Em dezembro de 2018, escrevemos sobre a
novidade chamada “fakenews” nas eleições presidenciais e na vida política do
Brasil, sob o título “O mau caratismo nas redes sociais” (no link ://www.taniatait.com.br/2018/12/mau-caratismo-nas-redes-sociais.html).
De lá pra cá, a tecnologia evoluiu a ponto
de apresentar vídeos falsos, com a imagem e a voz das pessoas falando como se
fossem as pessoas verdadeiras. Se com palavras e textos, a situação era
complicada, imagine com vídeos falsos, o que pode acontecer.
Antigamente, as pessoas acreditavam
piamente no que os políticos diziam no horário eleitoral pela televisão e pelo
rádio, afinal se o político estava falando, devia ser verdade. A mesma crença
acontece com as redes sociais nas quais as pessoas reproduzem aqueles pensamentos
ou notícias que corroboram com os seus pensamentos e sentimentos.
As pessoas, em geral, não leem muito, não
gostam de textos longos e compartilham tudo que cai na sua rede, em assuntos
com os quais concordam sem se preocupar se é verdade ou não. Sabe-se que nem
todas as pessoas agem de má-fé, algumas acreditam piamente na informação.
Não é à toa que se instalou um clima de
ódio nas redes sociais, quando as pessoas que possuem idéias contrárias se
manifestam de forma ofensiva, agressiva e caluniosa. Ficou fácil soltar ofensas
e se proteger por trás das telas de celular ou computador.
Sabe-se que não é bem assim, e muitas das
calúnias ou ofensas são passíveis de processos judiciais com punição aos
agressores. Os agressores e mau caráter vão continuar usando as redes da forma
que sempre fizeram, se aproveitando das tecnologias e disseminando seus ódios e
idéias nefastas, ora por compactuarem com esse tipo de pensamento ora por serem
pagos para agir dessa forma.
Além de pessoas, conta-se na atualidade
com os chamados “robôs de software” que se passam por pessoas, com perfis
falsos e disseminam informações nas redes digitais. Não é a estes indivíduos (pessoas
e robôs) que estamos nos dirigindo pois estes sabem que estão cometendo crime
nas redes sociais.
Estamos nos dirigindo aos cidadãos e cidadãs
que usam as redes sociais e, pensando estar com boas intenções, reproduzem
informações falsas.
Nesse sentido, algumas dicas podem ser
úteis ao receber vídeos, notícias, quadros ou textos.
Primeiro, não vá reproduzindo tudo que cai
na sua rede, mesmo que seja enviado por aquela pessoa que você confia
cegamente. Essa pessoa, também pode ter sido enganada e não estar agindo de
má-fé ao compartilhar a informação.
Segundo, realize uma pesquisa para verificar
se aquela informação se encontra em sites reconhecidos e confiáveis. Na
atualidade, nem a imagem, nem a voz, nem o texto escapam ilesos da montagem e
modificação com vídeos que agregam imagens e voz.
Terceiro, se for uma notícia, abra e leia
atentamente seu conteúdo. As pessoas tem o péssimo hábito de ler apenas o
título da notícia e não leem seu conteúdo. Voce pode se surpreender, as vezes o
título é o certo e o conteúdo completamente diferente. Pode ocorrer ainda de
ter um título chamativo e que não reproduz o conteúdo do tema. Quem comete esse
tipo de crime, sabe que a maioria não se atém a ler a reportagem ou o texto
todo.
Quarto lugar, verifique se o que está
sendo divulgado é a opinião de um articulista ou é uma reportagem realizada por
uma equipe jornalista. Tem diferença sim, a opinião pode ser basear numa
reportagem mas sua característica principal é o olhar do articulista sobre o
tema, o que pode, inclusive se contrapor ao conteúdo da reportagem.
Quinto lugar, lembre-se sempre que se uma
pessoa está fazendo uso do recurso de criar e disseminar informação falsa, ela
está cometendo um crime e você poderá ser envolvido por disseminar esse tipo de
informação.
Na dúvida, não divulgue aquela informação
que gera suspeita, mesmo que você concorde com o conteúdo dela, previna-se e se
afaste da informação falsa.
Lembre-se que o acesso a rede pode ser
feito pela polícia especializada que pode chegar até você por disseminar informação
falsa e com conteúdo degradante e difamatório.
Compartilhar informação nas redes sociais
não se trata de uma brincadeira, é algo sério que pode, inclusive acabar com a
vida das pessoas que são difamadas, eleger ditadores e comprometer as
democracias.
Voce pode não se incomodar, mas esse tipo
de ação de disseminar informações falsas pode chegar até você e aí como disse
tão bem Bertolt Brecht: “pode não ter ninguém pra te proteger”.