Ao assistir “Cruzada”, filme de Ridley Scott com Orlando Bloom, Liam Neeson, David Thewlis e Eva Green,
sobre a chamada Guerra Santa e as Cruzadas me veio a mente inúmeros fatos
históricos em que o ser humano realizou atrocidades usando o nome de Deus.
Na atualidade não
é diferente, muitos dos chamados “líderes religiosos” utilizam-se do nome de
Deus para obter poder e riqueza, em benefício próprio ou de políticos do campo
religioso afeto.
Durante o período
eleitoral, para exemplificar, uma série de mentiras foram espalhadas por
algumas lideranças religiosas e as pessoas de boa fé realmente acreditaram no
que recebiam pelo whatsapp, inclusive, em aberrações do tipo “kit gay” ou “mamadeira
de piroca”.
No nosso
congresso, temos uma bancada de deputados que se autointitulam “Bancada da
Bíblia” e querem impor ao povo, as suas idéias em nome de Deus, mesmo que isso
signifique aumentar ainda mais a desigualdade social, o desemprego e a miséria,
como no caso da reforma trabalhista aprovada e da futura reforma da
previdência. Também, esses deputados buscam impor sua religião e forma de ver o
mundo na vida de outras pessoas, num processo que chamam de evangelização, mas,
contraditoriamente, não abrem mão dos benefícios e mordomias dos cargos que
ocupam. Conforme processos que correm na justiça, muitos desses deputados são
envolvidos em corrupção e uso indevido do dinheiro público. Penso até que é uma
blasfêmia usar o livro sagrado como nome da bancada, o nome deveria ser “bancada
de falsos profetas” pra ser mais condizente com a atuação deles.
Tanto em nossas
vidas privadas ou no âmbito da política, vemos o nome de Deus sendo usado em
vão para justificar atos que são contrários ao amor e a justiça.
Guerras são
travadas, vidas ceifadas e nosso mundo devastado pois seres humanos acreditam
que Deus está os enviando para matar outros seres humanos e outros seres humanos se aproveitam dessa
crença para tomar proveito.
Cada vez que vejo o uso da
palavra de Deus vinculada a alguma atrocidade, fico pensando que isso não está de
acordo com os preceitos de amor, solidariedade e respeito que deveria haver
entre nós, independente de credo religioso.