Para compartilhar idéias!







quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Sonho no combate ao fim da violência contra a mulher


Neste ano de 2019, ao participar de mais uma caminhada de combate ao câncer em meio a milhares de pessoas não pude deixar de pensar que gostaria imensamente que o combate ao fim da violência contra a mulher pudesse, também, movimentar a sociedade daquela forma.
Em meio a caminhada comecei a refletir.
O combate ao câncer é visto como ação de Deus e ao não ter controle do ser humano, movimenta o emocional das pessoas. Por outro lado, a violência contra a mulher é obra dos homens. Talvez essa diferença justifique por que os eventos no combate à violência contra a mulher mobilizem muito menos pessoas.
No entanto, em algum momento a luta de combate ao câncer de mama e a luta pelo fim da violência contra a mulher se entrelaçam. A estatísticas indicam que 70% (setenta por cento) dos homens abandonam suas mulheres quando estas desenvolvem o câncer. Mais uma violência cruel de abandono contra as mulheres em um momento de fragilidade em que elas precisam de apoio, também, emocional.
Outro ponto a ser considerado é que o combate à violência contra a mulher exige das mulheres reflexão sobre o tipo de relacionamento que possuem e isso nem sempre é fácil de realizar.
Ao tratar dos tipos de violência, a Lei Maria da Penha, aborda, para além da violência física, a violência sexual e a emocional praticada pelos homens em muitos lares e relacionamentos.
Não é fácil para a mulher admitir que está em um relacionamento violento, pois envolve família, filhos e a figura do casamento. Não é fácil para uma mulher admitir que o relacionamento que ela tanto romantizou, se tornou violento ou mostrou que era violento e ela não percebia. Não é fácil para as mulheres admitir que a violência é obra dos homens que elas amaram um dia. Toda essa violência adoece as mulheres.
Ao buscar o comprometimento de homens e mulheres, o combate pelo fim da violência contra a mulher exige uma grande parceria da sociedade com os órgãos de atendimento e proteção às mulheres em situação de violência.
Sabemos que não é fácil trazer a sociedade para pedalar e caminhar conosco pelo fim da violência contra a mulher. Mas, não desistimos e esperamos que mais grupos se somem a nós na próxima pedalada/caminhada, afinal, a violência atinge todas as mulheres, não importa classe social, raça, cor, grau de instrução ou religião.
Como sonhar ainda é permitido. Sonho que, um dia, a pedalada/caminhada pelo fim da violência contra a mulher seja expressiva e envolva milhares de pessoas.
E sonhando, vou mais longe: sonho que um dia não precisemos realizar pedaladas/caminhadas para chamar a atenção da sociedade e cobrar das autoridades medidas de combate à violência contra a mulher.
Entretanto, enquanto sonhamos, caminhemos e pedalemos, no mundo real, pelo fim da violência contra a mulher e pelo fim de toda forma de discriminação.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A Mulher e a Cidade

Nas discussões dos planos diretores das cidades brasileiras, percebe-se, nitidamente, que a decisão dos espaços do território é realizada por homens, brancos e ricos. Majoritariamente presentes nas assembleias realizadas, este é o perfil de quem decide como a cidade se organiza, quais são seus espaços, como se dá o zoneamento, expansão para a área rural, entre outros.
Mesmo com as audiências públicas tendo em sua normatização a garantia da presença de movimentos sociais organizados, na proporção, as empresas interessadas e os governos ocupam a maioria das vagas.
No entanto, a presença dos movimentos sociais torna-se de extrema relevância pois traz para a discussão, a cidade real, na qual as pessoas vivem, trabalham e se deslocam.
Dentro do movimentos social, destaca-se a presença das mulheres, negros e Lgbts, os quais contribuem com suas vivências para que a cidade seja mais humana e acessível a toda a população.
Não se pode ignorar que as mulheres, grupo que passa de 52% da população, atua tanto no mercado formal como informal, detem mais anos de estudo que os homens, chefia famílias e, portanto, contribui para o desenvolvimento local, regional e nacional, devam ser ouvidas. Ouvidas e consideradas em suas propostas e melhorias para a vida na cidade.
As mulheres, também, se deslocam nas cidades, para seus locais de trabalho, levam filhos nas escolas e família no médico, utilizam serviços de postos de saúde e áreas de lazer, entre tantas situações vividas na cidade. São as mulheres que, também, ao atuar na zona rural ficam isoladas, a mercê da violência doméstica e do trabalho duro na lavoura, na casa e no cuidado com os filhos.
São inúmeras as atribuições das mulheres no campo e nas cidades e são infindáveis as contribuições que as mulheres podem dar para a melhoria do espaço urbano e rural.
No entanto, elas precisam ser ouvidas.
Dessa forma, uma cidade humana, inclusiva, com desenvolvimento sustentável e ecológico, necessita da participação da outra metade da população, as mulheres, que sempre ficaram silenciadas no direcionamento da vida nas cidades.
É chegada a hora das mulheres serem as protagonistas de sua própria história, inclusive no espaço do território que ocupam.
Por isso, o Conselho da Mulher de Maringá com apoio do Núcleo Maringá da BR Cidades organiza o debate “A Mulher e a Cidade”, cujas discussões e propostas serão encaminhadas aos órgãos competentes. O evento será realizado no dia 18 de novembro, as 19 hs, no Plenarinho da Câmara Municipal de Maringá.


terça-feira, 22 de outubro de 2019

A " Nova Política".

Estive refletindo e, finalmente, compreendi o significado da "Nova política", tão propagada na campanha eleitoral de 2018.
A "Nova política" é:
. falar que é patriota e vender o país e suas riquezas;
. ignorar a gravidade dos crimes ambientais e jogar a culpa nos "outros";
. governar para seus eleitores, apenas, esquecendo que no país tem mais 150 milhões de habitantes além dos seus eleitores;
. governar para sua família, com privilégios, mordomias e proteção para si, esposa e filhos;
. comprar votos de deputados (dizia que não ia fazer) para aprovar o que o presidente quer, chamando de "liberação de emendas";
. criar fakenews e robos nas redes sociais;
. inventar uma bobagem a cada semana para enganar o povo e passar os projetos das maldades (reforma da previdência, aumento do combustível, redução das políticas sociais, de saúde e habitacionais; reduzir investimentos em educação...)
. atacar professores, negros, jornalistas, indígenas, mulheres, homossexuais e tantos outros pra mobilizar seus eleitorado enquanto vende o país;
. usar o twitter para se comunicar com o eleitorado, afinal um texto pequeno é mais fácil de escrever e ser compreendido por quem não gosta de ler;
. ser politicamente incorreto e achar isso o "máximo"...

sábado, 19 de outubro de 2019

A diferença salarial entre mulheres e homens diminui a passos lentos


Pesquisa recente realizada pelo IBGE trouxe o dado que as mulheres ainda ganham 20,5% a menos do que os homens e que as mulheres precisam trabalhar 4 meses a mais por ano para ter rendimentos equivalentes aos dos homens.
Nos cargos de direção, essa diferença aumenta e chega a 27 %, ou seja, também nos cargos de chefia, as mulheres recebem salários inferiores aos dos homens.
No item desemprego, as mulheres figuram entre o maior número, principalmente nas faixas etárias mais altas, conforme pesquisa de 2018 que mostrou, num índice de desemprego de 11,6%, a taxa para os homens é de 10,1% e para as mulheres de 13,5%.
As mulheres recebem menos salários em todas as classes sociais e faixas etárias. Em 2017, as mulheres receberam 70% dos rendimentos dos homens.
O cuidado com a casa, os filhos e afazeres domésticos considerados como a segunda jornada de trabalho das mulheres é usado como justificativa para essa diferença salarial e de empregabilidade. Há falta de compartilhamento das tarefas nos afazeres domésticos entre mulheres e homens, o que sobrecarrega as mulheres e as afasta do mercado de trabalho. Em muitos lares, essas tarefas ficam à cargo apenas das mulheres.
Muitas mulheres são levadas a  abandonar o mercado formal de trabalho ou sua profissão para se dedicar às tarefas ligadas ao cuidado da casa, das crianças e dos idosos das famílias. Não se trata de uma escolha entre ter condições financeiras e decidir se atua no mercado de trabalho ou se prefere se dedicar às tarefas do cuidado doméstico e abandonar uma carreira ou emprego.
Portanto, a discussão não é se as mulheres estão no mercado de trabalho, por necessidade ou por escolha de atuar em alguma carreira. O que importa é que as mulheres tenham garantidos direitos trabalhistas em igualdade com os homens ao decidirem atuar no mercado de trabalho formal.
Em termos de Lei, o Brasil possui na Constituição Federal de 1988 (chamada de Constituição Cidadã), a declaração, em seu Artigo 5, da igualdade entre mulheres e homens, em direitos e obrigações.
Por sua vez, em 2012 foi aprovada a lei que multa empresas que diferenciam salários entre mulheres e homens, no exercício da mesma função, por motivo de sexo.
No entanto, mesmo com as leis deixando clara a igualdade entre mulheres e homens, na prática, o mundo do trabalho atua na contramão, discriminando as mulheres e promovendo a diferença salarial e de oportunidades de crescimento profissional.
Sempre é bom lembrar, estamos no século XXI, finalizando a segunda década do período e a nossa sociedade ainda precisa lidar com problemas mal resolvidos do século passado, e que no caso dos direitos entre mulheres e homens, caminha a passos lentos em sua evolução e, em alguns casos, com retrocesso incompreensível.