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quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Arma e amor não combinam

Os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública  mostram que há um aumento considerável de novas armas registradas, dobrando a cada ano desde que o governo atual assumiu o poder em 2019, tendo como um dos seus motes de campanha o armamento da população.

Basta observar a evolução dos registros para ter uma dimensão da situação:

2017: 42.387 novas armas registradas

2018: 47.691 novas armas registradas

2019: 94.416 novas armas registradas

2020: 186.071 novas armas registradas

Outro dado que chama a atenção é o aumento de feminicídio durante a pandemia, com 22% a mais em 2020 do que em 2019, conforme apresentado pelo Anuário de Segurança Pública. Os dados estão aí para mostrar a realidade do aumento das mortes por armas de fogo ao mesmo tempo que traz o conhecimento sobre o aumento dos registros de novas armas.

Muitas pessoas que se dizem cristãs estão defendendo o porte de armas como forma de se proteger dos bandidos. Bandidos que são preparados, que em muitos casos além de matar a vítima, se apossarão de sua arma. Além disso, arma e amor certamente não combinam pois amor significa a vida e a arma significa a morte.

No fundo quem lucra mesmo com o aumento de armas são as empresas fabricantes de armas, que certamente estão apoiando esse tipo de iniciativa de armamento da população e aumentando seus lucros. Nem vamos falar dos clubes de tiros espalhados pelo país.

Além dos dados e de observar a inexistente dúvida existencial cristã entre armar e amar, muitas outras situações são intrigantes:

A quem interessa uma população armada?

Quem é essa população que se arma? O que pensa? O que pretende?

Quantas pessoas morreram por ter arma em casa? (por engano, por violência doméstica, por brincadeiras entre crianças e adolescentes com a arma do pai).

Será que estão criando um exército de civis armados?

 

Imagem: LinguaculturaX.com

 

 

 


terça-feira, 21 de setembro de 2021

Descontinuidade administrativa: quem paga somos nós!


Quando cursei doutorado, estudei sobre sistemas de informação no setor público e me deparei com o tema descontinuidade administrativa. A partir daí,  comecei a observar mais a situação.

As referências eram direcionadas aos administradores que assumem os governos e mudam as marcas, programas e projetos. Com o intuito de apagar a imagem do gestor anterior trocam a marca do setor nas obras, nos programas etc. Às vezes, chegam a cancelar os programas anteriores que davam certo trazendo melhorias para a população.

Essa troca toda gera gastos, pagos com nossos impostos, ou seja, nós quem pagamos por esse gasto desnecessário, mas que na política é extremamente comum.

Um exemplo emblemático dessa situação são as construções na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mantida pelo governo do Estado, as obras paradas chamam a atenção de que passa pela UEM. Anos a fio, os esqueletos dos prédios continuam por lá, sem continuidade, sem explicação. Apenas estão lá, misturados a paisagem.

Quando, se por ventura, essas obras forem concluídas, muitas partes terão de ser refeitas, ocasionando assim mais gastos do que os previstos inicialmente.

Seja com financiamento da Caixa Econômica, do BNDES, ou qualquer outra, no final das contas, quem paga a conta é o povo.

As fotos são do campus da UEM. A construção seria a Casa do Estudante e está assim por muitos anos. Fotos tiradas em 18/09/2021

 

domingo, 19 de setembro de 2021

Pés de frango: uma afronta ao povo brasileiro


 Nem sei explicar o sentimento que deu quando vi essa exposição de pé de frango no mercado. Lembrei que antigamente o pé de frango era usado pra sopa. As pessoas nem compravam, muitas vezes ganhavam os pés de frango. Chega a ser ofensivo e cruel, uma mercado colocar esses pés a venda. Parece que estão rindo da cara do povo brasileiro que anos atrás podia escolher o que comer. Tem mais uma cena triste: pessoas pedindo esmola nas portas dos mercados, além dos semáforos.

Como pudemos regredir tanto?

Quer saber, nem quero ouvir falar em terceira via. Vou de Lula 2022. Sei como era e sei como está agora. 

 #Lula2022

@lulaoficial 

@maringacomlula

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

As Fake News na pandemia e a exclusão digital


 

O contexto social que marca a atualidade desde o início do ano 2020 é a crise sanitária, econômica e política provocada e aumentada pela pandemia da Covid-19. Trata-se de uma pandemia que assombrou o mundo e trouxe à vida das pessoas o medo da morte, os cuidados contra o contágio e a necessidade de vacina. Governos do mundo todo se alinharam no combate ao novo coronavírus com esforços para conter sua propagação.

Infelizmente, esse combate ao coronavírus não aconteceu da mesma forma em todos os países. O Brasil é visto como um exemplo mundial de negacionismo no combate a doença tendo como principal protagonista o próprio Presidente da República (O ESTADÃO, 2021). O negacionismo com a recusa em usar máscaras, promover a aglomeração, atrasar a compra das vacinas foram medidas tomadas pelo governo federal acompanhadas por uma rede de notícias falsas (as famosas Fake News) que causam desinformação, distorção dos fatos e levaram milhares de brasileiros e brasileiras à morte pela doença.

Para o Projeto Eleições sem fake (UFMG, 2021): “É razoável supor que uma campanha de desinformação maliciosa pode tentar maximizar o público alvo de uma história falsa compartilhando-a em grupos públicos existentes no Whatsapp”.

Além das demais plataformas de redes digitais sociais, a plataforma Whatsapp cria grupos e faz com que as mensagens cheguem individualmente para cada pessoa. O fato de chegar de forma privada e individual impede a investigação do alcance dessas notícias diferente do que acontece em redes como Facebook ou Instagram que estão visíveis, senão ao público geral, ao menos para o público do contato.

No contexto da pandemia, os exemplos apresentados no relatório da Pesquisa do Monitor do Debate Político no Meio Digital (Monitor Digital, 2021) são assustadores com relação à disseminação de notícias falsas que negam a doença ou sugerem não ser necessárias práticas de higiene.

Ao realizar uma análise dos exemplos apresentados pode-se trazer à tona os elementos tratados por Méo (2021) tais como a exclusão digital e os aspectos cognitivos e linguísticos.

No tocante à exclusão digital, agravada durante a pandemia (REDE BRASIL ATUAL, 2021) tem uma das formas de sua expressão que é o analfabetismo digital combinado no Brasil com o analfabetismo funcional (Todos pela educação, 2018) que faz com que as pessoas não compreendam um texto e executem apenas as operações básicas.

Dessa forma, um dos aspectos da exclusão digital, o aspecto linguístico indica que: “nos conteúdos mais precisos e abrangentes em inglês, quem não domina o idioma, fica sem saber. Em português somente escrito, quem não domina a leitura não compreende a mensagem” (MÉO, 2021).

As fake news articuladas por grupos que as usam, principalmente, de forma política (GLOBO, 2020), sabem como influenciar essas pessoas fazendo com que elas acreditem nas mentiras propagadas e, também, as disseminem como se fosse verdade. Se a pessoa está enquadrada na categoria analfabeto funcional, dificilmente, ela irá pesquisar para saber a veracidade do fato apresentado.

 

Para conhecer mais sobre o tema indico os textos abaixo que foram usados para compor um trabalho de uma disciplina do curso de jornalismo:

GLOBO. Inquérito das fake news: veja quem são os investigados e como funcionaria estrutura. Reportagem no O Fantástico. 14 min Exibição em 31 mai 2020

Disponível:

https://globoplay.globo.com/v/8593057/?fbclid=IwAR0ke_t9jZNT4TlJeEUuZ2Hf4ZMESE8wq52Sb4t7IxKqWSenZgWTMV_BPZ8

Data de acesso: 29/06/2021

MÉO, Izabel. Gestão das Mídias Digitais. Slides 2, Unidade 1. Material Didático. Maringá: Uninga, 2021.

Monitor Digital. Projeto Monitor digital no debate político.

https://www.facebook.com/monitordodebatepolitico/

Data de acesso: 30/06/2021

 

O ESTADÃO. Bolsonaro está na contramão do mundo no combate à Covid. 22/02/2021.

Disponível: https://www.estadao.com.br/infograficos/politica,bolsonaro-esta-na-contramao-do-mundo-no-combate-a-covid-19,1154756

Data de acesso: 29/06/2021

Rede Brasil Atual. Exclusão digital no Brasil se agravou durante a pandemia. 01/04/2021

Disponível:

https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2021/04/exclusao-digital-no-brasil-se-agravou-durante-a-pandemia/

Data de acesso: 29/06/2021

 

Todos pela educação. 3 em cada 10 brasileiros não conseguem entender este texto. 12/11/2018.

Disponível: https://todospelaeducacao.org.br/noticias/inaf-3-em-cada-10-brasileiros-nao-conseguiriam-entender-este-texto/

Data de acesso: 01/07/2021

 

UFMG. Projeto Eleições sem fake. Departamento de Ciência da Computação. Universidade Federal de Minas Gerais UFMG). 2021

Disponível: http://www.eleicoes-sem-fake.dcc.ufmg.br/?sction=home#members

Data de acesso: 30/06/2021

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Apoio à criação do Conselho Municipal LGBTI+ de Maringá

 Perguntas que me intrigam desde que a Câmara adiou a votação do Conselho LGBTI+ em Maringá, pressionada por religiosos e conservadores:

 
Se LGBTQIA+ tem obrigações por que não não pode ter direitos?
Se LGBTQIA+ paga impostos, por que não pode ter um Conselho de Direitos?
Se LGBTQIA+ sustenta família, por que não pode ter um Conselho LGBTQIA+?
Se LGBTQIA+ são maltratados na área de saúde e sofrem preconceito em todo lugar, por que não pode ter um Conselho de Direitos?
Se LGBTQIA+ pode constituir família, casar e adotar crianças por que não pode ter um Conselho de Direitos?
Se o Brasil é o país que mais mata trans no mundo, por que não pode ter um Conselho de Direitos?
 

 

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Marcha Mundial das Mulheres: Participação na reunião do Conselho da Mulher

Participei da reunião do Conselho Municipal da Mulher de Maringá  para apresentar sobre a Marcha Mundial das Mulheres. Na foto, com a presidente do Conselho, Profa. Dra. Crishna Correa (UEM) com o meu livro doado ao Conselho.





Orgulho de ser mulher

Em uma aula sobre a história das mulheres, apresentei uma série de símbolos utilizados no movimento feminista. Dentre eles, o “orgulho de ser mulher”. Algumas alunas comentaram a frase dizendo que já sentiram vontade de ser homem pela facilidade da vida deles. A partir daí começamos a conversar e refletir sobre o porquê da frase símbolo “orgulho de ser mulher”.

Lembrei da primeira vez que ouvi uma mulher dizer que se pudesse voltar à vida, queria voltar como homem e não como mulher. Eu era adolescente e fiquei intrigada com a frase. Por que ela queria voltar como homem? Pensava nas mulheres maravilhosas ao meu redor, minhas avós, minha mãe, minhas tias, minhas professoras, todas firmes em seus trabalhos e afazeres, cada uma com suas especificidades e talentos.

Não estamos tratando aqui sobre os casos das mulheres que não se sentem pertencentes ao seu corpo como mulher, sendo de todo direito poderem escolher o que as torna felizes, como todas as pessoas. Estamos falando das mulheres que preferiam ser homens pela condição social e a visão de que os homens podem tudo e as mulheres nada podem.

Fiquei muitos anos sem pensar nisso, mesmo ouvindo outras mulheres ao longo da vida falarem que preferiam ser homens por considerarem a vida deles mais fácil.

Quando conheci a frase “orgulho de ser mulher”, a incorporei imediatamente compreendendo que a vida dos homens é supostamente mais fácil por vivermos numa sociedade machista que impede as mulheres de se desenvolverem de forma completa como desejarem, sendo ou estando onde elas quiserem, amando e vivendo da maneira que as tornem felizes.

Portanto, a própria expressão de que queria voltar como homem inibe a luta em defesa dos direitos das mulheres, pois causa a sensação de que a vida tem de ser assim mesmo, com dificuldades para mulheres. Dificuldades que vão desde a sobrecarga das atividades domésticas a cargo apenas da mulher, aos salários menores, a violência contra a mulher, ao assédio moral e sexual.

Algumas mulheres salientam como problemas, os elementos relativos ao corpo da mulher tais como menstruação, gravidez, amamentação ou menopausa, os quais com atenção integral à saúde da mulher, acolhimento e cuidados podem se transformar em experiências maravilhosas e únicas.

Graças ao movimento feminista que trouxe a defesa dos direitos das mulheres, a igualdade entre mulheres e homens e a luta pelo fim da violência contra as mulheres, podemos nos expressar com orgulho de ser mulher, em todas as suas expressões. Somos mulheres negras, indígenas, brancas, ciganas, lésbicas, trans, héteros, portadoras de deficiência, mulheres dos campos e das florestas, ribeirinhas, trabalhadoras, sindicalistas, entre tantas outras, enfim, somos diversas, plurais e maravilhosas.

Assim, ao invés de esperar uma possível ou não volta como “homem”, transformemos o que consideramos empecilhos para as mulheres em ações para a igualdade  de direitos.

Também não posso voltar atrás no tempo da minha adolescência e falar para aquela mulher o que penso hoje, mas posso falar para todas as mulheres que se orgulhar de ser mulher significa empoderamento e, com isso, passar a exigir a igualdade entre mulheres e homens, aqui e agora.

Eu? Se pudesse voltar? Gostaria de voltar como mulher!