precisam estar no centro das preocupações econômicas.

Evidentemente não é possível separar a pauta identitária e a pauta econômica. E é urgente evidenciar que a política vem sendo feita pela maioria dos detentores de poder para servir a apenas uma parte da população, ignorando mulheres, pessoas negras, indígenas, pessoas com deficiência, lgbtqia+ que precisam de políticas públicas, de emprego, de salários dignos, de saúde, educação, moradia.

Chega dessa política discriminatória que está aí desde sempre. Queremos uma política plural, diversa, democrática. E queremos agora, porque essa é a democracia que está na Constituição e em quase todos os manifestos e estatutos partidários. Esperar mais tempo para vencer a desigualdade econômica é condenar mais e mais gerações à margem do poder e à falta de uma existência  com qualidade de vida.


 

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Conselho da Mulher apoia, por unanimidade, o repúdio do Fórum Maringaense de Mulheres à homenagem para ex-vereador agressor

Em reunião ordinária, realizada na noite de 17/04, o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Maringá  - CMDMM - tratou sobre a nota de repúdio do Fórum Maringaense de Mulheres  à homenagem aprovada pela Câmara Municipal ao ex-vereador que ficou preso por agredir a ex-mulher, sofreu duas comissões de sindicância e não foi reeleito. 

A representante do Fórum Maringaense de Mulheres, professora Celene Tonella, presente à reunião, salientou que a homenagem é uma afronta às mulheres que sofrem violência, as mulheres que atuam no combate à violência e à todas as mulheres. Por fim, ela destacou que a Câmara Municipal avalizou os agressores de mulheres, os quais se sentirão impunes. Diante disso, o Fórum pediu, oficialmente, o apoio do Conselho da Mulher por ser um organismo que atua fortemente no combate à violência contra a mulher.

As conselheiras, por sua vez, consideraram ser inadmissível que uma cidade com rede de atendimento às mulheres em situação de violência, reconhecida nacionalmente, seja conivente com esse tipo de homenagem. 

Após discussões, o CMDMM aprovou por unanimidade, tanto o apoio à nota de repúdio como o pedido a ser encaminhado ao prefeito para que vete o referido projeto.

 


 

Um passeio afetivo e desolador pelo Parque do Ingá

É inegável que o Parque do Ingá faz parte das nossas vidas em Maringá, com caminhadas, passeios familiares, piqueniques, visitas escolares, entre tantas atividades. Lembro, também, quando na Gestão José Claudio-João Ivo (2001-2004) houve reestruturação do Parque, inclusive com a construção de um ambiente adequado para os trabalhadores, que antes tinham como local de almoço e descanso um casebre de madeira, todo esburacado. Outras melhorias foram realizadas na época.

Com esse olhar e essa memória, fomos realizar visita no Parque com uma sobrinha que mora em outro Estado. Ela ficou encantada com o nosso parque, suas árvores, os pavões, macaquinhos e pássaros que circulam por ali.

Enquanto ela ia tecendo elogios, admirada, eu, que não vinha faz tempo, comecei a lembrar de cada canto e como era antes.

Reparei que as árvores estão fechando mais os caminhos, que o lago está menor e sem a margem que dava pra ver de mais perto. Nesta tarde, tinha grupo de estudantes passeando também e andando nos pedalinhos num alvoraço típico da juventude.

Ao caminharmos, nos deparamos com a Gruta de Nossa Senhora, vazia, abandonada, com apenas uma imagem da Santa assentada na terra roxa. Lembrei dos áureos tempos em que ali havia muitas fotos de pessoas, terços e outros símbolos da fé católica. Confesso que me assustei e fiquei pensando, pra onde foram aquelas fotos que as pessoas colocavam ali para receberem bençãos? O que houve com aquele local, visto antigamente, quase que como sagrado?.

Mais a frente, passamos pelo Jardim Japonês. Na entrada tinha visto que estava fechado e, possivelmente, em reforma. No entanto, não tinha ninguém trabalhando na obra, talvez estivessem em reunião em outro local, talvez não esteja acontecendo nenhuma reforma e esteja apenas interditado. Senti falta da beleza antiga do local, das carpas e das passarelas.

Pra arrematar meu desolamento, percebi que o céu ao redor do parque está tomado por prédios altos, que são muitos próximos. Lembrei de discussões anos atrás sobre o impacto dessas construções tão próximo do local que o sufocariam e traria problemas na nascente do lago. Pelo visto, as discussões sucumbiram ao poder do mercado imobiliário.

Enfim, depois da caminhada dentro do Parque, sem o som das araras ou o mugido do leão que marcaram minha infância, sai com um pouco de nostalgia, mesmo sabendo que o zoológico foi extinto para preservar a vida dos animais, não pude deixar de ouvir aqueles sons.

Na delícia da caminhada, no ar puro e com a beleza das plantas, veio muito forte a emoção da infância, sentimento que, agora, a criança-senhora carrega com carinho por esse local tão cheio de energia e vida. De outro lado, veio o olhar crítico dessa senhora, que sabe, na atualidade, todos os interesses políticos e econômicos que marcam a vida do nosso Parque do Ingá.

A criança-senhora que caminhou pelo parque espera que, numa próxima visita, o espírito afetivo saia dali mais forte que o espírito desolador e que as partes abandonadas do lugar sejam restauradas proporcionando o brilho de emoção nos olhares das pessoas que por ali passarem. 



 

 

domingo, 9 de abril de 2023

Maringá: Câmara Municipal de cidade com nome de mulher homenageia agressor de mulher

A visão de que a sociedade é fruto de um sistema patriarcal, machista e misógino está presente na vida da população brasileira. Leis e políticas públicas atuam no sentido de mudar essa realidade, no entanto, no cotidiano das cidades, sempre surgem aberrações que consolidam o machismo, desrespeitam as mulheres, ignoram a violência contra a mulher  e o combate à violência e a própria Constituição Federal de 1988 que iguala mulheres e homens em direitos e obrigações.

Uma dessas aberrações aconteceu no mês de março protagonizada pela Câmara Municipal de Maringá, quando três vereadores apresentaram projeto para nomear um parque linear da cidade com nome de um ex-vereador que foi preso, teve duas comissões parlamentares de inquérito por quebra de decoro e por agressão a ex-companheira.

O ex-vereador, falecido em 2021, ficou preso por 10 dias e sofreu pedido de cassação por parte do Fórum Maringaense de Mulheres. Ele não foi cassado na época, mas perdeu a reeleição. Toda essa história está documentada e fundamentada, portanto, não há como alegar ignorância a respeito, inclusive, integrantes do Fórum Maringaense de Mulheres e da Marcha Mundial das Mulheres fizeram reunião com o vereador autor principal da proposta com exposição dos motivos para que o mesmo retirasse o projeto de pauta.

O movimento de mulheres maringaense não foi atendido pelo autor da proposta e o processo foi levado adiante, sendo aprovado com 9 votos, na Câmara Municipal de Maringá. Os votos contrários foram da vereadora Ana Lúcia e dos vereadores Mario Verri e Sidnei Telles que compreenderam a reivindicação das mulheres e o absurdo da proposta. Reportagem completa sobre essa votação com o título  Nove votam por homenagem a ex-vereador que foi preso por ameaçar ex-mulher foi veiculada em site de notícias da cidade. 

Na sequência, o Fórum Maringaense de Mulheres apresentou uma noção de repúdio, na qual considera essa homenagem a um homem agressor um total desrespeito às mulheres que sofrem violência e lutam para garantir suas vidas. Além disso, a nota deixa claro que “o que a Câmara de Maringá fez foi dar um aval para que agressores saiam impunes de seus crimes e ainda sejam homenageados”. 

Agora, pela tramitação dos projetos, a homenagem segue para o Prefeito Ulisses Maia. Espera-se que o Prefeito que sempre atuou como parceiro dos movimentos de mulheres vete essa aberração que é uma afronta a luta pelo combate à violência contra a mulher e a todas nós.

A "hashtag" #vetaulissesmaia já começou a aparecer nas redes como demonstração das mulheres e homens que lutam pelo combate à violência contra a mulher e por igualdade de direitos.

 Vamos nos somar a elas e a eles: #vetaulissesmaia

 

 Nota de repúdio do Fórum Maringaense de Mulheres