Para compartilhar idéias!







segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Dicas para detectar informações falsas nas redes sociais


Em dezembro de 2018, escrevemos sobre a novidade chamada “fakenews” nas eleições presidenciais e na vida política do Brasil, sob o título “O mau caratismo nas redes sociais” (no link ://www.taniatait.com.br/2018/12/mau-caratismo-nas-redes-sociais.html).

De lá pra cá, a tecnologia evoluiu a ponto de apresentar vídeos falsos, com a imagem e a voz das pessoas falando como se fossem as pessoas verdadeiras. Se com palavras e textos, a situação era complicada, imagine com vídeos falsos, o que pode acontecer.

Antigamente, as pessoas acreditavam piamente no que os políticos diziam no horário eleitoral pela televisão e pelo rádio, afinal se o político estava falando, devia ser verdade. A mesma crença acontece com as redes sociais nas quais as pessoas reproduzem aqueles pensamentos ou notícias que corroboram com os seus pensamentos e sentimentos.
As pessoas, em geral, não leem muito, não gostam de textos longos e compartilham tudo que cai na sua rede, em assuntos com os quais concordam sem se preocupar se é verdade ou não. Sabe-se que nem todas as pessoas agem de má-fé, algumas acreditam piamente na informação.

Não é à toa que se instalou um clima de ódio nas redes sociais, quando as pessoas que possuem idéias contrárias se manifestam de forma ofensiva, agressiva e caluniosa. Ficou fácil soltar ofensas e se proteger por trás das telas de celular ou computador.

Sabe-se que não é bem assim, e muitas das calúnias ou ofensas são passíveis de processos judiciais com punição aos agressores. Os agressores e mau caráter vão continuar usando as redes da forma que sempre fizeram, se aproveitando das tecnologias e disseminando seus ódios e idéias nefastas, ora por compactuarem com esse tipo de pensamento ora por serem pagos para agir dessa forma.

Além de pessoas, conta-se na atualidade com os chamados “robôs de software” que se passam por pessoas, com perfis falsos e disseminam informações nas redes digitais. Não é a estes indivíduos (pessoas e robôs) que estamos nos dirigindo pois estes sabem que estão cometendo crime nas redes sociais.

Estamos nos dirigindo aos cidadãos e cidadãs que usam as redes sociais e, pensando estar com boas intenções, reproduzem informações falsas.
Nesse sentido, algumas dicas podem ser úteis ao receber vídeos, notícias, quadros ou textos.
Primeiro, não vá reproduzindo tudo que cai na sua rede, mesmo que seja enviado por aquela pessoa que você confia cegamente. Essa pessoa, também pode ter sido enganada e não estar agindo de má-fé ao compartilhar a informação.

Segundo, realize uma pesquisa para verificar se aquela informação se encontra em sites reconhecidos e confiáveis. Na atualidade, nem a imagem, nem a voz, nem o texto escapam ilesos da montagem e modificação com vídeos que agregam imagens e voz.

Terceiro, se for uma notícia, abra e leia atentamente seu conteúdo. As pessoas tem o péssimo hábito de ler apenas o título da notícia e não leem seu conteúdo. Voce pode se surpreender, as vezes o título é o certo e o conteúdo completamente diferente. Pode ocorrer ainda de ter um título chamativo e que não reproduz o conteúdo do tema. Quem comete esse tipo de crime, sabe que a maioria não se atém a ler a reportagem ou o texto todo.

Quarto lugar, verifique se o que está sendo divulgado é a opinião de um articulista ou é uma reportagem realizada por uma equipe jornalista. Tem diferença sim, a opinião pode ser basear numa reportagem mas sua característica principal é o olhar do articulista sobre o tema, o que pode, inclusive se contrapor ao conteúdo da reportagem.

Quinto lugar, lembre-se sempre que se uma pessoa está fazendo uso do recurso de criar e disseminar informação falsa, ela está cometendo um crime e você poderá ser envolvido por disseminar esse tipo de informação.

Na dúvida, não divulgue aquela informação que gera suspeita, mesmo que você concorde com o conteúdo dela, previna-se e se afaste da informação falsa.
Lembre-se que o acesso a rede pode ser feito pela polícia especializada que pode chegar até você por disseminar informação falsa e com conteúdo degradante e difamatório. 

Compartilhar informação nas redes sociais não se trata de uma brincadeira, é algo sério que pode, inclusive acabar com a vida das pessoas que são difamadas, eleger ditadores e comprometer as democracias.
Voce pode não se incomodar, mas esse tipo de ação de disseminar informações falsas pode chegar até você e aí como disse tão bem Bertolt Brecht: “pode não ter ninguém pra te proteger”.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

A Lei Maria da Penha e seus 13 anos de existência


A Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha foi sancionada pelo Presidente Lula em 7 de agosto de 2006 e foi alterada pela Lei 13.827 de maio de 2019 para incluir a autorização da aplicação de medida protetiva de urgência pela autoridade judicial ou policial, à mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou a seus dependentes.

Batizada com o nome de uma mulher que lutou por décadas para que o marido agressor fosse punido pelos atentados que fez contra ela e a deixou em uma cadeira de rodas, a  Lei Maria da Penha é a lei mais conhecida dos brasileiros e considerada uma das melhores legislações do mundo no combate a violência contra a mulher.

Dois pontos são destaque na Lei Maria da Penha: retirar do âmbito doméstico a violência contra a mulher tornando-a responsabilidade do setor público e tipificar os tipos de violência, deixando de caracterizar a violência apenas como física para incluir a violência psicológica, sexual, moral e patrimonial.

Ao realizar esses dois pontos, a Lei Maria da Penha desmistifica a frase dita em todos os lares de que “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, a qual levou milhares de mulheres a serem mortas em nosso país, mesmo pedindo socorro. Agora pode-se meter a colher sim, até de forma anônima. Estudos recentes, também, comprovam que muitas das mulheres com medidas protetivas são assassinadas por seus ex-maridos, ex-namorados ou ex-companheiros que não poderiam ser aproximar delas.

Leis como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio contribuem para punir os agressores e assassino de mulheres com mais rigor. No entanto, para efetivação da Lei e para fortalecer o combate a violência contra a mulher, medidas governamentais devem ser implantadas, em todas as esferas, a começar pela necessidade da integração entre vários profissionais, pois envolve profissionais de saúde, polícia, judiciário e o poder público municipal, estadual e federal.

Medidas importantes como: aumento do número das delegacias da mulher e do efetivo, aumento do orçamento das secretarias da mulher e órgãos de atendimento às mulheres em situação de violência, qualificação dos profissionais com vistas a atendimento humanizado, IML 24 horas e com médicas mulheres para registro das lesões, delegacias da mulher funcionando 24 horas e nos finais de semana e feriado são algumas das ações solicitadas pelo movimento feminista, pelo movimento organizado de mulheres e por autoridades vinculados ao combate à violência contra a mulher.

Junte-se a essas solicitações, a necessidade de uma mudança cultural em que o machismo deixe de existir pois a ele são atribuídos os crimes de violência cometidos contra as mulheres. O machismo não é um objeto inanimado, é uma situação existente em nossa sociedade na qual o homem se sente dono do corpo e da alma da mulher e se considera à vontade para dispor dela, agredindo, estuprando e matando a mulher. O mesmo machismo culpabiliza a vítima da violência sofrida ou da própria morte e passa a mão na cabeça do agressor ou do assassino cujo crime é justificado por forte descontrole emocional, retórica usada comumente nos processos.

Mas, o silêncio da violência que as mulheres sofrem foi rompido e seu grito por socorro chegou, finalmente, à lei. Entretanto, não aceitar essa situação de violência contra a mulher implica em, além de aplicar a Lei, atuar por uma mudança cultural de rompimento do ciclo do machismo e criar medidas práticas de aperfeiçoamento das estruturas públicas de atendimento às mulheres em situação de violência.

O que não se pode mais é aceitar a violência como algo comum e rotineiro na vida das mulheres!

Artigo publicado por Tania Tait no Jornal do Povo em 06/08/2019

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Dia de combate ao feminicidio

Pesquisa mostra dados preocupantes:
Veja em www.uol.com.br

terça-feira, 16 de julho de 2019

Um dia nosso povo acorda

Tenho conversado e lido postagens de pessoas na faixa de 60, 70 e 80 anos de idade que me fazem refletir. Muitas delas estão sem esperança e com uma tristeza imensa em ver o que o Bolsonaro e sua trupe estão fazendo com o Brasil. 
 
Essas pessoas, a quem admiro e respeito muito, eram adultas durante o período da ditadura militar, lutaram pela abertura democrática e pelo fim da ditadura, acompanharam os governos após a abertura e as eleições presidenciais, viram o povo acertar e errar.Portanto, sentem na pele tudo que foi feito de bom e de ruim no país. 
 
Agora, após um período de direitos conquistados, de políticas públicas para a população, com programa de desenvolvimento economico e geração de emprego e renda proporcionados pelos governos anteriores, essas pessoas estão vendo o buraco em que está nosso Brasil.
 
Estamos sem política de desenvolvimento economico, com o desmonte das políticas sociais, sucateamento das universidades, a venda das nossas riquezas naturais, a subserviência aos EUA, o desemprego estrondoso e no meio disso tudo o retorno aos conservadorismo hipócrita dos costumes, nepotismo, corrupção, entre outras coisas terríveis. 
 
Fico pensando no que falar para essas pessoas que com sua experiência contribuem para nossas reflexões. Não sei se resolve muito, mas me vem a mente, "força, estamos juntos, ninguém solta a mão de ninguém..." e outras frases desses novos tempos. Sei que o cansaço chega e pega todos e todas nós, mas resistir é preciso. Um dia desses novo povo acorda e volta a querer ser feliz de novo.

domingo, 30 de junho de 2019

O uso do nome de Deus como marketing político e religioso

Ouve-se falar muito no nome de Deus nos tempos atuais. O “Graças a Deus” não parece sair do fundo do coração mas sim de uma aula de marketing político para agradar as pessoas.
As expressões faciais de muitos dos que dizem “Deus” não combinam com o “amor ao próximo”, a caridade e a mansidão pregados pelo filho de Deus. Muito menos combina uma camiseta com o nome de Jesus vestida por um presidente da República que faz simulação de metralhar alguém usando o símbolo de armas que apregou em sua campanha eleitoral.
No entanto, o uso do nome de Deus em vão não é prerrogativa da atualidade. Na História da Humanidade, encontram-se inúmeras atrocidades justificadas pelo olhar de Deus. Assim foram as Cruzadas, a inquisição da Igreja Católica, o extermínio de indígenas e povos originários nas Américas, a escravidão, entre tantos exemplos de fatos históricos em que “Deus” sempre surge para justificar as atrocidades cometidas pelos donos do poder e respaldados pela população em geral.
Também, o uso do nome de Deus rende a muitos líderes religiosos imensas fortunas financeiras advindas da fé e da confiança de fiéis. Destaca-se, também, aspectos legais e morais como a pedofília, a violência contra a mulher, a homofobia, o racismo, entre tantos elementos fortalecidos pela suposta fé religiosa e um Deus que vai punir, vai perdoar e fazer com que as pessoas aceitem a sua situação como se precisassem passar por aquela período para alcançar o reino dos céus.
Uma pesquisa da Universidade Mackenzi apontou em 2016 que 40% das mulheres que sofrem violência doméstica são evangélicas. Muitas das vítimas, afirmaram que se sentem coagidas por seus líderes religiosos a não denunciar os maridos visto que as atitudes dos maridos são vistas como investida demoníaca e que deve ser combatida com o poder da oração. Assim, as mulheres que denunciam seus companheiros agressores se sentem culpadas como se estivessem traindo seu pastor, sua igreja e o próprio Deus, de acordo com as informações relatadas por mulheres evangélicas.
Muitas citações bíblicas são usadas para convencer a mulher agredida da necessidade de mansidão e manutenção do casamento, por meio da oração. Entretanto, um líder religioso deveria se munir das informações de políticas públicas para salvar a vida da mulher agredida e seus filhos.
Novamente, o nome de Deus sendo usado para justificar a aceitação de uma situação de violência e que fere a dignidade e a autoconfiança das mulheres, que encobre religiosos pedófilos, estupradores, mortes  de mulheres pobres por aborto e a hipocrisia social  que leva as mulheres ricas a abortarem de modo seguro etc.
Quando se adentra no campo da política, a situação se complica pois as pautas morais impactam em ações políticas como por exemplo criminalizar ou não a homofobia e o racismo.
Normalmente, as pautas morais são trazidas ao cenário político por alas mais conservadoras tantos das igrejas evangélicas como católica que querem impor às outras pessoas, seu dogmas e preconceitos, sempre usando o nome de Deus.
Ao atuar dessa forma, esses falsos líderes ignoram a derrubada das barracas no templo por Jesus, a partilha do pão, a mudança de postura do cobrador de impostos e do rico e a passagem pelo buraco da agulha. 
A escalada de lideranças religiosas conservadoras na política torna-se incompatível com a propaganda disseminada de que “política e religião não se misturam”. 
Verifica-se a preocupação durante as eleições da tendência religiosa de candidatos e candidatas e de sua crença em Deus, como se essa crença os tornasse melhores, na visão de alguns, para exercer um mandato político, o que nem sempre se configura em realidade.
Da mesma forma que sempre ocorreu em vários períodos da História, ve-se claramente, na atualidade, essa mistura política e religião que coloca em xeque a própria constituição brasileira que prega que todos somos iguais mas que ao mesmo tempo cita “abençoada por Deus” em sua introdução. 
Pelo visto, os marqueteiros de plantão irão incentivar o uso do nome de Deus por parte de políticos e falsos líderes religiosos por muitas décadas pois, certamente, a fórmula tem dado resultados positivos para eles.